Há exatos 40 anos, moradores de Sorocaba (SP) olharam para o céu e disseram ter visto uma luz branca arredondada, mas não era a Lua. Segundo os registros, na noite de 08 de janeiro para o dia 09, as esferas luminosas que pairavam sobre a cidade foram seguidas por policiais militares, e o evento ficou conhecido em todo o país como “Caso Mariquinha”.
O ufólogo Jorge Facury Ferreira, do Grupo de Estudos e Pesquisas Ufológicas de Sorocaba (GEPUS), é um dos especialistas sorocabanos que estuda o acontecimento e colhe depoimentos e supostos indícios da visita extraterreste no interior de São Paulo.
Os jornais e a TV cobriram o evento em Sorocaba em 1979 — Foto: Reprodução
Na época, por volta das 3h00, uma equipe da Polícia Militar foi parada por um mecânico pedindo ajuda no bairro Barcelona. O rapaz, abalado e em pânico, contou aos policiais que uma luz apareceu sobre o carro quando ele estacionava na garagem de casa, o que fez com que ele saísse correndo em busca de ajuda. Imediatamente, a patrulha comunicou outras viaturas que iniciaram uma varredura no perímetro. Cerca de oito equipes policiais teriam perseguido o UFO até uma pedreira.
O movimento dos policiais acabou na pedreira São Domingos, perto do Morro da Mariquinha. Ainda conforme o registro, os policiais alegaram que pararam as viaturas no local e fizeram sinais com as luzes dos veículos, e teriam sido correspondidos. Os objetos permaneceram no local até o início da manhã, quando desapareceram.
Duas luas
Hoje, aos 47 anos, o fotógrafo e historiador Silvio Rosa Santos Martins, morador do Centro de Sorocaba, conta que estava com o pai, artista plástico, quando, segundo ele, os dois foram até outro cômodo da casa buscar tinta.
(Local onde a luz foi vista por Silvio em Sorocaba — Foto: Arquivo pessoal)
No meio do caminho, o então garoto olhou para a árvore no terreno e viu a luz branca poucos metros acima. “Faz tempo, mas me lembro muito bem dessa noite. Meu pai comentou que era a Lua e eu disse que não, porque a Lua estava do outro lado. Do nada, a esfera foi se movendo. Se fosse hoje, seria algo comparado a um drone. No outro dia vimos que mais pessoas tinham visto pelas matérias”, lembra Martins.
Repercussão nacional
O “Caso Mariquinha” foi noticiado pelo Fantástico em 1979. De acordo com a reportagem, cerca de duas mil pessoas ficaram horas olhando para o céu em busca dos discos voadores. O fotógrafo Pedro Evaldo Morais, que atualmente faz cliques por hobby, chegou a tirar uma foto da luz. À reportagem, na delegacia, ele contou naquela época que não soube identificar o objeto, que sumiu de forma repentina.
Fotógrafo Pedro Evaldo na época da reportagem e atualmente — Foto: Reprodução – Arquivo pessoal
Agora, 40 anos depois, o fotógrafo lembra que estava em casa quando recebeu uma ligação da redação, esperou o motorista chegar e correu para o morro. “Eu guardava a máquina em casa e foi uma correria. Lembro que até quebrei a minha cama, porque me troquei rápido. Quando cheguei lá, vi a luz e bati a foto. Estava escuro e foi o que deu para tirar”, conta. Na mesma noite, houve blecautes de energia na cidade e, conforme a companhia responsável pela distribuição de energia, o motivo era desconhecido.
A reportagem do Fantástico mostrou pessoas se aglomerando nos dias seguintes na região em busca dos UFOs. Um ponto branco chegou a surgir perto da Lua em uma das noites de “plantão” dos moradores, porém se cogitou a possibilidade de ser o planeta Vênus, segundo um pesquisador relatou na matéria na época.
Fonte: G1
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