Conhecidos como círculos ingleses, crop circles ou agroglifos, e muitas vezes atribuídos a manifestações extraterrestres, esses fenômenos têm intrigado profissionais e especialistas de diversas áreas do conhecimento. Algumas características destas figuras nas plantações, como o tipo de dobra das plantas onde surgem, as emissões de sinais eletromagnéticos sobre elas, a esterilização inexplicada da vegetação e solo e os símbolos que os compõem, são fatos incontestáveis de que estamos tratando de algo realizado por uma extraordinária inteligência. E enquanto não encontramos respostas para a pergunta sobre como são feitos os agroglifos, podemos investigar os porquês de os símbolos que compõem os agroglifos serem tão importantes.
Mas não podemos falar de símbolos sem lembramos de Carl Gustav Jung, o psiquiatra suíço que por muito tempo foi amigo próximo de Sigmund Freud, conhecido como pai da psicanálise. Em certo ponto da amizade, Conhecidos como círculos ingleses, crop circles ou agroglifos, e muitas vezes atribuídos a manifestações extraterrestres, esses fenômenos têm intrigado profissionais e especialistas de diversas áreas do conhecimento. Algumas características destas figuras nas plantações, como o tipo de dobra das plantas onde surgem, as emissões de sinais eletromagnéticos sobre elas, a esterilização inexplicada da vegetação e solo e os símbolos que os compõem, são fatos incontestáveis de que estamos tratando de algo realizado por uma extraordinária inteligência. E enquanto não encontramos respostas para a pergunta sobre como são feitos os agroglifos, podemos investigar os porquês de os símbolos que compõem os agroglifos serem tão importantes.
Mas não podemos falar de símbolos sem lembramos de Carl Gustav Jung, o psiquiatra suíço que por muito tempo foi amigo próximo de Sigmund Freud, conhecido como pai da psicanálise. Em certo ponto da amizade, Jung e Freud tiveram uma ruptura drástica em sua relação, o que incentivou o primeiro a criar sua própria teoria psicológica, a psicologia analítica. Jung estudou assuntos considerados tabus para sua época, como a parapsicologia e inclusive a Ufologia. Em 1957 ele publicou o livro Um Mito Moderno Sobre Coisas Vistas no Céu, republicado em 2011 no Brasil pela Vozes Editora. Na obra Jung expõe seus estudos sobre objetos voadores não identificados observados por diferentes culturas ancestrais, a maneira como elas os representavam e se expressavam sobre eles — muitas vezes através de símbolos.
Linguagem do inconsciente
Também é sabido que tais culturas às vezes sacralizavam estes fenômenos até que surgissem, séculos depois, os modernos registros de radar e interações de pessoas com o fenômeno. Em sua obra Jung expõe sua implícita opinião sobre os fatos com a seguinte afirmação: “Estamos diante de uma destas alternativas: ou as projeções psíquicas ecoam no radar ou, ao contrário, o aparecimento de verdadeiros corpos aéreos deu origem a projeções mitológicas”. Ele também se destacou pela sua notável contribuição ao conhecimento psicológico com o seu conceito de inconsciente. Este não era mais visto como uma espécie de “quarto de despejos reprimidos”, como era para Freud, mas passou a ser entendido como um mundo que é parte tão vital e real da vida de um indivíduo quanto é o mundo consciente.
Além de infinitamente mais amplo e rico que o conceito elaborado por Freud, Jung propôs que a linguagem do inconsciente sejam os símbolos — ele sempre deixou claro que uma palavra ou uma imagem é simbólica quando implica alguma coisa além do seu significado manifesto e imediato. E por existirem inúmeras coisas fora do alcance da compreensão humana é que frequentemente utilizamos termos simbólicos como representação de conceitos que não podemos definir ou compreender integralmente. Essa é uma das razões porque todas as religiões empregam uma linguagem de símbolos e se exprimem por meio de imagens.
O fato mais curioso sobre os símbolos é justamente que eles não se limitam às barreiras do espaço e do tempo. Alguns deles superaram os limites dos continentes e mesmo em épocas remotas foram representados de formas muito semelhantes em diversas culturas do planeta. Um destes símbolos é conhecido como Flor da Vida e pode ser encontrado na Irlanda, Turquia, Inglaterra, Israel, Egito, China, Tibete, Grécia, Japão e inclusive nos desenhos de Leonardo da Vinci. A Flor da Vida contém em suas proporções cada aspecto particular da vida que existe. Contém todas as fórmulas matemáticas, todas as leis da física, todas as harmonias musicais, todas as formas de vida biológicas etc até chegar ao seu próprio corpo.
