Um dos momentos mais marcantes do III Fórum Mundial de Ufologia ocorreu durante a concorridíssima “Manhã dos Militares”, no sábado, 13 de junho, com a conferência do coronel Antonio Celente Videira [Veja artigo nesta edição]. Antes dele, o brigadeiro José Carlos Pereira já havia esquentado a platéia com uma impecável apresentação, afirmando que, se ainda não existem provas concretas e irrefutáveis a respeito da origem extraterrestre dos UFOs, há abundantes teorias bem fundamentadas pelas evidências que nos conduzem ao caminho de consegui-las. “A aceitação da Ufologia pela sociedade brasileira deve ser buscada incansavelmente”,
disse Pereira.
Em seguida entrou Celente, fazendo retrospectiva das iniciativas pioneiras da Ufologia Militar Brasileira. Ele recomendou expressamente que sejam estreitados os laços entre ufólogos e a Aeronáutica, através de eventos, apresentações, reuniões e outras iniciativas, com o fim de fortalecer a cooperação para obtenção de resultados. O oficial recordou o editorial de um jornal norte-americano de 1865, que dizia que jamais a voz humana poderia ser transmitida por fio, absurdo que foi demolido pela invenção do telefone, por Graham Bell, 10 anos depois. Ele utilizou o exemplo para confirmar que vivemos em um tempo de aceleradas e cada vez mais surpreendentes mudanças, o que também leva à conseqüências ainda mais admiráveis. E ainda ressaltou que o movimento de aeronaves tem, obrigatoriamente, que ser levado em consideração dentro do estudo ufológico, falando a respeito dos inúmeros projetos de veículos aéreos não tripulados, os VANTs, sendo desenvolvidos inclusive no Brasil [Veja edição UFO 155]. “É um setor onde são investidos oito bilhões de dólares por ano em todo o mundo, e o produto desse esforço muitas vezes tem uma aparência exótica, devendo ser estudado com cuidado, com vistas a não se confundir tais objetos com naves alienígenas”, disse.
Antonio Celente enfatizou ainda que foi a cooperação entre os homens, desde os primórdios de nossa existência sobre a Terra, que nos levou das cavernas ao espaço, iniciando uma nova era de navegações pelo que chama de Oceano Galáctico. “Agora, um novo Sioani deve ser criado, para que a Aeronáutica e a sociedade possam trabalhar juntas na decifração dos enigmas do universo”. Aplaudido de pé, o coronel exibiu a imagem final de sua apresentação, um logotipo verde e amarelo do novo órgão, ladeado, à esquerda, pelo da FAB e, à direita, pelo da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU). É tempo de arregaçar as mangas e trabalhar com dedicação e afinco, afim de concretizar esta grande idéia. Os ufólogos à frente da CBU já se organizam, junto do staff da Revista UFO, para a missão que se aproxima.