A Ufologia Moderna, que teve seu início oficial com o avistamento do piloto norte-americano Kenneth Arnold, em 1947, nasceu como um movimento que objetivava descobrir o que eram aquelas aeronaves de formato desconhecido vistas nos céus de todo o planeta. Na época, com a Segunda Guerra Mundial recém-terminada e a Guerra Fria colocando Estados Unidos e União Soviética em um confronto de inteligências, o grande temor dos governos ocidentais era de que os discos voadores fossem algum tipo de tecnologia soviética. Ambos os lados, ufólogos e governos, cada um a seu modo e com as ferramentas que dispunham, pesquisavam e estudavam o fenômeno de maneira intensa.
Porém, poucos anos após o avistamento de Arnold, pessoas de vários países começaram a relatar que haviam tido, ou que mantinham, contato com os ocupantes daqueles misteriosos objetos voadores desconhecidos, recebendo de seus tripulantes, seres geralmente de aparência humanoide, mensagens e orientações. Tal fenômeno, que ficou conhecido como contatismo, acabou dividindo a Ufologia em duas vertentes, denominadas mística e científica, e até hoje adeptos de uma vertente se sentem desconfortáveis com a explicação fornecida pela outra. De qualquer forma, as décadas de 50, 60 e 70 do século passado viram o movimento do contatismo crescer e os casos se multiplicarem, com alienígenas de todos os tipos e origens enviando suas mensagens aos humanos.
Embora os primeiros e mais conhecidos contatados por seres extraterrestres vivessem nos Estados Unidos e Europa, aos poucos o fenômeno se espalhou pelo mundo e surgiram pessoas de todos os cantos do planeta alegando que também tinham mensagens de salvação para a humanidade — e o Brasil não foi exceção. Um dos casos mais extraordinários dentro desse contexto, pelo menos na opinião deste entrevistador, foi o que envolveu Maria Aparecida de Oliveira, que ficou conhecida como Bianca Reis, e seu companheiro à época, Hermínio Reis, hoje já falecido.
Seres de aspecto humanoide
Conheci o casal em 1979, por ocasião do I Encontro Nacional de Teses Ufológicas, realizado na cidade do Rio de Janeiro, quando Reis e Bianca fizeram uma exposição detalhada de sua primeira experiência de contato com uma nave alienígena e seus tripulantes de aspecto humanoide, ocorrido no sertão de Minas Gerais. Na ocasião, eu fazia minha estreia como conferencista em eventos ufológicos e tive a oportunidade de conhecer pessoalmente os líderes deste movimento da época em nosso país, com destaque para a professora Irene Granchi e para o general Moacyr de Mendonça Uchoa, dois ícones de Ufologia Brasileira, que igualmente se impressionaram com a narrativa do casal.
O caso de Reis e Bianca já era conhecido no país porque os dois contatados haviam estado várias vezes no programa Flávio Cavalcanti, um show dominical noturno da extinta TV Tupi, muito famoso na década de 70. Nele, para estarrecimento do apresentador, o casal narrou inúmeras vezes diante das câmeras o que lhe havia acontecido — Cavalcanti não costumava mostrar casos envolvendo discos voadores em seu programa e o fato de ter entrevistado repetidamente Reis e Bianca deu uma relevância extraordinária a ambos e aos acontecimentos por eles descritos. O Brasil inteiro logo tomou conhecimento de que o casal tinha estado em um disco voador e conversado com seus ocupantes.
O inusitado contato extraterrestre teria acontecido nas proximidades da cidade mineira de Matias Barbosa, na noite de 12 de janeiro de 1976. Naquela data, Reis e Bianca, que residiam no Rio de Janeiro, haviam resolvido viajar para a cidade de Belo Horizonte com o objetivo de trocarem seu carro, um Karmann Ghia ano 1965, na loja de uma pessoa conhecida daquela capital. Mas, após algumas horas de viagem, Hermínio Reis sentiu-se cansado e parou o automóvel no acostamento de um trecho da rodovia BR 040, que liga o Rio de Janeiro a Brasília. Era tarde da noite.
Luz vermelho-alaranjada
Enquanto ele dormia, Bianca mantinha-se acordada e atenta a qualquer perigo na estrada. Porém, em determinado momento, a mulher notou algo que, a princípio, julgou ser um balão junino — um objeto que emitia uma luz vermelho-alaranjada e teria sido visto inicialmente às 23h00. Ela observou a luz durante alguns minutos entrando e saindo de trás das nuvens, até que repentinamente o artefato se precipitou em direção ao carro, onde o marido ainda dormia. Assustada, Bianca acordou o companheiro em desespero, com a impressão de que um avião estava para cair sobre eles, uma ideia que logo se transformaria em outra coisa bem mais fantástica.
