Outro personagem que ganhou notoriedade no final da década de 80, alimentando e sendo alimentado pelas idéias de William Cooper, foi o ex-piloto de aviões John Lear. Utilizando-se de contatos privilegiados – e nunca identificados – na CIA e nas Forças Armadas dos Estados Unidos, Lear começou a divulgar revelações chocantes sobre UFOs e ETs. Aproveitando-se do clima reinante na época, Lear conseguiu convencer diversos ufólogos e cooptar radicais de extrema direita, sobrelevando as já delirantes especulações ao máximo de seus estertores. Enquanto Cooper fazia denúncias em tom cada vez mais agressivo, Lear tecia um conjunto de histórias tão fantásticas quanto a mais desbragada ficção científica, atribuindo planos malévolos aos extraterrestres. John Lear é filho de William Powell Lear, engenheiro aeronáutico e milionário norte-americano, inventor do jatinho executivo conhecido por Lear Jet. Sua infância foi saudável e tranqüila, regada a muitos filmes, livros e revistas de ficção científica, assunto que tanto o fascinava.
Ao que parece, a busca do pai por meios alternativos de propulsão para suas aeronaves contribuiu sobremaneira para estimular a imaginação de Lear, tanto que, já na adolescência, especulava acerca do funcionamento dos discos voadores e de sistemas antigravidade. Fascinado pela idéia de voar, decidiu logo cedo ser piloto, contrariando as pretensões do pai, que queria vê-lo no comando da empresa ou seguindo uma carreira no campo jurídico. Certa vez, Lear pai tentou argumentar contra a teimosia do filho: “John você sabia que pilotar aviões é a mesma coisa que dirigir um ônibus?”, ouvindo como resposta: “E daí? O que há de errado em dirigir ônibus?”. A determinação de Lear em ser piloto, bastante facilitada pelo fato de ser filho de um fabricante de aviões, rendeu-lhe muitos frutos. Voou em centenas de tipos de aviões, consagrando-se na habilidade de pilotar. Enveredando na aviação civil, tornou-se capitão de vôos comerciais, percorrendo quase todos os países do mundo. Controlando o manche da principal criação de seu pai, o Lear Jet, conquistou 17 recordes mundiais de velocidade, e é o único piloto que obteve todos os certificados emitidos pela Administração de Aviação Federal [Federal Aviation Administration ou FAA], órgão norte-americano que define as normas de aviação naquele país. Em uma das suas maiores façanhas, conseguiu conduzir um avião com motor danificado até o aeroporto em meio a um denso nevoeiro, voando a poucos metros acima da água e passando por debaixo da ponte Golden Gate!
Com tantas qualidades e habilitações, soa discrepante sua atitude de vir a público e difundir a paranóia denunciando conspirações megalomaníacas e acordos espúrios entre o governo e extraterrestres, arriscando-se a prejudicar o bom nome e os negócios da família. Conforme tentou se justificar, sua fama de piloto lhe haviam conferido o ensejo de tomar parte de inúmeras operações secretas da CIA, daí ter estabelecido contatos com altas autoridades e ter logrado acesso a informações privilegiadas.
Acordos secretos com ETs — Em 1987, Lear espalhou pelos BBS da época [Bulletin Board System, sistema de troca de mensagens e arquivos eletrônicos, precursor da Internet], um documento no qual pormenorizava toda a sua história. Inicialmente apresentou-a como uma hipótese, mas logo em seguida disse que foi construída a partir de fatos reais: “E agora, novamente, precisamos nos confrontar com fatos chocantes. A terrível verdade que o governo vem escondendo de nós há mais de 40 anos. E, infelizmente, essa terrível verdade é ainda mais terrível do que o próprio governo jamais poderia ter imaginado. No seu esforço para proteger a democracia, o nosso governo nos vendeu para os alienígenas. E eis aqui como aconteceu. Mas, antes de começar, queria colocar uma palavra em defesa daqueles que barganharam com a nossa sorte: Eles tinham as melhores das intenções!”
Segundo Lear, por volta de 1939, a Alemanha Nazista teria recuperado um disco voador acidentado em Spitzbergen. Em 1946, um ano depois do fim da Segunda Guerra, o general James H. Doolittle foi à Suécia inspecionar o tal disco. A “terrível verdade” revelada por Lear, até então conhecida somente por algumas poucas pessoas, era a de que realmente existiam pequenas e horrorosas criaturas alienígenas parecidas com insetos tipo louva-a-deus, dotadas de uma tecnologia até um bilhão de anos mais avançada do que a nossa. E dos membros do primeiro grupo a conhecer essa “terrível verdade”, vários haviam cometido suicídio. “O mais famoso deles foi o secretário de Estado norte-americano James V. Forrestal, que pulou para a morte através da janela do 16º andar do hospital. Os registros médicos de Forrestal são mantidos em sigilo até hoje”, declarou o piloto.
As histórias de John Lear eram contundentes. Ele afirmava que o então presidente dos Estados Unidos Harry S. Truman, o mesmo que ordenou o lançamento de duas bombas atômicas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, decidiu abafar o episódio e colocar o assunto sob total sigilo. Ele ocultou os fatos de maneira a levar o grande público a encarar os discos voadores como sendo uma piada. De acordo com Lear, em 1947 – ano em que iniciou a Era Moderna dos Discos Voadores com o avistamento do piloto Kenneth Arnold, em 24 de junho – Truman criou um grupo reunindo 12 das mais eminentes autoridades científicas e militares daquele tempo. O grupo, cognominado de Majestic-12, ou apenas MJ-12, existiria até hoje, mas sem os já falecidos pioneiros. À medida que um dos integrantes morria, o grupo escolhia um novo membro para substituí-lo. O último a falecer foi Gordon Gray, ex-secretário do Exército, em 1984. Especula-se ainda que o grupo original teria se expandido para um número bem maior de participantes do que os 12 membros iniciais.
Esquadrão de UFOs sobre Washington — Houve muitas outras quedas de discos voadores no final dos anos 40. Uma em Roswell outra em Aztec, ambas no estado do Novo México, e uma próxima a Laredo, no Texas, cerca de 50 km da fronteira mexicana. Em julho de 1952, o governo assistiu, em pânico e totalmente impotente, a passagem de um esquadrão de discos voadores sobre a capital do país, Washington, o que gerou uma grande discussão na Casa Branca, no Capitólio e no Pentágono. “O governo precisou reunir toda a sua capacidade de dissuasão para fazer com que o público se esquecesse desse grave incidente. Milhares de avistamentos também ocorreram dura
nte a Guerra da Coréia, e vários outras naves alienígenas foram recolhidas pela Força Aérea Norte-Americana (USAF). Alguns foram guardados na Base Aérea de Wright-Patterson, em Dayton, estado de Ohio, outros em bases da USAF próximas aos locais dos acidentes”, disse Lear. Segundo ele, um dos discos recuperados era tão grande, e as dificuldades logísticas para seu transporte tão desproporcionais, que ele acabou sendo enterrado no próprio local da queda e continua lá até hoje.
Há histórias lendárias envolvendo o transporte de discos voadores por longas distâncias, em viagens feitas somente à noite, demandando a compra de fazendas, a derrubada de florestas e o bloqueio de rodovias pelo caminho. Algumas vezes eram necessários dois caminhões andando lado a lado para carregar o disco, ocupando as duas pistas da estrada ao mesmo tempo. Segundo Lear, o primeiro contato oficial entre alienígenas e o Governo dos Estados Unidos teria acontecido em 30 de abril de 1964, na Base Aérea de Holloman, no Novo México. “Três discos teriam pousado numa área previamente demarcada e se estabeleceu o encontro entre os alienígenas e alguns oficiais de inteligência do governo”. Entre o final dos anos 60 e o início dos 70, o MJ-12 teria feito um acordo com essas criaturas que Detley Bronk, um dos primeiros membros do MJ-12 e sexto presidente da Universidade Johns Hopkins, denominou apropriadamente de entidades biológicas extraterrestres [Extraterrestrial biological entities ou EBEs]. O acordo consistia em receber a tecnologia dos seres em troca de que se permitisse que continuassem abduzindo seres humanos e mutilando gado livremente. As EBEs garantiram ao MJ-12 que as abduções não duravam mais do que duas horas e tinham por finalidade somente o acompanhamento do desenvolvimento humano.
Sistema digestivo atrofiado — “Mais tarde, no entanto, descobriu-se que as prerrogativas do acordo eram outras”, conta Lear. Os aliens estariam inserindo dispositivos esféricos de três milímetros de diâmetro nas cavidades nasais dos abduzidos até que se alojassem no cérebro. “Eram os tais implantes ou chips, que serviriam para monitorar, rastrear e controlar os abduzidos”. Sugestões pós-hipnóticas eram feitas de modo a que os abduzidos realizassem certas atividades durante um período determinado de tempo. Além disso, segundo Lear, pessoas estavam sendo utilizadas como fontes de material genético e recursos biológicos. Aquelas que porventura representassem algum tipo de ameaça às suas atividades na Terra, estavam sendo mortas por eles. Fêmeas humanas estavam sendo fecundadas para que parissem crianças híbridas.
Tudo isso ocorria porque, segundo Lear, “os EBEs sofriam de um tipo de desordem genética e possuem um sistema digestivo atrofiado que não é funcional. Alguns especulam que eles estiveram envolvidos em um tipo de acidente ou guerra nuclear, ou talvez isso seja a conseqüência de algum tipo de desenvolvimento genético. O fato é que, para poderem se alimentar, utilizam enzimas e secreções hormonais que são obtidas dos tecidos que eles extraem de seres humanos e animais”. As secreções obtidas eram misturadas com peróxido de hidrogênio e aplicadas sobre a pele por aspersão, ou então por imersão de partes do corpo dentro da solução. O corpo deles absorve a solução e depois a excreta também através da pele. As tenebrosas mutilações de gado que se verificaram entre 1973 e 83 – que foram amplamente noticiadas em jornais e revistas –, consistiram em ações desses alienígenas para que pudessem recolher tais tecidos. Daí a extrema precisão cirúrgica com que eram extraídos os órgãos genitais, parte do reto, olhos, língua e garganta. Em alguns casos, as incisões eram feitas cortando-se entre as paredes celulares, um processo que a medicina terrestre ainda não dominou. “Os pedaços dos corpos eram levados para as bases subterrâneas, e entre elas uma próxima à pequena cidade de Dulce, no Novo México”, disse Lear.
Essa instalação conjunta da CIA e dos ETs, foi descrita como sendo imensa, com altíssimas paredes de concreto que, aparentemente, não teriam fim. Testemunhas relataram a existência de enormes caldeirões onde eram misturadas, em meio a um líquido amarelado, as partes extraídas dos corpos humanos. Depois do suposto acordo inicial entre o Governo dos EUA e os extraterrestres, as instalações militares em torno do Lago Groom, em particular a Área 51, foram fechadas por cerca de um ano. Isso ocorreu em algum momento entre 1972 e 74 para que uma imensa base subterrânea fosse construída com a ajuda dos EBEs. A barganha tecnológica foi colocada em prática lá, mas era controlada somente pelos alienígenas. Desnecessário dizer que a tal tecnologia avançada fornecida, em troca das abduções, não poderia ser utilizada contra os EBEs, mesmo se isso fosse necessário. Entre 1979 e 83, foi se tornando cada vez mais patente para o MJ-12 que as coisas não estavam transcorrendo como planejado.
“Ficou claro que milhares de pessoas que não constavam das listas oficiais fornecidas pelos ETs, estavam sendo abduzidas. Além disso, tornou-se óbvio que algumas das crianças desaparecidas estavam sendo utilizadas para a obtenção das secreções e das partes de corpos humanos exigidas pelos alienígenas”. O desagrado desembocou em uma grande batalha no laboratório de uma base subterrânea instalada Dulce, no Novo México, em 1979. Uma unidade especial das forças armadas foi chamada para tentar entrar lá e libertar um grande número de pessoas que estavam sendo mantidas em cativeiro. Segundo uma das fontes de Lear, 66 soldados morreram sem que nenhum dos prisioneiros fosse libertado.
Para Lear, compungidos pelo erro de referendarem o acordo com os EBEs, em 1984, os membros do MJ-12 decidiram subitamente relançar os filmes Contatos Imediatos do Terceiro Grau e ET, o Extraterrestre [Ambos dirigidos por Steven Spielberg, respectivamente em 1977 e 1982] para que o público se acostumasse à idéia de que os alienígenas, a despeito de sua aparência estranha, eram benevolentes e bem intencionados. O MJ-12 ajudou a consagrar a imagem de ETs salvadores, verdadeiros “irmãos do espaço”, embora soubessem que a realidade era bem outra. Já em 1968 havia sido formulado um plano para que o público fosse aos poucos aceitando a presença alienígena.
Invasão silenciosa — Em um encontro secreto na mansão apelidada de Country Club – um local totalmente afastado dos curi
osos, com pista de pouso particular, campo de golfe e confortáveis acomodações exclusivas para os membros do MJ-12 –, o grupo estava dividido quanto às decisões que agora deveriam ser tomadas. Parte do MJ-12 deseja expor toda a verdade, pedir perdão pelos seus erros e com isso tentar angariar o apoio da sociedade. A maioria, no entanto, argumentava que não havia nada que eles pudessem fazer, que estavam impotentes diante dos extraterrestres, e que só piorariam as coisas aterrorizando o público. A única solução, ponderava eles, era tentar desenvolver uma arma que pudesse ser utilizada contra os EBEs. A estratégia seria utilizar os mísseis nucleares russos como desculpa para justificar um novo investimento militar, chamado de Iniciativa de Defesa Estratégica, o infame projeto Guerra nas Estrelas.
Lear afirmava que, quando a segunda moção ganhou o apoio de todos, o físico Edward Teller, pai da bomba de hidrogênio, foi pessoalmente aos túneis do Complexo Militar de Testes do Nevada, e se tornou mais um membro do MJ-12, juntando-se ao banqueiro norte-americano Henry Kissinger, ao almirante da Marinha dos EUA Bobby Inman [Depois diretor da Agência de Segurança Nacional] e, possivelmente, ao almirante John Poindexter, apenas para citar o nome de alguns dos membros. “Mas será que os EBEs, depois de realizarem centenas de milhares – possivelmente milhões – de abduções pelo mundo afora, e depois de construírem um enorme número de bases secretas subterrâneas no planeta, iriam simplesmente entrar em suas naves e retornarem ao seu planeta?”, questionou. Ou depois de todas essas preparações em curso, não iriam realizar um movimento mais audacioso? Ou então, o que é ainda mais sinistro e provável, será que a invasão já não estaria completa e só faltaria ser consolidada?
Uma invasão bem planejada da Terra, visando os seus recursos naturais e todos os outros benefícios possíveis, não poderia começar com uma aterrissagem de alienígenas atirando raios mortíferos. Uma invasão planejada e executada por uma civilização que esteja milhares ou até milhões de anos à nossa frente, muito provavelmente estaria completa antes até que uma pequena quantidade de pessoas pudesse perceber o que estaria de fato acontecendo. Sem nenhum alarde e sem luta. Lear finaliza o seu relatório dando o seguinte conselho: “Da próxima vez que você ver um disco voador e ficar fascinado com a sua óbvia demonstração de tecnologia e luzes coloridas, não fique parado. Corra o mais puder!”
Uma terrível mentira — Qualquer pessoa dotada de um mínimo de racionalidade e bom senso, que hoje se disponha a ler estas e outras alegações fantásticas de John Lear, certamente vai pensar que se trata do enredo da série Arquivo X, na qual só faltariam os agentes Fox Mulder e Dana Scully. Mas, por mais incrível que possa parecer, muita gente levou a sério e tomou essas teorias conspiracionistas como sendo totalmente verídicas, tanto que serviram justamente de base para que Chris Carter criasse esse seu famoso seriado, Arquivo X. Porém, ufólogos com os pés no chão não tardaram a detectar uma série de incoerências e contradições nas alegações de Lear, incapazes de sobreviver até mesmo a uma análise superficial. Se os discos voadores sofrem panes com tanta facilidade, e se os supostos EBEs já estão aqui muito antes do homem surgir sobre a face do planeta, então por que é que os destroços começaram a ser recuperados somente durante a Segunda Guerra Mundial?
