A Ufologia Brasileira deve muito a um pioneiro silencioso, que começou suas atividades praticamente ao mesmo tempo em que tinha início a chamada Era Moderna dos Discos Voadores, mas que tinha aversão à imprensa e a exposição pública. Nascido em 05 de setembro de 1926, em Belo Horizonte, Húlvio Brant Aleixo foi um dos mais produtivos ufólogos brasileiros, responsável pelo levantamento e pesquisa de inúmeros casos de abduções alienígenas, em especial em seu estado, Minas Gerais, onde faleceu em 23 de junho de 2006. Aleixo fez curso de piloto combatente pela Força Aérea Brasileira (FAB) e serviu ao lado dos aliados no final da Segunda Guerra Mundial, por pouco não tendo sido enviado aos campos de batalha.
Apesar de oficial da reserva da Aeronáutica, Aleixo fundou em 1954 o Centro de Investigação Civil de Objetos Aéreos Não Identificados (Cicoani), entidade pioneira na área na América Latina, que presidiu até o fim da vida. Graduou-se como psicólogo em 1967, pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e até se aposentar foi professor da Faculdade Municipal de Ciências Econômicas de Belo Horizonte. O ufólogo era sobrinho de Pedro Aleixo, vice-presidente da República durante o governo do marechal Arthur da Costa e Silva, e que entrou para a história como a única autoridade do regime militar que se insurgiu contra o famigerado Ato Institucional Número 5.
Primeiro ufólogo do país a aplicar o teste psicológico e o retrato falado às pesquisas ufológicas, Aleixo analisou dezenas de acontecimentos que se tornaram clássicos da Ufologia Brasileira, entre eles os casos Sagrada Família, Bebedouro, Jaboticatubas, Itabirito, Baleia, Vila Operária etc. A maioria de suas pesquisas foi publicada no Boletim da Sociedade Brasileira de Estudos de Discos Voadores (SBEDV), editado pelo médico alemão e igualmente pioneiro da Ufologia no Brasil, Walter Karl Bühler. Aleixo foi ainda colaborador da revista da Associação Mineira de Pesquisas Ufológicas (AMPEU), lançada em dezembro de 1987. Em maio de 1999, Aleixo surpreendeu a Comunidade Ufológica Brasileira – principalmente aqueles que encaravam a presença dos ufonautas com benevolência e esperança – ao divulgar, durante o 18º Congresso Brasileiro de Ufologia, em Belo Horizonte, uma mensagem alertando que a humanidade corria um perigo de grande magnitude frente ao Fenômeno UFO, contra o qual não havia defesa.
Até o início da década de 80, Aleixo acreditava que os alienígenas eram seres biológicos oriundos de outros planetas, e que aqui vinham pacificamente apenas para estudar a Terra e seus habitantes. Mas, com o decorrer dos anos, acabou concluindo que, na verdade, “eles são sim de outro mundo, mas não vêm de outros planetas. Eles vivem na própria atmosfera, nos recônditos da Terra e através do cosmos”. Aleixo havia concluído que os aliens eram, em suas próprias palavras, “enganadores, mentirosos, furtivos e subversivos que têm grande poder sobre os elementos da natureza, em macro e micro escala, incluindo a mente humana”. Em sua mensagem, o estudioso dizia acreditar que os ETs conheciam o comportamento humano desde os primórdios da humanidade, e que estariam utilizando tais conhecimentos para agregar mais agentes ao seu “exército”, a fim de atuarem de forma mais eficaz no momento apropriado.
Os aliens são enganadores, mentirosos, furtivos e subversivos. Eles têm grande poder sobre os elementos da natureza, em macro e micro escala, incluindo a mente humana
O “exército” a que se referiu seria composto de forças extra-humanas e incorpóreas, que agiriam no comando de forças humanas, humanóides e animalescas, cada uma com missões compatíveis com suas potencialidades. “Todas estão orientadas para a consecução dos objetivos estratégicos do comando, para atacar em massa e ostensivamente”. Para Aleixo, os ataques dos ETs no plano físico eram esporádicos e realizados de maneira furtiva, para que sua verdadeira identidade e propósito não fossem descobertos e divulgados, evitando assim que a humanidade se mobilize para combatê-los pelo único meio eficaz que lhe resta: o espiritual. “Os agressores em potencial têm o máximo de cuidado em mascarar suas intenções e ações nos conflitos interindividuais, intergrupais e internacionais, onde o fator surpresa sempre teve relevância, por motivos óbvios”.