As experiências do casal e o desenvolvimento de todo o caso será exposto por Bianca, nossa entrevistada convidada desta edição, cuja vida foi completamente modificada após o encontro que ela e seu companheiro tiveram com Karran, um dos seres de aspecto humano com altos ideais e ensinamentos filosóficos, passados a ambos com instrução de os repassarem adiante — o alienígena, que periodicamente volta para novos encontros, os teria ensinado, entre outras coisas, a fazer viagens astrais.
Embora os primeiros contatados por ETs vivessem nos Estados Unidos e Europa, aos poucos o fenômeno se espalhou e surgiram pessoas em todos os cantos do planeta alegando que também tinham mensagens de salvação para a humanidade.
Nos últimos anos, cheguei a dividir por diversas vezes o palco de congressos com Bianca, apresentando resumos de seu caso e reafirmando a sua importância, inclusive dentro de minha tese sobre a origem extraterrestre da humanidade. A mais recente dessas ocasiões aconteceu em 2013, durante o I Fórum Mundial de Contatados, que a Revista UFO realizou em Florianópolis, em junho daquele ano [Veja edição UFO 203, agora disponível na íntegra em ufo.com.br]. Na segunda parte de sua apresentação, a contatada respondeu às perguntas do público que lotava o auditório, e agora também os leitores terão a oportunidade de conhecer melhor uma das experiências de contato mais importantes da Ufologia Brasileira e Mundial.
Bianca, você pode nos contar o que houve a você e seu ex-marido após a aproximação da nave? Ficaram com medo?
Bem, eu acordei o Hermínio quando aquele objeto, que também parecia um avião, parou em cima do nosso carro. Daí nós sentimos o corpo leve, como se flutuássemos, tanto que achei que iríamos virar de cabeça para baixo dentro do carro — foi aí que me segurei no banco e Hermínio segurou no volante. De repente, tivemos uma sensação de peso muito grande, que nos dificultou inclusive a fala, pois parecia que nossa língua tinha crescido dentro da boca, não dava para falar. Era algo realmente estranho. O ambiente ficou tão escuro que quase não dava para ver o Hermínio no carro. Cerca de 10 a 15 minutos depois, entretanto, a sensação de peso passou. Naquele momento, meu marido disse: “Esse negócio estava andando, mas agora parou!” Aquela sensação de movimento e peso havia passado.
O que houve depois disso?
Luzes foram acesas, permitindo que tanto eu como Hermínio pudéssemos ver onde estávamos. Incrivelmente, nosso carro estava em um local redondo, que tinha uma escada que levava até o teto. De repente, abriu-se um buraco no teto do local, como uma porta, e de lá desceram dois homens pela escada. Eles se aproximaram de nosso carro, onde ainda estávamos eu e meu marido, completamente surpresos. Um deles parou na frente do automóvel e o outro na traseira, e ambos observaram demoradamente o Karmann Ghia.
Totalmente desequilibrada
E o que você fizeram?
Depois, aqueles homens olharam para nós sorrindo levemente e fizeram um gesto com a mão para que saíssemos do veículo. Obedecemos e saímos do carro. O Hermínio destravou o trinco do meu lado e um dos seres abriu a porta. Quando saí do veículo e tentei ficar em pé, percebi que estava totalmente desequilibrada — eu não conseguia me manter firme. Então, aquele homem me segurou pelo braço e o outro segurou o Hermínio. Em seguida, caminhando, nos afastamos do carro, quando de repente abriu-se uma porta no chão daquele local e uma escada se expandiu para baixo. Descemos por ela e foi então que vimos um ambiente muito maior, onde estavam vários objetos e várias naves iguais àquela que havia sido utilizada para nos trazer. Aqueles artefatos ou espaçonaves estavam estacionados ao longo do caminho que nós percorremos.
Qual era a forma dessas naves? Com que pareciam os tais veículos?
Todos os objetos que vimos estacionados naquele ambiente eram redondos, mas tinham tamanhos distintos, apesar de apresentarem a mesma forma. Alguns eram maiores, enquanto outros apresentavam um tamanho inferior. Continuamos caminhando e o Hermínio falava o tempo todo, pois estava bastante nervoso. Foi então que ele me disse: “Bianca, isso é coisa de russo ou de americano. É o tal disco voador, que quem entra nele não sai”. Nesse momento, perdi as forças das pernas, querendo desfalecer, mas a pessoa do meu lado me segurou, enquanto caminhávamos no ambiente. O Hermínio continuava andando e falando sem parar. Foi quando entramos em uma espécie de elevador, cuja porta se abriu sozinha aos nos aproximarmos dele. Após entrarmos, a porta se fechou e depois abriu de novo, e já estávamos em outro ambiente, uma sala cuja forma era quadrada.
