Sabemos ser fato conhecido e voz corrente na Ufologia que as melhores e mais sólidas testemunhas de avistamentos e contatos são os militares de todas as armas e os policiais. Entretanto, como também é de amplo conhecimento, essas pessoas muito raramente relatam o que viram ou experimentaram. A razão vai desde um acordo tácito de silêncio sobre “coisas estranhas”, sejam quais forem, até o medo de serem afastadas de suas funções por instabilidade psicológica. No caso específico dos policiais, a situação é ainda mais difícil, uma vez que nada os prepara para o desconhecido. Eles são treinados para responder ao perigo, a tiroteios, a assaltos e brigas, para administrarem primeiros socorros e até para fazerem partos — mas ninguém lhes diz como agir caso se deparem com situações inexplicáveis de qualquer tipo. Assim, eles simplesmente se calam sobre elas.
Muitas vezes, os pesquisadores só conhecem alguns casos depois que o policial já se aposentou, mas então se passaram tantos anos, é praticamente impossível de se investigar alguma coisa. Quando um ou outro policial mais corajoso se atreve a contar o que viu, normalmente é ridicularizado por seus colegas e superiores, que ou riem ou lhes dão uma bronca, proibindo-os de voltar a tocar no assunto. Infelizmente, essa situação ocorre no mundo inteiro, mesmo em países que poderíamos imaginar que fossem mais abertos em relação ao assunto. O caso que relataremos a seguir é uma exceção à regra do silêncio sobre UFOs e é importante salientar que a testemunha só concordou em contar o que viu porque lhe garantimos total anonimato.
Um avistamento incomum
Em 08 de janeiro de 2013, dois policiais da região de Opole, no sudoeste da Polônia, estavam retornando para a delegacia após terem atendido a uma ocorrência envolvendo um homem bêbado e agressivo em um dos vilarejos localizados no meio da floresta. Eram 04h00 e eles dirigiam um automóvel da marca Kia, modelo Ceed, por uma estrada calma e solitária distante apenas 12 km da delegacia. De repente, os policiais notaram luzes brilhantes ao longe, que pairavam sobre a floresta ao lado da estrada. Eles eram da unidade regional da polícia, em uma das cidades da área de Opole. A testemunha principal, que chamaremos de Senhor M, pediu que não fosse citado, pois temia que o relato do incidente influenciasse sua carreira. Suas preocupações tinham fundamento, pois quando ele e sua colega chegaram à delegacia, foram imediatamente interrogados sobre a demora em atender a ocorrência com o bêbado e retornar — os doze quilômetros do caminho de volta haviam levado duas horas para ser feito.
Chocados com o estranho acontecimento, relataram, sem hesitação, o encontro com o bizarro aparelho aéreo. A atitude honesta que tiveram provocou um comportamento inesperado por parte de seus superiores. O Senhor M se lembra de que, após chegarem à delegacia, sua companheira de patrulha, que chamaremos de Senhora J, se sentiu tonta. Ele também se lembrou de que seu organismo havia reagido de maneira estranha logo depois do surgimento da nave e que, por um momento, sua visão ficara turva. De início, ao verem a luz, pensaram que ela viesse de uma torre de telefonia celular, mas mudaram de ideia ao perceberem que parecia se aproximar do local onde estavam. Em poucos momentos, o artefato parou sobre uma clareira entre as árvores, localizada cerca de um quilômetro da estrada. A “coisa” laranja-amarelado mudava de forma e de cor.
O Senhor M relatou que, alguns minutos antes de avistarem a luz, sua parceira lhe dissera estar sentindo que havia “algo no ar”. A Senhora J estava ansiosa. “Ela repetiu essa frase várias vezes antes de a luz aparecer”, relembrou o policial. “Quando o objeto apareceu no horizonte, decidimos parar e sair do carro para observar melhor. Pela distância, aquilo se parecia com uma bola que mudava de forma, mostrando-se ora redonda, ora como a lua crescente”. O policial disse que, instantes antes, sentiu como se o tempo tivesse desacelerado por um momento, mas que a sensação durara apenas poucos segundos. Durante o estágio seguinte do encontro, a Senhora J e seu parceiro estavam totalmente conscientes.
