O português José Victor Soares, 77 anos, nascido em Ponta Delgada, Ilha de São Miguel, nos Açores, está entre os mais importantes nomes da Ufologia Brasileira e Mundial. Já escreveu inúmeros artigos, que foram publicados em revistas inglesas, francesas, espanholas e italianas, sendo conhecido em todo o planeta por seu pioneirismo – talvez até mais do que é conhecido no Brasil, onde realizou, em mais de cinco décadas, cerca de 700 investigações de campo, a maioria delas no Rio Grande do Sul, onde reside desde que emigrou para o Brasil. Victor Soares já esteve em vários países e acredita ter vivido mais de 30 experiências ufológicas de todos os tipos. É consultor da Revista UFO desde sua fundação, há 25 anos, tendo publicado nela vários textos com o resultado de suas pesquisas.
Nascido em 1931, teve seu primeiro contato com a Ufologia aos 12 anos, quando, no quintal de sua casa, ouviu uma voz masculina dizendo que era para ele olhar para o céu. Isso se deu pelo menos quatro anos antes do início do que se convencionou chamar de Era Moderna dos Discos Voadores, em 24 de junho de 1947, quando passamos a conviver de maneira mais intensa e contínua com outras inteligências cósmicas. Foi assim que Victor Soares teve seu primeiro avistamento, que depois seria seguido por muitos. O ufólogo acredita que a voz que ouviu quando ainda era criança poderia estar associada à telepatia, pois quando já era experiente e residia em Alegrete, no sul do Rio Grande do Sul, viu outra luz no céu e usou o recurso. Disse telepaticamente para aquele objeto que, se fosse um UFO, era para mudar de cor. E foi o que aconteceu. Anos mais tarde, em 1954, este pioneiro da Ufologia Brasileira viu uma esquadrilha de naves sobre a Europa.
Meu primeiro contato com a Ufologia foi aos 12 anos, qndo, no quintal de minha casa, ouvi uma voz masculina dizendo que era para eu olhar para o céu. Foi assim que tive meu primeiro avistamento, que depois foi seguido por muitos outras ao longo da vida
Três anos depois, em 1957, aos 26 anos, já inteiramente entregue à pesquisa ufológica, Victor Soares mudou-se para o Brasil. Veio de navio e desembarcou na cidade de Santos (SP). Anos depois foi morar em Alegrete, onde fundou, em 1967, seu primeiro centro de estudos, o Grupo Independente de Pesquisa de Objetos Voadores Não Identificados (Gipovni). Somente no Brasil, o estudioso já pesquisou mais de mil casos ufológicos, muitos dos quais permanecem inéditos em sua volumosa biblioteca, alojada num dos quartos e na sala de sua casa, no Rancho Cruz do Sul, em Gravataí, nos arredores de Porto Alegre, para onde se mudou em 1972. Lá, ele criou a Irmandade Cósmica Cruz do Sul (ICCS) que, em 1996, foi substituída pelo Grupo de Estudos de Navexologia e Arqueologia (GENA), do qual é atual presidente. “O Victor Soares não é um ufólogo. Ele é uma verdadeira ‘instituição’ de pesquisas ufológicas”, costumava se referir a ele seu contemporâneo, o general Alfredo Moacyr de Mendonça Uchôa.
O estudioso reuniu os resultados de todas as suas pesquisas no livro Discos Voadores no Rio Grande do Sul, ainda em fase de publicação. Recentemente, em abril de 2008, em agradecimento a tantos anos de luta e dedicação à Ufologia, Victor Soares recebeu uma homenagem dos membros da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), durante congresso realizado em Porto Alegre. Isso se deu em função do reconhecimento, por parte da CBU, de que a atual geração de estudiosos do Fenômeno UFO no país recebeu herança direta de veteranos como ele, e que os principais fundamentos da Ufologia Brasileira estão apoiados nas colunas que eles ergueram. A Revista UFO, que apoiou a realização do evento, organizado pelo Núcleo de Pesquisas Ufológicas (NPU), foi erigida tendo como uma de suas fontes de inspiração o açoriano Victor Soares – a outra é a “matriarca” Irene Granchi [Veja entrevista com ela na edição UFO 146].
