Ao abordarmos uma tentativa de classificação dos tripulantes dos UFOs, entramos num campo minado. Sem dúvida, essa temática é uma das mais controversas na Ufologia. Basicamente, não há quaisquer provas concretas dos dados. Estamos lidando exclusivamente com depoimentos de testemunhas que são, por definição, subjetivos e vulneráveis a uma série de variáveis e distorções, como se verá no box Testemunha, Fator Crítico da Investigação Ufológica, nesta matéria. Isto nos leva, incondicionalmente, para premissas que podem ou não serem corretas com a realidade do Fenômeno UFO.
Poucos pesquisadores de renome do circuito internacional ousaram uma tentativa de classificação dos supostos tripulantes dos UFOs. Entre eles, podemos citar um estudo sobre os pilotos dessas máquinas realizado pelo doutor Jacques Vallée, em 1964. Segundo o trabalho de Vallée, podem se estabelecer basicamente três grupos de ocupantes diferenciados. De 100 seres descritos em 80 incidentes compilados pelo estudioso, quatro foram considerados “gigantes”, 52 foram qualificados como “iguais aos homens” e 44 eram “anões”. Outros trabalhos destacados pelos métodos científicos empregados na análise dos tripulantes de UFOs são os de Genevieve Vanquelef, dedicado à relação de aparência e comportamento dos seres, o de G. Edwards, relativo à fonética e linguagem que empregavam, e do espanhol Vicente-Juan Ballester Olmos, que oferece o panorama dos encontros com tripulantes de UFOs que foram recompilados pelos investigadores ibéricos.
Mas, até hoje, o estudo científico mais completo na área é o do brasileiro Jader Pereira, que catalogou 230 casos de contatos entre humanos e seres extraterrestres. Embora apresente defeitos de método, Pereira estabeleceu pautas para uma classificação básica dos diferentes humanóides, obedecendo especialmente às características de forma física dos mesmos. Segundo seu estudo, há 12 categorias básicas com 23 variações [Ver quadro A]. E conforme seus critérios, cinco pontos distintos serviram como indicadores da credibilidade dos casos que analisou: (a) Número de testemunhas. (b) Conceito das testemunhas. (c) Outras testemunhas do avistamento somente do UFO, supondo que esteja relacionado com o avistamento do humanóide. (d) Evidências posteriores, tais como marcas no solo, radioatividade etc. (e) Nível da investigação realizada.
Múltiplas civilizações
Com a classificação cumprindo esses critérios, Pereira centrou sua atenção em pontos que considerou críticos para determinar as categorias dos seres. Entre os itens estava a utilização de equipamentos protetores, como escafandro e máscaras, as características métricas dos seres, suas aparentes formas anatômicas e seus comportamentos. Por exemplo, Pereira entendeu que os seres que eram parecidos com humanos, inclusive em altura e aspecto facial, a tal ponto de poderem passar despercebidos em meio à multidão, seriam classificados como do Tipo 01. No entanto, frente a uma casuística multifacetária, Pereira dividiu este tipo em três variações: aqueles que se aproximam da testemunha, os que se mantêm à distância e, ainda, aqueles que costumam ser mais altos que os humanos (acima de 2 m) e também se mantêm à distância. Esta última variação apresenta ETs portando roupas justas, luminosas e, ainda, uma arma em forma de esfera de luz. Já a classificação do Tipo 02 do pesquisador seria idêntica a do Tipo 01, também com três variações, mudando apenas no fato que os humanóides teriam pequena estatura. Em suma, Pereira constituiu uma infinidade de tipologias distintas.
Num primeiro momento, essa excessiva variedade de formas dos tripulantes dos UFOs parece ser um indicador de que estamos diante de muitas civilizações diferentes entre si, que estariam nos visitando. O veterano ufólogo francês Aimeé Michel comentou, em certa oportunidade, que a diversificação de formas observadas na anatomia dos humanóides requeria uma multiplicidade de origens. Porém, até certo ponto, temos um padrão mesmo nesta diversidade: a constituição anatômica dos seres é, na maioria esmagadora das vezes, humanóide. Ou seja, eles têm cabeça, tronco e membros. Muitas vezes com uma infinidade de variações em determinadas características de seus corpos — como cor de pele e estaturas diversas. Mesmo assim, seres com tais diferenças podem ser de uma mesma espécie. Nós, os Homo sapiens sapiens, também apresentamos uma infinidade de variações. Somos brancos, negros, pardos, amarelos etc. Também temos indivíduos que são de estatura alta, outros de estatura baixa e até anões. Alguns membros de nossa raça são magros e outros são gordos. No entanto, todos somos seres humanos.
Esse talvez seja um dos elementos de suma importância nesta análise, e que parece ter sido ignorado no estudo de Jader Pereira. A possível diversidade anatômica que pode existir entre membros de uma mesma forma de vida, sendo desnecessário classificá-los um a um. Essa questão fez com que seu estudo fique impraticável, uma vez que há uma infinidade de classificações tornando seu uso nada pragmático e viável. O Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV) — que edita a UFO Especial — publicou seu trabalho em 1991, através da fase anterior de sua coleção Biblioteca UFO.
Também não há como não mencionar que existem critérios que são um tanto duvidosos no estudo de Pereira, como classificar um humanóide em uma nova categoria pelo simples fato deste estar usando cabelos cumpridos. É o caso do Tipo 03, que também tem três variações subseqüentes, como se verifica no quadro A. Esse elemento é realmente relevante? Um ser humano que usa cabelos cumpridos merece estar em uma nova categoria num estudo voltado principalmente para as características anatômicas? No nosso caso, dos terrestres, isso é uma mera questão de estética individual. Assim, algumas premissas usadas para realizar a classificação do estudo de Jader Pereira são bastante discutíveis. Mas mesmo com método questionável, não se pode negar que Pereira foi um pioneiro no assunto, tornando-se inclusive referência internacional.
Tentativas de classificação
Eric Zurcher, em seu livro Les Apparitions d’Humanoides [As Aparições de Humanóides], baseando-se principalmente nos estudos do brasileiro, fez uma autópsia da gigantesca onda ufológica internacional do ano de 1973 — uma das mais significativas que já houve. Conforme os estudos de Zurcher, os seres observados nessa onda foram classificados de acordo com o quadro apresentado neste texto.
Deixando temporariamente de lado as possíveis diversidades anatômicas que uma forma de vida pode comportar, vamos buscar um parâmetro mais generalizado para analis&
aacute;-las. Um método mais pragmático e compatível com a classificação da casuística atualmente. O co-editor da Revista UFO Claudeir Covo realizou uma interessante classificação da tipologia dos humanóides extraterrestres, com base na freqüência estimada com que cada categoria aparece na casuística ufológica. Essa classificação determinou seis categorias distintas — Alfa, Beta, Gama, Delta, Ômega e Sigma —, sendo que a generalização é o conceito básico que pressupõe a admissão de uma vasta variedade de formas numa mesma categoria [Ver galeria de fotos].
É sempre importante lembrar que estamos trabalhando com elementos especulativos e dedutivos quando se estuda a morfologia dos humanóides extraterrestres. Mas nada impede que existam alguns casos onde tal ser não se enquadre em nenhuma das categorias de uma dada classificação, como a de Covo. Estas são exceções à regra. Mas, de um modo geral, e assumindo a possibilidade de uma enorme diversidade anatômica da mesma forma de vida, a classificação descrita no quadro B é, até agora, o instrumento mais compatível e aplicável. Por exemplo, na época da divulgação do Caso Varginha, o ufólogo mineiro Ubirajara Franco Rodrigues e Claudeir Covo classificaram os seres observados e capturados pelas autoridades como sendo do tipo Delta [Veja galeria de fotos]. A classificação foi publicada na obra O Caso Varginha [Código LIV-008 da coleção Biblioteca UFO. Confira na seção Shopping UFO desta edição e no Portal UFO: ufo.com.br].
Alienígenas no interior da nave
Um exemplo de exceção à regra é um caso clássico da casuística ufológica brasileira e que envolve um ser descrito como ciclope, do clássico Caso Sagrada Família, ocorrido em 28 de agosto de 1963, no bairro de mesmo nome da cidade de Belo Horizonte (MG). Nesta ocorrência, os meninos Fernando, Ronaldo e José Marcos Gomes Vidal estavam no quintal de casa quando um UFO esférico e transparente ficou flutuando sobre o local. Devido à sua transparência, era possível se ver quatro alienígenas no interior da nave, que eram bastante parecidos conosco se não fosse um detalhe curioso: em vez de dois olhos, tinham um único olho no meio da testa. Subitamente, o objeto lançou dois feixes de luz amarela para baixo, formando duas colunas de luz, através da quais desceu um dos alienígenas flutuando lentamente. Houve uma tentativa de contato através de gestos e palavras inteligíveis e, ainda, um dos meninos tentou jogar uma pedra no ser. No entanto, um feixe de luz projetado pela criatura impediu que esse ato de agressão fosse concluído. E o extraterrestre permaneceu lá, diante dos três meninos, falando sem parar num idioma totalmente incompreensível.
Neste momento, os garotos puderam observar bem o alienígena, que tinha um único olho no meio da testa, grande, escuro, sem a parte branca [Esclera] e na base do nariz. Havia um risco que parecia ser a pupila, que se destacava por ser mais escuro e, sobre o olho, uma mancha que parecia ser a sobrancelha. O rosto era todo vermelho e foi possível perceber alguns dentes, conforme o alienígena abria a boca enquanto falava o estranho idioma. Ele tinha a cabeça envolta num capacete redondo e transparente, através do qual seu rosto era bem visível. Já a roupa que o alienígena usava era marrom até a cintura, branca até os joelhos e depois preta, como se fosse uma espécie de bota. Suas vestimentas pareciam feitas de couro ou algo similar, e tinham várias rugas nas partes correspondentes aos membros e tórax. Os meninos ainda notaram que havia uma caixa grudada nas costas da criatura, que era cor de cobre. Depois de alguns instantes, ele voltou para o interior do UFO e este, por sua vez, foi embora.
Interpretação limitada
Esse é um caso bastante conhecido da Ufologia Brasileira, pesquisado pelo veterano Húlvio Brant Aleixo, e nos remete a uma indagação: os humanóides alienígenas são como as testemunhas os descrevem ou estaríamos diante de uma interpretação limitada pelo nosso escasso conhecimento de um fenômeno que parece transcender a tudo o que sabemos? Pode ser, mas, de qualquer forma, é importante que se diga que todas as tentativas de classificação buscam, antes de qualquer coisa, um padrão que sirva de generalização. Talvez devêssemos transcender a classificação pelo aparente aspecto físico dos seres e buscar outras associações que possam apresentar indicadores novos e mais confiáveis.
Dentro da casuística envolvendo encontros com tripulantes de UFOs há um elemento bastante perturbador para a testemunha. Trata-se da tentativa de comunicação por parte dos humanóides, valendo-se de diferentes métodos, sejam verbais, gesticulados ou de outra natureza — como telepática. Se este fator é complicador, o quadro fica ainda mais complexo quando se acrescentam a ele aspectos inusitados. É quando o alien transmite com clareza à testemunha alguma mensagem ou informação: “somos de Marte”, “quero água”, “voltaremos a procurá-lo”, “estamos efetuando uma missão na Terra”, e assim por diante. Pode parecer ficção, mas há um longo e desconcertante rosário de proposições, conselhos, mensagens contraditórias, pedidos e avisos que os seres dão aos seus interlocutores. Em certas ocasiões, há profundas mensagens nas quais exortam a humanidade a buscar o caminho da paz, da luz e a se precaver quanto ao perigo de uma guerra nuclear. Quase sempre são discussões filosóficas, mas há, ainda, advertências relativas às atividades humanas que os seres extraterrestres consideram inaceitável.
