O dia 18 de dezembro de 1972 é uma data que os tripulantes e passageiros do Boeing 737 das Linhas Aéreas de Moçambique (DETA) não esquecerão facilmente. Num vôo entre Beira e Lourenço Marques, atual Maputo, capital de Moçambique, surgiu no céu totalmente limpo um UFO gigantesco, de cor verde, que se dirigia contra o avião. Após um nervoso diálogo entre o piloto e a torre de controle, o objeto em forma de uma cápsula passou diante do Boeing a uma curtíssima distância, com uma inclinação ascendente de 5º e, para o alívio de todos, desapareceu no céu a uma grande velocidade. Este é mais um dos muitos casos investigados pelo piloto, ufólogo e escritor moçambicano Ruy Castel-Branco, autor do livro OVNIs em África [Coimbra Editora, 1987]. Desde 1975, quando seu país se tornou independente de Portugal, Ruy reside em Cascais, uma pacata vila costeira próxima a Lisboa. Foi lá que encontrei e pude entrevistar este senhor, já com 74 anos e que também foi piloto da DETA.
Castel-Branco foi o fundador do Centro de Estudos Astronáuticos de Moçambique, que realizou os primeiros lançamentos de foguetes naquele país africano. “Eu nunca vi um UFO, mas as histórias que ouvi de muitos pilotos africanos me deram a certeza de que estamos diante de um fenômeno inexplicado, que considero de origem extraterrestre”, afirmou-me o ufólogo, enquanto ti-rava de uma pasta dezenas de desenhos de UFOs, feitos pelas testemunhas que ele entrevistou. “Os pilotos são os melhores observadores de discos voadores, pois raramente se equivocam”. Castel-Branco sobrevoou todo o Moçambique e outros países da África entre 1947 e 1974, sempre pilotando monomotores, como o Tiger, ou bimotores, como o Hornet Loth, Dragon Fly, Dakota, DC-3, Dove e Fokker Friendship. Ele acumula mais de 22 mil horas de vôo. Seu livro foi prefaciado por Jorge de Lemos Peixoto, também piloto dos Transportes Aéreos Portugueses (TAP), que ressaltou o interesse em incluir na obra as declarações de avistamentos de pilotos, operadores de radar, nativos e colonos portugueses.
“Maçãs Voadoras” — Verdadeiramente insólito foi o avistamento ocorrido em 12 de janeiro de 1973, testemunhado pelo repórter de uma revista moçambicana Raúl Alvez Calane da Silva e seu irmão, Mário. Castel-Branco investigou o caso detalhadamente, entre centenas a que teve acesso. Era cerca de 01h00, em plena madrugada, quando surgiram, a uma distância de 800 m do bairro Rui Patrício de Lourenço Marques, duas esferas luminosas com um ligeiro achatamento nas beiradas, dando a impressão de terem a forma de uma maçã. Os dois UFOs permaneceram estáticos durante dois minutos, enquanto giravam em torno de seu próprio eixo, usando altíssima velocidade. Depois, e sempre simetricamente, começaram a subir gradativamente, até desaparecerem como dois pontos luminosos no céu.
Em seguida, inexplicavelmente, voltaram a baixar de altitude – sempre juntos, guardando a mesma distância um do outro –, mas em outro lugar. Foi nessa ocasião que as testemunhas perceberam que a suposta rotação poderia ser, na realidade, uma rápida troca de luzes que oscilavam entre o azul, verde e vermelho, ainda que a cor predominante fosse o amarelo-alaranjado. Casos como este, segundo Castel-Branco, são comuns não somente naquela nação africana, mas em quase todo o continente. “Pontos de luz não identificados não são raros em Moçambique. E sua aproximação de regiões urbanas, embora não aconteça com freqüência, tem sido registrada em diversas ocasiões. O caso dos irmãos Calane da Silva é um exemplo claro”.
