Desde o incidente de Roswell, em 1947 — fato que rodou o mundo e ainda hoje rende discussões —, a população do planeta aguarda e pressiona os governos para que digam a verdade sobre os UFOs. Milhões de pessoas têm experiências pessoais com estas naves e todas elas, do mais variados países, recebem de seus governantes apenas indiferença e ironia, salvo algumas exceções. É claro que todos nós, ufólogos, entendemos as razões que amedrontam as autoridades e as impedem de divulgar aquilo que já sabem sobre a realidade ufológica, e não é de hoje que ouvimos muita gente falar que o momento da revelação final se aproxima, sem que ele nunca chegue de fato.
Diante de tal situação, alguns membros da Comunidade Ufológica Mundial chegaram à conclusão de que a única forma de se conseguir algo efetivo em termos de liberação de informações é por meio da conscientização da população sobre a realidade do Fenômeno UFO. Mas isso, obviamente, só é possível divulgando pesquisas e depoimentos em larga escala, de forma que o assunto passe a ser amplamente conhecido e abertamente debatido. E para que se desfaçam as inverdades e distorções criadas pela política de acobertamento, quanto mais credibilidade tiverem aqueles que testemunharem, melhor.
Nosso entrevistado desta edição é um dos mais reconhecidos ativistas da Ufologia Mundial. Poucos homens estão tão próximos do poder quanto ele e têm tamanha possibilidade de mudar para sempre a história da humanidade no tocante à revelação da presença alienígena na Terra. Trata-se do norte-americano Steven Bassett, militante político, lobista, comentarista, conferencista e um dos principais defensores do fim do embargo governamental à realidade ufológica. Como ninguém antes e agora, Bassett luta obstinadamente pela liberação da verdade a respeito da ação extraterrestre no planeta há muitos anos.
Ativista ufológico
Criador e diretor-executivo do Grupo de Pesquisas Paradigma [Paradigm Research Group, PGR] e coordenador do Comitê de Ação Política para o Fenômeno Extraterrestre [Extraterrestrial Phenomena Political Action Committee, X-PPAC], ele é também o criador da série de congressos X-Conferences, que acontece anualmente em Washington, a capital dos Estados Unidos. Bassett já esteve no Brasil duas vezes, em 2012 e em 2013, para o IV e o V Fóruns Mundiais de Ufologia, organizados pela Revista UFO [Veja publicidade do VI Fórum nesta edição].
Ele tomou a decisão de formar PRG em maio de 1996, enquanto trabalhava como voluntário no Programa de Pesquisas de Experiências Extraordinárias [Program for Extraordinary Experience Research, PEER], fundada pelo grande pesquisador John E. Mack. O grupo tinha a chancela da Universidade de Cambridge e estudava o fenômeno das abduções. “Na época, eu estava saindo do PEER e procurava algo novo para fazer. Decidi que iria voltar para Washington e envolver o fenômeno extraterrestre de alguma forma na política de governo dos Estados Unidos. Foi quando criei o PRG e o registrei como entidade lobista na Câmara e Senado do país”, explica nosso entrevistado — em seu país, a função de lobista é legal e regulamentada.
Desde então, Bassett tem ajudado várias organizações e promovido diferentes iniciativas de trabalho no sentido de sensibilizar a opinião pública e convocar audiências no Congresso norte-americano para registrar depoimentos de testemunhas — a maioria delas de ex-militares e de ex-funcionários do governo — sobre seus contatos com naves e seres extraterrestres. Em 1995 ele decidiu colocar sua experiência de 15 anos de consultoria em desenvolvimento de negócios a serviço de questões que envolvam fenômenos relacionados com a vida extraterrestre, e não parou mais. Desde então, concedeu mais de mil entrevistas a programas de rádio e televisão, além de participar de numerosos documentários sobre UFOs, dirigindo-se a milhões de pessoas em todo o mundo.