Aleixo acreditava que “agentes alienígenas” estariam infiltrados em todos os níveis e segmentos da sociedade humana, a maior parte atuando inconsciente e cegamente. A grande ambição desses seres seria a posse do espírito humano que, por ser imortal, é a jóia mais preciosa de todo o universo. “A maneira mais eficaz de se conseguir isto é fazer com que os homens, cegos pelo ódio generalizado, destruam prematuramente seus corpos, mediante matança maciça, entregando-lhes seus espíritos”. Assim, o ataque ostensivo e maciço dos ufonautas viria tão somente para complementar a destruição do homem pelo próprio homem, na próxima guerra mundial, que eles mesmos estariam incentivando e alimentando ao difundir seus conhecimentos sobre armas de destruição em massa, inclusive os relativos à engenharia genética.
Em entrevista concedida em sua residência em Belo Horizonte, em junho de 2005 – talvez a mais completa que já tenha dado –, Aleixo discorreu longamente sobre seus inúmeros trabalhos na Ufologia. E sobre esta vasta teia de conspiração alienígena, reafirmou que nossos visitantes não são humanos, mas ao mesmo tempo também não são biológicos. “São seres incorpóreos que vêm de outros planetas, e que estão no comando de um grande exército de humanos de todos os segmentos, a maioria talvez não seja consciente do papel que exerce nessa conspiração”. Relevou também que seriam diferentes em tudo, menos em um item: todos eles seriam evasivos e estariam enganando todo mundo, inclusive a Força Aérea. Para ele, as seitas ufológicas, tão comuns hoje em dia, seriam, de certa forma, “manipuladas por essas entidades com vistas a obter mais adeptos”.
O senhor é um dos ufólogos pioneiros. Em que ano começou a pesquisar os UFOs? Isso é o de menos. O sujeito pode ter 100 anos de idade e continuar errado. O importante para mim é o testamento ufológico que deixo como um legado de meu pensamento. Minhas primeiras leituras foram em 1952, mas minha investigação propriamente dita começou em 1954.
O que o levou a se interessar pelos UFOs? Desde menino eu gostava de astronomia e também de aviação. Acho que isso influiu muito. Não me empurrou para a Ufologia, influiu.
Em 1954, ano da fundação do Centro de Investigação Civil de Objetos Aéreos Não Identificados (Cicoani), o senhor ainda era da Aeronáutica? Eu já tinha saído. Deixei a Força Aérea Brasileira (FAB) em 1948. Quando o Cicoani estava no auge, chegou a ter mais de 100 membros. Mas depois foi reduzindo, por ausência de contágio.
Qual foi o primeiro caso ufológico que o senhor investigou? O primeiro foi o do Alberto Francisco do Carmo, que viria a se tornar ufólogo e membro do Cicoani. Na época ele ainda era menino e me telefonou. Foi no caso dele que apliquei o primeiro questionário-modelo de investigações ufológicas da Força Aérea Norte-Americana (USAF). A partir daí foram vários.
Quantos casos o senhor calcula que pesquisou? É difícil dizer o total porque me vi obrigado a interromper uma relação completa de casos que estava fazendo. Isso me tomava muito tempo e ninguém dava valor. A relação completa de casos que pesquisei preenche 25 folhas.
Como foram suas primeiras viagens ao Rio das Velhas, que é sabidamente uma das regiões mineiras de maior incidência ufológica? E a outras regiões do estado? As primeiras viagens foram de carona. Quer dizer, quando havia carona. Mais tarde é que pude adquirir um carro, uma velha Kombi vermelha e branca. Os equipamentos que eu levava eram muito simples, quase artesanais. Basicamente, levava bússola e magnetômetro [Instrumento destinado à medição de intensidade do campo magnético].
O senhor também usava essas massinhas de modelagem, não é? O senhor mandava as testemunhas fazerem esculturas dos tipos de UFOs e ETs que viam? Não mandava. À medida que ia conversando com elas, e sentia que era oportuno e conveniente, pedia para tentarem reproduzir o que viram em massa plástica. E elas faziam com facilidade. Mas as pessoas que entrevistei tinham mais habilidade para reproduzir o que viam em desenhos. Elas eram habituadas ao trabalho manual.