Você tem ideia de quanto tempo se passou entre o momento em que foram levados da estrada onde estavam estacionados para a nave e a hora em que saíram do carro, já dentro dela?
Entre o momento em que o carro foi levado para o interior do UFO e aquele em que saímos do veículo já dentro do objeto, devem ter se passado apenas cerca de 10 a 15 minutos.
Seres semelhantes a nós
Você pode nos dizer qual era a aparência dos tripulantes do UFO?
Karran e seu companheiro tinham pele morena avermelhada, como se tivessem tomado Sol, e o cabelo de ambos era preto e liso. Eles usavam macacões brancos e pareciam, em todos os aspectos físicos, ser iguais a nós — a única diferença que notei foram os olhos, que eram inclinados próximo ao nariz e arredondados na parte mais externa do rosto. Eles também não tinham essa cavidade entre os olhos, acima do nariz, como nós temos. A estatura de ambos era um pouco superior a 2 m, maiores, portanto do que a média dos seres humanos.
Você tem ideia de quanto tempo vocês permaneceram com esses seres?
Passamos dois dias junto deles, mas não percebemos que fosse tanto, de tão rápido que o tempo passou. Só descobrimos isso quando chegamos a um posto de gasolina, onde o Hermínio perguntou a hora e o frentista respondeu que já tinha passado da meia-noite do dia 15.
Como foi o momento do retorno? Você se lembra do que aconteceu?
O Karran nos conduziu até nosso carro. Nós entramos, nos sentamos, eles fecharam a porta e subiram pela mesma escada até a parte de cima da nave. Logo em seguida escureceu tudo de novo e o peso incomum do nosso corpo voltou. Ficamos um tempo naquela situação. De repente, a luz se acendeu novamente e o nosso corpo voltou ao estado normal. Abriu-se, então, uma porta abaixo do carro e ele desceu suavemente em direção ao solo. Eu creio que estávamos a cerca de 7 m do chão.
E depois disso, o que lhes ocorreu ao retornarem à rodovia?
Bem, vimos de baixo que a porta por onde saiu o carro se fechou na nave. Então, uma escada se abriu novamente e Karran desceu parte dela, ficando do lado de fora do disco, nos apontando a direção que devíamos seguir. Já com os quatro pneus no solo, Hermínio acendeu e apagou o farol do carro, despedindo-se, e ele, Karran, entrou na nave subindo pela escada, que prontamente foi recolhida. Depois disso o disco começou a se mover lentamente, se afastando de nós — de uma hora para outra, ele acelerou rapidamente, atingindo uma grande velocidade e transformando-se em uma estrela no céu. Não perdemos a consciência em nenhum momento, a não ser quando dormimos dentro da nave. Fomos deixados próximos a Belo Horizonte, em uma estrada de terra próxima às cidades de Belo Vale e Conselheiro Lafaiete.
Você acabou de dizer que mantiveram plena consciência da experiência de contato, ao contrário de muitos abduzidos que, na maioria das vezes, retornam sem qualquer lembrança do que aconteceu. Como você explica isso?
Na realidade, se seguíssemos o desejo da tripulação da nave, teria acontecido exatamente a mesma coisa conosco. Já no final daquele nosso encontro com Karran, nos foi oferecido uma espécie de copo para que bebêssemos seu conteúdo. Eu perguntei ao Karran o que era aquilo e qual sua finalidade? Ele explicou que era justamente provocar o esquecimento de tudo que tínhamos vivido na nave. Eu, então, disse que não queria me esquecer de nada e ele retrucou, falando que se nós contássemos às pessoas tudo que tinha acontecido, elas não nos levariam a sério. Sendo clara, o que eles queriam dizer é que nós seríamos vistos como doentes mentais. Eu perguntei a Karran se seria tida como louca e ele disse que sim. Em resposta, afirmei que em um mundo com tantos loucos, mais uma não faria diferença e confirmei que não beberia aquela coisa. Hermínio fez o mesmo e nós mantivemos nosso desejo de não nos esquecermos de nada.
Por tudo que Karran nos explicou, posso dizer sem margem de erro que quando ele fez menção a um criador estava, na verdade, se referindo a algo que ele mesmo chamou, em outro ponto de nosso diálogo a bordo da nave, de uma “força criadora”.
Diante da recusa de vocês em beber aquele líquido, houve alguma forma de pressão por parte dos alienígenas?
