Aos poucos a NASA vai revelando mais informações a respeito de Plutão, após o histórico sobrevoo da nave New Horizons. O envio dos dados obtidos é lento, a uma taxa de 2 kilobits por segundo, e o doanload dos dados compactados só deve terminar no final do ano. A totalidade das informações a respeito da passagem, porém, só terão sido enviadas por completo no final de 2016. Nesse meio tempo, a agência espacial publicou a imagem de uma segunda cadeia de montanhas na Região de Tombaugh, a grande área clara com formato aproximado de um coração, com 2.000 km de extensão.
Os picos mais altos do local se erguem a 1,6 km de altitude, se situam a oeste da Planície Sputnik, e a 110 km a noroeste da formação montanhosa revelada anteriormente. A primeira formação, aliás, cujas maiores altitudes chegam a 3,2 km, foi batizada como Montes Norgay, em homenagem a Tenzing Norgay, o guia sherpa que, ao lado de Edmund Hillary, realizou a primeira escalada até o pico do Monte Everest, em 1953. Todos esses nomes dados a acidentes geográficos de Plutão ainda precisam ser oficialmente aprovados pela União Astronômica Internacional (IAU). De fato, a equipe da New Horizons sugeriu diversos nomes, indo desde famosos cientistas e naves e missões espaciais, até personagens e lugares da ficção, para batizar características geográficas de Plutão e sua grande lua Caronte.
A foto, que ilustra este texto, exibe a complexidade da superfície da região, demarcada claramente em áreas escuras e com mais sinais de crateras, e as regiões plantas além das montanhas. Espera-se para breve que dados de espectroscopia permitam identificar os elementos presentes nessas regiões. A região lisa da Planície Sputnik, sem sinal de crateras, comprova que o terreno é muito jovem geologicamente, com idade estimada pelos geólogos em 100 milhões de anos ou menos. O material escuro ao lado, contudo, tem provavelmente bilhões de anos de idade. A foto mostra detalhes de 0,8 km de extensão, e foi obtida a uma distância de 77.000 km. Como a New Horizons aproximou-se até 12.500 km da superfície de Plutão no histórico sobrevoo de 14 de julho último, espera-se para breve imagens ainda mais impressionantes.
REVELANDO AS MENORES LUAS DE PLUTÃO
A NASA também divulgoou imagens de Nix e Hydra, duas das menores luas de Plutão. A New Horizons obteve a imagem da primeira a uma distância de 165.000 km, ao passo que estava a 231.000 km da segunda quando tirou a foto. Os satélites têm formato irregular e Nix, mais avermelhada e com uma nítida mancha mais escura, mede cerca de 42 por 36 km, ao passo que Hydra, acinzentada, tem 55 por 40 km. A região mais vermelha de Nix aparentemente delimita uma cratera, enquanto Hydra parece ter duas dessas formações. Esta última também exibe regiões mais claras e outras mais escuras. As outras duas luas de Plutão são Jerberos e Styx, ainda menores, e suas imagens obtidas em 14 de julho deverão ser enviadas por volta de outubro. Plutão foi descoberto em 1930, e Caronte, sua maior lua, somente em 1978. O telescópio espacial Hubble detectou as luas menores, Nix, Hydra, Kerberos e Styx, entre 2005 e 2012.
Visite o site oficial da missão New Horizons
Confira imagens da missão New Horizons
Veja um infográfico produzido com as informações já divulgadas
Vídeo sobre a New Horizons e outras missões pioneiras aos planetas
Vídeo mostrando como mudou nossa visão de Plutão
Confira neste link alguns dos nomes propostos para batizar locais de Plutão e Caronte
Plutão e Caronte são corpos muito diferentes
NASA libera mais imagens de Plutão e seu sistema
Saiba mais:
Livro: Dossiê Cometa
DVD: Pacote NASA: 50 Anos de Exploração Espacial
Veja em 50 Anos de Exploração Espacial os momentos mais emocionantes da trajetória da NASA, desde o primeiro homem em órbita até as missões do ônibus espacial. A série contém ainda detalhes do funcionamento de satélites espiões, do desenvolvimento da Estação Espacial Internacional e da implantação do telescópio Hubble. Conheça a verdadeira razão de não voltarmos mais à Lua e descubra que o destino agora é Marte, Vênus, Júpiter e mundos além do Sistema Solar, e quais são os planos da NASA para alcançá-los.