A partir de que ano o senhor começou a registrar os casos em gravador? Em 1969, adquiri meu primeiro gravador, mas antes usava um do Alberto do Carmo, que gentilmente me emprestava. Era um modelo japonês, um dos primeiros a serem comercializados. Com o gravador me senti mais livre para obter diretamente esses depoimentos.
O senhor teve um companheiro de pesquisas constante, o senhor Manoel Simões Neves, que o acompanhava nas viagens à região do Rio das Velhas, não é? Em todo lugar que eu ia, o Manoel estava quase sempre presente e participante, dando a cobertura fotográfica. Ele conhecia bem fotografia, métodos e equipamentos antigos, e me dava cobertura. Tenho aqui um monte de slides, uns três mil ou mais.
Descreva um caso que o senhor tenha pesquisado fora de Minas Gerais. Tem a varredura de junho de 1972, por exemplo. Tratou-se de uma pequena onda ufológica de rápida concentração. Ocorreu em Belo Horizonte, mas abrangeu também parte da Bahia e do Rio de Janeiro.
As primeiras viagens que fiz para investigação de campo foram feitas de carona. Quer dizer, quando havia carona. Mais tarde é que pude adquirir um carro, uma velha Kombi vermelha e branca. Os equipamentos que eu levava eram muito simples, quase artesanais. Basicamente, levava uma bússola e um magnetômetro
O que é varredura? É um termo que criei para distinguir certos acontecimentos das ondas ufológicas. Eu chamo de ondas ufológicas aqueles períodos em que há a presença mais freqüente de UFOs em áreas mais abrangentes. Elas podem ser até transoceânicas. Então, para distinguir deste tipo de ondas, inventei o termo varreduras, que se concentram em áreas menores. Não sei se está correto. De qualquer forma, o termo alude a uma “varrida” ou “vassourada” sobre uma região.
O senhor manteve intercâmbio com ufólogos de outros países? Sim, com Gordon Creighton, que me enviou a revista da qual era editor, a Flying Saucer Review (FSR), durante mais de 10 anos. E também com o doutor Walter Karl Bühler, presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Discos Voadores (SBEDV), e com o professor Flávio Augusto Pereira [Presidente de honra do Conselho Editorial da Revista UFO], que foi um dos organizadores dos chamados colóquios de discos voadores. Ele era muito eficaz na organização e escreveu um trabalho muito bom, chamado O Livro Vermelho dos Discos Voadores [Editora Florença, 1966], mas que não bate inteiramente com a minha visão do Fenômeno UFO.
O senhor conheceu pessoalmente o repórter João Martins, da extinta revista O Cruzeiro e grande divulgador da Ufologia no passado? Conheci. Era boa pessoa, confiável. Um grande jornalista e profissional, diferente dos que estou vendo por aí.
O senhor sabe que o acusaram, junto de Ed Keffel, de ter falsificado as fotos da Barra da Tijuca que ambos publicaram em O Cruzeiro? Como pioneiro, acredita que foi uma falsificação ou que as fotos são reais? Eu fico em cima do muro. Acreditei e acredito muito no João Martins.
Na época do auge do Cicoani, oficiais da Força Aérea Brasileira (FAB) criaram em São Paulo o Sistema de Investigação de Objetos Aéreos Não Identificados (Sioani), em 1969, que tinha a participação de civis. O senhor sabe se os militares pesquisaram casos ufológicos também em Minas Gerais? O Sioani se estendeu a Minas Gerais, sim, e seria ideal que tivesse se estendido pelo Brasil todo. Mas houve percalços que inviabilizaram a continuação dos trabalhos. O maior de todos foi a saída do brigadeiro José Vaz da Silva, comandante e fundador do sistema, que acionava todos os dispositivos que o faziam funcionar.