Não, de forma alguma. Eles apenas sugeriram que teríamos dificuldades se mantivéssemos plena consciência do que havíamos passado. Poderíamos ser tidos, de fato, como pessoas desequilibradas. Essa postura da tripulação foi marcante para que eu percebesse o respeito que Karran e o outro tripulante do veículo tinham por cada um de nós, no sentido de nosso livre arbítrio.
Você fala em respeito pelo nosso livre arbítrio, mas eles não perguntaram a você e Hermínio se queriam ser levados para a nave. Isso não seria uma contradição, uma violação desse livre arbítrio?
Bem, acho que ninguém que estivesse diante da perspectiva de um contato iminente ou de uma abdução entraria em uma nave de livre e espontânea vontade — pelo menos não na primeira vez. Eu penso que existe uma razão maior para o que está acontecendo, entende? Os representantes dessas civilizações fazem o que precisam fazer. Há uma razão para o acompanhamento e monitoramento que fazem de nossa humanidade.
Capacetes tradutores
Voltando a falar sobre o que aconteceu dentro da nave, é sabido que vocês receberam informações sobre a origem extraterrestre da humanidade. Como e quando isso se deu? As informações foram passadas por meio de telepatia ou algum outro processo?
Depois de termos passado por vários exames naquela sala quadrada, fomos para outra bem grande, redonda e toda iluminada. Eu e o Hermínio fomos convidados a nos sentarmos em poltronas iguais às que eles próprios usavam. Então, trouxeram uns capacetes que foram colocados em cada um de nós — os dois seres que nos acompanhavam desde o início também utilizaram o mesmo tipo de equipamento, que tinha fios que eram conectados em um grande aparelho. O rapaz que estava com o Hermínio pegou uma espécie de máquina de escrever, colocou no colo e começou a bater nas teclas com os dedos. De repente, ouvi pelo capacete: “Seja bem-vinda”. Eu reagi com espanto e ele repetiu a frase. Em seguida perguntou o meu nome. Eu respondi: “Sou Bianca e você, quem é?” Ele disse que era Karran, de Klermer. Logo depois, foi a vez de Hermínio. Eu já estava ouvindo e entendendo perfeitamente o que eles falavam com meu companheiro. Foi dessa forma que vieram todas as informações, por meio daqueles capacetes que funcionavam como tradutores do idioma deles para o nosso, e vice-versa.
Mas como as informações foram transmitidas? Vocês perguntavam e eles respondiam às suas indagações?
Sim, as respostas vinham sempre de acordo com as perguntas que fazíamos e nunca como uma revelação. Eu perguntei “o que é Klermer?” e Karran disse que era um mundo, um planeta que estava a uma distância ainda não conhecida por nós. Em determinado momento, perguntei a ele qual seria sua origem? E Karran me respondeu: “Nossa origem vem diretamente do criador; Mas não só a minha origem, como também a de todas as raças que deram origem ao seu mundo”.
Você poderia explicar melhor? Eles tinham uma visão religiosa de Deus?
Por tudo que Karran nos explicou, posso dizer sem margem de erro que quando ele fez menção ao criador estava, na verdade, se referindo a algo que ele mesmo chamou, em outro ponto de nosso diálogo, de “força criadora”. Ele não estava se referindo a uma entidade ou a um ser superior, mas a um princípio, uma força responsável pela manifestação de tudo que existe no universo. Esse criador, segundo pude entender, se manifesta por meio de sua criação — na verdade, eles não possuem nada semelhante às nossas religiões.
Mas o que ele explicou sobre as raças extraterrestres que teriam dado origem ao nosso mundo?
Ele revelou que, antes de nosso planeta ser habitado, eles já visitavam nosso mundo. Karran disse: “Íamos muito a sua Terra e nela encontramos vida animal e vegetal, mas ainda não havia vida humana. Estudamos os climas, as condições ambientais e o próprio planeta em si. Com o resultado desse trabalho, chegamos à conclusão de que em sua Terra havia possibilidade de vida para pessoa vindas de planetas cujas naturezas e condições ambientais fossem idênticas às de seu mundo. Então, nós resolvemos semear a Terra, ou seja, cada planeta trouxe para cá não somente pessoas, mas também plantas, animais e tudo que fosse relativo às suas vidas e sobrevivência. Povoamos o seu mundo nos locais onde o clima oferecesse condições ambientais idênticas às dos planetas de origem que participaram desse processo de colonização”. No total, disse-nos Karran — o mais falante dos dois tripulantes do UFO —, onze raças ou planetas participaram do processo de semeadura e colonização da Terra. Diante dessas informações, questionei-o mais, pois, afinal, ele havia afirmado que parte de nossa humanidade também seria descendente de sua própria raça e mundo. Entre as coisas que perguntei a ele estava por que eles haviam nos abandonado?
