O astrônomo amador irlandês John Mckeon observava Júpiter em 17 de março, a fim de capturar trânsitos das luas Io e Ganimedes com seu telescópio de 11 polegadas, modelo Schmidt-Cassegrain acoplado a uma câmera ASI120mm, quando conseguiu flagrar o momento em que uma pluma se levanta, no lado direito da imagem. O evento fortuito foi ainda captado na Austria, pelo também astrônomo amador Gerrit Kernbauer, com um telescópio Skywatcher Newton 200/1000. Os dois vídeos estão disponibilizados abaixo, mas o de Mckeon é mais claro.
Ainda não se sabe a natureza do corpo celeste que atingiu Júpiter, mas as suspeitas recaem em cometas e asteroides. O mais provável é que seja do último tipo, simplesmente porque são muito mais numerosos de acordo com Paul Chodas, que comanda o Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra da NASA. Ele acrescenta: “De nosso ponto de vista, isso nos lembra de que impactos em vários locais do Sistema Solar são reais, e Júpiter recebe a maior parte deles. Estamos observando esses fenômenos em Júpiter mais ou menos uma vez por ano, acredito que devido à melhora em nossa instrumentação”. E, como já publicamos, a astronomia permanece como uma das ciências onde os amadores podem dar significativas contribuições.
Outro exemplo de impacto registrado recentemente foi o de 19 de julho de 2009, pelo astrônomo australiano Anthony Wesley, que observou um ponto escuro próximo ao polo sul de Júpiter. O objeto que o causou teve seu tamanho calculado em 500m. Wesley observou outro impacto em 03 de junho de 2010, também registrado por Christopher Go nas Filipinas. Em 20 de agosto do mesmo ano o japonês Masayuki Tachikawa observou o clarão de outro impacto, e mais um fenômeno semelhante foi visto em 12 de setembro de 2012 por Dan Peterson em Wisconsin, Estados Unidos. O mais conhecido impacto em Júpiter, e o primeiro a ser observado em outro planeta, aconteceu entre 16 e 22 de julho de 1994, quando o cometa Shoemaker-Levy 9, fragmentado em vários fragmentos de até 2 quilômetros de extensão.
JÚPITER PROTEGE A TERRA DE IMPACTOS
Sabe-se hoje que o Shoemaker-Levy 9 havia sido provavelmente capturado pela gravidade do gigantesco planeta 20 ou 30 anos antes, e ao atingir certo ponto de proximidade a gravidade o despedaçou. Viajando a cerca de 216.000 km/h, os maiores impactos produziram nuvems de chamas maiores que a Terra, em fotos tomadas por vários instrumentos incluindo o telescópio espacial Hubble. Os impactos deixaram marcas escuras na atmosfera superior de Júpiter, e comprovaram definitivamente as ideias de Eugene Shoemaker, um dos descobridores do cometa, de que impactos cósmicos acontecem regularmente nos planetas. Shoemaker fora um dos especialistas que treinaram os astronautas da missão Apollo em geologia, e também um dos primeiros grandes defensores de uma iniciativa global de monitoramento dos céus, buscando proteger a Terra de impactos. E as mais recentes teorias apontam que Júpiter é essencial para a vida na Terra, atraindo boa parte de objetos que poderiam ser perigosos para nosso planeta.
Confira as teorias sobre impactos de Eugene Shoemaker, parte 1, parte 2, parte 3 e parte 4
Veja o impacto gravado por John Mckeon
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