Iminente revelação oficial
Em suas manifestações públicas, Bassett sempre alerta para a probabilidade de uma iminente revelação oficial da realidade ufológica e sua respectiva implicação. O entrevistado também atua na promoção de um lobby nos meios de comunicação política. Segundo ele, “o objetivo é formar uma estrutura de dimensão suficiente para influenciar significativamente as políticas governamentais e ações que levem, por fim, ao reconhecimento formal da presença extraterrestre”. Foi assim que, em setembro de 2011, por meio do programa governamental We the People [Nós, o Povo] — uma ferramenta que permite que qualquer pessoa ou grupo apresente petições ao governo norte-americano, que obterão resposta desde que alcancem determinado número de assinaturas —, o PRG submeteu uma petição à Casa Branca pedindo que o presidente oficialmente reconhecesse a presença extraterrestre no planeta Terra.
A petição recebeu assinaturas em número suficiente para disparar uma resposta oficial, dada em 04 de outubro de 2011.Nela, no entanto, a Casa Branca alegou que “não há evidências que suportem a afirmação da existência extraterrestre”, e voltou a negar que o governo esteja escondendo informações relevantes sobre o assunto [Veja edição UFO 185. Agora disponível na íntegra em ufo.com.br]. Voltando à carga, de 29 de abril a 03 de maio de 2013, o PRG promoveu o eventoAudiências Públicas sobre Abertura no National Press Club, em Washington.Nele, nada menos do que 40 pesquisadores e testemunhas prestaram depoimentos durante 30 horas, em cinco dias, perante seis ex-membros do Senado e Câmara dos Estados Unidos. Naquela semana, uma grande quantidade de evidências foi apresentada para o Comitê e transmitidapara o mundo em tempo real. Do Brasil, compareceram o editor de UFO A. J. Gevaerd e o conselheiro especial Wilson Picler [Veja edição UFO 202, idem].
Outro assunto discutido na presente entrevista é o papel da ONU em relação ao fenômeno ufológico — Bassett pretende levar às Nações Unidas uma petição para que a comissão criada em 1978 para a pesquisa da presença extraterrestre no planeta finalmente funcione. “Um pequeno país como Granada conseguiu criar a comissão, mas não teve força política para fazer com que ela fosse iniciada. É claro que quem estava por trás da manobra de não permitir sua efetivação eram os Estados Unidos. Em tempos de Guerra Fria, como deixar que a ONU investigasse os avistamentos de objetos voadores não identificados? Isso era inaceitável na época”, disse.
UFOs e mísseis nucleares
Stephen Bassett compara a política com um jogo de xadrez e afirma que segredos e mentiras são uma combinação tóxica e comum na política dos Estados Unidos. Ele pretende convocar uma audiência oficial do Congresso norte-americano para discussão da temática do acobertamento ufológico. Segundo garante, tais audiências são muito importantes dentro dos movimentos políticos, permitindo que decisões sejam tomadas e que o governo reconheça a pressão popular acerca das questões debatidas em tais eventos. Um dos assuntos que mais o preocupa é a ação de UFOs quanto às nossas armas nucleares. “Em meio à Guerra Fria, em várias ocasiões, mísseis atômicos das bases da Força Aérea foram misteriosamente desarmados, como afirmam militares que disseram ter testemunhado as falhas dos bem guardados sistemas”. Segundo Bassett, eles não culparam a URSS, mas sim forças extraterrestres.
Na citada edição de 2013 das Audiências Públicas sobre Abertura, um dos convidados foi o sargento da reserva da Força Aérea Norte-Americana (USAF), David Scott. “Ele disse a todos algo estarrecedor: que nem os Estados Unidos, nem os soviéticos tinham tecnologia, naquela época, para desarmar mísseis uns dos outros”, afirmou o entrevistado. Bassett também relata que outros dois oficiais tiveram experiências semelhantes e as apresentaram nas Audiências: o capitão David Schindele, que alegou que na década de 60 alienígenas bloquearam mísseis em Dakota do Norte, e o capitão Robert Salas, que declarou que os mísseis foram desligados em uma base de Montana [Salas estará no VI Fórum Mundial de Ufologia, em Foz do Iguaçu, em novembro].
Enquanto nos EUA os mísseis nucleares eram desativados por ETs, na então URSS, em 1982, eles foram suspeitos de dar início aos procedimentos de lançamento das armas similares soviéticas, o que fez com que as tropas daquele país entrassem em estado de prontidão.
