Ainda em nosso país, quatro anos depois do famoso Caso Vasp, seria a vez de nossos militares encontrarem UFOs – um monte deles! Era a noite 19 de maio de 1986, que acabou entrando para a história da Ufologia Brasileira como a Noite Oficial dos Discos Voadores. Naquela data, nosso espaço aéreo foi literalmente invadido por 21 objetos voadores não identificados, numa agitação tão grande que forçou o ministro da Aeronáutica a vir a público e reconhecer oficialmente o fenômeno. O brigadeiro Octávio Moreira Lima prometeu ao país que em 30 dias liberaria um relatório dos fatos, mas isso jamais aconteceu. A promessa é até hoje lembrada e cobrada, mas nossas autoridades sempre negam as solicitações, escondendo do público a verdade sobre o fenômeno.
Os incidentes que marcaram a Noite Oficial tiveram início às 21h10, quando vários focos de luz foram observados pelos passageiros de um avião Xingu que voava de Brasília a São José dos Campos (SP), pilotado por Alcir Pereira da Silva e tendo a bordo o então presidente da Embraer Osíris Silva. Apenas dois dias após o incidente, apesar de Moreira Lima não honrar o compromisso assumido, os ufólogos ficaram sabendo que 21 objetos estavam sendo detectados naquela noite, praticamente entupindo as telas de radar que cobriam o tráfego aéreo dos principais aeroportos e aerovias do país.
Um dos pilotos enviados ao encalço dos objetos era o capitão Márcio Brisolla Jordão. Ele declarou que, quando estava se dirigindo para a área de busca de São José dos Campos, foi recebendo informações do radar. “Soube que havia de 6 a 8 pontos luminosos a minha frente a cerca de 18 milhas [Cerca de 30 km]”. Outro militar envolvido na perseguição era o tenente Kleber Caldas Marinho. “Eu estava acima de 1.000 km/h e não consegui identificar, nem muito menos me aproximar daqueles pontos luminosos”, declarou em rede nacional. Para Moreira Lima, o que ocorreu fugiu ao controle. “Os radares detectaram mais de duas dezenas de objetos não identificados na área de São Paulo, São José dos Campos e Rio de Janeiro a ponto de saturá-los”, admitiu antes de fazer sua promessa.
Moreira Lima prometeu em relatóriodos fatos de 19 de maio de 1986 à Nação, mas Osíris Lima Silva, que estava a bordo do Xingu, chegou a perseguir o UFO próximo a São José dos Campos (SP). O ministro ainda informou que foi determinada a decolagem das aeronaves de defesa aérea para interceptar esses objetos em conseqüência do problema que os objetos poderiam causar ao fluxo de tráfego aéreo. “Um dos pilotos chegou a enquadrar um desses objetos, mas apenas viu algo colorido e não identificando o que se tratava”, disse. Ozires Silva, envolvido no acidente desde o início, por estar a bordo do Xingu que involuntariamente entrara na área dos acontecimentos, também deu importantes informações sobre o fato. Embora grande piloto, Silva era passageiro naquele vôo, mas quando soube o que estava acontecendo, pediu ao comandante Alcir o controle da aeronave e começou a perseguição dos UFOs. “Eu segui na direção dos objetos e, na medida que me aproximava, notei que eles estavam a uma altitude bem menor que a minha. Nesse momento, observei que um deles tinha uma estrutura bem mais alongada e uma cor fluorescente. Eu o circulei por diversas vezes olhando para baixo, mas não sei dizer o que era aquilo”.
UFO Gigantesco no Sul — Silva não seria o único brasileiro a ter a sorte de estar frente a frente com um UFO nos céus. O gaúcho Haroldo Westendorff também teve essa oportunidade, noutro importante caso para a Ufologia Brasileira. Às 10h15, do dia 05 de outubro de 1996, o piloto e empresário Westendorff estava pilotando seu próprio avião monomotor Tupi, prefixo PT-NTH, sobre a cidade de Pelotas a região da Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul, quando deparou com um enorme UFO cônico. “Estava voltando ao aeroporto quando deparei com um objeto enorme. Sou piloto desde os anos 70 e sei muito bem que aquilo não era um balão meteorológico”, afirma Westendorff.
