A Ufologia está em luto pela morte de Betty Hill, personagem do primeiro caso de contato direto com extraterrestres ocorrido nos EUA, que teve realmente repercussão inclusive nos meios científicos. A triste notícia nos foi dada por Alberto Francisco do Carmo, consultor do Centro de Investigações e Pesquisas de Fenômenos Aéreos Não Identificados (CIPFANI). Ainda na última edição de UFO Especial (29), publicamos um material de Roberto Banchs que fala também um pouco sobre a história da abduzida Betty Hill.
O contato foi também descrito no livro Terra – Laboratório Biológico Extraterrestre [Coleção Biblioteca UFO, 1998], de Marco Antonio Petit (nosso co-editor), mostrando que os seqüestros podem representar um trauma. Barney e Betty Hill seguiam de carro para Portsmouth em 19 de setembro de 1961, onde residiam. Pretendiam continuar viajando durante a noite, devido a um alerta do serviço meteorológico relativo à possibilidade de um furacão, pois desejavam estar em casa antes que este chegasse.
Pararam em um pequeno restaurante em Colebroo, situado na região norte de New Hampshire, para fazer uma refeição rápida. Depois seguiram viagem, já que pretendiam estar em seu lar por volta de 02h30. Já ao sul de Lancaster, os dois começaram a observar um objeto que brilhava muito no céu. O aparelho parecia acompanhar o trajeto do carro. Os Hill pararam o automóvel e observaram o UFO através de um binóculo.
Tratava-se de uma nave enorme, de forma discóide, a poucas centenas de metros do solo, apresentando uma cúpula giratória. Betty pôde notar claramente uma fileira dupla do que pareciam ser janelas. Tanto ela como seu marido tiveram a chance de observar através das janelas vários ocupantes do aparelho. Através do binóculo, Barney conseguia ver que alguns dos tripulantes da nave pareciam manejar uma espécie de painel de controle, enquanto o objeto descia lentamente.
Quando a nave pousou, Barney estava fora do carro, enquanto Betty, gritando, insistia para que ele retornasse. Porém seu marido parecia estar hipnotizado pelos olhos de um dos tripulantes do objeto. Sentiu que estava prestes a ser capturado, correu para o carro, Betty deu partida, mas logo em seguida o casal ouviu um estranho som eletrônico, e os dois foram prontamente envolvidos por um estado de sonolência repentina.
Tudo o que aconteceu em seguida ficou bloqueado em suas mentes. Apenas se recordavam de que ouviram um outro som estranho e estavam viajando novamente pela estrada. Só tempos depois é que a amnésia começou a incomodá-los, e procuraram ajuda médica. Haviam perdido aproximadamente duas horas transcorridas naquela noite, das quais nada conseguiam se lembrar. Após sucessivas hipnoses regressivas, realizadas separadamente com Betty e Barney Hill, o doutor Benjamim Simon, um psiquiatra de renome, pôde reconstituir passo a passo os acontecimentos vividos pelo casal.
Ambos tinham sido levados para dentro da nave pelos seres, que pareciam usar uniformes. Barney notou que a criatura que parecia comandar a nave, o único que aparentemente sabia falar inglês, usava um cachecol preto no pescoço, que caía sobre o ombro esquerdo. Segundo o casal, o traço que mais os diferenciava dos humanos da Terra eram os olhos. Barney e Betty Hill foram submetidos separadamente a um exame clínico completo. Examinaram os olhos, orelhas, nariz e garganta de cada um deles. Tiraram amostras dos cabelos, unhas e pele.
Os seres ficaram surpresos quando não conseguiram remover os dentes de Betty, ao contrário do que tinham conseguido com Barney, já que este usava dentadura. Introduziram uma agulha no umbigo de Betty, sendo explicado para ela que se tratava de um teste de gravidez, com uma técnica semelhante que seria utilizada na Terra anos mais tarde. O caso de Betty Hill tornou-se conhecido mundialmente, e a comunidade ufológica sentirá muita falta dessa personagem tão importante da casuística.
Falecimento da famosa contatada americana Betty Hill, seqüestrada por um UFO em 1961
Por Alberto Francisco do Carmo
Noticia-se a morte de Betty Hill que, junto com seu marido Barney Hill, foi seqüestrada em 1961 e levada a bordo de um UFO onde foi submetida a um processo de exame médico. Só que esta parte foi apagada da memória dos dois, lembrando os mesmos apenas do avistamento inicial do objeto voador não identificado. Pesadelos e estranhas reações no casal levaram-nos a um terapeuta que fez uso da hipnose, e a partir daí levantou o que estava por trás de um simples avistamento.
Eram um casal comum, aparentemente bem ajustado. Betty de forma nenhuma pode ser considerada uma alienada, desde que profissionalmente era assistente social, trabalho no qual se aposentou. Em suas entrevistas sempre demonstrou ser “pé-no-chão”. Inclusive não desenvolveu fantasias místicas nem encarava seus captores como “gente fina” em excesso. Dizia que não queria repetir a experiência de jeito nenhum.
O marido, Barney, sobreviveu apenas alguns anos e morreu de câncer no cérebro. Betty viveu bem mais, mas também acabou morrendo de câncer. O caso, além de virar um filme com James Earl Jones e Estelle Parsons (ABC-TV), foi muito bem colocado em livro pelo escritor John G.Fuller com o título de The Interrupted Journey [A Viagem Interrompida, Record, 1966].