“Enquanto nos Estados Unidos os projéteis nucleares eram desativados por extraterrestres, na então URSS, em 1982, eles foram suspeitos de dar início aos procedimentos de lançamento das armas similares soviéticas, o que fez com que as tropas daquele país entrassem em prontidão para combater a ameaça alienígena”, declara Bassett, que sabe das coisas. Segundo ele, aviadores norte-americanos que afirmam terem visto UFOs naquela época foram forçados a assinar juramentos de sigilo, nos quais eram obrigados a declarar que jamais avistaram qualquer coisa estranha. Tudo isso, somado, fortalece sua necessidade de combater a política de sigilo, e ele prevê qual é o futuro nesta área: “A exopolítica e a pesquisa do Fenômeno UFO serão ensinadas nas escolas e universidades. Estaremos em um mundo completamente diferente no qual vivemos hoje”. Tomara.
O que é Paradigm Research Group (PRG) e quais são seus objetivos?
Bom, eu o criei em julho de 1996 e ele é o início de tudo. Sendo um ativista e consultor político, queria produzir algo que atuasse de todas as maneiras possíveis para dar um basta no embargo criado pelo governo dos Estados Unidos em relação à presença alienígena em nosso planeta. O PGR representa pesquisadores e ativistas políticos em todo o mundo no campo do fenômeno extraterrestre, tanto em pesquisas quanto em ações ufológicas. Por isso nos chamamos grupo de pesquisa, mas também somos uma organização de ativistas. E ainda temos outros projetos.
E quais seriam estes projetos?
São seis, basicamente. Como a criação de um site dedicado ao fim do embargo ufológico, a concepção de um comitê de ação política para isso e o registro oficial do movimento de lobby dentro dos Poderes Executivo e Legislativo do governo norte-americano para obtermos a revelação ufológica. Mas também queremos fomentar a disseminação de informações ufológicas no país e no mundo, manter anualmente uma conferência exopolítica em Washington, a X-Conference, e criar uma teia mundial de troca de informações, algo que denomino de Rede Exopolítica Mundial.
Quais desses objetivos de sua entidade foram efetivamente alcançados?
Nós já realizamos a X-Conference nos anos de 2004, 2005, 2007, 2008, 2009 e 2010 e o arquivo de mídia da PGR está atualizado desde 2006. Também fizemos a fundação da citada Rede Exopolítica Mundial e da Rede Exopolítica dos Estados Unidos, em 2009. Outra de nossas ações foi criar o Dia do Fundo Mundial da Abertura, em 2010, e o encaminhamento da petição do Projeto Disclosure [Abertura], que vem desde 2011. E Mais recentemente, realizamos as Audiências Públicas sobre Abertura e a criação da Fundação da Audiência Pública, ambas em 2013. É muita coisa, mas ainda há muito a se fazer.
Comitê de Ação Política
Todos esses projetos são realmente importantes, mas muito difíceis de alcançar. E de todos, chama a atenção a criação de um comitê de ação política para tratar da Ufologia. Isso é algo que já existe nos Estados Unidos?
Sim, existe nos mesmos moldes de um Comitê de Ação Política (PAC) normal, apenas acrescentamos a sigla XP na frente, que vem de Exopolítica. Nos Estados Unidos, estes comitês são formados por pessoas com interesses afins e têm como propósito levantar fundos e gastá-los para eleger ou derrotar candidatos a cargos políticos. Para você ter uma ideia, um PAC pode doar até 150 mil dólares para um candidato, em uma eleição. É um tipo de verba de campanha. Agora, imagine se conseguirmos esse tipo de PAC para a Ufologia. Apenas que neste caso, não seriam apoiados candidatos a cargos públicos, mas sim projetos científicos voltados à pesquisa ufológica.
Seria uma verba muito bem vinda para a Ufologia. Que outras consequências a instalação de um PAC assim teria?
