Em setembro de 2014, um grande debate sobre vida extraterrestre e as implicações de sua descoberta sobre a humanidade aconteceu na Biblioteca do Congresso Norte-Americano. Organizado por Steven Dick, astrônomo e historiador do Observatório Naval dos Estados Unidos, ex-chefe historiador da NASA e autor de diversos livros sobre vida além da Terra, o evento contou com a presença de diversos especialistas, que debateram como essa grande descoberta alteraria para sempre os rumos da civilização humana.
Vários exemplos do impacto que a descoberta da vida fora da Terra teria foram lembrados. Um dos mais famosos é a transmissão radiofônica da adaptação de A Guerra dos Mundos, romance de H. G. Wells. Adaptada por Orson Welles e transmitida na forma de fictícios boletins jornalísticos em 30 de outubro de 1938 pela CBS, até hoje se discute a real extensão do pânico criado pela narração da invasão marciana. Também são frequentemente recordados no debate o conflito entre os povos que viviam nas Américas e os conquistadores europeus. Porém, no século XIX, comerciantes e nativos no Canadá trabalharam em cooperação, logo há vários exemplos de como podem ser os resultados do contato entre culturas diferentes.
A respeito de formas de comunicação, foi debatido o trabalho de tradutores árabes que, no século XII, mantiveram vivo o conhecimento da antiga Grécia. É provável, então, que mesmo a comunicação indireta seja possível, como a tentada pelo Projeto SETI, de Busca por Inteligência Extraterrestre, porém a maioria dos especialistas concorda que, caso recebamos uma mensagem das estrelas, será necessário um processo envolvendo decifração, interpretação e entendimento. No simpósio organizado por Steven Dick, intitulado Preparando para a Descoberta, foi inclusive debatida a forma como a vida extraterrestre, seja ela simples e microbiana, ou complexa e até mesmo inteligente, seria tratada. O debate envolveu os problemas filosóficos e teológicos de tratar tal questão com o público em geral, e também com os políticos, e há grande preocupação a respeito de como transmitir tal espantosa descoberta.
IMPLICAÇÕES DA REVELAÇÃO DA VIDA EXTRATERRESTRE
Steven Dick comenta: “Há uma questão que chamo de astroética. Como devemos tratar a vida alienígena? Como diferenciar entre micróbios ou inteligência? Em nosso simpósio tivemos um filósofo falando a respeito do status moral de organismos não humanos, falando em relação aos animais na Terra e qual é seu status em relação a nós”. Dick lembra ainda o longo debate a respeito da descoberta de possíveis bactérias marcianas no meteorito ALH 84001, anunciado em agosto de 1996 e motivo de discussão até hoje. Isso é um exemplo de como a descoberta científica não é imediata, devendo todas as suas etapas serem minuciosamente percorridas, sendo esse um exemplo de como a confirmação da existência de vida extraterrestre será um longo processo. E ele afirma também que até mesmo micróbios, se os encontrarmos em Marte ou Europa, alterarão para sempre nossa percepção sobre o Universo e nós mesmos, universalizando o estudo da biologia.
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A humanidade pode não estar pronta para o contato definitivo
Saiba mais:
Livro: Guia da Tipologia Extraterrestre
Há séculos a espécie humana assiste à chegada de estranhos seres geralmente bípedes e semelhantes a nós, que descem de curiosos veículos voadores sem rodas, asas ou qualquer indício de forma de navegação. Quase sempre estas criaturas têm formato humanoide e não raro se parecem com uma pessoa comum, mas com um problema: elas não são daqui, não são da Terra. O que pouca gente sabe é que existem dezenas de tipos deles vindo até nós, alguns com o curioso aspecto de robôs, outros se assemelhando a animais e há até os que se parecem muito com entidades do nosso folclore. O Guia da Tipologia Extraterrestre faz uma ampla catalogação de todos os tipos de entidades já relatadas, classificando-as conforme sua aparência e características físicas diante de suas testemunhas, resultando num esforço inédito para se entender quem são nossos visitantes.