Outro episódio extraordinário ocorreu ao radioamador Manuel Silva de Almeida e vários funcionários coloniais de Xinavane, também em Moçambique, que viram, na década de 50, um UFO com formato verdadeiramente diferente. Sobre os campos da região, Almeida observou uma esfera maior que a Lua, parada à baixa altitude e totalmente iluminada. Era de um forte tom branco e tinha três vértices, que a testemunha comparou ao “rabo de um grilo e uma asa de cada lado”. Na ocasião, o policial Raposo Guerreiro, com ajuda de uma lanterna, emitiu sinais luminosos para o objeto. De repente, o UFO escureceu como se, de alguma forma, respondesse aos sinais. Ainda que sem luz, podia-se distinguir perfeitamente sua estrutura no meio da noite. A impressão que as testemunhas tiveram era de que o objeto passara a emitir a luminosidade para seu lado oposto. Em seguida desapareceu.
Situação de Impacto — A história da Ufologia é repleta de registros de avistamentos de objetos voadores não identificados por parte de profissionais de tráfego aéreo – e são eles que têm dado grande contribuição ao estudo do tema. Castel-Branco tem inúmeros casos do gênero em seus arquivos de pesquisa, e nos informou sobre alguns praticamente desconhecidos fora da África. Um deles descreve o verdadeiro susto que levou o piloto de táxi aéreo Celestiano Nunes, em 1959, época em que a aviação africana ainda era precária. Durante o dia, quando realizava um vôo entre Morrumbala e Milange, também em Moçambique, Nunes viu um objeto que voava em sua direção. A princípio, pensou que se tratava de outro avião e, atônito, o observou aproximar-se quase a ponto de colidir com sua aeronave. Felizmente, de repente, o UFO inverteu sua trajetória, literalmente, numa manobra inacreditável. Simplesmente deu marcha à ré e desapareceu a uma velocidade vertiginosa.
Outro caso surpreendente ocorreu nos primeiros dias de junho de 1973, quando os controladores de radar do Aeroporto Lourenço Marques, de Maputo, observaram um objeto de forma discóide sobre uma das pistas. O UFO trocava de cor continuamente, passando do amarelo claro ao azul e, em seguida, ao verde. As manobras do objeto poderiam ter colocado em risco a segurança de vôo – em especial de pousos e decolagens – do aeródromo. Um fato semelhante se deu em 1969, em Beira, a segunda cidade mais importante de Moçambique. Na ocasião, o chefe do serviço de controle de tráfego aéreo, Luiz Antonio Ferreira Serra e Santos, observou a 3 km do aeroporto, sobre uma casa, uma luz branca e fixa de grande intensidade que realizou algumas acrobacias entre 15 e 30º de altura em relação ao solo. Santos afirmou a Castel-Branco que, com sua experiência, então de 10 anos no serviço aéreo, p
oderia distinguir perfeitamente uma aeronave tradicional de um objeto voador insólito. E aquele não era um avião de forma alguma.
Outro caso recolhido por Castel-Branco e oferecido aos leitores aconteceu na África do Sul. O testemunho foi prestado por Rui Calçada Bastos que, juntamente com três pessoas, ia de Johanesburgo a Lourenço pela rodovia. Sem saber porquê, os viajantes perceberam que os instrumentos do painel do automóvel haviam desligado e o odômetro marcava zero, enquanto o motor continuava funcionando e o carro seguia seu trajeto. Só mais tarde viram próximo do veículo “uma mancha amarelada em forma de nuvem”, conforme descreveram, sobre a região das minas de Rand, uma área rica em ouro. Insolitamente, depois do desaparecimento da tal misteriosa nuvem, os instrumentos do carro voltaram a funcionar normalmente.