O avistamento se intensifica
Os policiais pararam e observaram a luz manobrar sobre um campo próximo. A cena era estranha, como relata a testemunha: “Aquilo se movia silenciosamente, sem emitir som algum que indicasse que havia um motor naquela máquina voadora. Em dado momento, o artefato começou a ejetar coisas que pareciam ‘bolas de luz’. Algumas desapareciam durante seu caminho até o solo, outras retornavam ao UFO. De repente, debaixo da nave, surgiu um flash que lembrava um estrobos cópio”. Ele complementou dizendo que, por um segundo, um pedaço do chão chegou a ficar iluminado. Segundo o Senhor M, era possível distinguir o formato da nave. No entanto, a escuridão, a sensação estranha que ambos tiveram e o surgimento do exótico objeto em si, os forçaram a saírem do local — e para espanto de ambos, depois de algum tempo, o UFO começou a se mover paralelamente à viatura, permanecendo a uma distância constante de cerca de um quilômetro.
Apesar das fortes preocupações e do medo que sentia, o Senhor M parou o carro no vilarejo seguinte e tentou filmar o objeto com a câmera de seu celular. “O UFO tinha formato de disco, com uma pequena cúpula no topo. Ele emitia uma luz amarela cegante, que ocasionalmente mudava para laranja. Na parte de baixo dele era possível ver três bolas menores, branco-azuladas. Em minha opinião, se tratavam de motores, apesar de não emitirem som algum”, relatou a testemunha.
Às 04h32, após 32 minutos do início do avistamento, o policial gravou um vídeo curto que mostra uma fraca luz ao longe — trata-se do único registro do incidente. A Senhora J estava muito agitada e tentava freneticamente registrar alguma imagem do UFO com a câmera de seu celular, mas nada de interessante apareceu nas fotos. Tais evidências parecem não fazer jus ao relato deste caso espetacular e o Senhor M sabe disso. “Aquela foi uma situação totalmente inesperada e não estávamos preparados para um encontro ufológico. Queria ter podido chegar mais perto do aparelho. Isso é bem claro para mim agora que toda a emoção se foi”, desabafou.
A gravação do UFO feita pelo Senhor M se tornou pública, mas sem áudio, devido ao pedido de anonimato das testemunhas. No material original podemos ouvir as vozes exaltadas de ambos os policiais comentando o surgimento do disco voador — eles chegaram a abrir a janela do carro para tentarem ouvir algum som emitido pelo objeto, mas só se ouvia latidos ao fundo. No vídeo, o Senhor M comenta que a qualidade da filmagem é ruim. O registro revela apenas uma
pequena luz brilhante pairando ao longe, contra o céu escuro. Em algumas fotos, é possível ver a silhueta de um elemento brilhante alongado.
Confusão com o tempo
O Senhor M relatou que durante o incidente pensou em avisar a delegacia, assim como a outras viaturas, sobre o estranho acontecimento. “Mas, após uma curta discussão com minha parceira, decidimos ficar calmos. Muitas unidades poderiam ouvir nosso relato e então podíamos imaginar as consequências. As pessoas costumam ser céticas e não queríamos mais problemas”, disse ele. Infelizmente, essa é mais uma ocorrência em que se vê o preconceito e o receio em relação a encontros ufológicos relatados por funcionários dos Serviços de Emergência, Polícia e Exército poloneses. O Senhor M é um raro caso de servidor público que decidiu revelar suas experiências, apesar de sua preocupação com as consequências. Portanto, decidimos não divulgar seu nome nem o local exato do avistamento, em nosso relatório.
Há muitos pontos interessantes nesse caso. O primeiro deles diz respeito ao comportamento do artefato em relação às testemunhas. Segundo nos relatou o policial, durante as três paradas que fizeram para tentar inspecionar o aparelho mais de perto, o UFO pareceu recuar para dentro dos campos — a testemunha calculou que o objeto pairava a aproximadamente 60 m acima do solo, mas não conseguiu precisar seu tamanho. “Devia ter pelo menos uns 12 m de comprimento, mas era difícil encontrar qualquer ponto de referência para calcular melhor”, explicou. O segundo ponto interessante do depoimento está ligado à duração do avistamento. A testemunha afirmou que ambos observaram a nave por cerca de 90 minutos, mas que pareceu tempo demais ao comparar com o tempo necessário para cobrirem a distância até a delegacia.