Quais eram os outros problemas que haviam? Em Minas Gerais o sistema funcionou apenas parcialmente. É que alguns indivíduos saíram a campo querendo falar em nome da FAB de forma autoritária, e com isso assustaram o público, queimando o projeto. “Nós somos da Aeronáutica e queremos isso e aquilo”, diziam…
O senhor foi convidado pelo brigadeiro Silva para participar do Sioani? Indiretamente, sim. O major Gilberto Zani era o representante dele.
Qual era o objetivo do Sioani, em sua visão? O projeto surgiu na expectativa de colher mais dados sobre casos ufológicos. Talvez os militares tenham percebido que seu acesso direto a eles não era conveniente nem eficaz. Sendo assim, os civis convidados, que trabalhavam em conjunto com os militares, poderiam enriquecer o acervo. Sim, porque civis, como eu e os membros do meu grupo, tínhamos acesso fácil aos cidadãos do mato, às testemunhas. Se chega um sujeito fardado lá na roça, querendo saber sobre UFOs, todos ficam com medo de falar.
Na condição de ex-militar, o senhor vê perspectivas para que a política de acobertamento ufológico chegue ao fim? Não esperem declarações bombásticas sobre UFOs da parte deles [Dos militares]. Eles não podem se comprometer dizendo que discos voadores existem. E sabe por quê? Porque todos iriam correr atrás deles exigindo que revelassem as provas. Mas eles não as têm…
Há um caso notório da Ufologia Brasileira, que registra seres cíclopes que apareceram para três meninos no quintal de uma casa do bairro Sagrada Família, em Belo Horizonte, na noite de 28 de agosto de 1963, e por isso ficou chamado de Caso Sagrada Família. Como o senhor tomou conhecimento dele? Tomei conhecimento dois anos depois de ele ter ocorrido, graças à aparição de um UFO sobre uma usina do mesmo bairro. Chamei a imprensa para falar do caso e, no meio da conversa, surgiu a história dos meninos. Na região também tivemos o Caso Continentino, depois da aparição dos cíclopes. Houve, então, pelo menos três acontecimentos importantes naquele bairro. Entrevistei os meninos do Caso Sagrada Família por mais de 15 vezes.
Houve alguma mudança na vida dos meninos? O senhor observou algo de grave? Não. A verdade é que a maioria dos casos não provoca modificações significativas no comportamento das testemunhas. Os envolvidos permanecem com o comportamento igual ao de antes, tal como no Caso Baleia, Bebedouro e inúmeros outros.
O Caso Sagrada Família é o único da fenomenologia ufológica envolvendo seres de aspecto ciclópico ou há outros do gênero? Há outros casos que registram cíclopes de variadas aparências. Com estatura menor, por exemplo. Pesquisei um fato assim em Pedro Leopoldo, no interior. Um rapaz de bicicleta viu algo estranho no meio do mato e foi lá conferir. Aí já se viu dentro de um aparelho estranho, tripulado por cíclopes baixinhos, desnudos, sem capacetes. Ele foi colocado numa cadeira semelhante a de dentista. Houve uma série de coincidências dentro do aparelho, e ao final ele foi liberado. Este fato ocorreu na década de 60, depois do Caso Bebedouro e bem depois do Caso Vargem Grande.
Como o senhor vê hoje o Caso Sagrada Família? Como mais um exemplo de manipulação da mente humana por parte desses seres que nos visitam.
Mas esses cíclopes realmente existem e teriam tal forma? Ou foram os seres que fizeram os meninos crerem que eram cíclopes? Tudo indica que existem, mas também haveria um forte componente imaginário, ou seja, do que já estava impresso no inconsciente coletivo humano. Como o Caso Baleia, o Caso Joaquim Murtinho, o Caso Bebedouro e muitos outros.
O Caso do Edifício JK seria um tipo característico, pois nele há seres que atravessam paredes… Sim. As pessoas envolvidas neste episódio moravam em condições precárias em um apartamento no 12º andar do Edifício JK, aqui em Belo Horizonte. Eram dois irmãos, na época ainda crianças, que estavam dormindo quando apareceram esses seres. Elas viram a penetração de luzes estranhas num lugar incompatível com a presença dessas coisas. Há outros casos também, como o que chamei de Estrela Dalva, em que os seres atravessaram paredes e fizeram coisas estranhas e, em parte, do nosso ponto de vista, até ridículas. Mas acabaram impressionando as pessoas envolvidas. E assim por diante.