A. J. Gevaerd, editor da Revista UFO e coordenador desta série O Pensamento da Ufologia Brasileira, reiteradas vezes admitiu ter recebido forte influência de Victor Soares para a construção da linha editorial mantida até hoje pela UFO. O estudioso transmitiu ao editor e à boa parte do Conselho Editorial da publicação métodos investigativos e modelos de organização no lido com a informação ufológica, além da importância do contato “olho no olho” com as testemunhas, a chamada investigação de campo. E ainda deu o exemplo da persistência e da luta obstinada pelas respostas para a fenomenologia ufológica, inclusive em níveis além dos convencionais. Se a Revista UFO chegou a duas décadas e meia de existência, foi seguindo o legado deste pioneiro, assim como recebendo o apoio de muitos outros.
Articulado em suas colocações e ufólogo de mão cheia, José Victor Soares surpreende pela modéstia e aparente fragilidade física. São dele contribuições significativas à Ufologia Brasileira e Mundial, como o caso do ataque de um UFO a um soldado de Alegrete e inúmeros episódios de mutilações de animais, abduções alienígenas e aterrissagens, que investigou pessoalmente. “Tenho uma compulsão para ir ao campo e falar com as testemunhas diretamente. É assim que aprendi a fazer Ufologia, e não ficar num gabinete esperando que os casos cheguem às minhas mãos”, disse. Victor Soares reside há 40 anos em Gravataí, numa casa muito simples, rodeado de árvores, cães, gatos e galinhas, e foi neste ambiente que concedeu entrevista exclusiva à Revista UFO, feita pela equipe do Grupo de Estudos e Pesquisas Espaciais e Ambientais (GEPEA), co-promotora do referido evento de Porto Alegre. Vamos a ela.
Por que o senhor decidiu migrar e escolheu o Brasil para morar? Decidi viver no Brasil após constatar que não havia mais nada a desbravar na minha terra natal, os Açores. Logo após desembarcar em Santos, no litoral de São Paulo, em abril de 1957, eu consegui um emprego como vendedor da Gessy Lever, o que me permitiu conhecer quase todo o país em minhas viagens a trabalho. Daí, anos mais tarde, ao conhecer o Rio Grande do Sul, me apaixonei e decidi fixar residência em Alegrete, no sul daquele Estado. Morei por vários anos naquela cidade e pesquisei muitos casos ufológicos, que depois vim a publicar.
Mas o senhor trouxe ao Brasil muito mais do que sua força de trabalho. Trouxe na bagagem alguma experiência com avistamento de UFOs. Quando teve o seu primeiro contato com um disco voador? O meu primeiro contato com a Ufologia foi em 1943, em minha cidade de origem. Na época, com 12 anos, estava no quintal de casa e ouvi uma voz masculina que dizia “olha para cima. Há um avião” e ouvi um barulho. Achei que fosse da moto de um vizinho que costumava passar por ali. Por isso, não olhei para o céu naquele instante. Mas acabei ouvindo a voz novamente, o que me convenceu a fazê-lo. Ao olhar para o alto, me deparei com um objeto voador diferente.
Como era o objeto e o que sentiu ao vê-lo? Era triangular, tinha cor de alumínio, mas sem brilho, e voava devagar em sentido norte-sul. Quando o aparelho passou por cima de minha cabeça, percebi que havia uma espécie de sonda na traseira, em movimento oscilatório. Foi uma experiência fascinante, que me despertou para a possibilidade de não estarmos sós no universo. Eu me lembro que naquele momento me senti leve por dentro. Para mim, isso foi resultado do uso de alguma forma de telepatia.
O senhor contou o que havia visto a alguém? Sim, relatei o que havia acontecido à minha mãe. Ela disse que eu deveria ter captado “um mistério do céu”. Acredito que ela também tenha visto alguma coisa, mas não tenho certeza. Em Açores havia muitos casos naquela época, como acabei descobrindo depois, ao passar a estudar o assunto.