E qual foi a resposta?
Segundo suas explicações, eles nunca nos abandonaram. Karran disse que nossos registros históricos estariam cheios de referências às visitas feitas por representantes das várias civilizações que teriam participado do processo de colonização da Terra.
Acidente solar desastroso
Mas, se a humanidade é descendente de povos avançados, por que motivo há poucos milhares de anos estávamos vivendo de maneira primitiva?
De acordo com eles, houve em determinado momento da história de nosso planeta um acidente que teve repercussões desastrosas. Isso teria acontecido algum tempo após o processo de semeadura de formas mais avançadas de vida vegetal e animal e da colonização realizada pelos povos extraplanetários. Conforme me explicou Karran, “o Planeta Luz”, uma referência ao nosso Sol, aumentou repentinamente seu nível de atividade, gerando grande destruição na Terra. Os continentes trocaram de lugar com os oceanos e o eixo de nosso planeta se alterou, gerando grande devastação. As explosões solares romperam as camadas de proteção da Terra e o excesso de radiação solar danificou o nosso cérebro. Assim, elas prejudicaram ligações neuronais, fazendo com que perdêssemos a memória — gradualmente nos esquecemos de nossas origens e de como a humanidade da Terra havia surgido. Mas não só isto: perdemos também o contato com os povos que eram responsáveis pela nossa presença aqui.
Você pode explicar melhor este rompimento de nossas ligações com as civilizações extraterrestres?
Segundo nos foi explicado, o aumento da atividade solar não foi um evento passageiro, mas teria durado cerca de 3.000 anos. Isso criou uma barreira que impediu, durante todo esse período, a aproximação das naves das civilizações responsáveis por nossa presença no planeta. Ficamos realmente isolados. Quando o Sol finalmente voltou ao seu estágio de equilíbrio, o homem da Terra havia perdido totalmente a noção de quem era e de quais eram suas origens. Tudo aquilo que havia sido produzido em vários pontos do planeta estava destruído. Eles nos disseram, ainda, que boa parte de nossas doenças tinham origem nesse mesmo processo de destruição, que seriam fruto de degenerações fixadas em nossos corpos físicos.
Além das informações sobre nossas origens, que outros assuntos foram discutidos entre os extraterrestres, você e seu marido?
Várias coisas, como a inexistência da morte e de doenças no mundo deles. Segundo Karran, eles não morrem, apenas trocam de matéria.Ele nos disse que o ser humano pertence a duas frequências: a física e a extrafísica ou espiritual. E informou claramente, ainda no primeiro contato, que não poderia falar com “Bianca matéria”, apenas com “Bianca espírito”, ressaltando a nossa realidade espiritual, mas sem qualquer conotação e interpretação religiosa ou mística.
Você poderia explicar melhor esta referência à troca de matéria?
Foi-nos explicado que, apesar de eles terem uma perspectiva de vida muito maior do que o homem que está na Terra hoje, chega um momento em que seus corpos não têm mais possibilidade de se manterem vivos. Karran, por exemplo, segundo ele mesmo disse, tinha cerca de 600 anos terrestres de idade, apesar de sua aparência ser jovem. Quando acontece a morte do corpo físico, eles, como cada um de nós, acabam por encarnar em outro corpo que está nascendo. Porém, a grande diferença entre nós e eles está no fato de que eles não sofrem um apagamento das memórias de suas vidas pregressas, como ocorre conosco quando encarnamos. Karran explicou que esse problema, esse apagamento de memórias que ainda acontece com cada um de nós, estaria associado justamente a sequelas do processo cataclísmico gerado pelo Sol, ou seja, seria um problema que surgiu em nosso cérebro.
Dormindo e comendo a bordo
Você disse que chegaram a dormir dentro da nave. Como isto aconteceu?
Em determinado momento de nossa estadia naquele disco, nós já estávamos cansados. E apesar de eu me lembrar de que estava sentada em uma espécie de poltrona, quando acordei ela tinha se transformado em uma cama, que em seguida voltou a tomar a forma anterior.
Você descreveu apenas seres de aspecto masculino dentro da nave. Havia também mulheres no interior do UFO?