O Senhor M confessou que também ficou confuso ao perceber que o incidente levara cerca de duas horas. Essa alteração na percepção de tempo pode ser resultado da situação altamente estressante em que estavam ou até produto do fato de estarem tão absorvidos pelo que viam que não perceberam o tempo passar. Outra possibilidade é a de que o policial na função de motorista tenha ficado desorientado e pegado a estrada errada, fazendo com que percorressem algumas vias desertas entre os vilarejos.
“Você está exausto”
A testemunha nos confidenciou que isso pode ter acontecido. Mas também é tentador propor outra hipótese, uma que ligue a confusão temporal e a tontura da Senhora J após o encontro. Até o momento não há pistas diretas para afirmarmos que realmente houve um episódio de tempo perdido ou abdução alienígena. A patrulha perdeu o UFO de vista nos arredores do vilarejo Kiev. Segundo o relato do policial, o objeto recuou sobre os campos nas proximidades e então desapareceu no horizonte. Às 06h00, quando ambos retornaram à delegacia, decidiram relatar a experiência aos superiores, mas, como disse o Senhor M, o oficial de serviço primeiro explodiu em gargalhada e depois recusou toda a história. “Ele disse que eu devia estar exausto e, portanto, alucinando. O mesmo aconteceu com os outros oficiais, que tentaram nos convencer de que tínhamos visto balões ou pássaros”,
exclamou frustrado.
Porém, o relato do episódio provavelmente causou certa preocupação entre os superiores, pois o Senhor M foi informado de que o delegado queria conversar com ele. Mas, depois de algum tempo o caso foi abafado, como se nada tivesse acontecido naquele dia 08 de janeiro. Além disso, a situação pessoal de sua parceira, a Senhora J, cujo marido trabalhava na mesma delegacia, a fez ficar calada a respeito do incidente — o mais interessante é que, após as fofocas sobre o encontro com o UFO terem se dispersado, o Senhor M foi contatado por outros policiais que afirmaram também ter visto coisas estranhas durante suas patrulhas noturnas.
Nossa testemunha afirmou ainda que no dia do avistamento ele e a parceira não cruzaram com nenhum outro carro enquanto se deslocavam pelas estradas desertas entre os vilarejos. Mas é possível que alguns habitantes da região, como fazendeiros acordando cedo para cuidar de seus animais e pessoas a caminho do trabalho, por exemplo, tenham visto, ainda que por breves instantes, o estranho aparelho voador. Até agora não tivemos relatos que confirmem a ocorrência, mesmo o caso tendo sido noticiado por um grande jornal da região de Opole. Estamos cientes de que o acontecimento deve permanecer sem solução, mas é bom saber que policiais como o Senhor M estão prontos para relatar qualquer coisa suspeita, mesmo aquelas que não existem, segundo a opinião de seus superiores.
Outros relatos
A mídia e sites poloneses normalmente não publicam incidentes ufológicos, apesar de ser um tópico muito popular. Relatos ufológicos de policiais também são raridades, mas o caso da região de Opole mostrou que muitos outros encontros podem não ter sido revelados devido ao medo que as testemunhas têm de serem ridicularizadas. Mas a causa real de os relatos ufológicos serem um tabu entre os policiais é que não há um procedimento oficial para encontros com UFOs nem com quaisquer outros fenômenos igualmente desconcertantes. Em outras palavras, um policial comum que vê um UFO não sabe como reagir.
