Zecharia Sitchin nasceu na Rússia, no território que hoje é a Ucrânia, filho de Isaac Sitchin e Genia Barsky, que imigraram em 1920 para a Palestina, onde ele cresceu e começou sua jornada para identificar a verdadeira origem dos Nefilim. De imediato foi censurado por seu professor de religião, quando questionou sobre a raiz etimológica da palavra em hebraico, que dava um significado muito diferente daquele conhecido para os misteriosos seres bíblicos, geralmente interpretados como gigantes no famoso versículo 4 do Gênesis: “Naquele tempo viviam gigantes na Terra, como também daí por diante, quando os filhos de Deus se uniram às filhas dos homens e elas geravam filho”.
Estes são os heróis tão afamados dos tempos antigos. Sitchin retrucou, dizendo que Nefilim não significava gigantes, mas “Senhores do Shem”, o que fez seu professor se enfurecer e calá-lo, dizendo que a Bíblia não era para ser discutida, mas aceita pela fé. Isso o levou a estudar a mitologia e a história das civilizações antigas, e também a se interessar pelo estudo das línguas semíticas e europeias arcaicas. De fato, Sitchin tinha um profundo conhecimento do hebraico — mais tarde, se tornou um dos poucos estudiosos no mundo capaz de ler e interpretar o sumério diretamente das tabuletas de argila encontradas no deserto. Ainda quando jovem, participou de escavações arqueológicas na Palestina, que, na época, era controlada pelo Governo Britânico.
Jornalista e editor
Sitchin formou-se em história econômica em 1930, em Londres, e depois voltou para a Palestina, servindo ao Comando Aliado em Jerusalém durante a Segunda Guerra Mundial, e vindo a trabalhar por muitos anos como jornalista e editor no recém-criado Estado de Israel. Mais tarde estabeleceu-se em Nova York e, em seu tempo livre, dedicava-se à sua pesquisa histórica. Ele foi membro da Sociedade de Exploração de Israel, da Sociedade Americana Oriental e da Associação de Estudos do Oriente Médio e da América do Norte.
Foi em 1976, após 30 anos de estudos e intensas pesquisas, que publicou seu primeiro livro, O 12º Planeta [Reedição da Madras, 2017], onde expôs sua teoria sobre os Anunnaki, ou Nefilim, como ele preferencialmente se referia aos seres. A palavra Anunnaki se tornou mais frequente depois, na sequência de seus estudos, em livros posteriores. Ao contrário de outros autores e defensores da Teoria dos Antigos Astronautas, Sitchin não estava apenas levantando questões, mas apresentando uma conjectura completa. E embora hoje em dia, principalmente após sua morte, ele seja constantemente refutado por céticos e perseguido por debunkers [Detratores], em especial o famoso Michael Heiser, que, apesar de não estar de todo errado em seus argumentos contra as interpretações de Sitchin, é fato que seu problema não é apenas com o velho professor, mas com todos que alimentam a Teoria do Paleocontato — que nada mais é do que a investigação do contato extraterrestre na pré-história do mundo.
Mente blindada
O caso é que Heiser é teólogo e parece óbvia sua tendência em refutar veementemente qualquer possibilidade que vá contra os dogmas religiosos sob os quais vive e se dedica, tendo sido professor da Universidade Evangélica Bob Jones, instituição conhecida pelo rigor religioso conservador, nos Estados Unidos. Acusava Sitchin de fugir de debates, mas, na verdade, Sitchin apenas o ignorava. Como debater sobre um assunto tão complexo com alguém de mente blindada contra ataques à fé religiosa? Um de seus argumentos mais risíveis contra as ideias de Sitchin vem justamente da interpretação do selo VA/243, onde se pode ver nitidamente o diagrama do Sistema Solar contendo 12 corpos celestes em volta do Sol.
Heiser dizia que não era o Sol, mas uma estrela. Ora, e o que é o Sol, senão uma estrela? Fora isso, toda a discussão girou em torno do que significa a palavra Anunnaki, que para Sitchin significa “aqueles que do céu vieram para a Terra”, e para Heiser significa “semente do príncipe” ou mesmo “descendentes de Anu”. Na verdade, ambas interpretações estão corretas — Heiser ateve-se à escrita cuneiforme transliterada e Sitchin aprofundou-se na raiz pictográfica da palavra. O relato abaixo se encontra no livro de Sitchin Gênesis Revisitado [Best Seller, 2005] e os mais curiosos podem conferir o episódio, procurando no YouTube a gravação da entrevista que Robert Harrington concedeu à Zecharia Sitchin, corroborando totalmente a teoria proposta por ele:
“Em 16 de janeiro de 1990, o doutor Harrington comunicou à Sociedade Astronômica Americana durante uma reunião em Arlington, Estado da Virgínia, que o Observatório Naval estava concentrando a procura pelo décimo planeta nos céus meridionais e anunciou o envio de uma equipe de astrônomos para o Observatório Astronômico Black Birch, na Nova Zelândia. Dados da sonda Voyager 2 agora estavam levando sua equipe a acreditar que o décimo planeta é cerca de cinco vezes maior do que a Terra e fica três vezes mais distante do Sol do que Netuno ou Plutão.
Esse desenrolar dos acontecimentos é entusiasmante, primeiro por estar trazendo a ciência moderna à beira de anunciar o que os sumérios sabiam há tanto tempo — que existe mais um planeta no Sistema Solar — e, segundo, por confirmar os dados fornecidos nos textos antigos sobre a órbita e o tamanho desse planeta. Concluindo que a inclinação do Planeta X pode ser de 30 graus, ou bastante grande, ou os astrônomos modernos estão confirmando os dados sumérios.
Está também provando esses dados a crescente aceitação de que o Planeta X está chegando vindo do sudeste, da direção da Constelação do Centauro. Atualmente vemos lá a Constelação Zodiacal Libra, mas na época bíblica e babilônica esse lugar era ocupado por Sagitário. A este respeito é pertinente citar os versos do livro de Jó, da Bíblia, que descrevem o aparecimento do Senhor Celeste e seu retorno a sua morada longínqua: ‘Sozinho ele se desdobra pelos céus e caminha sobre as mais longínquas profundezas. Chega à Ursa Maior, Órion e Sírius, e ainda a constelações do sul. Mostra seu sorriso em Touro e Áries. E de Touro a Sagitário caminhará’”.
Objetos astronômicos
Hoje em dia, astrônomos do mundo inteiro procuram pelo Planeta X, que Sitchin acreditava ser Nibiru, lar dos Nefilim. Ele faleceu em 09 de outubro de 2010, sempre acreditando que a ciência um dia acabaria confirmando suas teorias. Já faz alguns anos que, progressivamente, vários objetos astronômicos transnetunianos foram encontrados além do Cinturão de Kuiper, e a cada descoberta novos candidatos a Planeta X estão sendo descartados um após o outro. O mais intrigante e interessante está se tornando a busca pelo misterioso corpo celeste que comanda um balé para lá de estranho. Em janeiro de 2016, o Planeta IX passou a fazer parte da família do Sol, pelo menos no campo das hipóteses. Ainda são apenas cálculos matemáticos e simulações computadorizadas que volta e meia são contestadas, apresentando-se outras possibilidades para o fenômeno das estranhas órbitas dos objetos astronômicos além de Netuno — como Éris e Sedna —, mas já podemos contar quase como certo. A cada nova descoberta, como Goblin e Farout, ficamos mais perto do cerne da questão.
Recentemente, com as observações a partir do telescópio japonês Subaru, localizado no Havaí, os astrônomos começaram a vasculhar a estreita faixa de céu entre a Constelação de Touro e as Plêiades, em busca do Planeta IX, e se Zecharia Sitchin estivesse vivo agora, estaria bastante empolgado novamente, vendo a descoberta sendo noticiada oficialmente — e provavelmente escrevendo outro livro sobre isso, tentando entender as principais diferenças entre o Planeta IX e Nibiru.
Nibiru encaixa-se bastante na persona do chamado “Planeta Chupão” do ramatisianismo e é citado pelo médium Chico Xavier, quando dizia que “o progresso da
óptica e das ciências matemáticas serão portadoras de conclusões da mais alta importância para os nossos destinos, no futuro próximo, cumprindo seu papel de limpeza e de grandes mudanças em todos os sentidos”.