Um congresso mundial de Ufologia, com renomados conferencistas de vários países e uma platéia interessada, é sempre um grande acontecimento. Agora, um congresso mundial de Ufologia realizado no México — talvez o país com a mais rica casuística ufológica da atualidade —, com uma platéia interativa e fascinada pelo tema, e ainda com a participação de nada menos do que 20 conferencistas internacionais e outro tanto de nacionais, é certamente um evento para entrar para a história. Pois é exatamente isso o que ocorreu de 19 a 21 de março passado no gigantesco auditório do imponente World Trade Center da Cidade do México, quando se realizou a 1ª Cúpula Ufológica Mundial [Cumbre Mundial Ovni].
Sendo no México, e naturalmente contando com a coordenação do jornalista, consagrado ufólogo e conferencista Jaime Maussán — uma celebridade nacional daquele país —, pelo menos duas são as certezas que envolvem um acontecimento desta envergadura. A primeira é a participação de uma platéia de raro entusiasmo, composta majoritariamente por mexicanos, um povo que tem fortes ligações com o Fenômeno UFO e franco interesse pelo tema, mas também por participantes de vários outros países latinos. E a segunda é o desfile de um rico manancial de informações, evidências e imagens, muitas imagens de casos ufológicos de todos os tipos, desde sondas até as chamadas flotillas, as esquadrilhas de naves que são tão comumente — e inexplicavelmente — vistas e registradas sobre o país. “Esperamos mostrar ao mundo, neste evento, que a casuística ufológica mexicana é, hoje, uma das mais ricas, diversificadas e abrangentes do mundo”, disse Maussán ao dar boas-vindas aos presentes. E realmente cumpriu sua promessa nos dias que se seguiram.
Durante a 1ª Cúpula Ufológica Mundial, e até mesmo nos dias anteriores, não se falou de outra coisa no México. As redes de TV e rádio transmitiam boletins continuamente, em apoio à rica incidência ufológica que notabiliza o país. Como resultado, uma platéia que variou entre 800 e 1.500 pessoas ocupou quase a totalidade do auditório, onde uma grande equipe de profissionais e voluntários deu ordem aos trabalhos. Mesmo com números superlativos e raramente vistos na Ufologia, o evento transcorreu normalmente, com uma mistura de ingredientes provenientes da Ufologia Científica, que teve seu ponto alto na casuística, de segmentos holísticos da pesquisa dos discos voadores e até de movimentos de orientação claramente mística. De maneira igualmente inédita para um congresso do gênero, a Cúpula foi transmitida ao vivo pela internet pela empresa norte-americana Open Minds [Endereço: www.openminds.tv].
Vigílias ufológicas 24 horas por dia
Entre os conferencistas pertencentes à chamada Ufologia Científica, presentes no evento, natural destaque foi para os esforçados ufólogos mexicanos, que tiveram seus principais expoentes representados pelos chamados Vigilantes do Céu, um grupo de estudiosos que se revezam 24 horas por dia, em diferentes bairros da enorme capital mexicana, em vigílias permanentes em busca de manifestação ufológica. Seus principais componentes são Pedro Hernández, Ismael López e Pedro Ávila — que, mesmo paraplégico, é autor de impressionantes filmagens, assim como foi o desenvolvedor de uma técnica de gravação digital de UFOs em infravermelho. O trio brindou a platéia com recentes vídeos de sondas ufológicas e flotillas, realizadas apenas algumas semanas antes de sua apresentação, mais uma prova da contínua ação extraterrestre no México.
À imprescindível atividade dos Vigilantes do Céu se juntou o trabalho de dedicados investigadores de campo mexicanos, que apresentaram casos recentes e impactantes de manifestação de discos voadores em várias partes do país. Entre eles, estavam o engenheiro Gilberto Rivera, o astrônomo Fernando Correa e os investigadores Rubén Manrique, Fernando Tellez e Roberto Contreras, este último editor da revista Tercer Milénio. Suas exposições mostraram o que o México tem de mais surpreendente na área ufológica, como evidências de uma ação milenar que teve forte influência sobre as culturas ancestrais do país, especialmente a maia e a asteca. Rivera, por exemplo, apresentou um painel da casuística ufológica de Chihuahua, no norte do México, onde reside. A região, predominantemente desértica, acumula um espantoso registro de casos. Manrique também expôs recentes casos de contatos com naves sobre o país, e Correa, estudioso da civilização maia, mostrou sua relação com outras espécies cósmicas no passado.