Sim. Em um momento eu comecei a sentir fome e manifestei isso. Surgiu, então, uma mulher trazendo uma espécie de bandeja com quatro recipientes, que eu prefiro chamar de copos. No interior deles havia um líquido incolor, que parecia água, mas não era, conforme pude atestar quando tomei — parecia uma mistura de vários gostos. O que posso dizer é que aquilo era muito ruim, mas os nossos anfitriões, que também beberam daquilo, pareciam gostar. A mulher trouxe também algo semelhante a quatro pães redondos e de cor branca, que não tinham gosto de nada. Mas a verdade é que depois não sentimos mais fome.
E como era essa mulher? Qual era seu tipo físico? O que você pôde observar?
Ela era um pouco mais baixa do que Karran e seu companheiro. Seu rosto apresentava os mesmos traços, com cabelos pretos e lisos, só que bem mais longo. Ela usava um macacão branco e o mesmo tipo de calçado que os dois homens.
Conforme suas declarações e as de seu antigo companheiro, vocês tiveram outras experiências ufológicas com aqueles mesmos extraterrestres. Quando e onde ocorreu a seguinte delas?
A próxima experiência depois da primeira, de 12 de janeiro 1976, ocorreu no mesmo mês do ano seguinte, no estado do Rio de Janeiro. Tivemos um segundo contato com Karran e com outra pessoa também de origem não terrestre — esse ser se chama Zirr e ele serviu de intérprete entre Karran e nós, pois naquela época Karran ainda não falava o nosso idioma. Naquele momento, ficamos sabendo que Zirr já estava na Terra havia dois anos. Segundo as informações que tive durante aquela segunda experiência, Zirr tinha dois corações e utilizava um filtro no nariz para suportar nossa atmosfera, pois nosso ar não era adequado a ele — soubemos ainda que ele estava indo embora com Karran naquele momento. Zirr era ruivo, tinha cerca de 1,75 m de altura, pele clara e estrutura física semelhante à nossa, apesar de seu sistema circulatório ser distinto em termos de disposição.
Quando acontece a morte do corpo físico, eles, como cada um de nós, acabam por encarnar em outro corpo que está nascendo. Porém, a diferença entre eles e nós está no fato de que eles não sofrem um apagamento das memórias de suas vidas pregressas.
Você pode descrever como tudo aconteceu? Poderia destacar algo que ocorrera relacionado a esse segundo contato com Karran?
Sim. Foi naquela ocasião, em janeiro de 1977, que Zirr me esclareceu a respeito das referências feitas por Karran sobre exercícios da autoconsciência e o significado do sentido maior daquilo que somos. Disse-me que não somos apenas o corpo físico que hoje ocupamos, mas a somatória de todas as nossas existências, encarnações e vivências, nas várias matérias que já habitamos. Eu nunca poderia imaginar, antes de nossa primeira experiência, viver uma história como aquela. Passei muitos anos dentro do meio evangélico e meu companheiro, Hermínio, acreditava que os extraterrestres existiam, mas que eram coisa do diabo — portanto, nada parecido com o que nos aconteceu jamais passou por minha cabeça.
Você certa vez disse que esses seres, mais especificamente Karran, conseguem manter contato até hoje com você. Como isso é possível?
Eles fizeram um registro da minha frequência cerebral e por isso o contato pode ser sempre mantido, se houver desejo por parte de Karran. Outra coisa que gostaria de ressaltar é que foi ele próprio quem me orientou a procurar um local afastado das grandes cidades para que pudesse se manifestar, passar os seus ensinamentos e receber pessoas interessadas na prática e no desenvolvimento das técnicas ligadas à saída do corpo físico.
Muitas vezes vemos contatados desenvolverem interpretações negativas relacionadas à presença extraterrestre. Qual é a sua visão sobre isso?
Bem, eu entendo que a visão negativa que alguns contatados e pesquisadores têm destas experiências está relacionada ao medo do desconhecido. Caso Karran e seus amigos extraterrestres tivessem apagado a minha memória e me restassem apenas alguns flashes do que aconteceu, com certeza eu também estaria com medo e falando sobre o medo de passar por uma abdução alienígena. Quando leio ou ouço contatados descrevendo suas experiências, para mim é fácil perceber que estas pessoas só tiveram alguns momentos de lembrança dos fatos. Daí o pavor que elas têm. Ficam com imagens distorcidas do contato, e isso é muito comum. Os alienígenas sabem que o medo aqui é grande demais, mas não podemos nos esquecer de que as mutilações que ocorrem com os animais se devem às pesquisas científicas que fazem, pois querem saber o que comemos, como vivemos, quais doenças temos etc. Tudo isso porque, no futuro, eles terão de eliminar nossas enfermidades. Enfim, eles são pesquisadores e não seres malignos.
