Durante décadas os ufólogos brasileiros, movidos por suas tendências e formas de encarar o Fenômeno UFO, acostumaram-se a se autoproclamar como científicos, místicos, espiritualistas etc. São diversas as definições de cada segmento da Ufologia. Mas hoje, a cada dia que passa, tais nichos estão se desfazendo e os limites que até então os separavam, meras linhas imaginárias baseadas na postura pública de cada grupo, se diluem rapidamente. Primeiro porque os chamados ufólogos científicos nunca foram, de fato, científicos. Sua própria definição está errada, já que a maioria destes estudiosos não tem a mínima formação científica e mesmo porque raramente os métodos da pesquisa científica podem ser aplicados na íntegra à Ufologia. Os místicos também pecam ao se autodefinirem dessa forma, já que uma maneira mais flexível de ver a Ufologia e os fenômenos ligados aos extraterrestres não significa, em absoluto, a mística como ela pode ser definida. Há exageros de ambas as partes, de onde surgem os preconceitos mútuos que hoje estão ultrapassados. E assim vai com os espiritualistas, esotéricos etc.
Se a partir de suas autodefinições estes grupos pareciam perdidos, quanto aos limites que sustentavam para cercar seus domínios eles estavam ainda mais equivocados… Nunca se soube ou se pôde definir com precisão aonde começa a área de uns e termina e de outros. Da mesma forma, nenhuma destas correntes conseguiu expor satisfatoriamente seus pontos de vista. Em face a isso tudo, é absolutamente oportuna e prudente a formalização de um pacto informal como que se deu em Salvador, com a elaboração da Carta de Salvador (veja matéria a seguir). Não importa a que grupo ou corrente pertença este ou aquele ufólogo: o importante é que todos se auxiliem mutuamente para encontrar as respostas para o enigma ufológico. A união faz a força também na Ufologia (ou principalmente nela)!
Isso é particularmente evidente quando analisamos o Fenômeno UFO por inteiro: é praticamente impossível conhecer seus mecanismos e características sem que se tenha a mente aberta que os até então chamados espiritualistas ou místicos têm. Como também é impossível se lidar com o assunto sem adotar uma metodologia padronizada que, se não for exatamente científica, tem que se aproximar o máximo possível disso. Em resumo: o que falta à Ufologia Mística sobra para a Científica, e vice-versa. Salvador mostrou isso claramente, embora já se desconfiasse que os ufólogos brasileiros, por maturidade, chegariam a concordar em somarem suas forças. Essa é a hora e a Revista UFO está preparada para dar vazão à toda informação que for produzida sob esse novo sopro de ar da Ufologia Brasileira. Boa sorte a todos nós.