A teoria, apresentada pelos astrônomos do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), Konstantin Batygin e Mike Brown, teve uma enorme repercussão no mundo todo. Conforme alertamos na matéria anterior, repetimos que o mundo ainda teórico absolutamente nada tem a ver com Nibiru e outros fantasiosos corpos que os mistificadores afirmam existir no Sistema Solar. Caso exista, o Planeta 9 nunca se aproxima do Sol mais do que 200 Unidades Astronômicas (1 AU é a distância médita entre Terra e Sol, certa de 150 milhões de km). Logo, não teria absolutamente qualquer influência sobre a Terra.
Alguns especularam que esse pode ser o astro responsável por ciclos de extinções em massa na Terra, que em média ocorreram, nos últimos 250 milhões de anos, a cada 27 milhões de anos. Existem especulações de que um imenso planeta desconhecido, por vezes denominado Planeta X, ou uma estrela chamada Nêmesis, talvez uma anã marrom, pudessem deslocar gravitacionalmente cometas, asteroides e outros objetos da Nuvem de Oort. Um astro como esse já teria sido localizado há tempos, devido à sua emissão infravermelha, logo é muito improvável que exista. Quanto ao Planeta 9, ele simplesmente não se aproxima o suficiente da Nuvem de Oort para causar esse efeito, visto que está a cerca de 5.000 AU do Sol. O máximo afastamento calculado para o hipotético mundo está entre 600 a 1.200 AU.
O diretor de Ciência Planetária da NASA, Jim Green, que lembrou ser o Planeta 9 ainda uma teoria, comentou: “O artigo de 20 de janeiro do Astronomical Journal está abastecendo nosso interesse em exploração planetária e incentivando um debate que é parte do processo científico. É somente o início de um processo que pode levar a um extraordinário resultado”. Outros comentários foram feitos por Seth Shostak, cientista sênior do SETI, o projeto de busca por inteligência extraterrestre. Ele de novo alertou contra a farsa de Nibiru, lembrando que seus proponentes alegam que tal mundo se aproxima da Terra causando terremotos, tsunamis e outras catástrofes naturais. Shostak lembrou que Júpiter está 40 vezes mais próximo da Terra que a posição calculada do ainda teórico Planeta 9, e mesmo assim não causa qualquer desses efeitos.
COMPROVANDO QUE SISTEMA SOLAR SE ASSEMELHA A OUTROS NO UNIVERSO
Seth Shostak comentou que o Planeta 9, se existir, está tão distante que, se pudéssemos colocar nele um telescópio, tal instrumento poderia utilizar o Sol como uma lente gravitacional, permitindo uma visão do Universo superior a qualquer telescópio, em terra ou no espaço, existente hoje. Além disso, afirmou que caso seja encontrado, e confirmado como uma super-Terra, então irá comprovar que o Sistema Solar é ainda mais semelhante a outros Universos afora, onde existem tais mundos, do que se pensava. Shostak finaliza: “Nosso Sistema Solar então seria como muitos que já descobrimos e, se não é tão especial, então não existe razão para suspeitar que a biologia que nele existe seja também tão especial, havendo também em outros mundos lá fora”.
O artigo de Konstantin Batygin e Mike Brown foi publicado no The Astronomical Journal
Confira um infográfico do proposto Planeta 9
Vídeo do Caltech sobre a teoria que defende o novo planeta
Jim Green, diretor de Ciência Planetária da NASA, fala sobre o Planeta 9
E o fim do mundo novamente não aconteceu
Novo objeto pode ser o mais distante corpo do Sistema Solar
Nono planeta do Sistema Solar pode existir, de acordo com astrônomos
Saiba mais:
Livro: Dossiê Cometa
DVD: Pacote NASA: 50 Anos de Exploração Espacial
Veja em 50 Anos de Exploração Espacial os momentos mais emocionantes da trajetória da NASA, desde o primeiro homem em órbita até as missões do ônibus espacial. A série contém ainda detalhes do funcionamento de satélites espiões, do desenvolvimento da Estação Espacial Internacional e da implantação do telescópio Hubble. Conheça a verdadeira razão de não voltarmos mais à Lua e descubra que o destino agora é Marte, Vênus, Júpiter e mundos além do Sistema Solar, e quais são os planos da NASA para alcançá-los.