Professor Aleixo, por favor, faça um resumo do Caso Bebedouro [Veja UFO Especial 32]. O caso é interessante e ocorreu com o soldado do Batalhão de Guardas de Minas Gerais José Antônio da Silva, que estava pescando sozinho numa tarde de domingo, em 04 de maio de 1969, num lago em Bebedouro, no município de Matozinhos, quando se deparou com dois homenzinhos de pouco mais de um metro de altura. Havia ainda um terceiro ser, que ele supôs ser o responsável pelo jato de luz que o imobilizou antes do seqüestro. Silva foi levado a bordo por um aparelho muito tosco, de aparência muito primitiva, e lá colocaram em sua cabeça um capacete semelhante ao de seus raptores. Depois de um tempo, que ele não soube precisar, chegaram a um local desconhecido e ele foi introduzido, com os olhos vendados, em uma espécie de salão. O local era grande e não tinha abertura nem focos de luz visíveis. Só havia pinturas retratando coisas nossas daqui da Terra. E havia quatro cadáveres humanos deitados em decúbito dorsal, imóveis durante todo o tempo em que lá esteve. O comandante do Batalhão, o coronel Praxedes, encaminhou Silva para tratamento médico em Belo Horizonte, quando foram constatadas lesões físicas em seu joelho, por ter sido atingido pela luz do disco voador.
Como o soldado ficou depois da abdução que sofreu? Bem. Quando ele voltou para casa, eu e o Alberto do Carmo fomos até lá e o encontramos. Ele mesmo atendeu a porta e nos contou o caso detalhadamente. Não gravamos o depoimento dessa vez, pois não esperávamos encontrá-lo lá. Mas voltamos à sua casa outras vezes e o entrevistamos com o gravador. Ele conta que foi até “roubado” pelos seres, que confiscaram alguns dos apetrechos de pesca que ele tinha em duplicata. Mas que depois devolveram tudo, exceto a carteira de identidade. Até o dinheiro pegaram. Mas só um pouquinho…
No Caso Bebedouro, o que chama mais a atenção é a tipologia dos seres e o formato da nave descrita pelo soldado José Antonio da Silva. Os abdutores eram barbudos, como se fossem trogloditas, e o veículo tinha um aspecto primitivo, beirando o insólito. O que o senhor acha disso? Acho estranho, e é por isso que penso que eles estão fazendo experiências genéticas conosco. Esses seres podem estar produzindo clones há muito tempo, para justificar a igualdade de aparências dos 10 ou 12 indivíduos que estavam lá na “sala” dentro do UFO para onde levaram o soldado. Ao que tudo indica, aquele lugar não ficava em outro planeta, mas sim numa área subterrânea da Terra. No Caso Vargem Grande, por exemplo, a testemunha lutou fisicamente com um tripulante bem em frente à sua casa, naquela localidade da região do Rio das Velhas. Duas correntes de ferro desceram do UFO para apanhá-lo, o que é muito estranho, uma vez que isso parece totalmente incompatível com uma tecnologia avançadíssima, como se supõe ser a deles. Desconfio que os seres que fazem suas ações naquela área, aqui no interior de Minas, são de uma “classe inferior”. Os ETs se dividem basicamente em três categorias, e os que ali atuam se situariam na base dessa “pirâmide”. Seriam “executivos”, que não conhecem necessariamente os propósitos dos “maiorais”, os seres que estão no comando, que eu chamo de incorpóreos. São apenas treinados, programados ou robotizados para cumprirem uma determinada tarefa ou missão.
Portanto, o senhor acha que os ETs estariam agindo a mando de uma força maior? Os seres incorpóreos são os que estão no comando de um “exército” formado de seres humanos, humanóides e também de entidades animalescas. Há vários casos de “animais” se apresentando em casos ufológicos, com ou sem os incorpóreos, que são coerentes com suas atitudes. A região do Rio das Velhas parece ser uma das “zonas quentes” da Ufologia Brasileira, pois ali aparecem muitos desses seres de classe inferior.