O senhor viu outros objetos voadores não identificados depois desta primeira experiência? Sim, aquela foi apenas a primeira de uma série de avistamentos de naves alienígenas que tive. Desde então, acredito ter vivido cerca de 30 experiências de todos os tipos. Em 1954, por exemplo, ainda na Europa, vi uma esquadrilha de objetos voadores não identificados. Naquele ano, recordo que houve uma onda global de avistamentos, durante a qual praticamente todos os países do mundo foram visitados por seres extraterrestres, tendo a maior incidência ocorrida na França, e foi muito investigada. Isso certamente influenciou aquele povo a ser tão aberto à questão ufológica.
O senhor tem alguma explicação para aquela onda de avistamentos ter ocorrido justamente em 1954? Acredito que ela se deveu ao fato de os norte-americanos terem oferecido armas nucleares à França, para que resolvesse seus problemas na Guerra da Indochina. Como se sabe, desde o desenvolvimento da bomba atômica, houve um acréscimo no número de avistamentos ufológicos, pois parece que as inteligências por trás do fenômeno estão sempre acompanhando nossos passos no uso desta tecnologia. A ajuda norte-americana, entretanto, foi rejeitada pelo governo francês, e naquele mesmo ano uma frota de UFOs passou por cima do Vaticano, quando as naves formaram uma cruz no céu.
Quando o senhor se mudou para o Rio Grande do Sul seus contatos com naves alienígenas continuaram? Quando morei em Alegrete, lembro de ter visto uma luz não identificada, como se fosse a de um satélite. Eu mentalizei para aquilo e disse telepaticamente: “se for um UFO, que mude de cor”. E o objeto mudou de cor imediatamente. Fiz isso para demonstrar minha teoria, segundo a qual os extraterrestres estão em contato telepático com quem presencia sua passagem. Basta estar na sintonia deles.
De todos os seus avistamentos ufológicos, qual foi a experiência que o senhor destacaria como a mais extraordinária? A observação mais fantástica que tive no Brasil foi a de uma bola vermelha alongada que passou em alta velocidade a poucos metros de minha residência, em Gravataí, perto de Porto Alegre. Outra vez também vi uma esquadrilha com cerca de 80 objetos, que conservavam a mesma distância entre eles, numa formação perfeita. Eram todos alaranjados e tinham uma cauda azulada. Alguns dizem que eles vieram de Baía Blanca, no sul da Argentina, outra área de grande incidência ufológica. Houve até quem disse que eles venceram o trajeto, de mais de 3.000 km, de lá até Gravataí, em apenas 20 minutos…
Além das observações, o senhor já teve um contato direto com um extraterrestre tripulante destas naves? Em 1986, tive outra experiência, desta vez não apenas no céu, mas dentro de minha própria casa. Eram 20h00 de uma sexta-feira e eu estava no fundo do quintal tentando descobrir o que havia no céu. Naquele instante ouvi um barulho no interior da casa. Resolvi conferir o que estava acontecendo e me deparei com duas pegadas enormes no degrau de cimento na soleira. Inicialmente, pensei que se tratava de um ladrão e empurrei a porta da casa para checar, quando constatei que não havia ninguém lá dentro. Foi aí que vi outra marca de calçado muito grande com sinais redondos e quadrados em sua volta. Para mim, eu recebi uma “visita” naquela noite, e ela só podia ter relação com a luz que estava no céu.
Quando morei em Alegrete, no sul do Rio Grande do Sul, lembro de ter visto uma luz como se fosse a de um satélite. Eu mentalizei para aquilo e disse telepaticamente: \’se for um UFO, que mude de cor\’. E o objeto mudou de cor imediatamente. Os extraterrestres estão em contato telepático com quem presencia sua passagem
Naquele momento, qual foi sua reação? Sentindo que tinha recebido a visita de um extraterrestre, chamei meu filho para dividir a experiência comigo, mas, quando ele chegou, as marcas já haviam secado. Os cães e outros animais estavam em completo silêncio. Mais tarde, cerca de 22h00, tentei assistir televisão, mas o aparelho não funcionou direito. O técnico que arrumou o televisor disse que havia sido uma descarga de energia muito forte que provocou o estrago. Até hoje aquele fato não está muito bem esclarecido e explicado.
O senhor julga ter vivência e conhecimento suficientes para formular hipóteses e fazer afirmações sobre discos voadores e contatos com seres de outros planetas? Bem, eu já pesquisei cerca de mil casos em todo o Brasil, tendo feito cerca de 100 investigações de campo. Tenho muitas teorias sobre o Fenômeno UFO, após tantos anos de experiência. Para mim, por exemplo, alguns ETs seriam, na verdade, robôs com alta tecnologia e infinitamente superiores a nós. Acredito que, assim como nós despachamos animais para descobrir se existe vida fora da Terra, nas décadas de 50 e 60, os seres extraterrestres também poderiam ter enviado para nosso planeta seres similares aos nossos animais, como uma forma de experiência. Outras civilizações já mandam espécimes avançadas, que são os tripulantes dos discos voadores.
Sua contribuição à Ufologia não se limita a relatar fatos que vivenciou. O senhor também participa de grupos de estudos? Já participei de vários grupos ufológicos, alguns dos quais fundei e organizei por décadas. O primeiro deles foi em 1967, em Alegrete, cidade para onde me mudei depois que me casei. Sempre gostei de fazer pesquisas. Por isso, desde o início da década de 50, quando ainda morava nos Açores, costumava visitar a biblioteca local para copiar à lápis as notícias e informações a respeito do Fenômeno UFO. Quando chegava em casa, passava a limpo à caneta. Eu já era fascinado pelo estudo deste mistério desde pequeno.
Como se chamou seu primeiro grupo e qual era seu objetivo? Chamou-se Grupo Independente de Pesquisa de Objetos Voadores Não Identificados (Gipovni) e era uma entidade de poucos membros, todos inteiramente dedicados a pesquisar e debater o assunto. Alegrete tinha uma rica casuística ufológica, o que beneficiou as atividades do grupo. Começamos então a fazer pesquisas de campo e a estudar os casos a que tínhamos acesso, e com isso passei a ter habilidade para registrar cuidadosamente os fatos e os dados que encontrava. Em seguida, passei a me corresponder com diversos pesquisadores de todo o mundo, com os quais fiz amizade e troquei informações. Já fiz intercâmbio com mais de mil pessoas em aproximadamente 60 países, além de cerca de 300 grupos organizados.
Entre tantas viagens que o senhor fez mundo afora, conheceu alguém especial no meio ufológico? Sim, muitos. Em 1972, fiz contato com o pesquisador argentino [Ricardo] Frondizi, que era irmão de um ex-presidente daquele país. Devido a sua relação com o poder, ele tinha acesso a vários segredos militares. Essa facilidade rendeu farto material de pesquisa para mim, que conservo até hoje. A Argentina, como o Brasil, tem uma rica casuística ufológica e muito semelhante à nossa.
O senhor ainda mantém contato com ele? Cerca de dois anos depois, no entanto, uma “voz” me falou que o amigo havia morrido. Passado algum tempo recebi uma carta de um radiestesista de Mendonza, confirmando a morte de Frondizi.
Como foi sua atuação em Gravataí, cidade onde reside até hoje? No mesmo ano de 1972, fundei a Irmandade Cósmica Cruz do Sul (ICCS). Passei a ler livros de influentes autores, como o Jacques Bergier, por exemplo, que me incentivaram a gostar de outras disciplinas ligadas à Ufologia, como a arqueologia [Bergier é considerado um dos precursores das pesquisas ufológicas, a exemplo de Charles Fort. Na década de 60, junto de Louis Pauwels, Bergier escreveu O Despertar dos Mágicos]. Continuei meus estudos e pesquisas de casos ufológicos sem parar, até que, em 1996, criei o Grupo de Estudos de Navexologia e Arqueologia (GENA), que existe até hoje. Navexologia foi uma palavra que cunhei em 1972 e que se refere ao estudo das naves alienígenas, os discos voadores. Depois o termo foi utilizado mundialmente.
Qual é o seu método de estudo de avistamentos ufológicos? Procuro sempre ir pessoalmente aos locais e entrevistar as testemunhas, fazendo meu próprio juízo da situação. Tenho o costume de anotar e guardar todas as informações que me chegam às mãos a respeito de avistamentos e casos passíveis de investigação. Há tantos fatos pesquisados por mim que escrevi o livro Discos Voadores no Rio Grande do Sul, que ainda pretendo publicar. Mas, há casos que não investiguei pessoalmente, por se darem em partes do mundo, às quais não tenho acesso. Entre eles, considero muito importante um episódio ocorrido durante a Guerra do Vietnã, que acompanhei à distância. A situação envolveu alguns navios norte-americanos empregados nas atividades bélicas, cujos tripulantes viram discos voadores justamente durante as batalhas e atiraram nas naves. Porém, todos os projéteis voltaram para os próprios barcos, atingindo-os. O assunto foi abafado na época, mas descoberto por pesquisadores anos depois.
Deve haver muitos outros casos abafados durante estas guerras… Sim. Só em 1969, cerca de um milhão de casos ocorridos no território norte-americano foram relatados à Força Aérea daquele país, e estudados pelo famoso projeto Blue Book. Mas cadê as informações sobre eles? O Blue Book admite ter recebido apenas uma pequena fração deste montante de avistamentos ufológicos naquele país.
Pilotos de aviões costumam relatar fatos extraordinários quando estão voando. O senhor já conversou com algum deles sobre avistamentos? Um amigo meu, piloto comercial, no ano de 1987, estava voando de São Paulo para o Nordeste quando o radar acusou um objeto a 10.000 m de altura e a uma velocidade de 900 km por hora. O avião encontrava-se entre Minas Gerais e a Bahia e o piloto viu, então, uma “nuvem” que demorava para se aproximar da aeronave. Quando ele estava a 45 km daquilo, em apenas quatro segundos — que é o suficiente para um giro do ponteiro do radar — a “nuvem” havia saltado para 90 km. Tinha formato lenticular. Meu amigo era acostumado a ver objetos e medir distâncias e tamanhos, e calculou que a tal “nuvem” deveria ter um diâmetro de 28 km, estando a uma altura de 5.000 m. Ele me contou que, uma hora depois, o objeto simplesmente sumiu do radar.
Esse fato ocorreu no Brasil, mas, em suas pesquisas pelo mundo, o que o senhor pode nos revelar? Um amigo deste piloto, num vôo que atravessava a área do Triângulo das Bermudas, no Mar do Caribe, contou que viu naves alienígenas atacando umas às outras. Isso pode soar estranho, mas eu acredito que exista um conflito entre diferentes espécies que nos visitam, que usam discos voadores de diferentes origens, e talvez aquela região da Terra tenha sido o palco de alguns combates entre elas. O piloto, ao revelar o que havia visto, foi expulso da companhia aérea na qual trabalhava.
Interessante a reação da empresa deste piloto, que o demitiu por ter revelado o que viu. O senhor tem outro caso semelhante que gostaria de comentar? Sim, tenho o caso de outro amigo, que era mecânico e eletricista no Canadá e lecionava em uma escola técnica. Ao revelar aos alunos o que ouvia no hangar onde trabalhava, também foi expulso da empresa. Seus superiores demonstraram uma intolerância cavalar com o assunto. Isso é mais comum do que parece, infelizmente.