Ainda entre os mexicanos presentes destacaram-se também o jornalista e professor universitário Yohanan Díaz, considerado um dos estudiosos mais meticulosos do Fenômeno UFO em seu país, Enrique Kolbeck e Arturo Robles Gil. Kolbeck é controlador de tráfego aéreo e uma das vozes mais lúcidas do movimento ufológico do México, amplamente conhecido por ter relatado importantes episódios de detecção de UFOs por radares e denunciado o acobertamento dos fatos à população. Já Robles Gil ganhou notoriedade na Ufologia Mundial, ao lado dos Vigilantes do Céu, por ter flagrado em condições claríssimas, geralmente durante o dia, as incríveis flotillas — algumas com dezenas e até centenas de objetos. “O México tem um legado a ser dado ao mundo, que é a riqueza e a diversidade de sua casuística, algo que já é conhecido de seu povo há séculos”, disse Díaz em sua palestra, que ele, que também é consultor da Revista UFO, preferiu direcionar para os avistamentos de astronautas no espaço. Em seu trabalho, intitulado UFOs no Espaço Exterior, o jornalista apresentou uma seqüência considerável de evidências da presença alienígena em órbita da Terra e em outros corpos do Sistema Solar.
Outras espécies cósmicas
Entre os conferencistas adeptos de segmentos mais holísticos da Ufologia estavam nomes de grande expressão ontem e hoje, como Sixto Paz Wells, Giorgio Bongiovanni e Robert O. Dean, entre outros, que arrancaram calorosos aplausos de um público que vê com naturalidade a mescla entre espiritualidade e a presença alienígena na Terra. O peruano Paz Wells, polêmico contatado fundador da Missão Rama, nos anos 70, apresentou sua visão sobre a manifestação de raças alienígenas mais avançadas em nosso planeta e como acredita — segundo sua alegada experiência direta com tais seres — que se dará um encontro formal e definitivo entre elas e a humanidade terrestre. Enfoque semelhante teve o estigmatizado italiano Bongiovanni, também bastante conhecido do público brasileiro, que relacionou o processo de aproximação
do nosso planeta por outras espécies cósmicas com manifestações religiosas de diversas épocas, que buscam nossa redenção. Ambos virão ao Brasil em setembro para um novo evento em Curitiba [Bongiovanni será o próximo entrevistado da Revista UFO, em sua edição 166, de junho].
Já não podemos mais retroceder e voltar atrás em todas as conquistas da Ufologia Mundial. Nossa única opção é seguir em frente, e para isso precisamos trabalhar muito, tanto para fazer os governos abrirem seus arquivos como para fazer as pessoas abrirem suas mentes.
– Jaime Maussán
Em palestra de encerramento, o norte-americano Bob Dean foi uma atração à parte. Tendo sua presença confirmada apenas na última hora, o conferencista apresentou uma belíssima mensagem à emocionada platéia, que reconhece em sua experiência um exemplo de persistência na pesquisa e busca de compreensão para o Fenômeno UFO. Dean foi sargento do Exército dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial e participou, como membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), logo após o fim do conflito, das primeiras pesquisas sobre os objetos voadores não identificados observados nos cenários de guerra. Ele não apenas foi um dos primeiros ufólogos a ter em mãos evidências espantosas e desconcertantes da procedência extraterrestre das naves observadas na ocasião, como foi um dos pioneiros a chamar a atenção do mundo quanto às implicações que um contato franco com estas espécies representaria à Terra.
