Buracos negros gigantescos existem no centro de várias galáxias. Inclusive a nossa. Com milhões ou até bilhões de vezes a massa do Sol, eles podem afetar e modificar a galáxia hospedeira – por exemplo, através de poderosos jatos de partículas de alta energia. Estes jatos são comumente visíveis em rádio e acabam por forçar o gás quente que envolve as galáxias. Quando isso acontece, a região de choque entre o jato e o gás se aquece muito e emite raios X.
Mas não é sempre que os buracos negros ganham esse cabo de guerra. Esta imagem do Chandra (em raios X) combinada com uma do VLA (em rádio) mostra que o gás quente (em azul) está rasgando o gás que envolve a galáxia (em laranja). Na verdade existem duas galáxias no centro desta foto e elas estão em um processo de se fundir em uma só.
Acredita-se que a galáxia 3C442A esteja trombando pela segunda vez com uma outra galáxia. A energia liberada por tamanha colisão fez com que o gás que circunda as galáxias se aquecesse e brilhasse em raios X. Os jatos que produziram as nuvens de gás em laranja já não estão mais ativos, isto é o buraco negro central deve estar adormecido. Ninguém sabe ao certo como isto aconteceu, mas a colisão deve ter contribuído. Com a fonte inativa, a nuvem de gás ficou à mercê do empurrão do gás quente mais interior.
A forma côncava das partes interiores da nuvem de gás vista em rádio é decisiva em mostrar que o gás quente também pode expulsar o envelope de gás mais exterior das galáxias. Este fato era previsto em teoria, mas a equipe liderada por Diana Worral da Universidade de Bristol foi a primeira a mostrar isto através desta imagem.