Voltando à casuística ufológica brasileira, existe em nosso país algum local mais propício aos avistamentos de naves alienígenas? Sim, e um dos pontos com muita atividade ufológica é o Rio das Velhas, em Minas Gerais. Mas foi no Rio Grande do Sul que coletei o maior número de casos, e muitos deles bastante curiosos. Por exemplo, em Alegrete, na localidade de Palma Velha, investiguei um caso bastante interessante. Um fazendeiro da região estava lidando com o gado quando ouviu o mugido intenso de uma bezerra de dois meses que ele tinha amarrado há alguns instantes. Quando olhou para o local dos mugidos, espantou-se ao ver o animal suspenso no ar, a cerca de um metro do chão, como se estivesse dentro de algo invisível. Ele se encontrava em pé em pleno ar, e foi subindo até desaparecer.
O senhor tem registro de mais casos nesta cidade ou em outras do Rio Grande do Sul? Poderia comentar alguns? Certamente. Naquele município há cinco quartéis e, por se tratar de local estratégico do ponto de vista militar, sendo área de fronteira com a Argentina, muitos casos são registrados sobre tais instalações. Uma vez investiguei um episódio ocorrido com um soldado que fazia a guarda móvel de um daqueles quartéis. Ele estava com um fuzil quando, à 01h00, foi surpreendido por um UFO pousado na área atrás da instalação, emitindo grande quantidade de luz. O militar considerou aquilo como uma presença hostil e atirou com sua arma no objeto, mas a bala voltou para ele em dois pedaços, um dos quais entrou em sua perna, na altura do joelho, causando ferimentos tão graves que, tempos depois, precisou ser amputada. Hoje o homem recusa-se a comentar o assunto.
Investiguei um caso brasileiro interessante. Um fazendeiro estava lidando com o gado quando ouviu o mugido intenso de uma bezerra que ele tinha amarrado há alguns instantes. Quando olhou para o local dos mugidos, espantou-se ao ver o animal suspenso no ar, a cerca de um medtro do chão, como se estivesse dentro de algo invisível
Impressionante. O senhor diria que a cidade de Alegrete se caracteriza por apresentar uma das mais ricas casuísticas do país? Sim, sem dúvida. Uma vez ocorreu um caso lá que ficou famoso em todo o país. Eram 16h00, de certo dia, e ainda havia Sol quando, na região central de Alegrete, uma nave que parecia ter o tamanho de uma Kombi ficou parada acima de uma árvore. A população correu para olhar, mas teve no início um princípio de pânico. As pessoas gritavam muito ao ver aquele fenômeno, que é até hoje lembrado pelos moradores mais antigos.
Comenta-se que há uma lagoa no Rio Grande do Sul, localizada à beira da rodovia que liga a capital ao litoral norte, nos arredores da qual ocorrem fenômenos inusitados. O fato já atraiu a atenção de estudiosos de todo o estado e de outros. O senhor tem alguma informação sobre isto? Sim, é a Lagoa dos Quadros. Aquela é outra região com casuística ufológica bastante intensa no estado. Muitas testemunhas já relataram ter visto objetos voadores não identificados lá, muitos em plena luz do dia. Algumas delas me descreveram ter observado dois objetos em forma de losangos emitindo fachos de luz em sua parte inferior. Como as pessoas portavam lanternas, resolveram fazer sinais de luz para as naves, que responderam com sinais semelhantes.
E mais ao sul do estado, na fronteira com o Uruguai, também são comuns os avistamentos? Sim. Na localidade de Camaquã, por exemplo, próxima da Lagoa dos Patos, temos muitos casos ufológicos. Lá, já ocorreram fatos estranhíssimos, e um deles deu-se quando alguns amigos vinham de carro por uma estrada da região e, de repente, algo passou em sentido contrário e em alta velocidade sobre o veículo, logo após uma curva. Inexplicavelmente, o bizarro objeto caiu num barranco, mas como a cena foi muito rápida e já estava anoitecendo, eles resolveram continuar viagem e voltar apenas no outro dia para verificar o que houve. Quando chegaram lá, se depararam com as marcas de pneus que saíam da estrada em um determinado ponto e desciam o barranco, mas terminavam mais abaixo, em um círculo de vegetação queimada. Não havia sinal nenhum do carro, fora as marcas de pneus. E nenhum vestígio de que um eventual automóvel tivesse sido retirado por guincho dali. Nada.