Castel-Branco também mantém em seus volumosos arquivos o caso de um estranho show aéreo que foi observado pelos tripulantes e passageiros de um DC-6 da Força Aérea Portuguesa, durante um vôo entre Guiné Bissau e Luanda, capital de Angola, a 16.000 m de altitude. Segundo o tenente aviador Telmo Xavier Matos, dois objetos esféricos de cor branca se mantiveram em uma posição estacionária em relação ao avião – e às vezes passavam por cima da aeronave. Durante o avistamento, que durou cinco minutos, as esferas se afastavam e se aproximavam uma da outra, e logo se cruzaram, indo cada uma para o lado contrário. Depois de acompanhar o DC-6 por algum tempo, se separaram com uma tremenda velocidade e sumiram.
Em fevereiro de 1962, soldados das tropas portuguesas estacionadas no quartel de Ribaué, em Moçambique, viram um UFO em forma de charuto deixar um rastro luminoso no céu. Era brilhante e tinha uma fileira de janelas. Três militares viram o objeto descer sobre uma estrada de terra e correram até o local. Mas não tiveram tempo de tocar nele ou de disparar suas armas, pois o artefato decolou verticalmente em fração de segundos. Esse caso, envolvendo militares na ativa, é um exemplo típico de manifestação que o Fenômeno UFO desenvolve sobre determinados países africanos. Em muitas nações há destacamentos militares mantidos por países europeus, que zelam pela segurança territorial de suas ex-colônias. Por alguma razão, esses quartéis são observados com especial interesse por nossos visitantes. Igualmente, a aparição de humanóides descendo de UFOs em Moçambique parece acontecer desde há muito tempo.
Episódio Marcante — Segundo informações prestadas por Fernando da Silva Martins, que testemunhou a aparição de uma gigantesca nave não-terrestre na Praia de São Martinho de Bilene, a 180 km ao norte de Maputo, em meados dos anos 50, um fato interessante foi registrado. Martins conta que um “cipaio” – policial indígena das ex-colônias portuguesas – lhe confidenciou um episódio marcante em sua vida. Sem querer se identificar, o cipaio disse que na região, na época das chuvas, baixavam do céu objetos voadores luminosos, dos quais saíam homens. Estes recolhiam amostras de raízes, batata, areia e plantas, indo embora para regressar novamente no ano seguinte. Há décadas as aterrissagens aconteciam, sendo observadas pelos antepassados dos moradores atuais da praia.
Um dos casos mais espetaculares registrados pelo meticuloso ufólogo Castel-Branco – principalmente pela qualidade das testemunhas – ocorreu em Angola, em outubro de 1954, às 06h45. O comandante Craveiro Lopes pilotava na ocasião um avião Dragon Rapid dos Transportes Aéreos de Angola (DTA), quando avistou um enorme objeto próximo da aeronave. Quem narrou o episódio a Castel-Branco foi o radiotelegrafista de bordo, João Alexandre Ramos: “Nos Dragon Rapid voamos sempre a uma altitude mais baixa que os Dakotas ou os Bechcrafters. Todos nós, tripulantes desses aviões, conhecemos os mínimos detalhes da região”. Já era perto das 07h00 quando o Dragon Rapid estava a 100 km de Luanda, capital do país. O comandante Lopes, por causa da má visibilidade do momento, seguia muito atento. “Em determinado momento, olhando para o lado, avistamos uma coisa estranha a uns 1.000 m de distância”, disse Ramos.
O radiotelegrafista e os demais tripulantes descreveram ao ufólogo um objeto semi-oculto pelo mato da savana, como uma cúpula com três bordas. “Tal cúpula parecia ser de cristal, mas de um tipo opaco, que emitia luzes de cores vermelho escuro e amarelo. O objeto se encontrava em uma zona totalmente despovoada, longe de qualquer aldeia indígena”. Também de acordo com o comandante Lopes, o artefato parecia ter a forma de uma gigantesca máquina Caterpillar, desse tipo de trator de esteira com uma cúpula em cima. Lopes decidiu dar meia-volta e sobrevoar o local em sentido contrário, já que as coordenadas tinham sido anotadas pelos aviadores entre Luanda e Porto Amboim. Voaram a uma altitude extremamente baixa, mas mesmo assim não conseguiram encontrar nada, como se o enorme objeto tivesse sumido.
“Como algo tão grande pode desaparecer em tão pouco tempo?”, indagou o radiotelegrafista. Na savana não havia o menor rastro de deslocamento de um corpo aparentemente tão pesado. No dia seguinte ao do avistamento, e por solicitação de Lopes e Ramos, o piloto da Força Aérea Portuguesa Eurípedes da Silva, hoje secretário do Conselho de Aeronáutica de Angola, sobrevoou o local, mas não encontrou nada. “Na época da observação, o comandante Craveiro Lopes tinha 4 mil horas de vôo e João Ramos, 8 mil horas”, recordou Castel-Branco, consultando seus registros. “Não poderiam ter se enganado sobre algo tão impressionante”.
Perseguição em Moçambique — O ufólogo guarda com cuidado em seus arquivos a gravação de uma conversa mantida entre o Centro de Informação de Vôo (CIV) de Moçambique e os tripulantes de um Boeing 737 da DETA, que foram perseguidos por um UFO durante 20 minutos na madrugada de 08 de janeiro de 1973, voando a 9.300 m de altitude. O caso mereceu a consideração da Mutual UFO Network (MUFON), dos Estados Unidos, e foi publicado no livro Le Mystere des OVNIs [O Mistério dos UFOs, Editora Pygmalion, 1976], de Jack Perrin. Tudo começou quando o comandante Gilberto Costa, o co-piloto Nasi Pereira e o oficial de vôo Antonio Teixeira faziam o trajeto entre os rios Save e Limpopo.
Naquele dia o vôo sofreu um atraso, decolando de Beira &agr
ave;s 02h45. Cerca de 20 minutos depois de atingir velocidade de cruzeiro, o comandante Costa observou uma luz sobre o mar, quase ao nível da água, a uns 30 km ao sul do Rio Save. O objeto mudava constantemente de cor, de verde para vermelho e depois para branco. Costa chamou a atenção do co-piloto e do oficial de vôo, e todos viram como o UFO foi ganhando altura, aumentando sua velocidade e dirigindo-se contra o avião. Imediatamente, os tripulantes informaram à estação do CIV na cidade de Beira o que se passava. Os técnicos disseram à tripulação que não havia nenhuma aeronave naquela área, mas o objeto continuou aproximando-se até que se deteve, muito próximo, acompanhando o avião a uma distância fixa. Seu diâmetro aparente era como o de uma bola de futebol e emitia uma luminosidade intermitente.
“Apaguei as luzes de posicionamento da aeronave e todas as demais, com o objetivo de despistar o objeto. Atônito, vi como o UFO aumentou rapidamente sua velocidade e apareceu a estibordo [Lado direito], aumentando e diminuindo freqüentemente sua velocidade, cruzando à nossa frente e seguindo-nos a uma distância difícil de calcular. Isso durou de 10 a 15 minutos quando, finalmente, tomando seu rumo, aquilo desapareceu em direção ao mar”, disse o comandante a Rui Castel-Branco. Todo o diálogo entre a tripulação do Boeing 737 e o CIV de Beira foi gravado. Cópias dessa documentação foram enviadas às autoridades militares portuguesas, mas não houve pronunciamento oficial. O comandante Gilberto Costa, que voava desde os 20 anos, nunca havia visto algo semelhante.
“Certa vez, conversei com um alto oficial da Aeronáutica portuguesa, em Lisboa. Esse homem me disse que o Exército-do-Ar [Força aérea] possuía muitas informações sobre o Fenômeno UFO, mas as tinha guardadas em locais de difícil localização. Creio que me disse isso para evitar que eu o pressionasse para tornar públicos tais fatos”, opinou Castel-Branco. Ele também descobriu que os militares portugueses enviam todo tipo de informação sobre UFOs, embora sem comentários adicionais, aos militares dos Estados Unidos. E assim o silêncio permanece em torno do assunto. Tal política de alimentar os militares norte-americanos de informações é notória e ocorre em todo o mundo, onde autoridades locais mantêm o assunto sob sigilo. A falecida ufóloga Cynthia Hind pode ser considerada a precursora da Ufologia no continente africano.