O acobertamento militar do Fenômeno UFO, em escala global, e os recentes movimentos de abertura ufológica por parte de muitas nações — inclusive o Brasil — também tiveram destaque na 1ª Cúpula Ufológica Mundial. Pelo menos cinco conferencistas de quatro países abordaram a delicada questão: o chileno residente nos Estados Unidos Antonio Huneeus, o britânico Nick Pope, os norte-americanos Donald Schmitt e Michael Salla e o brasileiro A. J. Gevaerd, editor da Revista UFO. Enquanto Huneeus, que participou de várias comissões formais de pesquisa ufológica, tratou de apresentar um conjunto de sólidas e incontestáveis evidências da ação alienígena na Terra, Pope, ex-funcionário do Ministério da Defesa britânico (MoD), mostrou informações sobre como os governos tratam da questão, fazendo uma avaliação da atual política mundial de acobertamento.
“Creio que os governos já não têm tanto medo de revelar a verdade e, mais do que isso, sua impotência ante o Fenômeno UFO”, declarou. O autor e pesquisador Schmitt, que trabalhou com o pioneiro J. A. Hynek, fez uma retrospectiva do Caso Roswell, apresentando detalhes até então pouco conhecidos do público sobre o incidente — entre eles o de que há ainda fragmentos da nave acidentada sob posse do governo norte-americano. Ainda no tema do acobertamento, Salla, criador do Instituto de Exopolítica, apresentou sua teoria de que o atual presidente Barack Obama tem amplo interesse e conhecimento da questão ufológica. E o editor Gevaerd mostrou, em ilustrada conferência, como foi implantada no Brasil a campanha UFOs: Liberdade de Informação Já, lançada em 2004 pela Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), e quais foram os passos dados até hoje, culminando com a liberação de mais de 4 mil páginas de documentos e centenas de fotos de UFOs obtidas pela Força Aérea Brasileira (FAB) em diversas atividades antes secretas. “O processo de abertura do Brasil, nascido de uma iniciativa popular, é um exemplo para o mundo”, declarou o organizador do evento, Jaime Maussán.
Os agroglifos ingleses em debate
Seguindo uma tendência crescente e irreversível em todo o mundo, e muito presente no México, a questão dos chamados agroglifos — anteriormente conhecidos como círculos ingleses — recebeu sério destaque na 1ª Cúpula Ufológica Mundial. A interpretação da maioria dos ufólogos presentes é de que os sinais nas plantações — que agora chegaram ao Brasil [Veja edições UFO 149 e 161] — estão intimamente associados à ação de outras espécies cósmicas no planeta. Assim, apresentaram seus trabalhos o britânico Gary King, a norte-americana Suzanne Taylor e o holandês Bert Janssen, considerados entre os maiores especialistas no tema em todo o mundo. King e Janssen ofereceram suas teorias para a origem dos sinais, naturalmente provocados por inteligências extraterrestres, enquanto Suzanne mostrou os recentes desenvolvimentos do fenômeno. Ela é produtora do documentário What on Earth? [O Que se Passa na Terra, em tradução livre], um dos próximos lançamentos da coleção Videoteca UFO.
Uma delegação bem representada na Cúpula foi a dos italianos. Além do estigmatizado Bongiovanni, o contatado Antonio Urzi, o pesquisador e documentarista Pier Giorgio Caria e a jornalista Paola Harris também marcaram forte presença no evento. O caso de Urzi é considerado hoje um dos mais impressionantes e complexos. Ele tem demonstrado possuir a inacreditável capacidade de registrar em vídeos a presença de naves sobre sua casa e arredores, em plena luz do dia e com clareza impressionante — às vezes a distâncias menores do que 100 m da residência. As imagens causam ceticismo, de tão bem definidas, mas têm sido exaustivamente examinadas por especialistas de vários países, sem que se encontre o mínimo sinal de fraude. Idem, seus relatos de tais experiências passaram pelo escrutínio de importantes ufólogos, como Caria, Maussán e até Roberto Pinotti, o rigoroso pioneiro italiano correspondente internacional da Revista UFO. “Não há dúvidas de que Antonio Urzi hoje representa um desafio para a Ufologia Mundial. Suas imagens e vivências são espantosas”, declarou Caria.