Dizem que os extraterrestres têm uma atuação muito organizada na Terra, mas que, em geral, só aparecem para os adultos. O que o senhor nos diz sobre isso? Não creio nisto. Tenho muito casos envolvendo crianças, sendo que um deles, bastante interessante, ocorreu a um menino de Porto Alegre, que apresentava comportamento bastante estranho. Um dia a criança, então com dois anos, entrou correndo dentro de casa dizendo que os “baixinhos” queriam levá-lo “de volta”, referindo-se aos ETs do tipo alfa cinzentos ou grays [Cinzas], que têm uma cabeça desproporcionalmente grande em relação ao seu corpo franzino. Quando seus pais perguntaram onde estavam os tais “baixinhos”, a criança disse que estavam numa árvore no quintal da casa. A mãe foi então verificar e viu uma bola de luz vermelha pairando sob sua copa. Ela contou que ficou assustada e por isso entrou em casa. O fato está bem registrado em meus arquivos.
Também parece ser um caso muito interessante. O senhor já pesquisou algum fato ufológico que tenha ocorrido com militares? Já, alguns. Um deles deu-se com dois helicópteros militares que sobrevoavam Angra dos Reis, no litoral sul do Rio de Janeiro, onde estão as usinas nucleares Angra I e II. O fato se deu justamente durante sua construção, atestando o interesse dos seres extraterrestres por nosso uso da energia atômica. Subitamente, um dos helicópteros simplesmente sumiu com dois tripulantes. Na época, eles foram dados como desaparecidos, mas até hoje não foram encontrados destroços nem vestígios do aparelho ou dos corpos dos passageiros. Algum tempo depois do fato, a esposa de um deles, ao descer a escada de seu prédio, viu o marido fardado e sorridente ao pé da mesma, dizendo-lhe que eles estavam vivos, mas que não sabiam onde, e afirmou que um dia voltariam. Ela ficou totalmente atordoada com a visão, subiu novamente ao apartamento e ligou para a esposa do outro militar desaparecido. Para surpresa ainda maior, a outra mulher disse que havia recebido a mesma mensagem momentos antes, da mesma forma, através da visão de seu próprio marido em circunstâncias semelhantes.
O que o senhor tem a dizer sobre a famosa Noite Oficial dos UFOs no Brasil, ocorrida em 19 de maio de 1986, envolvendo a perseguição, por caças Mirage e F-5E da Força Aérea Brasileira (FAB), de 21 UFOs sobre o Rio de Janeiro e São Paulo? Pesquisei o caso e conheci um dos pilotos que perseguiu os UFOs. Ele me contou que todos os colegas tinham autorização para atirar nos objetos naquela noite, mas que não conseguiram fazê-lo, pois as naves que perseguiam se moviam rapidamente cada vez que eles as colocavam sob mira. Este piloto contou também que um dos aviões da Aeronáutica foi parar, ninguém sabe como, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, a mais de 1.300 km do centro das atividades de perseguição, sendo que não teria autonomia para ir a tal distância…
O senhor foi definido pelo saudoso general Alfredo Moacyr de Mendonça Uchôa, outro pioneiro da Ufologia Brasileira, como “o homem que é uma instituição de pesquisas”. Ele declarou também que o seu senso de organização transparece na cuidadosa arrumação dos milhares de casos estudados e na catalogação das mais de cinco mil correspondências que trocou com ufólogos de todas as partes do mundo. Além da Ufologia, que sabemos ser sua paixão, que assuntos lhe interessam? Tenho muita curiosidade científica e gosto em especial de geografia. Já consegui memorizar mapas de todos os continentes. Também sou integrante da Ordem Rosacruz, estando atualmente no 5º grau. Gosto ainda de carpintaria e de estudar muito qualquer assunto. As artes plásticas também me encantam. Mas é na Ufologia e no estudo da presença alienígena na Terra que eu me encontro.