Os ETs se dividem em três categorias. Há os ‘executivos’, que não conhecem necessariamente os propósitos dos ‘maiorais’, os seres que estão no comando, que eu chamo de incorpóreos. São apenas treinados, programados ou robotizados para cumprirem uma determinada tarefa ou missão
O jornalista norte-americano Bob Pratt menciona em seu livro Perigo Alienígena no Brasil [Código LIV-014 da coleção Biblioteca UFO. Veja no Shopping UFO desta edição] um caso que o senhor pesquisou, de uma senhora idosa que também foi atacada por um UFO no Rio das Velhas. Por que nesse rio acontecem tantos fenômenos? Ah, não sei. Talvez pela existência de muitas crateras lá. Há acontecimentos de grande impacto que constatei na região, sendo os maiores os casos Bebedouro e Vargem Grande, ambos envolvendo tripulantes dos UFOs.
Fale mais sobre o Caso Vargem Grande. Ele ocorreu numa madrugada de 1976, na localidade de homônima do município de Baldim (MG). Um disco voador tentou pegar o lavrador e comerciante Ermelindo Coelho da Silva usando quatro ganchos, pendurados por correntes que saíam da parte inferior de um disco voador. O lavrador foi pego por um dos ganchos e foi puxado por um pé só para dentro de um buraco que existia na parte inferior do objeto. Mas ele conseguiu se soltar e caiu no solo, machucando-se bastante. Aí, um pequeno ser surgiu e começou a agredi-lo, querendo levá-lo de qualquer jeito para bordo da nave. Silva reagiu e acabou muito ferido. Ante tamanha resistência, o tripulante desistiu e subiu de volta para o aparelho, que desapareceu em seguida.
O senhor poderia resumir o Caso Baleia, que é um dos mais importantes da casuística ufológica mineira? Este fato se deu com um rapaz chamado Fábio Diniz, então com 16 anos, que foi abordado por dois tripulantes de um UFO na manhã de 14 de setembro de 1967, depois que viu um aparelho pousado no campo de futebol do Hospital da Baleia, em Belo Horizonte. Daí o nome do caso. Um dos seres, o que falava e tinha uma antena na cabeça, convocou Diniz para um retorno ao mesmo local no dia seguinte, à mesma hora. E lá foi o rapaz, agora já acompanhado por nós, do Cicoani, e um comissário de polícia.
E o que aconteceu? Não aconteceu nada, a menos que não tivéssemos visto. Os seres poderiam estar acompanhando tudo de longe, a grande altitude, e desistido de comparecer ao encontro. Fizemos várias entrevistas com Diniz e reconstituímos a cena em que ele se encontrou com os seres, passo a passo, palavra por palavra.
A que conclusão o senhor chegou a respeito desse interessante caso? Concluí que se tratou de um caso autêntico. Os seres transformaram Fábio Diniz numa espécie de refém psicológico quando ameaçaram levar sua família embora, caso ele não comparecesse no dia seguinte. Mas ele compareceu e não aconteceu nada. Também entrevistamos os pais dele, isoladamente e em conjunto. O pai, de início, era cético, mas a mãe não. Depois o pai do rapaz passou a acreditar que algo de anormal tinha acontecido com ele.
Na casa da família não ocorreu nenhum tipo de manifestação estranha? Não, só a reação do Fábio foi notada, pois ele passou a dormir só de luz acesa. O pai ia lá, apagava, mas ele ia e acendia de novo.
O senhor foi o primeiro a investigar o Caso Rivalino Mafra, aquele garimpeiro supostamente raptado na frente de seu filho por duas esferas rodopiantes, na manhã de 19 de agosto de 1962, em Biribiri, Diamantina (MG)? Não, eu investiguei por tabela. E depois falei com o filho de Rivalino, o Raimundo Mafra. Obtive licença judicial para entrevistá-lo acompanhado de um comissário de menores. Só aí é que eu tive contato mais direto com o episódio. Antes era somente por meio dos jornais e do noticiário geral. O doutor Walter Bühler é que chegou a ir a Diamantina.
O senhor acha que foram UFOs as esferas rodopiantes que raptaram o Rivalino? Sim. Eram aparelhos pequenos, mas possantes o suficiente para levar o Rivalino para cima. Certa nuvem amarela o envolveu e o fez sumir na frente do filho, mas não era poeira.