Filmagens polêmicas e reais
Na categoria de filmes de UFOs, no entanto, rivalizou com as filmagens de Urzi o extenso repertório levado ao México pelo turco Haktan Akdogan, presidente do Sirius UFO Space Sciences Research Centre [Centro de Pesquisas de Ciências Espaciais Sirius]. Akdogan, que também virá ao Brasil em setembro para o próximo congresso de Ufologia da série Diálogo com o Universo, em Curitiba, mostrou dezenas de novas fotos e muitas filmagens recentes de UFOs em seu país, em especial as polêmicas seqüências de Yalcın Yalman, um guarda noturno de Kumburgaz, na região litorânea do país. As imagens, tão controversas quanto as de Urzi, também foram exaustivamente analisadas, inclusive pelo Tubitak, o órgão oficial de ciência e tecnologia da Turquia. “Yalman, por alguma razão que não compreendemos, tem estado diante do fenômeno constantemente nos últimos tempos, obtendo filmagens surpreende
ntes de naves alienígenas e sondas”, disse Akdogan, que é consultor da Revista UFO.
A abertura dos arquivos secretos ufológicos levará a população a conhecer o fenômeno e, assim, a ter consciência de suas reais características.
– A. J. Gevaerd
Outro momento de grande expectativa da 1ª Cúpula Ufológica Mundial foi a participação especial do autor e conferencista suíço Erich von Däniken, autor de dezenas de obras que se tornaram sinônimos da pesquisa da presença alienígena no passado da Terra, entre elas Eram os Deuses Astronautas [Melhoramentos, 1978], De Volta às Estrelas [Melhoramentos, 1981] e A Odisséia dos Deuses [Nova Era, 2003]. Däniken, praticamente um ícone da literatura sobre Ufoarqueologia, apresentou novos fatos que descobriu nos altiplanos peruanos, próximos de Nazca, onde estão as famosas linhas que são até hoje consideradas obras de seres extraterrestres. O suíço arrancou fortes aplausos da platéia, extasiada com uma brilhante conferência ilustrada com animações gráficas impactantes. O sucesso de Däniken compensou a ausência do escritor espanhol J. J. Benítez, que não pôde comparecer por problemas de saúde inesperados.
Estigmas e expansão da consciência
Finalizando o registro das atividades deste histórico evento, cabe ainda mencionar a participação de dois outros destacados conferencistas mexicanos, a estigmatizada Elizabeth Sánchez, personagem de vários programas do canal Discovery Channel, e o médico Luis Ortiz Oscoy. Elizabeth apresenta as mesmas chagas de Cristo, que no México é algo visto como um privilégio — para certos ufólogos há uma tênue relação entre os sinais e o Fenômeno UFO, ainda por ser comprovado. Já Oscoy, que desenvolveu habilidades junto a xamãs mexicanos, fez conferência sobre a expansão da consciência e a necessidade do despertar interno. Esta foi, aliás, a tônica do congresso, que pretendia mostrar à platéia, em todas as conferências, a necessidade de um crescimento interior para aceitação da presença alienígena na Terra e sua melhor compreensão. “Estamos num processo definitivo e irreversível que nos levará a um contato com outras inteligências, e é imperativo que busquemos nosso desenvolvimento interior para absorvermos este impacto”, disse o veterano Bob Dean.
A participação brasileira na 1ª Cúpula Ufológica Mundial, embora tivesse o caráter pragmático de mostrar como está ocorrendo a abertura ufológica em nosso país, também deu sua contribuição para o movimento global de conscientização sobre a presença extraterrestre em nosso planeta e a chegada de uma nova era, como propôs no evento seu organizador Jaime Maussán. Para o editor da UFO, a abertura de arquivos antes secretos permitirá a vastas e importantes parcelas da sociedade conhecerem a profundidade e a gravidade do Fenômeno UFO, causando seu inevitável despertar para a questão. “E esse despertar, indiscutivelmente, tem o Fenômeno UFO em seu centro”, disse Gevaerd. De fato, a abertura de muitos países para a questão, como o Brasil, é irreversível e levará a humanidade a outro nível de consciência. A comitiva da Revista UFO presente no evento foi formada pelo editor, pela funcionária pública Gisele Machado Costa, pelo empresário Francisco Pires de Campos [Conselheiro especial] e pela biomédica Vera Fischer Pires de Campos.
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