O Senhor M nos confidenciou que conversou com alguns colegas que também haviam tido experiências incomuns. Um deles nos enviou um relato sobre seu avistamento ufológico nos arredores do Lago Otmuchowskie, em 2008. Diz ele: “Às 02h00, sobre a aldeia de Sarnowice, na província de Opole, vi uma fileira de 15 luzes vermelhas. Eu e meu parceiro decidimos esconder nossa viatura em um lugar escuro para que o objeto não nos visse. Mas então algumas das luzes se apagaram e outras mudaram de posição, começando a se afastar em várias direções”.
Mas, após uma curta discussão com minha parceira de serviço, decidimos ficar calmos. Muitas unidades poderiam ouvir nosso relato e então podíamos imaginar as consequências. As pessoas costumam ser céticas e não queríamos mais problemas
Outra história interessante envolvendo um policial nos foi relatada há muitos anos. O caso também se deu na região de Opole, precisamente na área de Daniec. A testemunha, o Senhor Z, escreveu o seguinte: “Infelizmente, eu não me lembro da data exata, mas era junho ou julho de 1997. Recebemos uma chamada dizendo que um bêbado estava atacando as pessoas com um machado em um vilarejo na região. Como se tratava de uma emergência, aceleramos com as sirenes ligadas. Em determinado momento precisamos parar o carro para meu parceiro se aliviar e eu também saí da viatura, para esticar meu pescoço”.
O relato do Senhor Z, prossegue da seguinte forma: “De repente, vi aqueles objetos e no mesmo momento meu colega gritou: ‘Olhe, um UFO’ Foi quando vi
dois orbes brilhantes voando pelo ar a 300 m de distância do carro. Não eram luzes de discoteca ou lanternas. Eles voavam a alta velocidade, parando, acelerando e fazendo curvas fechadas. Ficamos lá, deslumbrados, e eu me senti grato por não estar ali sozinho”. Durante o avistamento, um dos orbes se aproximou da dupla e ficou a 12 m dela. O outro permaneceu acima do campo e então, como se recebessem um comando, ambos partiram em um segundo. “Eu sei que eram inteligentes”, garante o policial.
Um Antonov sem asas
Um relato mais antigo, mas igualmente espetacular, vem do senhor Jerzy Merkov, ex-policial da Milícia dos Cidadãos, que foi a instituição policial estadual da Polônia até 1989. “Foi no inverno de 1978, mas a data exata já se perdeu em minha mente. Eram aproximadamente 02h00 e eu estava patrulhando a área entre Ornontowice e Chudów, verificando se as lojas estavam devidamente fechadas. Eu seguia de Ornontowice para Chudów e a noite estava linda, sem nuvens no céu. A temperatura oscilava ao redor de 5° C. Eu estava parado no acostamento quando minha atenção se voltou para o comportamento estranho de meu cachorro. Automaticamente olhei para cima, enquanto ouvia um som esquisito. Então, percebi algo completamente fora do normal”. Merkov
relatou ter visto um objeto preto e alongado com algumas “janelas”.
“Você está bêbado”
Ele também teve a sensação de que alguém o estava observando. “Não era um avião, mas se parecia com o casco de um Antonov An-22, porém sem asas. Não havia som algum, apenas um leve zumbido. Então eu o vi contra o céu, de uma perspectiva diferente. O objeto se parecia com um anel negro”. Com medo de que pudesse ser um avião danificado e em vias de cair, a testemunha correu para a padaria local para telefonar para o oficial em serviço de Gieraltowice. Como em outros casos, o observador logo ouviu de seu superior que aquilo só podia ser brincadeira. “Após retornar para a delegacia, cheguei a telefonar para o vigia noturno do Aeroporto de Gliwice perguntando se havia algum pouso noturno programado. Mas ele também zombou de mim, dizendo que eu deveria estar bêbado”.
O preconceito em relação ao Fenômeno UFO e o grande medo do ridículo calam milhares de testemunhas ao redor do mundo. Em alguns países, como Chile e Peru, os avistamentos que relatamos aqui seriam investigados por comissões sérias da própria Força Aérea daqueles países, mas essa não é a realidade na maioria dos lugares. Por isso, as pessoas se calam e nós acabamos não conhecendo casos que poderiam nos ajudar a entender melhor a presença alienígena na Terra. Até quando reinará o silêncio sobre os UFOs?