Por Pedro de Campos
O Caso Hermínio e Bianca (nome das testemunhas do contato alienígena), conhecido também como Caso Karran (nome do alienígena), ocorreu nas proximidades de Matias Barbosa, estado de Minas Gerais, em 12 de janeiro de 1976, por volta das 23h30, quando o casal foi abduzido. O episódio foi registrado por Bianca, em seu livro As Possibilidades do Infinito [Kópyon, 1987]. Hermínio, por sua vez, contou a experiência em palestras, entrevistas, artigos de revista e outras publicações nas várias formas de mídia.
Maria Aparecida de Oliveira, conhecida como Bianca, conta que o casal era totalmente cético, não tinha ciência do assunto nem acreditava que houvesse vida em qualquer outro planeta, senão na Terra. Bianca fora criada na Assembléia de Deus, “cuja doutrina nem sequer cogita essa possibilidade”, segundo as suas palavras. Contava 21 anos quando conhecera também as Testemunhas de Jeová, mas não chegara a ser uma adepta convicta, embora tivesse admiração e respeito por seus participantes. Aos 28 anos, quando fora abduzida, era descrente da existência de vida fora da Terra.
Hermínio Reis, por sua vez, quando se deu conta de estar a bordo de um disco voador, um engenho que ele “não tinha conhecimento nem vontade de ver”, somente pôde associar o fato à sua crença religiosa. Afinal, segundo as suas palavras, ele “era um líder religioso e não acreditava na possibilidade de vida em outros planetas”. Para ele, “a vida começava na Terra, se desenvolvia na Terra e ficava na Terra”. Após o contato, sua visão alterou-se radicalmente, fazendo-nos refletir.
Podemos considerar que todos os chamados “fenômenos” são regidos por leis muito precisas, mas como as leis muitas vezes não podem ser determinadas, em razão da capacidade limitada da nossa ciência, a interpretação dos fenômenos acaba ficando por conta da crença. Nesse campo, entram em cena a filosofia e a religião, ambas subjetivas, com explicações apenas transitórias até a ciência positiva cumprir o seu papel, certificando os fenômenos com métodos controlados de experimentação. Antes disso, valem as filosofias e as religiões erguidas por homens de raciocínio e conhecimento invulgar, mas tendo por oposição o cientificismo dos céticos.
Excetuando-se os céticos especialistas em enganar o público com ideias falsas, cuja motivação de suas façanhas costuma ser o dinheiro e a evidência pública com características outras além deste comentário, os \”céticos científicos\”, por seu turno, querendo saber tudo materialmente, não raro se fazem símbolos da ignorância; suas explicações não convencem “ninguém”, nem tampouco eles se convencem da de outros: vivem num “perene” desconhecimento. Mas quando vivenciam o insólito em primeira pessoa, mudam de ideia, pois o extraordinário vivido por si mesmo é capaz de redimi-los.
Hermínio e Bianca, criados cada qual em seu sistema de crenças, tiveram dificuldade para aceitar a vida extraterrestre que insolitamente se apresentara a eles. Contudo, sua crença, contrariada pelo contato dos ETs numa experiência tida por real, teve de ceder aos fatos e terminou por render-se ao conhecimento adquirido. De maneira geral, enquanto uma crença é aceita de modo inconsciente, o conhecimento, ao contrário, é uma aquisição consciente da alma; e sendo adquirido de modo racional, tem a força de modificar profundamente o indivíduo. Hermínio e Bianca tiveram de render-se aos fatos, modificaram-se. Conheceram parte de uma verdade absolutamente incomum.
Os ETs que fizeram contato com o casal denotavam espiritualidade elevada, maior que a humana. No aspecto físico, embora fossem semelhantes aos humanos, tinham estatura maior, a qual o homem não possui, e traços fisionômicos distintos. Apresentaram-se densos, dizendo-se oriundos de planeta tridimensional. Seus conhecimentos científicos eram superiores. Dominavam totalmente a luz, usavam energia do vácuo e possuíam tecnologia para viagens interestelares, além de aparelhos de comunicação inexistentes na Terra. De fato, com os “aparelhos de cabeça”, os aliens podiam capturar o pensamento humano, transformá-lo em seu idioma corrente e vice-versa, colocando, em seguida, a resposta no cérebro dos interlocutores, para entendimento mútuo, em tempo real.