Eles são de 11 raças
Então, de acordo com sua visão quanto à presença desses seres em nosso meio, as teorias que nos alertam para um possível processo de dominação da Terra por outras civilizações extraterrestres está equivocada. Você concorda com isso?
Claro que não. Caso eles fossem nossos inimigos, nós não teríamos a menor chance. Eles começariam recolhendo os satélites e nossas comunicações ficariam totalmente inoperantes — isso é algo que eles poderiam fazer com rapidez, dada a sua superioridade científica e tecnológica. Mas eles estão aqui para nos ajudar com os nossos problemas e não para nos prejudicar. E também não estão aqui em razão de nossos recursos naturais. Estão aqui por nós, por que somos seus descendentes. Aos poucos, Karran vem me apresentando os representantes das 11 raças que estiveram envolvidas no processo de colonização da Terra. Essa é a realidade que minhas experiências trouxeram. Não estamos nem tratando e nem fazendo o que deveríamos em relação a esses povos. Eles são nossos ancestrais, nossos “pais cósmicos”.
Como e em que situação ocorreu seu último contato com Karran? Há alguma informação obtida neste encontro que você gostaria de destacar?
Karran apareceu pela última vez em 29 de janeiro de 2013. Ele veio para falar sobre como está a situação do nosso planeta, de nosso Sistema Solar e sobre a ajuda que eles estão prestando aos seres humanos. Sua intenção, disse-me ele, é não deixar que o que aconteceu no passado se repita em nosso presente, diante da situação que estamos vivendo — eles não querem que voltemos a mergulhar na inconsciência nem que haja destruição em nosso planeta. Estão, isso sim, cuidando da nossa permanência e não do fim de nossa civilização. Ele veio também para me acalmar em relação às coisas que já são visíveis e ditas naturalmente em qualquer noticiário da TV. Neste ano, 2014, ele ainda não veio e nem sei se virá.
O que você quis dizer com “diante da situação que estamos vivendo”?
Eu fui informada por Karran que o Sol está passando por uma situação de instabilidade semelhante à que aconteceu na grande destruição do passado, quando ele repentinamente teve um aumento drástico em sua atividade.
Entendo. Diga-me, como e por que você escolheu o município de Santo Antônio do Descoberto, em Goiás, para desenvolver suas atuais atividades? E quando elas tiveram início?
Escolhi me estabelecer aqui porque foi onde consegui adquirir mais terras com os recursos que tinha, e não por indicação do Karran. Optei pelo local por minha situação financeira e por se tratar de uma fazenda longe dos grandes centros. Vim para cá em 1982, onde implantei o trabalho de autoconsciência. Mas caso a região comece a crescer, naturalmente irei para outro lugar.
Gostaria que você descrevesse aos leitores detalhes das atividades que desenvolve, que lhe foram ensinadas por Karran.
Claro. Eu realizo uma atividade de controle da autoconsciência comigo mesma e ensino o processo a quem quiser aprender. Chama-se Técnica Física para a Conquista da Autoconsciência (TFCA) e é um aprendizado que se dá tanto na frequência física quanto na frequência extrafísica. Para que isso seja possível, necessitamos de tranquilidade e espaço adequado para a prática dos exercícios que o Karran ensinou, além de cuidados com a alimentação e com o corpo de forma geral. É muito difícil desenvolver esse trabalho em ambiente impróprio, com muito ruído, porque dificulta a interiorização da pessoa durante os exercícios. Nas cidades, a visão das pessoas é de que elas são apenas corpos físicos, sem algo mais que sobreviva à perda da matéria. Isso não é verdade e Karran falou para mim:“Saia da sua matéria e verá que é a mente que pode ver, que pode sentir, aprender e raciocinar. Então poderá entender que a matéria é somente uma parte sua e não totalmente você”. Em outras palavras, nossa existência é eterna, não morre.
Dormindo e comendo a bordo
Você acredita que conseguiu reunir todo o ensinamento de que necessita para realizar esse trabalho?
Sim, em minha propriedade, a Fazenda Maik-Buz, temos as condições necessárias para que isso aconteça. Temos silêncio, tranquilidade, contato com a natureza e todas as outras facilidades necessárias para atingir nosso objetivo — e temos uma escola estruturada para receber alunos que queiram aprender os exercícios, além de um restaurante, acomodações e um trabalho de filosofia que dá o suporte necessário para se entender uma nova linguagem, que Karran implantou para o trabalho dele na Terra. Faço tudo que é possível para executar esse trabalho com fidelidade ao que aprendi e não modificar o objetivo proposto por Karran.
De que forma os interessados podem participar destas atividades e receber estes ensinamentos?
