Na tarde do dia 27 de setembro a Revista UFO recebeu e-mail de Rodolfo Schier informando o surgimento de um possível agroglifo na cidade de Prudentópolis, a 200 quilômetros de Curitiba. Em seguida foi recebido também um vídeo pela publicação, enviado pelo senhor Tito Santini, daquela cidade, também mostrando o possível agroglifo. Santini é proprietário da chácara onde o fenômeno se manifestou no ano passado, no dia 06 de outubro, igualmente investigado pela Revista UFO.
Uma análise inicial nas fotos e vídeo recebidos levou à forte suspeita de que o agroglifo fosse verdadeiro, mas isso, é claro, só pode ser avaliado com uma investigação de campo “in loco”, que foi o que fizeram ontem, 28 de setembro, o editor da Revista UFO A. J. Gevaerd e o coeditor Toni Inajar Kurowski. Gevaerd pesquisa os agroglifos há 20 anos, no Brasil e Europa, e acompanhou todas as manifestações do fenômeno no Brasil desde 2008. Kurowski é perito criminal da Polícia Civil no Paraná e vem se especializando na análise das figuras.
Ontem, 28 de setembro, Gevaerd e Kurowski chegaram a Prudentópolis por volta das 10h00 e às 10h30 já estavam na Fazenda Estrela, de propriedade do senhor Eder Renato Rickli, onde estava o agroglifo. Não havia ninguém ali naquele momento. O local está localizado a 6 ou 7 quilômetros do centro da cidade. Para se alcançar o ponto exato, trafega-se pela Linha Esperança, pavimentada, e em seguida pela Linha Galícia, de chão batido. A propriedade fica às margens desta linha e o agroglifo estava a cerca de 200 metros da estrada, parcialmente visível a partir dela.
INVESTIGAÇÃO DE CAMPO
A investigação de campo feita por Gevaerd e Kurowski consistiu em entrar na figura e examinar todos os seus elementos, analisando as características do fenômeno e tentando determinar sua natureza. De imediato se observou que muitos dos padrões encontrados em agroglifos ao longo dos últimos 8 anos no Brasil e nos últimos 40 anos em todo o mundo, considerados legítimos, estavam igual e inequivocamente presentes na figura de Prudentópolis. Também foram colhidas amostras de plantas e de solo, tanto de dentro quanto de fora do agroglifo. Estas serão examinadas em seguida.
Procedeu-se à medição de cada um dos elementos que compõem a figura, que são: um anel externo de um metro de largura por 64 metros de diâmetro, dentro do qual havia ali circunscrito um segundo anel menor e, dentro deste, uma figura que lembra uma flor com seis “pétalas”. Eram elementos alongados de cerca de 20 m de comprimento cada. Todas as pétalas estavam perfeitamente alinhadas com o seu centro, causando uma impressionante vista. O conjunto do agroglifo é exuberante.
Ainda interseccionando o anel externo encontrou-se, em posições simétricas, dois círculos de 8 metros de diâmetro, cada na área ao sul da figura, e um anel de 12,5 metros de diâmetro, na área norte. O agroglifo, por sinal, tinha orientação sul-norte. Neste ponto é bom que se diga que entendemos por “anel” uma circunferência de plantas dobradas, sem que as de seu interior também estejam. E por “círculo” consideramos uma circunferência de plantas dobradas, inclusive com as plantas de seu interior.
CARACTERÍSTICAS DO FENÔMENO
Nos dois anéis externos, no anel que interseccionava o maior e nos dois círculos as plantas estavam dobradas no sentido anti-horário. Já nas pétalas encontrou-se algo de grande complexidade: ali as plantas estavam dobradas paralelamente entre si e de fora para dentro de cada figura, apontando para o centro do conjunto. Porém, nas beiradas à direita de cada pétala, quando observada a partir do referido centro, havia um tufo de 20 a 30 centímetros de plantas dobradas em sentido contrário às demais. Como fazer isso?
A plantação é de trigo e se encontra em estado bem prematuro para colheita, bem verde e vistoso. As plantas têm cerca de um metro de altura e suas espigas estão bem saudáveis. O terreno é praticamente plano, com alguma ondulação entre um ponto e outro, nada de significativo. Cortando toda a enorme figura, que tem um total de 64 metros de diâmetro, há rastros de pneus de trator, o que é absolutamente normal em qualquer plantação. É por ali que se aplica fertilizantes e defensivos nas plantações.
O exame das características e padrões do agroglifo, como já dito, associado à total ausência de sinais humanos, como pegadas, marcas de perfurações, rastros de carros ou de tratores que não os descritos acima etc, levou à conclusão de que se trata de um fenômeno inequivocamente autêntico. Toda a pesquisa se procedeu conjuntamente com análises de anomalias elétricas e magnéticas dentro da figura, usando-se uma bússola e um detector de variação de campo eletromagnético. O resultado em ambos os aparelhos foi negativo. Nenhuma anomalia foi observada nestes aspectos, o que não chega a causar estranheza.