Segundo suas informações, o objeto tinha uma base do tamanho de um estádio de futebol, como o Beira Rio, em Porto Alegre (RS). Media cerca de 100 m de diâmetro e de 50 a 60 m de altura. Tinha a forma de um cone, com os vértices arredondados, e o empresário percebeu que poderia acompanhá-lo por algum tempo. “Por 12 minutos permaneci voando ao redor do UFO, a uma distância de aproximadamente 100 m. Dei 3 voltas ao redor da nave e pude observar seus detalhes. Ela era feita de algo parecido com metal, tipo um latão envelhecido. Tinha a parte inferior lisa e 8 vértices, cada um com três saliências, como bolhas”. A nave girava e se deslocava em direção ao mar, forçando o Westendorff a voar a 100 km/h e a 1.800 m de altitude para acompanhá-la. Durante o tempo em que permaneceu ao redor do UFO o piloto não percebeu nenhum movimento da nave que pudesse indicar uma reação hostil. De repente, no entanto, a parte superior do objeto se abriu e dali saiu um disco voador em posição vertical, que em seguida se inclinou 45º e disparou para cima numa velocidade impressionante.
“Pensei em dar um mergulho com o avião sobre a abertura da nave, para ver o que havia dentro, mas desisti quando daquela abertura surgiu uma coluna de raios avermelhados e ondulantes. Assustei-me e me afastei para cerca de 200 m da nave. Nesse momento, aquele objeto enorme subiu na vertical, numa velocidade fora do comum, sem fazer vento ou ruído”. Tão logo se encontrou com o objeto, Westendorff ligou pelo celular para sua esposa, mas não conseguiu relatar o que via, pois estava tomado por uma gagueira. Depois se comunicou por rádio com a sala de controle da Infraero do Aeroporto de Pelotas, sendo atendido pelo operador Airton Mendes da Silva. “Olhei para fora da sala e vi no horizonte um objeto na forma de um triângulo acinzentado, com as bordas arredondadas”, declarou Silva. Também observaram o UFO os auxiliares de serviços portuários Gilberto Martins dos Santos e Jorge Renato S. Dutra. Santos afirmou que o objeto parecia, a olho nu, do tamanho de uma torre de alta tensão. “Desconheço aeronave na Terra que se desloque no sentido vertical, como aquele objeto antes de desaparecer entre as nuvens”. Dutra também foi categórico: “Nunca tinha visto um monstro daquele tamanho voando”.
No dia 16 de novembro de 1996, um avião Tucano T-27 da Esquadrilha da Fumaça, pertencente à Força Aérea Brasileira (FAB), caiu no mar na cidade de São Vicente, no litoral paulista, logo após perder sua asa direita enquanto realizava algumas evoluções num show aéreo. Este acidente foi filmado por um cinegrafista que curiosamente registrou um estranho objeto de formato esférico, medindo aproximadamente um metro de diâmetro, passando bem perto da aeronave apenas cinco segundos antes da asa se partir. Aquele estranho objeto se movia a uma velocidade três vezes superior a do Tucano. Segundo o piloto Renato de Castro Barreto Filho, que pilotava a aeronave e salvou-se com um pára-quedas, ele
não teria chegado a observar o misterioso objeto durante o vôo.
Acidente Trágico — A explicação oficial da FAB para a queda da aeronave da Esquadrilha da Fumaça, cuja asa ao cair matou uma criança na praia, foi a de fadiga no material da fuselagem – embora em 40 anos de atividades os aviões da esquadrilha nunca tivessem tido esse tipo de problema. É importante lembrar também que esses Tucanos passam por inspeções rigorosas periodicamente, excluindo ou minimizando problemas como fadiga de ligas metálicas. Não se pode afirmar com certeza que o objeto não identificado tenha sido responsável pela queda do avião, mas é bem provável que sua passagem próxima a asa possa ter danificado de alguma forma sua estrutura, e assim, indiretamente, causado a trágica queda. Esses são apenas alguns registros envolvendo aproximação de UFOs a aeronaves terrestres, entre milhares que existem. Um número imensamente maior de casos já ocorreu e continua acontecendo, mas infelizmente não são divulgados pelos pilotos civis e militares que passam por tais experiências, por motivos diversos. Isso é uma lástima porque casos do gênero, envolvendo testemunhas tão qualificadas tecnicamente, agregam credibilidade à Ufologia perante a opinião pública. Desta forma, só resta aos ufólogos continuar atentos e de olhos no céu, já que o tráfego parece intenso e não é apenas por aeronaves construídas com nossa tecnologia.
Wallacy Albino é coordenador do Grupo de Estudos Ufológicos da Baixada Santista (GEUBS) e consultor da Revista UFO. Seu endereço é: Rua Manoel Fernandes Júnior 157, Jardim Ideal, 11410-110 Guarujá (SP). E-mail: geubs@uol.com.brMAIS INFORMAÇÕES: