De tempos em tempos, a Ufologia é sacudida por certos eventos e revelações. Nisso, acaba não se distinguindo muito da ciência, que também vive de altos e baixos. Por exemplo, quem não se lembra do choque que foi a revelação da descoberta de possíveis fósseis de bactérias alienígenas no meteorito marciano ALH84001, encontrado na Antártica em 1996? Ou o anúncio do primeiro sistema estelar em pleno processo de formação, em 1983, descoberto graças ao telescópio infravermelho IRAS? Ou ainda, mais recentemente, o extraordinário comunicado dos cientistas, informando que haviam detectado o primeiro planeta habitável fora do Sistema Solar, um mundo orbitando a estrela anã Gliese 581?
Cada um destes anúncios de descobertas científicas representou um extraordinário salto em nossa compreensão do universo. Tomemos o último deles para efeito de análise. Até a comunicação mundial do achado, os cientistas ainda duvidavam da possibilidade de existir um planeta habitável em um sistema estelar que tivesse também a presença de uma espécie de “Júpiter quente”, ou seja, um grande planeta gasoso orbitando seu sol a curta distância. “Isso desestabilizaria o sistema, impedindo o surgimento de vida”, alegavam. Os estudiosos ainda consideravam altamente improvável que pudesse existir um planeta habitável em um sistema dominado por uma estrela anã vermelha, como a Gliese 581. Pois é, o anúncio da descoberta eliminou de uma só vez todas estas dúvidas! Tanto que hoje já se fala que estrelas anãs vermelhas, com uma duração muito maior que a de astros como o nosso Sol, poderiam sustentar vida em planetas ao seu redor por períodos de até 10 bilhões de anos. Isso seria tempo mais do que suficiente para que formas primordiais de vida evoluíssem até que se tornem supercivilizações altamente avançadas.
Já na Ufologia há uma clara divisão entre eventos considerados impactantes, anunciados nas últimas décadas. Alguns deles são de fato altamente favoráveis ao desenvolvimento da disciplina, como o episódio conhecido como a Noite Oficial dos UFOs no Brasil, de 19 de maio de 1986, ou a sensacional entrevista do coronel Uyrangê Hollanda à Revista UFO, em 1997, detalhando a Operação Prato da Força Aérea Brasileira (FAB). E como esquecer o Caso Varginha, de 20 de janeiro de 1996, que colocou a Comunidade Ufológica Brasileira e mundial em estado de alerta com a queda de uma nave naquela cidade mineira? Ou então, ainda mais recentemente, a visita inédita da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) às instalações do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta), em Brasília, em 20 de maio de 2005? Esse evento deveria estar na mídia até hoje, e se não está não é por culpa dos militares simpáticos à Ufologia, que em um país governado por uma Constituição soberana, como o nosso, recebem ordens do Poder Executivo. Mas como todos os brasileiros sabem bem em que tipo de problemas este último está envolvido, o fato de a Ufologia ser deixada de lado não chega a ser uma surpresa…
“Escolhidos por ETs” — Em cada um desses episódios, a Ufologia esteve em alta na mídia e entre a população, desfrutando do prestígio de uma divulgação que sempre fez por merecer, mas que raramente lhe foi concedida pelos grandes veículos de comunicação. Um exemplo disto está no covarde e injustificável atentado que foi a invasão e roubo da sede da Revista UFO em Campo Grande (MS). Ora, um órgão de imprensa sofre uma inominável violência deste porte e qual grande veículo noticiou o lamentável ocorrido? Nenhum! A culpa por este estado de coisas, devemos reconhecer, é em grande parte dos próprios ufólogos, que ainda permitem que existam em seu meio figuras que constantemente advogam e fazem barulho sobre eventos e crendices altamente questionáveis. Entre eles, os tais “gurus” e “escolhidos por ETs”, que surgem a cada dia alegando terem recebido “poderes” para liderar a humanidade num resgate cósmico iminente, a ser feito por “irmãos cósmicos”. Essas situações apenas mancham a reputação da Ufologia, que não condena firme e unanimemente tais tresloucadas manifestações.
O problema é facilmente detectável, e continua sendo a falta de união entre os praticantes da Ufologia. Tomemos outro evento impactante para analisar: as famosas fotos de supostos UFOs na Barra da Tijuca (RJ), obtidas pelo fotógrafo Ed Keffel junto do repórter João Martins, ambos da extinta revista O Cruzeiro, ainda no começo das discussões sobre a presença alienígena na Terra, na década de 1950. Quem não se lembra daquelas impressionantes imagens, estampadas com destaque em diversas edições da citada publicação, suscitando o país inteiro a debater os discos voadores? Como se sabe, sempre houve muitos questionamentos a respeito das fotografias de Keffel, e pairam dúvidas sobre sua legitimidade desde aquela época, especialmente quanto a uma delas, em que um suposto UFO exibe sombras flagrantemente absurdas – para que fossem verdadeiras, o Sol teria que estar dentro do mar, iluminando o objeto por baixo.
Ainda nos anos 90, o engenheiro e co-editor da Revista UFO Claudeir Covo, um dos mais reputados ufólogos do Brasil, visitou o local onde as fotografias teriam sido obtidas, no Rio de Janeiro, precisamente no mesmo horário aludido por Keffel e Martins, para fazer um exame das sombras usando uma maquete de disco voador do mesmo formato do fotografado. Covo demonstrou cabalmente, utilizando o confiável método científico de testes e experimentação, que aquele famoso, histórico e pioneiro caso da Ufologia Brasileira, lamentavelmente, nunca passou de uma fraude. E foi justamente a análise das sombras que o levou a esta conclusão. Mas, apesar da exatidão de suas análises e da firmeza dos métodos empregados, houve unanimidade na Comunidade Ufológica Brasileira quanto ao resultado a que chegou? Não, claro que não! Ainda hoje temos pesquisadores, no país e até no exterior, que continuam afirmando que as fotos são genuínas, mesmo diante de todas as evidências em contrário.
ET em Passo Fundo — Acontecem outras coisas interessantes na Ufologia. Em 2002, quando foi lançado o filme Sinais, dirigido por M. Night Shyamallan – o mesmo de Sexto Sentido [1999] e Corpo Fechado [2000] – e estrelado por Mel Gibson, chegou a circular nas listas ufológicas da internet a informação de que o avistamento de uma criatura alienígena que aparece no início do filme, supostamente durante uma festa infantil realizada em Passo Fundo (RS), era real. Ora, o filme era claramente uma ficção, assim como seu conteúdo, ainda que tenha sido inspirado em fatos reais, como o fenômeno dos círculos ingleses [Veja UFO 81]. Mas alguns ufólogos e entusiastas teimavam em afirmar que, por alguma conspiração mirabolante, as image
ns do tal alienígena eram reais.
“A Ufologia precisa de uma reformulação e retomada de rumos”, diria o editor da UFO, A. J. Gevaerd. Realmente, quando pensamos no que os organismos militares e de inteligência ao redor do mundo sabem a respeito de nossos visitantes, ficamos imaginando o quanto nós, ufólogos, estamos distantes da realidade. E enquanto a desunião continuar em nosso meio, prevalecerão problemas como os citados, com inquestionável reflexo na credibilidade da Ufologia. Se o caso do filme Sinais fosse o único em que elementos claramente ficcionais contaminam a pesquisa ufológica, por obra dos crédulos, poderíamos nos dar por satisfeitos. Lamentavelmente, não faltam indivíduos, até mesmo celebridades, que criam ou fomentam a invenção de histórias infundadas na área. Um exemplo são as tantas mensagens supostamente alienígenas de alerta quanto ao futuro da Terra, muitas delas copiadas ou inspiradas em filmes como O Dia em que a Terra Parou, de 1951 [Veja UFO Especial 36, Alienígenas na Ficção Científica]. Imagino que o remake da esplêndida obra, que se planeja para o ano que vem e que tem o ator Keannu Reaves como o alienígena Klaatu, vai ser um motivador ainda maior e mais potente para o surgimento das novas mensagens de alerta.
Algumas situações da Ufologia chegam a ser cômicas. Como os inúmeros boatos que circulam na internet e em eventos da área, que dão conta de que o famoso diretor Steven Spielberg, o genial criador de Contatos Imediatos do Terceiro Grau [1977], ET [1983] e da famosa minissérie para televisão Taken [2002], entre outros sucessos, “só pode ser um contatado, abduzido ou membro da tenebrosa conspiração do governo mundial”. Seu interesse por produzir filmes e séries abordando com profundidade o assunto UFO leva as pessoas até mesmo a sugerirem que ele tenha um pacto com alienígenas, sejam os grays [Cinzas], que comandariam cada aspecto de nossas vidas sem que percebamos, sejam os ETs de características nórdicas.
O fato é que as pessoas, e até mesmo muitos ufólogos, estão ávidas para acreditar nos discos voadores, e muitas vezes sem qualquer questionamento ou análise do que ouvem e lêem. É como está escrito no famoso pôster afixado na parede do escritório do agente Fox Mulder, no porão do prédio do FBI, no seriado Arquivo-X: “Eu quero acreditar”. O pôster não é apenas uma peça de cenário. Ele existe de verdade desde os anos 80 e já foram vendidas milhares de cópias em todo o mundo. Não é à toa que o mesmo pôster tenha sido usado em Arquivo-X. E infelizmente, o que contém parece ter se tornado o principal mote de indivíduos que fazem muito barulho, mas nada acrescentam à Ufologia. Os criadores ou fomentadores de mitos. Convencer estas pessoas, aferrados aos “seus casos” e às “suas verdades”, é tarefa praticamente impossível. Quando se permite que assuntos de crença contaminem uma área onde deveria prevalecer a ciência, como teria que ser com a Ufologia, muito pouco se pode fazer.
A principal questão parece ser a aceitação da Ufologia pela mídia, hoje muito insuficiente e inconsistente. Naturalmente, o sensacionalismo inconseqüente interessa a muitos veículos de comunicação, como ocorreu com a conhecida atriz e modelo brasileira Suzana Alves, a Tiazinha, que compareceu a programas de TV alegando ter filmado um UFO cilíndrico sobre a cidade de São Paulo, há alguns anos. De novo, com a participação do diligente Claudeir Covo, ficou demonstrado que o objeto era na verdade um dirigível da Goodyear, operando a partir do Campo de Marte, na capital paulista. Convidado para comparecer ao mesmo programa em que a atriz se apresentaria, o Domingo Legal, apresentado por Gugu Liberato, da Rede SBT, Covo teve sua participação cancelada na última hora, quando a direção descobriu que seus estudos revelaram que a filmagem era uma fraude e que ele mostraria isso no ar.
A vontade de acreditar — Em vez dar o espaço ao ufólogo e oferecer uma informação sadia aos seus telespectadores, o apresentador Gugu Liberato privilegiou apenas a Tiazinha, que mais uma vez afirmou que sua filmagem registrava um UFO. E para completar, ao ser apresentada às conclusões de Covo, em aparições subseqüentes na mídia, a atriz e autora da filmagem respondeu com sarcasmo, afirmando que os estudos que tentavam provar que o vídeo era falso “foram produzidos pelos mesmos ufólogos que acobertaram o Caso Varginha!” No dominical de Liberato, que primeiro divulgou as imagens, a descoberta da verdade sobre o caso não foi nem ao menos mencionada. Felizmente, apesar de tudo, situações como esta ensinaram a Comunidade Ufológica Brasileira que seus integrantes não devem participar de certos programas televisivos.
A vontade de acreditar em algo a qualquer custo é surpreendentemente mais forte do que a capacidade individual de entender e aceitar a verdade, sempre menos sensacional. E se isso vem se confirmando ano após ano na Ufologia, tal fato acabou por ser exemplarmente confirmado no mês de julho, quando passou a circular na internet um vídeo de pouca duração, mas com um poder gigantesco de causar comoção. Trata-se da filmagem de dois supostos UFOs, alegadamente produzida no Haiti dias antes de sua exibição do site Youtube – estima-se que entre 02 e 17 de julho. Na imagem, duas grandes naves surgem de repente e, após uma exclamação de espanto do suposto cinegrafista, passam baixo sobre ele e distanciam-se, juntando-se no firmamento a outras “naves” e proporcionando um belíssimo show aéreo. Mas falso! Em mais de três meses de permanência na internet, a gravação foi assistida por milhões de pessoas, literalmente.
Quando este articulista primeiro assistiu ao vídeo, logo pareceu estranho que a nave enquadrada pelo cinegrafista jamais saia de foco, como é comum acontecer em filmes de UFOs. Curiosamente, a exclamação de espanto dele produzem tremores na imagem, porém eles não parecem afetar as naves apresentadas. Além dessas indicações claras de fraude, todas as palmeiras mostradas na imagem também apresentam a mesma silueta, e o formato dos objetos é completamente diferente de todos os casos registrados na literatura. Enfim, eram “coincidências” demais, e logo viria a confirmação de que se tratava de uma falsificação. Mesmo assim, o vídeo simplesmente congestionou o Youtube, o site de compartilhamento de imagens mais conhecido da internet.
Não tardou para se esclarecer a origem da fraude, que, igualmente, passou a circular pelo mundo todo. Um profissional de efeitos visuais ligado à empresa francesa Partizan, produtora responsá
;vel por filmes como Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças [2004] – que tem no elenco Jim Carrey, Kate Winslet e Kirsten Dunst –, admitiu ter montado a farsa. O profissional, de 35 anos, é professor de uma escola de artes na França e tem grande experiência em computação gráfica e animação digital para comerciais. Ele contou que fez a montagem porque o filme em que está trabalhando atualmente tem uma situação parecida. Nele, dois artistas criam um vídeo falso de UFOs, mas ele é tão realista que acaba indo parar na internet e sai do controle. De fato, são situações bem semelhantes, se não idênticas. O profissional usa o pseudônimo de Berzolff e afirmou ainda que pretendeu usar sua peça de ficção para “realizar um experimento sociológico”, e assim o enviou para a rede mundial.
Relutância em aceitar a verdade — Para a grande surpresa de Berzolff, o número de acessos ao vídeo foi muitíssimo maior do que ele imaginava. Em poucas horas, milhares de pessoas já tinham assistido as polêmicas imagens, gerando uma onda de informações, boatos e mensagens em listas ufológicas como nunca se viu antes. Somente a Revista UFO já recebeu cerca de 300 mensagens com cópias da gravação, provenientes de todos os tipos de pessoas, entre elas muitas que são ativas no movimento ufológico e teriam que estar atentas a fraudes do gênero. Todas tinham em comum uma imensa curiosidade quanto à sua natureza. E eis aí o aspecto mais interessante e, lamentavelmente, também o mais perturbador de todo o episódio: mesmo com todas as explicações oferecidas aos curiosos, boa parte das pessoas simplesmente relutou em acreditar que se tratava de uma mera falsificação!
Mesmo com o próprio autor do vídeo informando que o mesmo foi produzido com equipamentos e softwares de efeitos especiais, como o MacBook Pro e o Vue 6, a maioria das pessoas se recusa até hoje a aceitar que seja uma fraude. E não estamos falando apenas de cidadãos com pouco estudo e quase nenhum conhecimento do assunto. Muitos dos que relutam em aceitar a verdade são indivíduos cultos, com curso superior, exercendo cargos respeitáveis em grandes empresas e com situação social e financeira de bom padrão. Eles chegam a ficar mal-humorados e desferem palavras ásperas quando são informados que o vídeo dos UFOs no Haiti não passa de uma falcatrua. “Causou espanto ver a reação das pessoas a quem respondemos que a gravação não era legítima”, declarou Gevaerd.
Eis a mais nova dificuldade que nós, ufólogos, passamos a enfrentar. E uma grande dificuldade! A internet é uma fabulosa ferramenta de pesquisa, que está literalmente demolindo antigos conceitos que duravam décadas e até mesmo séculos, popularizando e democratizando o acesso à informação e verdadeiramente globalizando o planeta. Com esse fantástico meio de comunicação, o conhecimento, a cultura, a economia, os esportes e uma infinidade de atividades humanas estão de fato se universalizando. Pessoas de pontos opostos do globo se relacionam através desta mídia e expandem seus horizontes como nunca se viu antes.
Mas, paralelamente a este fenômeno global, está se fortalecendo outro: as pessoas estão encontrando cada vez mais dificuldade para se darem conta de que nem tudo disponível na internet é verdade. O vídeo dos UFOs no Haiti é apenas mais uma comprovação desta triste realidade. Ele não é o primeiro e nem o último, mas um dos mais bem elaborados e certamente o que mais polêmica causou. Com os novos softwares de manipulação de vídeos e imagens, fraudes cada vez mais sofisticadas vão para a rede e são acessadas por milhões de pessoas em pouquíssimo tempo. Será uma tarefa hercúlea alertar os curiosos sobre as novas fraudes que surgirão daqui para frente. Mas, como ufólogos, temos a obrigação de nos manter atualizados nestas áreas, pois os avanços tecnológicos em softwares e equipamentos contribuem para demonstrar novamente como a Ufologia é multidisciplinar. Além de noções de psicologia, fotografia, astronomia e tantas áreas afins, agora é muito recomendável que os ufólogos se mantenham informados também nestes campos, destinados aos efeitos visuais.
A Ufologia é uma disciplina apaixonante e, naturalmente, a maioria dos que a praticam o fazem por convicção de que jamais estivemos sozinhos no cosmos. Citando o saudoso astrônomo e divulgador científico Carl Sagan, que tantos integrantes do meio ufológico mundial consideravam um inimigo da Ufologia, “se existirmos só nós no universo, será um tremendo desperdício de espaço” [Veja UFO 130]. Agarrar-se com todas as forças a esta convicção é seguramente o que mantém os entusiastas na Ufologia, contra todas as adversidades, sejam eles veteranos pesquisadores com décadas de experiência, ou ufófilos iniciantes. Porém, como ainda não é um ramo do conhecimento estabelecido, com estatutos, regras definidas, procedimentos para pesquisa e outros elementos normativos, a Ufologia continua sendo uma “terra de ninguém”. Entra nela quem quer, e faz dentro dela o que bem entende, escrevendo e falando o que lhe der à cabeça.
Propagação de fraudes — A falta de definições vitais à Ufologia dá margem para que qualquer um se apresente como ufólogo em qualquer ambiente, e cópias descaradas de artigos de pesquisadores sérios e renomados acabam parando em sites de confiabilidade e reputação mais que duvidosas, sem que seus autores sejam creditados. E pior: fica tudo por isso mesmo. Inveja e intrigas de bastidores existem em qualquer ramo de atuação, mas, de forma absolutamente deplorável, parecem fazer muito mais estragos na Ufologia do que em qualquer outra disciplina. Justamente ela, que necessita tanto de credibilidade e reconhecimento. E também é conseqüência da falta de organização e união que ainda ocorrem tantos desentendimentos no meio, motivados unicamente pelo ego dos contendores, que colocam suas verdades acima da verdade coletiva.
Finalmente, cabe dizer que este tem sido o combustível para a propagação de fraudes, enganos e manobras de espertalhões que desejam seus 15 minutos de fama. E até mesmo para “experimentos sociológicos”, como foi definido o vídeo dos UFOs no Haiti por seu cria
dor. Mas, pensando bem, talvez devamos agradecer a Berzolff. Sim, pois graças à sua filmagem – muito bem produzida, sejamos honestos – aprendemos um pouco mais sobre a credulidade do ser humano. Especialmente, nos demos conta do tremendo interesse que a Ufologia continua a despertar nas pessoas, sendo um dos assuntos mais pesquisados na internet, perdendo apenas para sexo. Ao contrário de nos lamentarmos pelos velhos tempos que não voltam mais, quando a rede mundial ainda não existia, continuemos a alimentar essa lembrança, mas vamos usar as facilidades tecnológicas de hoje em nosso benefício.
A internet é uma mídia onde não existem fronteiras nem censura. E assim como as fraudes são divulgadas nela numa velocidade impressionante, por que não podemos fazer o mesmo com as informações sérias? Mais união, seriedade e ação coesa podem finalmente fazer a diferença a favor da Ufologia. Cabe unicamente a nós, ufólogos, esta tarefa.