Em 13 de março de 1997 ocorreu o caso que ficou mundialmente conhecido como as Luzes de Phoenix. Nos dias que se seguiram, a imprensa norte-americana discutiu incessantemente o evento e muitos vídeos gravados pelas testemunhas foram exibidos. Autoridades se envolveram e de tempos em tempos surgiram novidades a respeito desse que é um dos casos mais importantes da Ufologia mundial.
De acordo com Richard Motzer, investigador de campo da MUFON para o Estado do Arizona, informes a respeito de uma formação de luzes se movendo em direção a cidade de Prescott começaram a chegar por volta das 20h00. Segundo testemunhas, o formato variava entre um V e um triângulo. Mas elas não viam luzes, apenas uma imensa forma em V que bloqueava a luminosidade das estrelas. O caso imediatamente tornou-se conhecido ao ser noticiado no programa de rádio Coast to Coast, de Art Bell.
Ante informações de que inúmeras testemunhas obtiveram gravações do fenômeno, Richard Motzer passou a procurá-las. A maioria absoluta dos vídeos havia sido feita na área próxima a cidade de Phoenix, exibindo uma formação de luzes que aparentemente estavam sobre a cadeia de montanhas denominada Estrella. O que Motzer destaca é o fato de que o número de pessoas que observaram as luzes sobre as montanhas, a partir de Phoenix, é inferior ao daquelas que testemunharam a enorme formação em V, que estavam mais no interior, fora da região urbana.
Motzer afirma que muitas destas testemunhas estavam entre 08h00 e 08h30 olhando para o céu, a fim de observar a passagem do cometa Hale-Bopp, pois era considerado o melhor horário para isso. Entretanto, as redes de televisão já exploravam à exaustão os vídeos mostrando as luzes sobre Estrella. A confusão começou quando foram associados à formação em V. É muito importante frisar que os avistamentos a partir da cidade de Phoenix foram todos ao redor de 10h00, bem depois das observações da formação em V. E, na maioria dos vídeos obtidos em Phoenix, o número de luzes variava.
O pesquisador da Mufon descobriu que muitas pessoas viam essas luzes sobre as montanhas há meses. Ao mesmo tempo sabia-se que naquela direção fica o Campo de Tiro de Gila Bend e nos dias que se seguiram ao incidente a Guarda Nacional afirmou que no dia 13 de março de 1997 realizou treinamentos com flares, dispositivos pirotécnicos lançados de aviões, e que, descendo com paraquedas, eles podem iluminar boas porções do solo. De fato, algumas testemunhas descreveram precisamente esse efeito.
Motzer destaca que o comportamento das luzes em quase todos os vídeos é consistente com o de flares e os militares confirmaram que costumavam ser lançados precisamente no horário das filmagens. Algumas destas, obtidas com maior proximidade, até exibem a fumaça que sai desses sinalizadores. A luz que emitem é tão intensa que podem ser vistos até a 80 km de distância. Quando ocorre a ignição dos flares, o ar é aquecido e sobe, ficando sob os paraquedas e retardando sua descida. Quando o calor diminui, o dispositivo começa a descer mais rápido e sua velocidade horizontal depende dos ventos, exibindo então um comportamento que é consistente com os vídeos.
Em um caso tão rumoroso, não poderia faltar o que se pode descrever como tentativas de desinformação ou acobertamento. A Base da Força Aérea Norte-Americana de Luke divulgou nada menos de quatro explicações para o evento: a esquadrilha dos Blue Angels (o esquadrão de demonstração da Marinha norte-americana), chegando da Base de Nellis em Nevada; um esquadrão de aviões de ataque A-10 em missão de treinamento noturna, regressando a Tucson; nada que pertencesse a seus quadros; e um avião privado voando em um corredor de tráfego aéreo restrito, puxando uma formação de luzes. Conforme Motzer destaca, a Guarda Nacional manteve a versão dos flares, mas a Base de Luke apresentou quatro histórias.
O próprio governador do Arizona na época, Fife Symington, primeiro foi acusado de tentar acobertar o evento, organizando uma brincadeira em uma entrevista coletiva, quando alegou haver prendido o responsável pela confusão. A seguir, entrou uma pessoa com uma fantasia de alienígena, que logo foi revelada como um de seus assessores. Contudo, uma década depois Symington comunicou que ele também, desde sua casa no subúrbio da cidade, havia visto a imensa formação em V que obscurecia as estrelas. A representante municipal na época, Frances E. Barwood, realizou uma verdadeira cruzada a fim de desvendar o caso e cobrar explicações, contudo seus esforços foram tolhidos por pressões e até ameaças que relata haver sofrido.
Seja como for, o caso das Luzes de Phoenix tornou-se famoso justamente devido às filmagens dos flares, como rapidamente os identificou até mesmo o físico ótico e especialista Bruce Maccabee. Quanto ao verdadeiro mistério, a identidade do misterioso e imenso objeto com a forma de V que passou lentamente por residências nos arredores da ciade, a investigação continua.
O programa de Art Bell discutiu as Luzes de Phoenix
Um dos documentários mostrando o objeto triangular ou em V
O ex-governador Fife Symington descreve sua experiência
Alegado vídeo do objeto em forma de V
Saiba mais:
Livro: UFOs: Arquivo Confidencial
DVD: As Luzes de Phoenix