Para ilustrar esta situação, podemos citar o Caso Palhano, investigado pelo também co-editor da Revista UFO Reginaldo de Athayde à equipe do Centro de Pesquisas Ufológicas (CPU), de Fortaleza (CE). O acontecimento envolveu o policial militar Luiz de Oliveira e seu amigo Pedro da Silva, técnico em eletrônica. Em 05 de março de 1992, em Palhano, à 140 km de Fortaleza (CE), os protagonistas tinham saído da cidade para caçar paturis — uma espécie de pato selvagem muito apreciado naquela localidade. Por volta das 18h00, ambos se encontravam de tocaia à beira do Rio Palhano, observando o céu. Subitamente, um UFO se aproximou e Silva correu para o rio, jogando-se na água, para depois se esconder nos arbustos. Já Oliveira correu em direção à cidade e foi perseguido pelo objeto, que o atingiu com uma luz que o puxou para seu interior.
Dentro do objeto, um dos humanóides passou uma mensagem desconcertante ao abduzido: “Não tenha medo, não vamos lhe fazer mal algum. Somos de Catandorius Decnius. Nossa civilização é descendente de outra mais evoluída, que habitou a Terra há 353 mil anos”. E advertiu sobre uma atividade que
os terrestres estariam fazendo, que eles repudiam: “Por que o terrestre vem tentando penetrar em nosso planeta? Os seres de Catandorius não vão permitir que isso aconteça. Nós temos um templo montado aqui na Terra há milhares de anos”. Nesse momento, o estranho alienígena apontou para uma pirâmide pequena, dizendo que aquele era o modelo de seu templo. O caso é exótico, é verdade, mas a idoneidade das testemunhas foi amplamente checada e até o oficial superior de Luiz de Oliveira confirmou sua honestidade.
O comportamento do fenômeno é sempre estranho, e forçosamente repetido até a exaustão em toda a história contemporânea do Fenômeno UFO. E o fim é quase sempre o mesmo. Na maioria das vezes, depois de terem assombrado o pobre humano ali presente com um suposto diálogo, seja por telepatia, alguma linguagem inteligível ou em nosso próprio idioma, tranqüilamente os ETs voltam para alguma nave luminosa e desaparecem no céu, deixando os terrestres deslumbrados ante tal experiência. Em alguns casos, também deixam uma mensagem infantil ou imprópria para as testemunhas. Ainda assim, com relação aos principais tipos de comunicação registrados na casuística mundial, podemos classificá-los em cinco categorias distintas.
Diálogos no idioma da testemunha
Estes são casos em que houve uma comunicação plena, oral e em nosso idioma entre ETs e seres humanos. A implicação desse tipo de comunicação é que se pressupõe que os humanóides são bastante similares a nós, pelo menos em parte de sua anatomia biológica. Para falar, o tripulante teria que ter uma língua semelhante, cordas vocais, dentes, certas cavidades em seu aparelho respiratório, das cordas vocais à boca, e produzir sinais vocálicos dentro da freqüência auditiva do humano. E há vários exemplos desses casos.
No dia 16 de maio de 1979, na cidade de Baependi (MG), o agricultor Arlindo Gabriel dos Santos saiu com uns amigos para caçar. Quando se encontravam a cerca de 6 km de distância da sede de sua fazenda, decidiram se separar. Sozinho, Santos viu três objetos voadores estranhos pousarem e sumirem inexplicavelmente. Logo em seguida, um quarto objeto — bem maior que os primeiros e de formato ovóide — pousou à sua frente. Uma porta se abriu, dois seres o capturaram e levaram-no para o interior da nave. Os ETs eram bem parecidos conosco. Dentro do UFO, Santos foi abordado por uma moça loira e de rosto rosado.
Segundo descreveu, essa criatura aparentemente fêmea começou a explicar detalhes de sua civilização, a forma com que eles conseguiam vencer as distâncias astronômicas e outras várias informações que, infelizmente, o pesquisador Ubirajara Rodrigues não conseguiu resgatar nos depoimentos de Santos, devido à sua limitação cultural. Ele não entendeu nada do que se passou e não se interessou em perguntar para a criatura o que não conseguia compreender. Em seguida, foi levado para fora da nave e os seres ainda lhe avisaram: “proteja a vista, que o aparelho a condena”. O interessante é que Santos não conseguiu olhar para trás, pois ele se sentia preso por algo.
Diálogo em idioma desconhecido
Estes são casos em que houve uma comunicação ininteligível, oral e em idioma desconhecido. A princípio, podemos pensar que a implicação dessa categoria é a mesma da anterior. No entanto, sendo um idioma desconhecido e inteligível, não sabemos quais as qualidades e características dos fonemas que são usados e, assim, se os sons produzidos requeriam que tais seres tivessem uma similaridade anatômica conosco, como foi discutido no caso anterior. Mas também nessa categoria de contato temos muitos casos interessantes.
Um deles aconteceu em 27 de abril de 1998, por volta das 20h00, na Fazenda Olho d’Água, cerca de 7 km do município de Aurora (CE). O casal de agricultores Ursulina e Francisco Ferreira dos Santos, residente na propriedade, acordou com um barulho que parecia ser de alguém tentando forçar o cercado, situado na parte de trás da casa. Imediatamente, Ferreira tratou de sair para ver o que estava acontecendo, enquanto Ursulina ficou ao pé da cama rezando. De repente, a mulher ouviu um som que parecia ser de rádio quando está fora de sintonia e, logo em seguida, uma luz extremamente intensa e de cor azulada invadiu o quarto. Chocada, olhou em direção à porta e lá estava uma criatura desconhecida. O ser tinha cerca de 1,5 m de altura, cabeça enorme e desproporcional ao resto do corpo, ombros largos, cintura fina, olhos grandes e negros. Sua boca era bem pequena e sem lábios. Tinha também reduzidas marcas escuras que pareciam ser o nariz. Seu queixo era pequeno e nenhum tipo de cabelo ou pêlo foi observado.
Segundo o ufólogo Athayde, já citado, Ursulina descreveu que a criatura estava vestida com uma espécie de macacão de cor marrom, cinto e botas. Mas o que mais lhe chamou a atenção era seu olhar: muito direto e penetrante. Apesar do estado de terror, a agricultora conseguiu perguntar para a criatura quem era e o que desejava. Inusitadamente, teve como resposta um som ininteligível, algo num idioma desconhecido. Não agüentando a situação, Ursulina gritou para o marido socorrê-la, mas o ser já havia desaparecido.
Há casos em que se estabelece uma comunicação incompreensível, oral ou com sons estranhos associáveis a grunhidos. Eles sequer parecem ser um idioma propriamente dito. A implicação dessas ocorrências é idêntica a da categoria anterior. Um exemplo interessante é o ocorrido na madrugada do dia 23 de julho de 1968, com o vigilante da Companhia Elétrica de São Paulo, subestação de Bauru, Daildo de Oliveira. A testemunha percebeu que havia alguns homens próximos ao escritório técnico da empresa e tentou se aproximar sem que percebessem. No entanto, acabou ficando frente a frente com um ser estranho encapuzado.
Comunicação com grunhidos
A criatura pronunciou uns grunhidos e, em seguida, entrou numa violenta briga corporal com Oliveira.
Em poucos instantes, mais dois seres se envolveram na luta e acabaram vencendo, deixando a vítima sem resistência. Após terem surrado o vigia, as criaturas o ajudaram a se levantar, dando-lhe tapinhas amistosos nas costas, e deixaram que fosse embora. Conta o falecido ufólogo Walter Karl Bühler, da extinta Sociedade Brasileira de Estudos sobre Discos Voadores (SBEDV), que pesquisou o caso, que Oliveira ainda pôde observar um UFO com forma de furgão Volkswagen, porém tendo cerca de 10 m de base, recolhendo os seres e alçando vôo. O objeto disparou em direção à cidade vizinha, Lins. Na época, o vigia foi entrevistado até por autoridades militares de Bauru.
Comunicação por gesticulação
Um caso de luta corporal com ETs pode parecer alucinação, mas o fato foi exemplarmente investigado e é mundialmente conhecido. Ainda assim, antes de prosseguirmos, fica um questionamento a respeito desse contato. A partir do momento que estamos lidando com um tipo de comunicação ininteligível de procedência extraterrestre, temos realmente condições de distinguir o que poderia ser um tipo de dialeto estranho, porém inteligente, de algo que simplesmente parece grunhido? Essa dúvida, ainda sem resposta, é apenas um exemplo de como estamos lidando com elementos inseguros em avaliações do gênero — e isso é parte da confusa e intrincada natureza do Fenômeno UFO. Na verdade, sabemos que os grunhidos também são exemplos de comunicação, embora pobres em conteúdo e fonemas, se comparados com um dialeto inteligente. As baleias, por exemplo, se utilizam de sons que têm um conteúdo de comunicação específico, mas que estão longe de ser uma linguagem. Logo, mesmo com grunhidos há um nível de comunicação e não apenas uma emissão sonora aleatória.
Existem casos em que se verifica uma aparente comunicação através de gestos, por parte dos seres extraterrestres. Nesta categoria de acontecimentos, a implicação que se vê é interessante. Ela supõe que os nossos sinais e linguagens corporais são absolutamente compreensíveis para os aliens e, como se não fosse o bastante, são usados por eles tal qual nós usamos entre nós. Isso nos remete a um universo de simbolismos comuns entre humanos e os nossos misteriosos visitantes. Vejamos um caso a seguir.
Por volta da 01h00 do dia 15 de outubro de 1957, o agricultor brasileiro Antônio Villas-Boas, hoje falecido, estava arando a fazenda de sua família, situada em São Francisco de Salles (MG), quando, subitamente, um UFO oval pousou a poucos metros do trator que pilotava. Villas-Boas tentou escapar correndo, mas foi logo dominado por vários tripulantes do UFO e levado à força para bordo. Suas roupas foram tiradas e os seres passaram um líquido oleoso em todo seu corpo. Logo em seguida, tiraram amostras de seu sangue através de um dispositivo colocado em seu queixo. O homem foi deixado em uma sala sozinho, na qual, poucos minutos depois, entrou uma mulher nua de cabelos loiros, com olhos finos e azuis.
Conversação telepática
Ambos mantiveram relações sexuais, o primeiro caso mundial do gênero de que se tem notícia. O fato foi amplamente investigado pelo médico e ufólogo Olavo Fontes e classificado pelo estudioso inglês Gordon Creighton como “o mais estranho de todos os casos”. Após o ato, a mulher apontou para sua própria barriga e depois para o céu, gesticulando quais eram suas intenções. Villas-Boas entendeu que iria ter um filho com ela, que nasceria em outro planeta. O rapaz foi depois deixado próximo do trator, por volta das 05h30 daquele mesmo dia. O Caso Villas-Boas é um clássico da casuística brasileira e teve uma enorme repercussão em todo o mundo.
Várias testemunhas descrevem situações nas quais é possível ouvir os humanóides sem que seja mencionada palavra alguma ou que sequer mexam a boca. É uma espécie de telepatia, algum tipo de comunicação mental. Quem passa por esse processo diz que percebe sensações, palavras e imagens em sua cabeça, sem que haja aparente esforço de sua parte e, obviamente, sem sua vontade pessoal. Este tipo de comunicação é muito comum nos casos das chamadas abduções alienígenas [Ver quadro A: Telepatia nos Seqüestros por Extraterrestres]. Neste ponto da casuística há uma interessante intersecção entre Ufologia e parapsicologia, que se ocupa de estudar os mecanismos da telepatia.
No dia 16 de junho de 1956, o advogado João de Freitas Guimarães foi para São Sebastião (SP) a serviço. No entanto, como o fórum da cidade estava fechado, ele se hospedou num hotel. À noite, pôs-se a passear pela praia e avistou um UFO sobre o mar, que vinha na sua direção. O objeto pousou na praia e dois homens iguais a nós saíram de seu interior. Estes humanóides eram altos, pálidos, tinham cabelos louros, olhos claros e pareciam serenos. Usavam uma espécie de macacão verde que se estreitava na altura do pescoço, dos punhos e dos tornozelos. Através de telepatia, os seres humanóides convidaram o advogado a entrar na nave. Guimarães acabou viajando com os seres no UFO. O advogado percebeu que havia água nas janelas da nave e perguntou se era chuva. Um dos seres lhe respondeu telepaticamente que aquela água era proveniente da “rotação em sentido contrário das peças que compunham a nave”.
