Nada de novo acontece no Sistema Solar. Todos os objetos continuam em suas órbitas. Inclusive o distante Plutão, em seu penoso caminho de 248 anos em torno do Sol. Mas na Terra é diferente. Nosso mundo apressado acaba de decidir que ele, Plutão, é pequeno demais para continuar sendo chamado de planeta.
A discussão vinha desde muitos anos. Observações já revelavam que o astro sofre grandes variações de albedo, a grandeza que indica a quantidade de luz refletida por um astro iluminado. Além disso, Plutão tem uma órbita bastante inclinada com relação ao plano da órbita terrestre.
São características típicas de asteróides – nenhum planeta é assim. Sua órbita também é diferente da dos demais planetas. De tão alongada, ela faz com que Plutão fique mais perto do Sol que Netuno de tempos em tempos. Quando isso acontece, Plutão perde o trono de “último planeta do Sistema Solar”.
Reunidos na XVI Assembléia Geral da União Astronômica Internacional [IAU na sigla em inglês] no dia 24 de agosto de 2006, 2.500 analistas de 75 países reconheceram que se cometeu um erro quando se outorgou a Plutão a categoria de planeta, em 1930, ano de sua descoberta.
Segundo a decisão oficial, o Sistema Solar volta a ter oito planetas – como antes de 1930. Além disso, Plutão, Ceres e UB313 serão agora classificados como “planetas anões”. A decisão representa um avanço, já que todas as outras sugestões apresentadas permitiriam que o Sistema Solar ganhasse muitos novos planetas rapidamente, todos minúsculos em relação aos demais. O nome oficial de UB313 – apelidado de Xena – ficou para a XVII Assembléia Geral da IAU, que será no Rio de Janeiro em 2009.