Nós defendemos o estabelecimento de um diálogo político e científico sobre os UFOs, com o intuito de facilitar o engajamento de membros do governo e da comunidade acadêmica, dando apoio proativo e irrestrito para a comunidade ufológica quando essa quiser levar testemunhas às audiências públicas do Congresso para darem seus depoimentos. Defendemos, também, a anistia a todos os militares e funcionários do governo que de alguma forma estiveram envolvidos com o acobertamento ufológico desde 1947, para que possam falar abertamente o que sabem, sem represálias. Outro ponto diz respeito ao compromisso da comunidade científica em reforçar laços internacionais, com a finalidade de garantir que todas as evidências ufológicas sejam tratadas com a mesma importância, aumentando a capacidade de obtermos e cobertura da mídia e criarmos uma fundação para estudar os impactos da abertura ufológica, quando ela ocorrer de forma ampla.
A maior conquista do PGR até agora foram as Audiências Públicas sobre Abertura, que você promoveu em Washington no ano passado?
Sem sombra de dúvidas. De 29 de abril a 03 de maio de 2103, pesquisadores, ativistas, testemunhas militares, agentes do governo e políticos representando mais de 10 países deram seus testemunhos em Washington para seis ex-congressistas dos Estados Unidos. Eles relataram suas experiências e trouxeram evidências que confirmaram a presença extraterrestre junto à raça humana. E aproveito para agradecer a presença de A. J. Gevaerd e de Wilson Picler, da Diretoria da Revista UFO, no evento. O Brasil esteve muito bem representado por eles.
Marco na Ufologia Mundial
Você considera as Audiências Públicas sobre Abertura, realizadas em Washington, um marco na Ufologia Mundial?
Sim, foi um evento sem precedentes em termos de tamanho, escopo e envolvimento de ex-membros do congresso dos Estados Unidos, principalmente. Em minha opinião, foi o acontecimento que teve o maior número de evidências extraterrestres já apresentadas na história [Veja edição UFO 202, agora disponível na íntegra em ufo.com.br].
Para que nossos leitores fiquem mais familiarizados com estas Audiências Públicas, poderia descrever como ocorreram?
Claro, e vamos começar com os números: as Audiências Públicas levaram a Washington 40 testemunhas de 10 países, que se apresentaram no Clube Nacional da Imprensa durante uma semana, em maio de 2013. Elas relataram em detalhes suas experiências, sejam de pesquisas ufológicas, sejam de avistamentos e contatos com naves e seres. Foram 30 horas falando perante um comitê de seis ex-congressistas norte-americanos, tudo transmitido ao vivo a um enorme público e muitos membros da imprensa presentes. Nós tínhamos seis objetivos estratégicos com esse evento: minar a declaração da Casa Branca, feita em 04 de novembro de 2011, de que havia completa ausência de evidência da presença extraterrestre, solicitar que o Congresso dos Estados Unidos realize audiências sobre o assunto e motivar a mídia a investigar adequadamente o fenômeno. Também pretendemos alertar as autoridades do país para o fato de que elas correm o risco de não serem as primeiras a divulgarem a verdade sobre os UFOs, aumentar a consciência popular sobre o movimento de abertura em todo o mundo e provocar a ONU para que ela cobre a abertura ufológica também de seus países membros. A finalização dos objetivos pode levar anos, mas o importante é que começaram — nosso próximo passo é sermos mais ativos junto às Nações Unidas.
Nós defendemos a anistia a todos os militares e funcionários do governo que de alguma forma estiveram envolvidos com o acobertamento ufológico desde 1947, para que possam agora falar abertamente o que sabem, sem represálias de qualquer espécie.
Qual é a importância de a ONU se engajar na questão ufológica?
A última vez que a Organização das Nações Unidas se envolveu com o tema, nos anos 70, foi por iniciativa de Granada, um pequeno país do Caribe. Foi pedido por ele que se criasse um órgão dentro das Nações Unidas para investigar de forma científica o Fenômeno UFO. Uma decisão favorável a isso foi aprovada na 87ª Reunião Plenária da Assembleia Geral, de número 33/426, em 18 de dezembro de 1978. Na ocasião, a Assembleia criou uma comissão para tratar do assunto, mas que nunca saiu do papel. Nós acreditamos que está na hora de nos reaproximarmos das Nações Unidas. O PRG criou uma fundação para angariar verba com o objetivo de finalmente dar início a essa comissão. Esperamos com isso que a imprensa mundial dê atenção à iniciativa e faça pressão sobre o Congresso dos Estados Unidos, impelindo-o a agir.
Em sua opinião, por que a comissão proposta por Granada nunca funcionou na época?
Ela nunca funcionaria. Os Estados Unidos jamais iriam permitir que a ONU investigasse casos ufológicos em meio à Guerra Fria. Imagine como ela iria investigar uma queda de UFO, por exemplo, na Rússia? Iriam deixar agentes norte-americanos entrarem lá? Nunca! Hoje essa situação mudou e é hora de insistir nisso.
Você esteve no V Fórum Mundial de Ufologia (II UFOZ), realizado pela Revista UFO em Foz do Iguaçu, em 2013, e lá assinou, em conjunto com demais palestrantes, uma carta dirigida ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil pedindo que o país tomasse a frente nos assuntos ufológicos na ONU. Qual a importância dessa ação?
Foi algo sensacional. Nunca antes um grupo de pesquisadores, no caso a Comissão Brasileira de Ufológicos (CBU), tinha tido essa ousadia. Pode parecer pouco para muitos, mas significa muito para muitos mais. Só posso parabenizá-los por isso e tenham certeza de que, se sua iniciativa der o resultado esperado, tornar-se-á um marco para a Ufologia Mundial. Vocês podem contar comigo [Conheça a Carta de Foz do Iguaçu na edição 208, agora disponível na íntegra em ufo.com.br].
É importante salientar que, além dos conferencistas do evento, o público presente também assinou a Carta de Foz do Iguaçu. Isso dá muito mais ênfase ao pedido da CBU, que já está no Ministério para a apreciação do ministro. Continuando nossa conversa, repito a você uma pergunta que sempre fazemos aos ufólogos que entrevistamos: existem provas efetivas de que somos visitados por seres extraterrestres?
Existem e elas são esmagadoras! Há evidências que mostram a presença de ETs no passado e na atualidade do planeta. Existem também provas que não deixam dúvidas do contato entre nossa espécie e civilizações extraterrestres — e digo isso embasado em milhões de relatos acumulados nos arquivos de ufólogos de todo o mundo.
Mas onde estariam as evidências físicas disso, além das testemunhais?
Estão nos milhões de arquivos sobre o assunto espalhados pelo globo. Que evidência física seria melhor do que uma pessoa que foi abduzida, examinada a bordo de um disco voador e depois implantada com um chip extraterrestre? Quer prova mais cabal do que o relato de avistamentos ufológicos feitos por pilotos civis e militares, com milhares de horas de voo? Mas se quiserem um pedaço de um UFO ou um dedo de um extraterrestre, é só pedir às autoridades do governo dos Estados Unidos. Eles têm! E elas sabem que nós sabemos disso, como o fim do acobertamento mostrará.
Alguns ufólogos dizem que a propulsão antigravidade, que já é uma realidade sendo empregada em protótipos construídos nos Estados Unidos, seria uma prova de que o governo de seu país já teria tido acesso à tecnologia extraterrestre. Você concorda com essa afirmação?
Não é bem assim. Evidências mostram que o governo dos Estados Unidos mantém em seu poder alguns UFOs que resgataram em locais de queda e que estudam intensamente a tecnologia desses veículos, mas aparentemente sem muito sucesso. Tais objetos voariam por meio de forças antigravitacionais. E já que é uma tecnologia de fora do planeta, por definição ela é extraterrestre. Também sabemos que cientistas de fora do governo já desenvolveram propulsores antigravitacionais. A questão aqui é saber o que realmente as autoridades descobriram nesses UFOs que têm em seu poder e o quanto de sua tecnologia já vem sendo empregada em experiências terrestres governamentais ou privadas.
Desmontagem de naves
Então você concorda que o seu governo estuda a tecnologia de veículos extraterrestres? De UFOs que caíram em Roswell e Kingman, por exemplo?
Não há dúvidas disso. Os cientistas tentam reproduzir a tecnologia dessas naves por meio de reengenharia ou retroengenharia, a desmontagem das naves — eles desmontam tudo e depois remontam para saber como funciona. Não posso confirmar isso, mas já parou para pensar quanta tecnologia desenvolvemos desde 1947? Seria ela toda fruto exclusivamente de nossas ações terrestres?
Você afirma constantemente que o governo norte-americano faz um embargo de informações, e não um acobertamento. Qual a diferença entre os termos?
A diferença é que embargo é algo feito dentro da lei, e acobertamento não.
Seria muito mais fácil para o governo dizer que o que caiu em Roswell era um aparelho inimigo, mas aí as pessoas questionariam a nossa segurança. E por quanto tempo o governo poderia levar esse acobertamento adiante? Cinco, 10 anos? Talvez nem isso.
Por favor, explique melhor.
O embargo de informações sobre UFOs começou no início da década de 50, coincidentemente após o Caso Roswell. O governo viu que se realizasse um acobertamento de informações estaria transgredindo as leis. Já se utilizando de um embargo, que é feito sob circunstâncias que classificam um assunto como de segurança nacional, ele pode trabalhar dentro da lei. Veja bem, era o início da Guerra Fria, nós tínhamos a bomba atômica e os soviéticos também desenvolviam essa tecnologia. Seria muito mais fácil dizer que o que caiu em Roswell era um aparelho inimigo, mas aí as pessoas questionariam a nossa segurança. E por quanto tempo o governo poderia levar esse acobertamento adiante? Cinco, 10 anos? Talvez nem isso.
Qual é a relação entre a Guerra Fria e o acobertamento político da presença extraterrestre no planeta?
Você tem que ver as coisas sob a ótica de 1947. O governo estava em uma posição extremamente delicada com a ameaça socialista, e a então União Soviética era, em termos bélicos, tão poderosa quanto os Estados Unidos. De repente, um UFO cai em nosso território e o governo não sabe o que fazer com ele. Em um primeiro momento, as autoridades acharam melhor dizer a verdade, que era um veículo extraterrestre. Mas isso durou pouco. Logo no dia seguinte, depois que perceberam que isso poderia ser ainda pior do que a ameaça de uma guerra nuclear, voltaram atrás e inventaram a história de que o que havia caído em Roswell era balão meteorológico.
A desculpa perfeita
Resumindo, se fosse um acobertamento, como ocorreu em Roswell, as pessoas envolvidas estariam cometendo crimes. Mas praticando o embargo, eles estão dentro da lei? Esta é a lógica?
Resumidamente é isso mesmo. O governo encontrou no pretexto de segurança nacional a desculpa perfeita sob a égide da lei. E vem agindo mais ou menos assim desde então. Deve-se ler nas entrelinhas das declarações governamentais, que sempre fecham a porta à realidade ufológica, mas deixam umas frestas abertas para o bom entendedor.
Entendo, obrigado! Você alguma vez foi ameaçado devido ao seu trabalho?
Nunca. Isso jamais aconteceu comigo. Creio que o governo já não usa mais esses métodos de persuasão. Mas se voltarmos aos anos 40, 50 e 60, essa era a arma que as autoridades tinham para calar ufólogos e testemunhas. Hoje temos muito mais visibilidade, muitas pessoas filmam tudo que acontece e quase todas as casas têm câmeras de segurança. Você consegue imaginar os chamados homens de preto sendo filmados ameaçando uma família?
Mas existem outros tipos de ameaças, bem mais modernas, não é?
Sim, é claro. Uma delas é a imprensa manipulada por interesses governamentais, que um dia o coloca em um pedestal, mas no dia seguinte o joga na lama. Temos o controle do governo sobre tudo o que uma pessoa tem e faz. Você acha que o governo dos Estados Unidos não sabe que estamos trocando e-mails para fazermos esta entrevista? Com certeza sabe! Para eles é fácil entrar em seu computador e até limpar a sua máquina, se quiserem. Essas são as ameaças de hoje. Mas não sejamos ingênuos em acreditar que ameaças físicas não façam mais parte do rol de ferramentas de persuasão governamental.
Você acredita que estejamos próximos de um contato formal com inteligências extraterrestres?
Acredito que só elas é que sabem quando e como isso será feito — nós podemos apenas tentar adivinhar. Pode ser que o contato final com outras formas de vida extraterrestre ocorra pouco depois de o Projeto Disclosure, que conduzimos no PRG, alcançar seus objetivos. Mas não existe lógica nisso, apenas especulação. Ficamos sempre nos perguntando quando isso ocorrerá, mas nunca se isso vai acontecer, porque é claro que isso um dia se dará — mesmo que nossos visitantes, ou alguns deles, não queiram.
Em sua opinião, qual seria o propósito de eles estarem nos visitando?
Só eles sabem disso. Como disse, nós apenas podemos especular. As evidências de hoje apontam que eles têm interesse em nosso arsenal nuclear, na genética humana e na ameaça que somos à nossa biosfera. Mas ligar os pontos entre tudo isso só será possível após o Projeto Disclosure. Eles estão claramente envolvidos em algum trabalho sobre a genética humana, usando o nosso DNA para experiências. Também estão deliberadamente nos deixando saber que estão aqui por meio dos agroglifos. Por quê? Eles deixam mensagens aos contatados, bloqueiam os disparos de nossas armas nucleares, pegam materiais biológicos de nossos animais e muito mais. Algumas pessoas afirmam saber de onde eles vêm, mas isso não pode ser comprovado. Eu acho que são originários de outros sistemas estelares.
Baseado em que você afirma com tamanha convicção que eles estão envolvidos em experimentos genéticos?
Baseado nos milhares de relatos dados a pesquisadores em todo o mundo, que têm muita consistência. São testemunhos em primeira pessoa que indicam que eles estão utilizando nosso DNA nos casos de abduções alienígenas e visitas de dormitório. Isso é um fato. Nós, seres humanos, estamos sendo vítimas dessas abduções e visitas há centenas de anos. Mas seu propósito ainda é mera especulação e podem ser vários, já que são diversas as raças alienígenas que atuam no planeta. Isso eu digo baseado no testemunho dos abduzidos e contatados.
Seríamos, então, meras cobaias humanas deles?
Duvido que sejamos vistos por nossos visitantes extraterrestres como meros ratos de laboratório, mas, repito, somente os alienígenas conhecem seus propósitos com relação a nós. A interação entre eles e a nossa espécie é muito complexa e já vem ocorrendo há milhares de anos. Veja bem, esses detalhes não serão conhecidos antes da abertura total da realidade ufológica. Após ela, o mundo terá muito para aprender. Sermos cobaias de laboratório eu acho uma explicação muito simplista e antropomórfica para explicar o que ocorre.
Erro intelectual histórico
Como você vê a possibilidade de as ciências sociais, especialmente a ciência política, serem aplicadas à Ufologia?
Eu não gosto de usar a expressão Ufologia. Prefiro “pesquisa do fenômeno extraterrestre”. A combinação social e política com este fenômeno já ocorre há muito tempo. É o que chamamos de Exopolítica ou Ciência Exopolítica. Portanto, isso não é uma possibilidade, mas uma realidade. O Projeto Disclosure, por exemplo, é um movimento exopolítico. A relação entre a realidade humana e o fenômeno extraterrestre será totalmente exopolítico no futuro, e não científico. As ciências políticas e sociais convencionais, é claro, não tocarão nos assuntos alienígenas até o final da abertura total, o que eu considero o maior erro intelectual da história.
Quão grande será a mudança das ciências políticas e sociais depois do fim do segredo sobre os discos voadores?
Todas as áreas de estudos mudarão após a abertura, uma vez que as implicações dela serão tão grandes que o impacto ocorrerá em todos os sentidos. Inicialmente, as implicações em um mundo de sete bilhões de pessoas serão superficiais, mas logo elas serão amplamente sentidas — e a Exopolítica será rapidamente elevada a um patamar oficial.
Não podemos nos esquecer das religiões. Em sua opinião, quais serão o impacto e a reação dos religiosos após a abertura ufológica global?
A religião faz parte da condição humana há milhares de anos. Isso não vai mudar. No meu ponto de vista, o número de seguidores em todas as religiões vai aumentar e não diminuir no caso do evento de abertura ufológica. A Igreja Católica está mais do que preparada para a divulgação da realidade, mas já a religião islâmica pode ter dificuldades com a transição porque está atualmente atravessando um período conturbado. Enfim, haverá uma revisão profunda de toda a história religiosa. Certamente haverá revelações e questões respondidas. No entanto, a religião é muito adaptável e é por isso que tem prevalecido por tanto tempo.
E se descobrirmos, por exemplo, que o avistamento de Ezequiel foi, na verdade, um contato imediato e que Jonas não foi engolido por uma baleia, mas sim levado para dentro de um UFO? Ou ainda que Jesus era extraterrestre? Você não acredita que todas as crenças vão ruir?
Não. A história do contato de extraterrestre com seres humanos terá que ser revista, isso é certo, mas há também uma história religiosa paralela a essa conexão — e com o tempo vamos ver onde estão as ligações entre essas duas narrativas. Como já disse, vamos ter muitos esclarecimentos, mas a religião tem milhares de anos e não entrará em colapso por causa da revelação da existência de outras inteligências cósmicas.
Ter os documentos não basta
A jornalista norte-americana Leslie Kean diz que há décadas os governos têm acumulado milhares de relatos de avistamentos e produzido documentos que o público gostaria de ver liberados. Porém, ela acredita que simplesmente ter esses documentos não é a resposta, já que isso não mudará nosso entendimento sobre o Fenômeno UFO, apenas confirmará que os eventos são reais. Você concorda com ela?
Eu concordo. O governo não vai liberar nenhum documento que seja uma ameaça ao embargo, mas de vez em quando um documento importante vaza. Quanto mais deles forem descobertos, melhor será, claro, mas nós já sabemos que a presença extraterrestre no planeta é real e que há um embargo de informações em pleno funcionamento. Nós já temos testemunhas e evidências suficientes para acabar com ele, se conseguirmos fundos para completar o processo jurídico.
Uma vez que você e seu grupo vençam o processo, o que o governo será obrigado a fazer? Liberar todos os documentos ou ir a público afirmar categoricamente que a presença extraterrestre entre nós é real?
O evento da abertura por si só já conclui que os alienígenas são reais. Uma vez que se finde o processo, se iniciará a era pós-abertura no mundo e examinaremos tudo o que os arquivos liberados irão mostrar. Mas isso será feito depois de negociações entre o poder, a mídia e o público. Eu espero um processo rápido de transferência de informação, porque a pós-abertura terá ampla cobrança da mídia e da população.
O Projeto Disclosure atingirá somente os Estados Unidos?
O movimento é global e muitos países estão engajados, mas os Estados Unidos são o primogênito, pois foi lá que as primeiras ações judiciais foram apresentadas. E também porque o país é o grande acobertador da verdade e mantém oculto o maior número de informações sobre o fenômeno. Qualquer nação pode ser a primeira a confirmar a presença alienígena na Terra, e tenha certeza de que outras a seguirão devido à exposição da imprensa e à pressão da sociedade.
A Igreja Católica está mais do que preparada para a divulgação da realidade, mas já a religião islâmica pode ter dificuldades com a transição. Enfim, haverá uma revisão profunda de toda a história religiosa, muitas revelações e questões respondidas.
Alguns países já liberaram documentos oficialmente, ou seja, fizeram sua abertura. Podemos citar Bélgica, Inglaterra, Brasil e França, entre outros. Isso já não seria suficiente para os Estados Unidos acabarem com o embargo?
Pelo visto, não. Esses países estão desafiando a maior potência do mundo. Estão enviando uma mensagem para os Estados Unidos dizendo que é hora de seguir em frente, que, por sua vez, não pode liberar nada do que sabe sob o risco de trazer para si toda a atenção do planeta. Nossas autoridades não se mexerão até serem obrigadas a fazer isso.
Essa é uma decisão realmente difícil, pois, ao tomá-la, os Estados Unidos terão que se explicar perante o mundo. Como baixar a cabeça diante de todos?
Concordo. O orgulho fala mais alto, mas também há a questão diplomática. Por exemplo, há um caso ufológico que trata da queda de uma nave na cidade mexicana de Coyane, em Chihuahua, na fronteira com os Estados Unidos, em 25 de agosto de 1974. Segundo evidências, militares mexicanos foram até o local da queda e resgataram o UFO, mas a inteligência norte-americana já estava rastreando o objeto antes de sua queda. Resultado? Os agentes norte-americanos invadiram o território mexicano e encontraram o comboio mexicano com todos os militares mortos misteriosamente. Já sabendo como lidar com aquela situação, vestiram roupas protetoras, pegaram o UFO e voltaram para casa. Imagine os