Forças magnéticas do local
Os humanóides informaram ainda que a nave “era conduzida no sentido da resultante da composição das forças magnéticas naquele lugar”. Depois de um tempo, que a testemunha estimou em torno de 30 a 40 minutos, o UFO pousou novamente na praia e deixou o advogado no local. Antes disso, um novo encontro foi marcado para o dia 12 de agosto do ano seguinte. Mas Guimarães preferiu não comparecer ao mesmo. O caso também foi investigado pelo doutor Bühler, da citada SBEDV.
Como se vê nestes exemplos, é possível perceber que há inúmeras variantes na fenomenologia ufológica. Se buscarmos associar a oralidade (comunicação) e as formas (anatomia) dos seres, veremos que é impossível estabelecer um padrão preciso que indique sua origem. Por exemplo, os seres do tipo Beta, anatomicamente muito parecidos conosco, utilizam a comunicação oral, tal como no Caso Baependi. Também há na casuística registros de uso da comunicação telepática, como no Caso Freitas Guimarães. Da mesma forma, há registros dos seres tipo Alfa usando a comunica&
ccedil;ão telepática nas abduções alienígenas, assim como emitindo uma aparente linguagem oral em idioma desconhecido, tal como no Caso Ursulina e Francisco. O Fenômeno UFO é, indiscutivelmente, uma gigantesca pluralidade de manifestações que culminam num imenso quebra-cabeças.
Tal qual o Fenômeno UFO como um todo, analisar o comportamento dos humanóides é algo bastante complicado, dada a estranheza e aparente ilógica da casuística. Se estamos realmente sendo visitados por uma ou mais civilizações extraterrestres, por que não há um contato oficial? Em 1968, buscando uma perspectiva para a questão, a Academia da Força Aérea dos Estados Unidos forneceu alguns parâmetros para seus cadetes. “Nós podemos ser objeto de estudo sociológico e psicológico intensivo. Em tais estudos, em geral se evita perturbar o ambiente do objeto de teste”, dizia uma parte do documento fornecido aos alunos. O mesmo texto, a seguir, fazia uma estranha comparação: “Não se entra em contato com uma colônia de formigas, e os humanos podem parecer assim para qualquer alienígena”.
Ainda de acordo com os parâmetros da Academia da Força Aérea Norte-Americana (USAF), tal contato já poderia ter acontecido secretamente. “Ele pode ter se registrado num plano diferente de consciência e ainda não somos sensíveis para comunicação em tal ponto”, consta do documento, obtido com muito esforço, ainda em 1968, pelo major Donald G. Carpenter, do Departamento de Física, da Academia. Tal material foi posteriormente publicado na obra Objetos Voadores Não Identificados, Ciência Introdutória do Espaço, e evidentemente desmentido pelas autoridades em seguida.
Característica desconcertante
Sejam quais forem as razões, a falta de contato formal resulta, num primeiro momento, numa característica desconcertante do fenômeno. Por que as inteligências por trás dos UFOs optam pela clandestinidade? Não sabemos quem são, de onde vêm e, principalmente, quais são seus motivos. Sem que existam essas respostas básicas para essas questões, nos deparamos com inúmeros contatos espalhados pelos quatro cantos do planeta, nos quais não temos condições de observar qualquer ordenamento lógico. A princípio, podemos tentar avaliar o comportamento dos supostos humanóides dentro do que conseguimos catalogar na pesquisa civil (já que a militar é inacessível), e buscar associações que nos possam apresentar indicadores importantes. Com relação ao comportamento dos humanóides alienígenas em contatos com humanos, podemos distinguir basicamente cinco categorias distintas.
Comportamento hostil, cuidado
Quando os visitantes perpetram um possível confronto ou acarretam quaisquer danos à integridade física das testemunhas de forma aparentemente intencional, verificamos o que pode ser considerado um comportamento hostil, segundo nossos critérios. É o caso ocorrido em 13 de agosto de 1967, na cidade de Crixás (GO), com o agricultor Inácio de Souza. Ele retornava para sua fazenda, juntamente com sua esposa, quando percebeu um enorme objeto discóide pousado na pista de aterrissagem da propriedade, perto da casa. Junto ao objeto havia o que ele descreveu como “três crianças que pareciam vestir uma malha colante ao corpo”, ou a roupa era amarela ou estariam nus. Souza foi em direção das crianças e logo percebeu que não se tratavam de seres humanos normais — o ufólogo Claudeir Covo os classifica como humanóides do tipo Alfa.
Um dos seres percebeu o casal, apontou para os demais em sua direção e os três começaram a correr para as testemunhas. Assustado, Souza mandou sua esposa ir para casa enquanto tirava sua espingarda Winchester calibre 44, que carregava no ombro, desferindo um tiro preciso no ser que estava mais próximo, a uma distância que estimou em cerca de 60 m. A criatura caiu no chão no mesmo instante em que foi baleada. No momento do tiro, o UFO lançou um feixe de luz verde, atingindo Souza no ombro esquerdo, que perdeu as forças e caiu ao chão. Sua esposa voltou correndo com o intuito de proteger o marido desacordado. Ela também pegou a arma, mas quando apontou para os seres, que haviam levantado o que fora atingido por Souza, eles o carregavam para dentro do disco e sumiram.
A nave subiu verticalmente emitindo um zumbido. Não foram encontradas marcas de sangue no local e Souza morreu 59 dias depois do incidente, com sintomas de leucemia aguda. O Caso Crixás, pesquisado pelo citado ufólogo Aleixo, é um clássico da Ufologia Brasileira e dá margens para concluir que o comportamento hostil dos humanóides possivelmente foi motivado pelo tiro disparado por Souza. Seria um comportamento hostil estimulado, uma reação a algo. E na mesma categoria de hostilidades não podemos nos esquecer das abduções alienígenas, mas estas não são reações a estímulo algum.
A abdução é sempre uma violência, pois consiste na captura de pessoas contra suas vontades, e os seres extraterrestres as submetem a uma série de exames de caráter, aparentemente, médico a bordo da nave, muitas vezes dolorosos. Independentemente dos motivos de tais procedimentos — sejam eles benéficos ou maléficos para nossa humanidade, ainda que a Ufologia não tenha explicação para eles —, o ato de raptar em si é uma violência. E normalmente ocorre deixando os abduzidos completamente aterrorizados. Alguns acabam carregando traumas emocionais pelo resto da vida, como ônus das dramáticas experiências que viveram durante o processo.
Atitudes que nos causam espanto
Tal qual o Fenômeno UFO como um todo, analisar o comportamento dos humanóides é algo bastante complicado, dado à estranheza e aparente ilógica da casuística. Se estamos realmente sendo visitados por uma ou mais civilizações extraterrestres, por que não há um contato oficial? Sejam quais foram as razões, a falta desse contato resulta, num primeiro momento, numa característica desconcertante do fenômeno. Por que as inte
ligências por trás dos UFOs optam pela clandestinidade? Não sabemos quem são, de onde vêm e, principalmente, quais são seus motivos. Sem que existam respostas básicas para essas questões, nos deparamos com inúmeros contatos espalhados pelos quatro cantos do planeta, nos quais não temos condições de observar qualquer ordenamento lógico. A princípio, podemos tentar avaliar o comportamento dos supostos humanóides dentro do que conseguimos catalogar na pesquisa civil — já que a militar é indisponível —, e buscar associações que nos possam apresentar indicadores importantes. Com relação ao comportamento dos humanóides alienígenas em contatos com humanos, podemos distinguir basicamente cinco categorias distintas. A primeira delas, que trata do comportamento hostil desses seres para conosco, já abordamos antes. Vamos partir desse ponto, apresentando a seguir a segunda classificação:
Comportamento amigável
Esta é a situação em que os humanóides se aproximam das testemunhas e interagem com as mesmas mantendo uma situação amistosa e de respeito. Um exemplo disso é o caso do agrimensor José C. Higgins, ocorrido em 23 de julho de 1947, na Colônia Goio-Bang, em Pitanga, Paraná. Higgins realizava trabalhos no campo, quando um enorme objeto discóide aterrissou a uns 50 m de distância. Os operários que o acompanhavam fugiram, porém ele resolveu ficar para ver o que acontecia. Aproximou-se para examinar melhor o objeto, quando dele saíram três indivíduos que se postaram à sua volta. Vestiam macacões transparentes que cobriam todo corpo, inclusive a cabeça. Nas costas, levavam uma mochila de metal. No entanto, era perceptível que os seres tinham grandes olhos redondos e bastante estranhos. Suas cabeças eram grandes, redondas e calvas. As pernas eram mais compridas do que as proporções que conhecemos e teriam uns 2,1 m de altura. Dentro do UFO havia um quarto humanóide observando. Todos pareciam gêmeos.
Os seres falavam entre si numa língua bonita e sonora. Moviam-se com incrível agilidade e leveza. Um deles, que trazia um pequeno tubo de metal apontado para Higgins, fez gestos indicando que queria que ele entrasse no aparelho. Por meio de palavras e gestos, Higgins perguntou para onde o levariam. Um deles fez sete círculos concêntricos no chão, mostrou primeiro o Sol no centro, depois apontou para o sétimo círculo e, depois, para o aparelho. Espantado, o homem pensou em sair dali. Nisso, tirou sua carteira do bolso e mostrou o retrato de sua esposa aos humanóides, dizendo-lhes por gestos e palavras que queria buscá-la. Eles permitiram e Higgins, afastando-se, escondeu-se num mato próximo para observar. Os seres brincavam como crianças, dando saltos e atirando pedras de enorme tamanho uns para os outros. Cerca de meia hora depois, olharam detidamente os arredores e, por fim, entraram no UFO, que alçou vôo verticalmente.
Gestos benevolentes
Neste tipo de comportamento há uma clara interação entre os humanóides e as testemunhas, resultando em algum tipo de benefício para a segunda. Um relatório de acuidade visual, datado de 30 de agosto de 1976, não deixava dúvidas: a jovem Dirce [Pseudônimo], então com nove anos de idade, era portadora de reumatismo infeccioso. Assustados, os pais da menina a levaram para várias clínicas. Sua conclusão foi que a visão de ambos os olhos era apenas 6% do normal. O exame de fundo de olho na jovem, registrado em slides, indicava uma aparente degeneração da mácula, que poderia ser do tipo cística, considerada inicial, ou distrofia viteliforme da mácula, a chamada doença de Best. Um dos médicos que a atendeu também falou em neurite trobulbar. O fato é que Dirce tinha sua capacidade visual altamente comprometida.
Numa determinada noite, às 19h00, de uma data que se estima ser novembro de 1976, Dirce foi levar comida para o cachorro no quintal quando, subitamente, entrou correndo em casa, muito pálida. Segundo a menina, quando começou a tratar do animal, olhou para o fundo do quintal, que era muito escuro, e viu um ser de cerca de dois metros de altura, usando uma espécie de capacete e um macacão muito justo. Ele tinha olhos extremamente escuros, com dois buracos. Outro buraco ocupava o lugar da boca. Carregava uma arma apontada para ela e andava lentamente. Quando chegou a cerca de um metro de distância de Dirce, o alien acionou o botão que tinha no peito e, nesse instante, a visão da jovem obscureceu. Quando se recuperou, o ser estava de costas e caminhando novamente para o fundo do quintal, de onde viera. O inusitado é que a visão de Dirce foi restabelecida inexplicavelmente após esse encontro, conforme atesta o laudo do oftalmologista doutor Tadeu Cvintal: “Angiofluoresceinografia retiniana. Tempos principais AO (ambos os olhos), em 05 de agosto de 1982. Resultado: angiograma normal”. Os olhos da menina estavam curados.
Comportamento indiferente
Essa é a situação em que a presença de testemunhas parece não ter qualquer importância para os humanóides e suas atividades. Um exemplo claro é o caso acontecido à senhora Luzia Nascimento de Moraes, às margens de um afluente do Rio Negro, na Amazônia. Luzia avistou um ser estranho no quintal e dentro de sua casa. A própria testemunha relata o evento: “Era cerca de 23h00. Eu estava na cozinha quando vi uma forte luz no mato, que se aproximava rapidamente. Tive muito medo! Em seguida surgiu inexplicavelmente um homem, que logo foi entrando em minha casa”. Vale ressaltar que o famoso fenômeno Chupa-Chupa é bastante comum naquela região. O humanóide descrito por Luzia era baixo, magro, forte e aparentava uns 30 anos. O ser passou por ela rapidamente, aparentando não dar importância à sua presença.
Após passar pela senhora, a estranha criatura subiu pelo telhado de sua casa, de onde foi possível ouvir um barulho semelhante ao de uma máquina de costura. Nesse momento, Luzia e seu marido saíram da casa para observar o que estava acontecendo. E viram que o humanóide entrou num UFO branco e brilhante que estava acima de seu telhado. Aparentemente, havia outro homem dentro do objeto, pois o casal conseguiu observá-lo pelo que parecia ser uma janela. O caso foi investigado in loco pelo editor da Revista UFO, A. J. Gevaerd.
Comportamento arredio
Neste caso, tal comportamento é verificado quando a presença de testemunhas parece perturbar os humanóides, a ponto de os mesmos empreenderem uma atitude de aparente fuga. Num certo dia do ano de 1983, por volta das 20h30, em Minas Gerais, o lavrador Joaquim Antonio Luiz retornava à sua casa de bicicl
eta, que fica em uma fazenda fora da cidade. Em uma curva, avistou o que pensou ser uma moça toda vestida de branco, usando uma saia curta e blusa. Seus cabelos eram cheios e loiros, e tinha pele clara. Luiz se sentiu atraído pela mulher, que tinha um corpo muito bonito, com pernas grossas, e resolveu parar a bicicleta para abordá-la. “E daí?”, foi o que Luiz pronunciou ao parar em frente da estranha moça. Esta é uma interpelação que, para o povo mineiro, expressa um convite à garota para uma aproximação mais íntima.
A jovem permaneceu em silêncio, virou-se de costas, inclinando o corpo para frente e levantando os braços para acima da cabeça. Em seguida, deu um salto, desprendendo-se do chão, e voou livremente. Sua saia ondulava como se estivesse sendo tocada pelo vento. Em poucos segundos, a enigmática garota tinha voado uma distância de mais de 500 m, passando a ser somente um ponto branco na noite escura. Luiz ficou tão apavorado que quando chegou à fazenda mal pôde dormir.
Ao que tudo indica, a contingência que determina o comportamento dos humanóides está ligada, basicamente, à atividade que ele esteja desempenhando no momento específico de cada contato individualmente — atividade essa que ainda é um mistério. O fenômeno se manifesta com inúmeras nuances de difícil assimilação e aparentemente ilógicas aos nossos padrões. Sem dúvida, tudo o que se relaciona à manifestação do Fenômeno UFO transcende nossa capacidade de entendimento. No entanto, há um padrão na associação entre o comportamento dos ETs e sua forma anatômica, que já foi detectado há bastante tempo na Ufologia. Por exemplo, os seres tipo Alfa, na maioria das vezes, são relatados como sendo as principais criaturas envolvidas nas abduções. Mas também há registros de seres do tipo Beta nesses casos, como também a presença de várias entidades de anatomias diferenciadas envolvidas numa mesma abdução. De qualquer forma, a enorme quantidade de casos de seres Alfa nos seqüestros alienígenas faz com que eles sejam reconhecidos como os principais protagonistas dessa atividade.
Outra característica do fenômeno que é digno de nota é a paralisação das testemunhas. É muito comum relatos em que as testemunhas ficaram absolutamente paralisadas diante de seres extraterrestres, próximos ou não de UFOs. Mas é importante salientar que tal comportamento não representa necessariamente algo de cunho hostil ou agressivo. Na verdade, levando-se em conta que todos os variados tipos de ufonautas evitam um contato mais efetivo conosco, a paralisação das testemunhas pode ser apenas uma medida de segurança para evitar qualquer ação que coloque em risco sua integridade física ou mesmo — por que não? — a das próprias testemunhas. Assim como pode ser um instrumento de coerção dos humanóides, como no caso das abduções. Paralisada, a testemunha fica completamente passiva e sem condições de apresentar resistência aos seus raptores. O fato é que sabemos muito pouco ou quase nada sobre os humanóides que assim agem. Outras abordagens podem trazer novos importantes indicadores. O Center for UFO Studies (CUFOS), órgão norte-americano que já foi presidido pelo professor J. Allen Hynek, criou um sistema denominado Humanoid Study Group, pelo qual se pode classificar os humanóides em cinco categorias distintas, conforme sua associação com os veículos que os transportam.
Associação explícita com eles
Neste caso, a entidade humanóide é observada ainda no interior de um UFO, através de janelas, portas ou outras aberturas. Na Serra da Beleza (RJ), num dia de maio dos anos 60, o senhor Alípio Lauriano avistou da porta de sua casa um objeto em forma de disco, pouco menor que um veículo tipo Fusca, evoluindo a cerca de 400 m de onde se encontrava, bem acima de uma plantação de milho. Segundo a testemunha, o objeto emitia um ruído semelhante ao produzido por uma moto, só que mais acelerado e baixo, por cerca de cinco minutos. Laureano conseguiu divisar o que pareciam ser janelas, por onde pode reconhecer a presença de uma ou mais criaturas no interior do UFO. O objeto acabou desaparecendo em direção à localidade de São José do Turvo, próxima dali, deixando um aparente rastro de fumaça, que logo se dissipou.
Associação do tipo direta
É a observação de entidades humanóides que entram ou saem de um UFO. Durante a Operação Prato, em 1977, o coronel da Força Aérea Brasileira (FAB) Uyrangê Hollanda obteve o relato de uma experiência bastante inusitada. Luis, um rapaz que trabalhava apanhando barro para uma olaria de propriedade de Paulo Keuffer, montou acampamento em cima de uma árvore, à beira do Rio Jarí, limítrofe entre o Pará e o Amapá, onde nasce na Serra de Tumucumaque. O homem tinha o intuito de caçar uma paca. Num dado momento, um UFO parou sobre ele e abriu uma espécie de porta. Dessa abertura desceu um foco de luz intenso e, dela, surgiu um ser que parecia descer flutuando com os braços abertos. Chocado, Luis pulou da árvore e se escondeu no meio da vegetação. A criatura tinha um dispositivo na mão que emitia uma luz vermelha que, aparentemente, usava para examinar o acampamento que o caçador tinha feito na árvore. Logo em seguida, o ser apontou a luz vermelha diretamente para Luis, deixando claro que sabia onde estava escondido. Ele ficou mais assustado ainda e saiu correndo pela margem do rio, tropeçando em troncos e raízes. O alien acabou voltando para dentro da nave e esta, por sua vez, voltou a se movimentar e foi embora.