Características incomuns
Ele também contém cada átomo, cada nível dimensional e absolutamente tudo o que existe neste e em outros possíveis universos em forma de onda — e todo este conhecimento já estava marcado em uma parede em Abidos, no Egito, em um templo de quase 6 mil anos de idade, um dos mais antigos do planeta. Enfim, tudo que consideramos muito importante, nós sacralizamos. E podemos observar que não foi à toa que estes padrões geométricos são denominados de Geometria Sagrada.
Já no século XXI, no Brasil, essas formas simbólicas estão surgindo em plantações de trigo em Santa Catarina e no Paraná, com características extraordinárias e sem sequer deixar vestígios de seus autores. Elas aparecem da noite para o dia intrigando os pesquisadores com questionamentos variados. Por que alguém desenharia em colheitas de trigo no Brasil símbolos que já foram representados por diversas culturas medievais? Por que símbolos entendidos como sagrados para todas essas culturas estão surgindo em plantações de trigo que só podem ser compreendidos quando vistos do céu?
O enigma simbólico dos agroglifos do Brasil está se desenvolvendo de maneira muito similar ao padrão da dita Geometria Sagrada, seguindo uma trajetória que se iniciou na cidade de Ipuaçu, em 2008, quando tivemos os primeiros agroglifos do país, com duas figuras em formato circular. Nos anos seguintes os formatos se diversificaram, mas os símbolos sagrados voltaram a aparecer, e desde 2015 também na cidade de Prudentópolis.
Em um exemplo, um agroglifo descoberto em Ipuaçu em 2013 apresenta o símbolo sagrado denominado vesica piscis, ou formato de pétala, que se destaca no centro da figura. As interpretações para ela podem sofrer leves alterações, dependendo da cultura e das bases bibliográficas consultadas, mas, de maneira geral, o círculo representa o feminino — não a mulher, mas os aspectos femininos de cada elemento do universo. A vesica piscis é observada em diversas culturas como o primeiro movimento da criação e pode ser encontrada também, se observada do céu, na praça de um obelisco de Washington.
Com auxílio de microscópios eletrônicos descobrimos como ocorre o desenvolvimento do embrião humano. Se o representarmos em duas dimensões, podemos observar os mesmos padrões de desenvolvimento que seguem os símbolos que estão compondo os agroglifos — tanto relacionando-o com elementos abstratos como com dados científicos, o enigma dos agroglifos e seus símbolos nos conduzem a afirmar que nossa ciência atual não tem capacidade para explicar e tampouco reproduzir o fenômeno com todas suas características.
Fenômeno em desenvolvimento
Pode-se também observar a trajetória dos agroglifos no país p
assando dos primeiros casos, de simples círculos, até a figura que marca o início de um desenvolvimento de formas geométricas que compõem a Geometria Sagrada. A duplicação do primeiro círculo se iniciou em 2014, em Ipuaçu, e a conclusão da formação do segundo círculo ocorreu em Prudentópolis, em 2015, dando continuidade à formação. Depois o fenômeno surgiu novamente logo após, igualmente em Ipuaçu, com quatro chamadas “pétalas”, a mesma vesica piscis, no centro e uma outra, maior, que sobrepõe todas as demais.
Neste momento já se pode constatar os primeiros movimentos de formação da figura, que seguem padrões semelhantes vistos na Geometria Sagrada utilizada para formação da Flor da Vida. Um ano depois, novamente em Prudentópolis, surgiu exatamente a figura denominada Semente da Vida, esta com seis “pétalas” e que, seguindo sua evolução, produzirá o tal fruto para então formar a chamada Flor da Vida.
Até agora o que podemos observar claramente é que símbolos da Geometria Sagrada já apareceram em agroglifos na Inglaterra e nos últimos anos têm apresentado uma forma de evolução no Brasil. Começando por figuras simples, aumentando o grau de sua complexidade e cada vez mais intrigando pesquisadores. Apesar de se manifestarem em nosso país há mais de oito anos consecutivos, o enigma demonstra que está só começando e expressando nos trigais o quanto ainda estamos engatinhando em termos de conhecimentos científicos ou simplesmente de embasamento cultural.
Estes mesmos símbolos que hoje nos intrigam como pesquisadores já fizeram importante parte de culturas de várias civilizações séculos atrás, e hoje poucos conhecem a tamanha quantidade de informações que carregam. Isso indica que é preciso evitar a concepção de que o saber científico é algo acabado. Assim como vem ocorrendo ano após ano nos símbolos dos trigais brasileiros, talvez caiba a nós também procurar evoluir. Talvez o futuro esteja escondido no passado.