Hermínio relatou que dentro da nave surgiu um alien que lhes pôs um capacete na cabeça e, também, na dos dois alienígenas que iriam interagir com eles. “Esses capacetes continham vários cabos, que foram ligados a uma máquina e a partir daí um dos seres começou a falar conosco em seu idioma próprio, sempre olhando para nós”, explicou Hermínio. No início, ele escutou Bianca fazer alguns agradecimentos e responder algumas perguntas. Em seguida, o alien apontou para ele e iniciou a conversa. “Sua voz começou a ressoar dentro da minha cabeça, não era no sistema auditivo”, avaliou Hermínio. E a criatura disse: “Seja bem-vindo”. Ele ficou surpreso, sem palavras.
O alien informou seu nome: “Karran”. Disse que vinha “de um ponto distante, ainda desconhecido dos seres da Terra”. Hermínio tomou um susto, não podia aceitar aquilo: contrariava sua fé. A crença que ele aprendera estava agora em jogo. Entendia que estava diante de Satanás; e achou que tudo aquilo era obra do diabo. Então, tentou esboçar um exorcismo. Levantou-se, fez gestos, clamou por Jesus e Jeová na esperança de aquilo desaparecer. Ficou nessa prática por longo tempo, mas nada… Quando acabou, “nada desaparecera, ‘eles’ continuavam ali, e nós também”, contou desolado. Tudo fora inútil, nada mudara: o casal continuava dentro do disco voador, falando com seres de outra Terra.
Após observar atentamente a prática, Karran quis saber o porquê de ele falar tanto em Deus. Hermínio explicou que se tratava de ensinamentos da Bíblia, um livro que era a “palavra de Deus”. O alien, por sua vez, observou: “O Criador supremo do universo não se conhece verdadeiramente por livros ou coisas semelhantes, mas sim pela terra que se pisa, pelo ar que se respira, pelo alimento, pela visão, pelos sentidos e pelas coisas criadas, não por aquilo que está num livro”.
De modo notório, o alien tinha um Deus; e o conceito que fazia do Criador era algo diferente do de Hermínio. O diálogo fez com que a interpretação inicial fosse modificando aos poucos, pois Hermínio notara, claramente, que Karran não era deste planeta nem, tampouco, a criatura diabólica que sua crença lhe fazia imaginar.
Quanto à tecnologia de comunicação dos aliens, Hermínio observou: “Não falávamos por telepatia, aquele aparelho que estava na minha cabeça fazia as traduções do meu idioma para o dele, e vice-versa”. Além disso, testemunhou que havia um intérprete, infiltrado na Terra há dois anos, que também podia fazer a tradução.
Bianca, por sua vez, descreveu em seu livro alguns detalhes dos “capacetes de tradução”. Falou que eram da cor de alumínio fosco e moldavam-se bem em suas cabeças, cobrindo-as totalmente: “A testa, até a altura das sobrancelhas, as têmporas e os ouvidos, tendo, nesta parte, saliências como se fossem dois fones”. Na testa havia uma lâmpada, e outras lâmpadas menores espalhadas pelo capacete. Ao lado de cada uma, saiam fios cor de prata, com pino na ponta. Tinha também uma caixinha com pulseira, parecida com relógio de pulso, tendo lâmpada e fio como os do capacete.
Apenas concluída a preparação, entrou na sala um ser, pegou fio por fio dos capacetes e ligou cada um numa tomada do aparelho. Os dois alien com capacete sentaram-se nas poltronas, em frente ao aparelho. “Vi duas enormes lâmpadas se acenderam no painel, uma em cima e outra embaixo”, explicou Bianca. Então capacetes e pulseiras se iluminaram, estabelecendo-se a conversa, com perfeito entendimento entre as partes. O casal se deu conta de que estava diante de seres de um planeta que eles não sabiam qual, embora lhes fosse dado o nome, Klermer. “Muito longínquo e desconhecido dos terrenos”, segundo Karran.