E se os discos voadores acidentados só começaram a ser recuperados durante a Segunda Guerra, por que o primeiro contato entre seres extraterrestres e autoridades governamentais só teria acontecido, segundo Lear, em 1964? Se os extraterrestres são assim tão avançados, por que suas naves caem com tanta facilidade? E mais ainda, será que um ET, em sã consciência, se arriscaria a sair do seu planeta para visitar um mundo estranho e distante em um artefato tão inseguro? Nós mesmos, seres humanos, somos muito mais cuidadosos com os nossos atrasados e limitados aviões comerciais.
Enfim, se os supostos extraterrestres são tão avançados quanto Lear afirmava, e possuíam uma tecnologia capaz de percorrer incontáveis anos-luz até chegar ao nosso planeta, por que é que iriam necessitar da nossa permissão para executar os seus intentos? O astrônomo e matemático Jacques Vallée argumenta com muita propriedade que uma suposição dessa equivaleria a dizer que uma frota de caças a jato precisa da autorização de uma tribo de pigmeus para sobrevoar a sua floresta! No mínimo, uma afirmação totalmente descabida! E no que se refere à alimentação dos supostos ETs, a história ganhou tons ridículos ao ser comparada com os avanços atuais da engenharia genética. Se nós, “atrasados seres humanos”, já somos capazes de sintetizar compostos orgânicos complexos e até fabricar sangue artificial com relativo sucesso, por que uma civilização milhares de anos à nossa frente iria precisar de seres vivos para obter as supostas enzimas de que necessitam? Obviamente, já teriam descoberto como fabricá-las há muito tempo!
Tornou-se óbvio que algumas das crianças desaparecidas estavam sendo utilizadas para a obtenção das secreções e das partes de corpos humanos exigidas pelos seres alienígenas
A alegação de que o sangue de gado pode ser utilizado para substituir o sangue humano é um disparate total e não possui nenhum fundamento. Se sangue animal for injetado em um ser humano, o infeliz sofrerá um imediato choque imunológico! O quadro atual da engenharia genética demonstra que o conhecimento e controle das estruturas do DNA são capazes de explicar com precisão o funcionamento de organismos complexos. Portanto, se a tal civilização extraterrestre é tão avançada assim, por que ela iria precisaria ficar realizando intermináveis experimentos em seres humanos?
Tolices e disparates — Além destes, muitos outros questionamentos lógicos poderiam ser feitos desconstruindo completamente as afirmações de John Lear. Como se já não bastasse a falta de qualquer de verossimilhança em seus argumentos iniciais, Lear continua a fazer alegações cada vez mais disparatadas, como a de que existiria atmosfera na Lua, os Estados Unidos já estarem estabelecidos em Marte desde a década de 60 e outras tolices do gênero. E quando confrontado com perguntas que põem em cheque o que diz, Lear simplesmente responde: “Não sei…” Recentemente, ao conceder uma entrevista ao popular programa de rádi
o Coast to Coast, Lear ouviu duras críticas de um ouvinte que telefonou para a emissora somente para reclamar dos seus absurdos. Mesmo assim, a cada bronca recebida, ele se limitava a repetir o seu lacônico bordão, “não sei”, sem acrescentar mais nada.
E depois que o ouvinte desligou o telefone, totalmente enfurecido com a atitude desrespeitosa, irresponsável e evasiva do entrevistado, Lear retomou o seu discurso como se nada houvesse acontecido, desfilando uma nova procissão de afirmações sem sentido. Nos anos de 1993 e 1994, o editor de UFO A. J. Gevaerd esteve na residência de Lear, em North Las Vegas, no estado do Nevada, e ouviu dele as mesmas alegações que ele fazia na década anterior, sem muitas modificações, apesar delas, a esta altura, já serem amplamente desacreditadas. A impressão que o editor teve é de que Lear, maluco ou são, acredita no que diz, a ponto de sustentar suas histórias interminavelmente.
No que se refere especificamente à Área 51, Lear fez um grande segredo ao apresentar um suposto informante privilegiado, que teria trabalhado na instalação militar e passado a ele muito do que sabia e afirmava. Sob o pseudônimo de Dennis, o informante lhe repassou informações impressionantes e secretas de grandes repercussões. Entretanto, a identidade de Dennis não poderia ser revelada sob nenhuma circunstância, “senão ele correria risco de vida”, alegava o piloto.