E o caso dos Irmãos Silva, no que consiste? Foi uma situação que envolveu uns meninos que viram de perto um UFO e três tripulantes, aqui em Belo Horizonte. Eu os entrevistei pela primeira vez em julho de 1969. Por volta das 19h30, uma menina esperava o ônibus que traria o seu pai do trabalho. Já estava escuro quando ela notou um UFO vindo em sua direção, acabando por pousar bem ao lado de uma árvore. Um dos meninos alertou os demais quanto à aproximação dos três tripulantes, que caminhavam de maneira furtiva rumo às casas e aos barracões. A partir daí houve o alarme geral e uma tremenda correria. Um dos meninos sentiu mal-estar e ficou com alguma seqüela.
O que devemos pensar deste caso? Acho que a narração minuciosa desse incidente pode ajudar os ufólogos a compreenderem melhor os tipos e a extensão de algumas das barreiras que se antepõe à investigação ufológica.
O senhor conhece algum caso de testemunha que tenha sido queimado por discos voadores? Sim, tem o episódio de uma mulher que foi queimada em Florestal, também aqui em Minas Gerais, a dona Fiinha. A mulher viu luzes estranhas percorrendo a área e foi depois encontrada desfalecida, muito queimada e desfigurada. Ela ficou internada durante alguns meses no Hospital de Sete Lagoas, a cidade vizinha. Eu a visitei e vi as marcas no braço dela, mas ela não falou taxativamente em disco voador, e nem se interessava por esse assunto. Ela acabou sobrevivendo às queimaduras e se recuperou parcialmente.
O senhor pesquisou algum outro caso semelhante de gente queimada em circunstâncias estranhas, de dentro para fora, por exemplo? O Ermelindo mesmo foi um deles. Ele tinha a sensação de que a queimadura vinha de dentro.
Professor Aleixo, a que conclusão o senhor chegou a respeito das intenções desse seres que nos vêm visitar? Minha conclusão é a de que todos eles, a despeito das diferenças entre si, têm algo em comum, que é a evasividade e certa dose de malignidade. Daí que eu concluo que eles não são amigos, são potencialmente inimigos. E já praticaram atos que confirmam essa perversidade. Esses seres são nossos inimigos, infelizmente.
Segundo suas pesquisas, os seres extraterrestres são sempre agressivos? Em nenhum dos casos que pesquisei houve manifestação de bondade, nem sequer de piedade com as testemunhas, quando muito de indiferença. Em nenhum deles, sem qualquer exceção.
O senhor não acredita que também existam entidades benéficas? Não há casos em que os supostos extraterrestres curaram pessoas? Procurei e não encontrei. A não ser suposições bem vagas e inconclusivas.
O doutor Walter Bühler certamente discordaria do senhor neste ponto, já que ele acreditava na bondade dos ufonautas. Sim, de fato.
O senhor fala da ambição da posse do espírito humano por esses seres incorpóreos. Com que objetivo? O objetivo seria levar para a horda deles aquilo que escapou do domínio de Deus. Eles estão lutando contra Deus até hoje, conforme prometeram. Estão cada vez mais ciosos e ansiosos para capturar almas e espíritos humanos, que eu considero os bens mais preciosos do universo, porque são eternos e não morrem. Sim, nosso espírito não morre.
Minha conclusão sobre os ETs é de que todos eles, a despeito das diferenças entre si, têm algo em comum, que é a evasividade e certa dose de malignidade. Creio que não são nossos amigos, mas potencialmente inimigos. Eles já até praticaram atos que confirmariam essa perversidade, infelizmente
E o que os ETs fazem com esses espíritos? Incrementam sua força com eles? Eles os agregam ao seu “exército”, afastando-os de Deus. Eles estão aqui há muito tempo, tanto que não podemos sequer contabilizar. Eles se rebelaram e se dispõem a levar todo espírito humano para compor seu “exército” e viver com eles.
O que a humanidade pode fazer para combater esses seres nefastos? O pouco que resta a fazer, deve ser feito com a maior rapidez possível para evitar que os espíritos humanos caiam nas mãos deles. Reputo os espíritos humanos como as maiores preciosidades do universo, porque os espíritos angelicais já se definiram, a favor ou contra, enquanto os humanos ainda estão pendentes de definição. E estando pendentes de definição, cada espírito que eles capturarem significa uma vitória para eles.