O casal somente foi devolvido dois dias depois. Passavam alguns minutos da meia-noite, madrugada de 15 de janeiro, quando o casal parou o carro num posto de gasolina, próximo a Conselheiro Lafaiete, cerca de 200 quilômetros do local da captura. A partir daí, ambos experimentaram mudanças em suas vidas. Na nave, Karran lhes falara dos primórdios da Terra, das coisas do espaço e ensinara-lhes a aprimorar o espírito. Mostrou-lhes que é possível fazer uma prática de exteriorização da alma, observar a vida e o mundo com outros olhos e interagir com entidades de outra vibração.
Conforme postula a Doutrina Espírita, o espírito encarnado vive imerso na matéria, mas durante o sono reparador ou após um desdobramento consciente, pode soltar-se da matéria corpórea e transportar-se a pontos distantes do espaço. Então, como um pássaro fora da gaiola, a alma emancipada interage no mundo dos espíritos, e quando auxiliada por entidades mais evoluídas, pode interagir também na esfera dos seres encarnados em corpos sutis, menos materiais que o nosso.
Nas paragens dimensionais, cada qual gravita conforme seu peso específico. Hermínio e Bianca puderam aprender a técnica de emancipação da alma, ensinando essa prática a muitos outros. Trabalho semelhante é realizado hoje pelo médico, odontólogo e cientista da consciência, doutor Waldo Vieira, e também pelo conceituado autor, radialista e professor Wagner Borges, nosso colega de Equipe UFO, presidente do Instituto de Pesquisas Projeciológicas e Bioenergéticas – IPPB.
Os contatos do ET não pararam aí, houve novos encontros com Karran. Num deles, após Bianca escutar de um grupo amigo que Karran podia ser uma entidade dimensional e não física, ela quis saber a verdade dele mesmo. Então Karran explicou que “as dimensões existem, são frequencias vibratórias do universo”. Falou que os humanos, incluindo ele, pertencem a duas delas: a física, em que estamos; e a outra, em que fomos criados, ou seja, a esfera espiritual. E o ET asseverou: “Não vê que tenho matéria? Portanto, pertenço a esta dimensão do universo, a física”.
Também disse que, embora pudesse sair do corpo em espírito, num efeito que particularmente chamamos “emancipação da alma”, não podia de modo natural incorporar médium na Terra, pois a nossa matéria não suportaria a sua energia. Acentuou que por pertencer a outro sistema solar, sua energia difere muito da terrestre.
O ET falou ao casal de coisas incríveis que teriam acontecido na Terra durante o desenvolvimento do homem, mas em tudo que disse não ofereceu prova. Deu apenas sua palavra, mostrou sua nave e sua tecnologia. Marcou profundamente as testemunhas e deixou a elas a decisão de contar ou não o acontecimento. No final de um dos encontros, quando a nave alçou no céu, Hermínio, tendo obtido consentimento prévio de Karran, tirou várias fotos, as quais ele explica e coloca para conhecimento público.
Quanto a nós, tivemos a satisfação de assistir pela antiga TV Tupy ao programa Flávio Cavalcanti, em 1978, no qual esteve presente o casal contando sua experiência em detalhes. Hoje, 35 anos após a abdução, é possível observar experimentos com ratos, macacos e seres humanos, nos quais vemos feitos fantásticos serem produzidos com a mente e a alta tecnologia. Temos hoje engenhos semelhantes àqueles “aparelhos de cabeça” alienígena, tidos, na época, como objetos de ficção.
Naquela época, embora tais engenhos fossem desconhecidos da nossa ciência, não o eram da dos alienígenas. A tecnologia usada lhes permitia captar e decodificar impulsos cerebrais e sonoros, para conversação direta entre seres de civilizações distintas, numa demonstração de que não estamos a sós no universo e de que nele há seres mais avançados que nós em todos os sentidos. Veja os vídeos abaixo e constate isso.
Pedro de Campos é autor dos livros: Colônia Capella – A outra face de Adão; Universo Profundo; UFO – Fenômeno de Contato; Um Vermelho Encarnado no Céu; Os Escolhidos da Ufologia na Interpretação Espírita, publicados pela Lúmen Editorial. E também do recém-lançamento: Lentulus – Encarnações de Emmanuel. E dos DVDs Os Aliens na Visão Espírita, Parte 1 e Parte 2, lançados pela Revista UFO. Conheça-os!
Flávio Cavalcante: Caso Karran, P2: