A nave Dawn da NASA, em órbita do planeta anão Ceres, principal corpo do Cinturão de Asteroides entre Marte e Júpiter, sofreu uma falha logo após acionar o propulsor iônico em 30 de junho, a fim de baixar sua altitude para a terceira órbita científica. Após o surgimento do problema a sonda entrou em modo de proteção, causando a imediata intervenção dos especialistas da agência espacial.
Após analisarem o problema, os técnicos descobriram que se tratava de uma anomalia no sistema mecânico de direcionamento do motor iônico número 3. A Dawn tem três propulsores desses, que funcionam por meio de campos magnéticos. Eles aceleram gases ionizados, no caso xenônio, proporcionando um impulso unitário mutio fraco, porém constante ao longo de semanas ou meses, capaz de imprimir grandes velocidades à nave. É utilizado um motor de cada vez, e após testes com o propulsor número 2, entre 14 e 16 de julho, a nave foi liberada para proseguir com sua missão.
A Dawn precisará de cinco semanas para passar de sua segunda órbita de observações científicas, a 4.400 km de distância de Ceres, para a terceira, a 1.500 km. A nave foi lançada em setembro de 2007, e entre julho de 2011 e setembro de 2012 estudou o asteroide Vesta, de 530 km. Em março de 2015 a Dawn chegou a Ceres, que tem 950 km de diâmetro, tornando-se a primeira nave a orbitar um planeta anão, e a primeira a orbitar dois corpos celestes que não são a Terra e a Lua. Acredita-se que os dois pequenos mundos sejam vestígios da formação do Sistema Solar, e suas observações podem revelar muito a respeito de nossas origens. Espera-se ainda que a nave possa ter uma melhor visão da intrigante cratera de 90 km de diâmetro, onde foram fotografadas regiões muito brilhantes, provavelmente depósitos de gelo. A Dawn ainda se aproximará mais de Ceres, sendo sua última órbita científica a somente 375 km da superfície do planeta anão. A missão segue até pelo menos junho de 2016.
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