As pessoas que querem aprender os exercícios que Karran ensinou podem se inscrever nos cursos que ministramos todos os meses em nossa sede, a Fazenda Maik-Buz. Também temos uma página na internet e uma comunidade no Facebook que as pessoas podem procurar [Veja ao final da entrevista]. Os interessados podem também participar das atividades de domingo na fazenda, se hospedando nela e participando das aulas de filosofia, dos grupos de produção de alimentos ou mesmo acompanhando o andamento do trabalho pelo site, à distância.
Você já escreveu vários livros. O que você pode nos falar deles?
Sim, já escrevi quatro livros. O primeiro chama-seAs Possibilidades do Infinito [Editora Kópion, 1987], que traz o relato do meu primeiro contato com Karran, Zirr e outros seres. A obra revela a verdadeira origem do ser humano, fala sobre o acidente solar que sofremos, a inexistência da morte e como recuperar a nossa consciência com a prática dos exercícios que Karran ensinou. O segundo livro chama-seA Vida Dentro da Vida [Kópion, 1993] e nele apresentoo resultado da prática dos exercícios com a vivência no mundo extrafísico — ele mostra também como o mundo espiritual teve de se adaptar para poder atender ao ser humano, que ficou inconsciente após o tal acidente solar. Esses dois livros estão disponíveis gratuitamente tanto em PDF como em formato de áudiolivro para qualquer pessoa interessada. Também escrevi e publiquei o livroA Filosofia da Técnica Física para a Conquista da Autoconsciência, volume I, com 33 textos filosóficos que retratam o aprendizado no mundo extrafísico. O volume II está sendo preparado para publicação e terá cerca de 100 textos novos.
Karran vem me apresentando os representantes das 11 raças que estiveram envolvidas na colonização da Terra. Essa é a realidade que minhas experiências trouxeram. Não estamos fazendo o que deveríamos em relação a esses povos.
Você disse várias vezes em suas palestras que suas experiências com seres extraterrestres modificaram sua vida. Poderia ser mais específica e dizer como essa mudança ocorreu?
Essa mudança foi bastante contundente em minha forma de ver o mundo. Antes da minha primeira experiência e do contato com Karran, a visão que eu tinha das coisas e do mundo em geral era baseada no medo. Medo da morte, medo do castigo divino e medo do esquecimento eterno por Deus, já que eu era protestante. A linha religiosa da qual eu participava prega e defende que a ressurreição só acontecerá caso seu nome esteja escrito no livro de Deus como alguém merecedor, que tenha praticado boas ações, sendo, portanto, alguém digno de retornar. As referências ao Juízo Final e suas interpretações também faziam parte de minhas preocupações. Hoje minha postura diante disso mudou drasticamente incluindo, é claro, um questionamento sobre o que de fato é a realidade.
Você poderia falar mais sobre isso?
Claro. Eu entendo que sou filha de um criador que nós, aqui na Terra, chamamos de Deus — e o criador nunca se esquece de seus filhos. Karran me ensinou que a morte não existe, que o que existe é a inconsciência a respeito dos dois lados da vida. O acidente solar nos fez esquecer nossa origem e a realidade espiritual do homem porque danificou nosso cérebro. Quando estamos fora da matéria, no mundo espiritual, temos a memória total da realidade que experimentamos quando encarnados. Porém, ao mergulharmos para uma nova experiência na matéria, vivemos um processo de inconsciência da realidade. Esquecemos de todo o nosso passado e do outro lado da vida.
Em vários casos de abdução alienígena, as pessoas se lembram de terem recebido informações, sobre a humanidade e a realidade multidimensional não só do homem, mas também do próprio universo. Ficou explícita, por parte destes abdutores, sua preocupação com nossa falta de percepção frente à verdade que nos envolve. O que você poderia nos dizer sobre isso?
Essa é a inconsciência da qual Karran [Desenho ao lado] nos deu a possibilidade de sair, de vencer. Podemos viver os dois lados da vida mediante uma espécie de ativação de zonas cerebrais, permitindo o despertar definitivo do ser humano. Essa é a Técnica Física para a Conquista da Autoconsciência oferecida por ele e um direito de todos nós — e podemos ter acesso a ela sem intermediários, sem misticismo e sem medo. A vida humana permeia todo o universo e não é exclusividade da Terra, mas o alcance de nossa visão ainda é bastante limitado e nos impede de ver a verdade a respeito dela. A humanidade caminhará naturalmente para a autoconsciência individual e coletiva, quando então estaremos prontos para convivermos com quem hoje se preocupa com o nosso futuro e a quem chamamos de extraterrestres. Somos descendentes deles e muito semelhantes a eles, que são humanos como nós.