Não existem armas físicas capazes de rechaçá-los? Não existe. No meu entendimento, e após muito estudo desta questão, eles são seres voláteis que se materializam e se desmaterializam. Há uma série de incidentes que demonstram sua capacidade de controlar a mente humana, de fazerem coisas aparentemente impossíveis, tais como atravessarem paredes etc.
De acordo com seu entendimento da questão, esses seres seriam mortais ou imortais? Todos os seres criados por Deus são imortais. Existem duas comunidades: a angelical e a humana, que também foi criada por Deus. É dentro desses dois grandes blocos que tudo se encaixa. E só os seres humanos é que possuem espírito imortal. Quem mais poderia ter?
O pioneiro estudioso de fenômenos insólitos Charles Fort tem uma frase que diz: “Alguém nos pesca”. O senhor não acha que muitas das doutrinas místicas que vemos hoje por aí são iscas atraentes para que o ser humano caia no anzol desses seres? Sim, principalmente na religião, onde há crenças e valores para atrair pessoas e espíritos.
Como o senhor interpreta casos de aparições da Virgem Maria? Não seriam ETs disfarçados de santas? Interpreto como aparições religiosas. Esses casos são excepcionalmente muito importantes devido ao seu teor, e eu os interpreto com muito cuidado.
Os historiadores Joaquim Fernandes e Fina D’Armada, autores de Intervenção Extraterrestre em Fátima [Livraria Bertrand, 1978], defendem que manifestações da Virgem Maria poderiam ser casos ufológicos. O que o senhor acha disso? Eu tenho o livro, mas acho a interpretação deles furada. Ela colide frontalmente com o que eu penso do caso ocorrido em Fátima, no início do século passado. Fernandes e D’Armada materializam aquela aparição e atribuem tudo aos UFOs. E eu não acho que eram UFOs, acho que o que se viu naquela ocasião era mesmo Nossa Senhora.
Já que falamos de Fátima, o que o senhor acha que irá acontecer à Terra nos próximos anos, conforme as profecias que circularam vinculadas àquele acontecimento? De acordo com as profecias, uma Terceira Guerra Mundial vai começar no Oriente Médio por obra de um indivíduo ou grupo egípcio. Veja que hoje em dia um único indivíduo pode destruir sozinho uma cidade inteira. Sobre isso, escrevi um trabalho ligando Israel e o fim dos tempos, mas ele ainda está inédito. Disse nele que Israel vai sobreviver ao fim do mundo, ao passo que os outros países circunvizinhos vão ser destruídos.
Só Israel sobreviverá a este desastre? Na região, sim. E Israel acabará dominando territórios desde o Mediterrâneo até o Rio Eufrates, que corta o Iraque ao meio.
Então, os egípcios e todos os outros povos irão desaparecer? Se todos desaparecerão eu não sei. Mas vejo aí que existirão duas fases: o fim de uma era e o fim dos tempos. O fim de uma era, como profetizada por Nossa Senhora, é algo distinto do fim dos tempos, que virá depois, em época não determinada. Estas duas situações é que vão representar as maiores novidades da realidade que irá surgir. Vai haver um expurgo da humanidade e mais da metade do mundo vai perecer de repente, nessa primeira fase, pondo fim a uma era. Aí se desencadearão enormes mudanças na Europa, que, aliás, já estão acontecendo. Nos Estados Unidos e na Rússia também. A América do Sul vai ficar em situação relativamente boa, apesar das loucuras do Hugo Chávez e de outros aí. Quando falo relativamente é porque nenhum país vai escapar dos prejuízos do fim da era. O Brasil parece que vai receber isso de uma forma mais indireta.
Muito obrigado pela entrevista. Para finalizar, gostaria de pedir que faça uma recomendação ou dê conselho para os ufólogos no que tange ao modo como devemos encarar o Fenômeno UFO? O fenômeno tem de ser visto à luz de Deus, porque fora dela jamais conseguiremos chegar a uma conclusão factível, viável, acreditável ou confiável. E que todos rezem muito. E aos jovens ufólogos, que estão se iniciando no assunto, eu pediria que tivessem mais cuidado no trato da questão. Primeiro porque ela é extremamente complicada, e segundo porque transcende todas as teorias que já foram apresentadas.