Antes de 1986, Chernobyl nada mais era que uma obscura cidade no leito do Rio Pripyat, no centro-norte da Ucrânia. Então chegou o dia em que o pior acidente nuclear do planeta aconteceu. Em 26 de abril daquele ano, uma série de erros operacionais e deficiências no design do reator 4 da usina de Chernobyl produziu uma devastadora explosão, causando o derretimento do seu núcleo. Uma nuvem de radiação mortal espalhou-se sobre parte da União Soviética, contaminando pessoas, animais, causando doenças e mutações. Parecia que o país jamais se recuperaria desse terrível desastre, embora os políticos do regime e líderes locais procurassem esconder a verdade durante muito tempo.
Valery I. Kratokhvil, pesquisador ucraniano e autor de diversos livros, coletou informações a respeito dos objetos voadores não identificados vistos sobre Chernobyl e as publicou em seu livro NLO: Gosti iz Buduschego [UFOs: Visitantes do Futuro, Minsk, 1992]. Poucas pessoas lembram que em sua ignóbil, criminosa e irresponsável tentativa de esconder a causa do desastre, as autoridades soviéticas procuraram enganar o público com rumores de que UFOs teriam causado o acidente.
Em agosto de 1990, Kratokhvil localizou Mikhail A. Varitzky, um dos técnicos da usina nuclear que viveu em Chernobyl desde o dia de sua construção. Ele forneceu declarações surpreendentes sobre o episódio, e disse que, na noite do acidente, seu sono foi interrompido por alarmes. Assustado, Varitzky foi com outro técnico, Mikhail Samoilenko, até a usina. Eles deveriam coletar o medidor e trocar os tanques de oxigênio. Os técnicos chegaram ao reator 4, que estava em chamas, às 04h15. Eles não estavam com roupas de proteção e seus rostos estavam quase queimando. Como sabiam dos riscos da radiação, resolveram sair dali.
Enquanto o carro — um Gaz-51 com a placa KIZ 2428 — dava meia-volta, observaram uma esfera incandescente movimentando-se lentamente no céu. Sua cor era semelhante a latão, e tinha o diâmetro aproximado de oito metros. Duas luzes róseas saíram do objeto, direcionadas ao reator 4. O objeto estava a uns 300 m de distância e flutuou pelo local por cerca de três minutos, quando os raios desapareceram e o UFO seguiu lentamente em direção noroeste, rumo à Bielorrússia.
Quando retornaram à base, os técnicos conferiram o contador Geiger usado e perceberam que funcionava bem. Mas uma coisa era crucial: a primeira medição que tomaram, logo que o UFO apareceu no céu, era de 3.000 Roentgens por hora [Unidade que mede a radioatividade]. Após os raios terem feito algo ao reator incandescente, as medições mostravam 800 Roentgens por hora. Ou seja, algumas horas depois da explosão, um UFO teria diminuído os níveis de radiação de Chernobyl. Mas o episódio relatado por Varitzky não deprecia o trabalho daqueles que combateram as chamas do reator incandescente. Os heróis perderam a vida tentando impedir que a morte se espalhasse em virtude da inépcia soviética. Mas talvez isso mostre que uma “ajuda extra” foi dada à humanidade em uma hora de necessidade.
Outras pessoas também observaram o UFO sobre Chernobyl. Uma delas foi V. S. Vasilevsky. Havia testemunhas oculares que desenharam esboços de UFOs sobre Chernobyl e Slavutich, a cidade onde os cientistas nucleares residiam. Algum tempo depois, novos objetos voadores não identificados voltaram à cidade. No dia 16 de setembro de 1989, quando outro problema aconteceu no reator 4 — material radioativo escapou para o ambiente — a doutora Iva Naumovna Gospina também observou um UFO. Eram 08h20, algumas horas após o novo acidente, quando ela viu um objeto elíptico de cor âmbar. Iva conseguiu observar tanto a parte superior como a inferior do artefato. Kratokhvil também tem uma fotografia de um disco voador tirada em outubro de 1990, por Alexander Krymov, então cientista da usina. Este aparelho flutuou sobre os apartamentos em que os técnicos residiam. Ainda de acordo com Kratokhvil, Krymov estaria disposto a submeter o filme a uma análise detalhada. Outro incêndio ocorreu na usina nuclear de Chernobyl — desta vez no reator 2 — em 11 de outubro de 1991. Vladimir Chevran, repórter do jornal Ekho Chernobylya, tirava fotos da área em 16 de outubro, quatro dias após o incêndio, quando viu algo incomum ao revelar o filme: um objeto peculiar e parecido com o que a doutora Iva havia observado antes. Os editores do jornal levaram o negativo para ser analisado por especialistas e as imagens se mostraram autênticas.
Eles observaram uma esfera incandescente movimentando-se lenta no céu. Sua cor era semelhante a latão e tinha o diâmetro aproximado de oito metros. Duas luzes róseas saíram do objeto, direcionadas ao reator 4. O objeto estava a uns 300 m de distância
Antes de 1986, UFOs raramente eram vistos em áreas nos arredores de Chernobyl ou um pouco mais distante, próximo a Bryansk, Bielorrússia e Kiev. Tanto que, de 1956 até 1986, apenas quatro avistamentos haviam sido registrados sobre Kiev. A partir do verão de 1986, em diversas ocasiões, testemunhas dispostas a assinar seus nomes em relatórios oficiais declararam ter avistado objetos voadores não identificados sobre tais regiões. As estações militares de radar também captaram alguns dos artefatos.
Em 12 de novembro de 1989, uma dessas estações detectou um UFO sobre o local em que havia a Exposição das Conquistas da Economia da República Socialista Soviética Ucraniana. O relato do avistamento foi checado pelo tenente-coronel V. Shavanov, que declarou que o objeto tinha o formato de uma cruz dentro de um retângulo, com uma espiral incandescente em seu interior. Ele flutuou a uma altura de 400 m sobre a exposição. O incidente foi relatado no jornal Leninskaya Znaniye, em 17 de novembro de 1989. Nos dias que se seguiram, outras esferas incandescentes, semelhantes às sondas ufológicas ocidentais, também surgiram sobre a exposição. Como se não bastasse, o Instituto de Pesquisa Nuclear de Kiev, que está localizado na área, também possui um reator, e este era alvo de interesse dos tripulantes dos UFOs.
Talvez tais naves estivessem lá para controlar ou monitorar os experimentos nucleares soviéticos. Não sabemos. Mas o desastre nuclear de Chernobyl é conhecido no mundo todo, e seu trágico legado permanecerá por muitas gerações. Entretanto, avistamentos de UFOs na época do desastre são conhecidos apenas por um pequeno número de pessoas. Será que as autoridades soviéticas receberam algum auxílio de extraterrestres durante o desastre ou existe uma explicação mais racional e terrena para os avistamentos?