NOVOS ELEMENTOS NO AGROGLIFO
O exame, as análises, as medições e o estudo do agroglifo, já dado como autêntico, durou cerca de 2 horas e foi interrompido ao meio-dia e meia para almoço e contato com pessoas no município. Ao retornarem ao local, às 14h30, ou seja, apenas duas horas depois, Gevaerd e Kurowski tiveram sua atenção atraída pela presença, a cerca de 15 metros da figura, entre esta e a estrada, de novos elementos.
Uma análise destes novos elementos, medição e exames levou à definição de que seriam os números “4&r
dquo; e “3”, formando nitidamente um número “43” composto de figuras retangulares que se juntavam. Isso gerou suspeita de que tal número pudesse ter sido adicionado ao agroglifo original durante as duas horas que os pesquisadores estiveram fora do local. A suspeita se consolida porque estamos às vésperas de eleições e há um político de Prudentópolis, Nene Saviski, que é candidato pelo Partido Verde à prefeitura, justamente com o número 43. Sendo assim, tais novos elementos, mesmo que apareçam nas imagens aéreas, não são dados como parte do agroglifo original e devem ser desconsiderados.
No retorno dos pesquisadores ao local, e então por durante cerca de 3 horas, novas análises e apreciações foram feitas e o agroglifo e entorno foram filmados com um drone Phanton 3 Pro, no qual havia uma câmera embarcada com capacidade de gravação em full HD e 4k. Ambas as modalidades foram usadas para as filmagens e fotos obtidas. O piloto do drone é o empresário de Ponta Grossa Rodrigo Bobek. O valor do serviço, custeado pela Revista UFO, foi de R$ 750,00.
A POSIÇÃO DO FAZENDEIRO
Finalizada a filmagem e todas as demais análises, Gevaerd e Kurowski deixaram o local com destino a Curitiba. No processo, foram surpreendidos com declarações do proprietário, senhor Eder Renato Rickli, de que o agroglifo seria falso. Disse o referido senhor, no que foi citado pela imprensa: “Coisa de quem não tem o que fazer. Eu andei investigando. Vi as câmeras de segurança da BR (rodovia) e vi uma caminhonete. Reconheci a placa. São colegas meus, foi trote. Eles avisaram que iam fazer na minha plantação um dia, assim como fizeram no ano passado”.
As declarações do proprietário são altamente contraditórias, insustentáveis e absurdas, mas já haviam sido em parte antecipadas a Gevaerd no dia 27, quando o editor telefonou ao empresário, que tentou desestimulá-lo de ir a Prudentópolis e fazer a investigação de campo. Sem sucesso. Disse o senhor Rickli na ligação que “eram coisas de amigos que se juntaram e deram um cavalo de pau” na plantação. Disse também não acreditar que houvesse qualquer coisa de extraordinário na figura. O senhor Rickli está enganado e sua atitude está sendo encarada como tentativa de “encerrar o caso”, denegrindo o agroglifo para não ter mais perturbação em sua propriedade, e também porque é cético quanto a estes fenômenos.
CONTRADIÇÕES ÓBVIAS
Suas contradições são óbvias, a começar pelo fato de que o agroglifo estava às margens da Linha Galícia, como já foi dito, a 6 ou 7 quilômetros do centro de Prudentópolis e nada menos do que 20 quilômetros da citada BR-277. Em segundo lugar, sua menção de que viu uma camionete e sua placa em câmeras de segurança não se sustenta, porque simplesmente não há câmeras de segurança naquele trecho da BR-277. E se houvessem, como teria o senhor Rickli acesso a elas em tão pouco tempo? Com a ajuda do DER? Igualmente, a afirmação de que seus amigos foram responsáveis pelo agroglifo de 2015, na propriedade de Tito Santini, igualmente investigada pela Revista UFO na ocasião, é ainda mais descabida, porque o mesmo foi dado como autêntico.
O comentário de que isso é “coisa de quem não tem o que fazer” comprova a postura cética do senhor Eder Renato Rickli, com uma tendência a preconceito quanto o tema. A outros órgãos de imprensa chegou a sugerir que os ufólogos que pesquisam o assunto é quem são os que não têm o que fazer. Esta é uma situação no mínimo bizarra. Temos casos em que proprietários destroem as figuras para prevenir visitas e pesquisas, casos em que eles impedem o acesso a elas etc, mas nunca tivemos o caso de um proprietário denegrir um agroglifo em sua fazenda! Mais detalhes sobre a ocorrência estarão na Revista UFO, em sua edição de novembro.
Confira um vídeo com o sobrevoo do agroglifo e as conclusões da investigação
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Saiba mais:
Livro:
Há mais de 20 anos, plantações da Inglaterra e de outros países têm sido alvos de um estranho fenômeno. Desenhos inexplicáveis e cada vez mais complexos surgem misteriosamente em campos de trigo, cevada, canola, arroz e de outros cereais. Seu autor, Wallacy Albino, é o maior especialista nacional sobre o tema e presidente do Grupo de Estudos Ufológicos da Baixada Santista (GEUBS). O livro, rico em ilustrações, traz informações atualizadas sobre esse que é considerado o maior enigma da atualidade.