Se os terráqueos não estão sozinhos no universo e, eventualmente, fizerem contato com uma raça extraterrestre, será que iremos aceitá-los como nossos irmãos galácticos? Esse foi um dos temas do Simpósio 100 Year Starship em Orlando, Flórida, onde discutiram-se questões relacionadas com viagens de seres humanos para sistemas estelares distantes no futuro.
Entre os temas debatidos estavam as considerações filosóficas e religiosas sobre a existência de vida em outros lugares do cosmos. Como a comunidade religiosa reagiria à possibilidade de termos alienígenas em nosso meio?
“Depende do que você entende por comunidade religiosa. Se você está falando sobre os teólogos, saiba que eles, de tempos em tempos, abordam a questão da existência de outros mundos com seres inteligentes como parte da criação de Deus. Acredite ou não, isso vem acontecendo há 800 anos”, explicou Ted Peters, professor de teologia sistemática no Seminário Teológico Luterano do Pacífico e do Seminário de Graduação Union, ambos na Califórnia.
Anos atrás, o astrônomo e diretor do Observatório do Vaticano, José Gabriel Funes, afirmou que a Igreja Católica não teria problemas com a possibilidade da existência de vida inteligente em outros lugares do cosmos [Veja edição UFO 143]. Em 2010, Guy Consolmagno, um astrônomo do Vaticano especulou que, se os alienígenas existem, eles devem ter almas e se ofereceu para batizá-los [Veja Cientista sênior do Vaticano afirma que ficaria feliz em batizar ETs].
“Os astrônomos acreditam que o universo é composto de 100 bilhões de galáxias, cada uma das quais possui bilhões de estrelas. Muitas dessas – ou quase todas – poderiam ter planetas habitados”, disse Funes. “Como você pode excluir a possibilidade de que a vida se desenvolveu em outro lugar? Do mesmo modo que há uma multiplicidade de criaturas na Terra, pode haver outros seres, até mesmo inteligentes, criados por Deus”, acrescentou. “Isso não contradiz nossa fé, pois não podemos colocar limites à liberdade criadora de Deus. Se consideramos criaturas terrestres como \’irmão\’ e \’irmã\’, por que não poderíamos falar também de um \’irmão extraterrestre\’?” [Veja Astrônomo do Vaticano volta a falar sobre vida alienígena]
Ted Peters, autor do livro UFOs. God\’s Chariots? [UFOs. Carruagens de Deus?] , concorda com Funes. “Eu conheço vários jesuítas que trabalham no observatório do Vaticano e eles são cientistas sérios que estão tentando responder a questão da possibilidade de inteligência extraterrestre”, disse Peters. “Teologicamente, eles acreditam que a criação de Deus é imensa e que outros seres inteligentes seriam criaturas do mesmo Deus que conhecemos, pois só há um Deus”.
A fim de abordar a questão de como as religiões da Terra reagiriam ao contato com uma civilização alienígena, Peters elaborou um questionário que tem sido enviado a diversos líderes religiosos. A conclusão de suas pesquisas indica, segundo ele, que “os religiosos estão muito mais dispostos a louvar a Deus juntamente com um alienígena do que poderíamos esperar”.
Ainda segundo o resultado preliminar de sua pesquisa, Peters afirma que “as pessoas de muitas denominações diferentes, acreditam que a realidade da vida extraterrestre não faria mal à sua fé”. (Gospel Prime)
Encontrar ETs poderia mudar as religiões para sempre
A descoberta de alienígenas inteligentes seria estonteante em muitos aspectos, mas pode representar um dilema especial para as religiões do mundo. Os cristãos, em particular, podem ser afetados mais fortemente por notícias assim, porque o sistema de crença cristã não permite facilmente outros seres inteligentes no universo.
Fica a pergunta “Jesus morreu por aliens também?”. De acordo com o cristianismo, o evento histórico há cerca de dois mil anos era para salvar toda a criação divida. Imagine o dilema…
Veja como vai o debate: se toda a criação inclui 125 bilhões de galáxias com centenas de bilhões de estrelas em cada uma, como os astrônomos pensam, então o que aconteceria se algumas dessas estrelas tivessem planetas com civilizações avançadas também? Por que Jesus Cristo veio à Terra, de todos os planetas habitados no universo? Para salvar os terráqueos e abandonar o resto das criaturas de Deus?
Um professor de filosofia da Ruhr-University Bochum, Christian Weidemannof, se autodescreve como cristão protestante e sugeriu algumas soluções possíveis. Talvez os extraterrestres não sejam pecadores, como seres humanos, e portanto não precisem de salvação. No entanto, o princípio da mediocridade – a idéia de que o seu exemplo é mais provável, a menos que você tenha provas em contrário – lança dúvidas sobre isso.
“Se existem seres inteligentes extraterrestres, é seguro assumir que a maioria deles são pecadores também”, disse Weidemann. “Se for assim, Jesus irá salvá-los também? Provavelmente não. Então, a nossa posição entre os seres inteligentes no universo seria muito excepcional”.
Outra possibilidade é a de que Deus encarnou várias vezes, enviando uma versão de si mesmo para salvar cada planeta habitado separadamente. No entanto, com base nas melhores estimativas de quantas civilizações poderíamos encontrar no universo e por quanto tempo os planetas e as civilizações são esperadas para sobreviver, encarnações de Deus teriam que estar em cerca de 250 lugares simultaneamente em um dado momento, assumindo que cada encarnação levou cerca de 30 anos.
Se Deus realmente se tornou corpóreo e tomou forma humana quando Jesus Cristo nasceu, as várias reencarnações não teriam sido possíveis. Embora a descoberta de inteligência extraterrestre provavelmente estimule um profundo exame de consciência nas pessoas de todas as crenças, muitas d
as religiões do mundo podem facilmente se acomodar ao conhecimento do que ao cristianismo.
Isso parece ser um problema somente para o cristianismo. No Islã, por exemplo, Maomé era um profeta, ou mensageiro de Deus, não Deus encarnado. Por isso, profetas adicionais poderiam simultaneamente visitar outros planetas para salvar espécies extraterrestres.
Em última análise, no entanto, a descoberta de alienígenas inteligentes não é suscetível de constituir uma grave crise para o cristianismo. Afinal, a religião já sobreviveu a desafiadoras revelações científicas antes.
Para Hoffmann, a religião é essencialmente conservadora. “Você pode colocar quase qualquer coisa sob o seu nariz que ela não vai dar bola”. (Patricia Herman/Hypescience)
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