Associação deduzida
Esta é a situação em que há a observação de entidade humanóide fora de uma nave. Um bom exemplo é o caso ocorrido ao lavrador João Alves Sobrinho. Em uma noite enluarada, entre junho e julho de 1972, Sobrinho, residente na localidade de Quebra-Perna, munic&iacut
e;pio de Jequitibá, à 10 km de Baldim (MG), observou um aparelho pouco maior que uma Kombi, da altura desta e com as bordas “despontadas”, conforme descreveu. Era branca, tinha um farol — então apagado — na frente e, visto de perfil, parecia um barco com dois pequenos vãos retangulares.
Estes lembravam janelinhas, próximas à sua base, que parecia tocar no solo. À medida que se aproximava do objeto, o homem percebeu dois seres humanóides de pequena estatura agachados, de costas para ele e mexendo no solo. Sobrinho passou por eles a uma distância de 5 m e não chegou a ver suas faces. Eles vestiam uma espécie de capa larga, clara, sobre a qual sobressaía uma cabeleira escura que atingia a cintura. O rapaz apressou o passo e chegou em sua casa. Logo depois, voltou para o local e não viu mais os seres nem o objeto. No entanto, avistou o UFO voando à baixa altitude, horizontalmente, distanciando-se rumo a oeste.
Associação suposta
É a observação de entidades humanóides que não estão diretamente relacionadas com o avistamento de um disco voador, mas que se manifestam em local de reconhecida atividade ufológica. Noutras palavras, é quando são vistos ETs sem uma nave por perto. Na noite do dia 21 de abril de 1996, no Restaurante Paiquerê, instalado no Jardim Zoológico de Varginha (MG), estava acontecendo uma festa de aniversário de um secretário municipal da cidade. Nesta festa estava presente a senhora Terezinha Clepf, que saiu para a varanda do estabelecimento para fumar, por alguns instantes, e teve um encontro insólito. Era por volta das 21h00 e Terezinha avistou uma criatura no parapeito, o que só possibilitou observá-la do pescoço para cima. O ser era marrom escuro, brilhante, tinha a pele oleosa e o rosto redondo. Não tinha bochechas, barba, bigode ou nariz, e no lugar dos lábios havia apenas o que parecia ser um pequeno corte.
Apesar da escuridão, a testemunha pôde observar tais detalhes porque os enormes olhos vermelhos da criatura emitiam luminescência “…como se fossem faróis traseiros de carro”, declarou. O sul de Minas Gerais é considerado uma zona de grande atividade ufológica e tal fato aconteceu quatro meses após a captura de dois seres extraterrestres no município, caso conhecido mundialmente, ocorrido em 20 de janeiro de 1996 e pesquisado por Ubirajara Franco Rodrigues.
Não associados
Estes casos se referem à observação de entidades humanóides sem que exista qualquer atividade ou manifestação de UFO aparente. Um exemplo do gênero, que é considerado raro, deu-se na década de 50, em Santanésia, interior do Rio de Janeiro. A jovem Lucy Galluci teve um encontro estranho com uma criatura humanóide. Lucy costumava sair após o almoço sempre carregando seus livros.
Ela dedicava suas tardes à leitura em uma das margens de um lago criado pela barragem de uma usina hidrelétrica da região. E numa dessas tardes, a jovem acabou se deparando com um homem misterioso. Ele trajava vestimenta branca, bem ajustada ao corpo e emendada nos sapatos. Sua testa era muito ampla, mas não por calvície. O cabelo era liso, ralo e tendendo para o branco. As orelhas eram um pouco pontudas e sem lóbulos. O nariz era muito afilado e os olhos impressionavam pela cor indefinível — entre o amarelo e o castanho. “Pareciam refletir o verde da vegetação”, definiu Lucy. Não tinha sobrancelhas e nem pestanas, e sua voz era grossa.
A criatura humanóide deu várias informações para a jovem, entre as quais a de que a vida na Terra surgiu através da colonização do planeta por seres de outros mundos. Depois disso, o humanóide se afastou e desapareceu. Lucy não avistou qualquer UFO, assim como demorou bastante tempo para concluir que se tratava de uma experiência de cunho ufológico. Como é perceptível neste ponto de nossa análise, a pesquisa do Humanoid Study Group formula uma maneira não convencional de tentar estudar e classificar os ufonautas.
Diante de um fenômeno que parece transcender tudo o que conhecemos, mais pesquisadores deveriam se dedicar a examinar essa questão, com novas e originais formas de classificação e associação. Esse seria um esforço legítimo de se tentar avançar nosso conhecimento em tão polêmico assunto. Afinal, os humanóides, ocupantes de UFOs, ainda são uma incógnita total. Quem são eles? De onde vêm? O que desejam? Talvez um dia nossos próprios visitantes misteriosos resolvam se revelar e, assim, teremos respostas para estas importantes perguntas.
QUADRO A
Classificação brasileira dos extraterrestres
O estudo da tipologia dos seres extraterrestres do gaúcho Jader Pereira é baseado em 230 casos catalogados, ocorridos desde o início da Era Moderna dos Discos Voadores e considerados pelo autor como de grande credibilidade. Sua pesquisa abrange a casuística mundial até o ano de 1970 e seu critério obedece especialmente as características da anatomia dos seres observados. Segundo seu estudo, publicado originalmente pela entidade belga Société Belge d’Etudes des Phenoménes Spatiaux (SOBEPS) e depois pelo Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV) — que edita a UFO Especial —, há 12 categorias básicas com 23 variações. Até hoje, embora ultrapassada, a classificação de Pereira serve de parâmetro para muitos pesquisadores e estudiosos.
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