Inglesa, Cynthia residiu no Zimbábue durante décadas, onde foi a representante local da Mutual UFO Network (MUFON) e pôde coletar e investigar centenas de casos que, de outra forma, nunca seriam conhecidos do mundo. Em seu livro UFOs, Contatos Africanos [Editora Francisco Alves, 1989], Cynthia trata de vários casos de avistamentos de UFOs ocorridos a pilotos civis e militares na África. Segundo a ufóloga, ali o aparecimento de objetos voadores não identificados é comumente associado a manifestações de espíritos dos ancestrais ou dos mortos, segundo uma tradição mítico-religiosa africana.
Também no Zimbábue — A investigadora mencionou em sua obra um caso ocorrido em julho de 1985, quando um UFO sobrevoou o Aeroporto de Bulawayo, ao sul do país. O comandante da Força Aérea do Zimbábue na época, Azim Daudpota, disse que um “objeto sem origem definida e não identificado fora visto por dois pilotos em pleno vôo, a partir de seus respectivos caças militares”. O artefato tinha cor laranja, mas o radar do controle de tráfego aéreo do país nada captou, pois estava sendo reparado. O comandante Daudpota descartou a possibilidade de se tratar de uma sonda estrangeira. Ficou claro para a imprensa e parte da população que teve acesso ao fato que aquele era um evento significativo acontecendo no país. O Zimbábue faz fronteira com a África do Sul, uma região conhecida por intensas manifestações ufológicas.
No dia 15 de julho do mesmo ano, nativos assentados no acampamento rural de Underberg, no distrito de Natal, na África do Sul, viram um misterioso objeto brilhante voando para a cidade de Lesoto. José Campos, diretor da seção de observação da Sociedade Sul-Africana de Astronomia, disse que “não se tratava de um objeto astronômico convencional”. No dia 28 de julho, o jornal The Natal Mercury informava que uma estrela muito brilhante sobrevoara Natal, provocando pânico entre os moradores. Outro caso importante coletado por Cynthia Hind ocorreu em 14 de novembro de 1989, sobre Mafikeng, em Bophuthatswana, também na África do Sul. Tratava-se de um UFO com forma de bola de rúgbi prateada, que emitia flashes de cor vermelha e verde. Redges Schickerling, piloto da Força Aérea Sul-Africana (SAAF), observou o objeto voador não identificado em pleno vôo, junto aos operadores de radar, a uma altitude de 4.000 m. O caso recebeu a atenção da imprensa da cidade de Natal, que divulgou detalhes da ocorrência.
Cynthia também registrou em sua obra um caso ocorrido nos céus de Moçambique, em 11 de fevereiro de 1988, próximo à cidade de Beira. Dessa vez o UFO, que permaneceu suspenso sobre o Oceano Índico, emitia uma forte luz do tipo fluorescente, em pleno dia. O comandante Simplício Ponto, piloto das Aerolíneas de Moçambique (LAM), levava o Boeing 737 entre Quelimane e Maputo. O formato do artefato foi comparado a um “colchão voador” e o mesmo foi captado pelo radar do Aeroporto de Beira, próximo das 18h10. Pinto observou que o objeto subiu até 3.600 m de altitude. Junto ao co-piloto Jamal e a chefe de aeromoças, Isabel Lobo, o comandante pôde ver com clareza a superfície do objeto, onde havia três pequenas luzes deslumbrantes formando um triângulo. Vários dos 114 passageiros a bordo também viram o fenômeno. O aparelho subiu bruscamente e alcançou em pouco tempo cerca de 8.000 m de altitude, sendo possível ao comandante observá-lo por mais 45 minutos, enquanto seguia seu caminho até Maputo.
UFOs Sobre o Saara — Numa noite de março de 1951, perto das 04h00, três oficiais da Aeronáutica francesa se encontravam no campo da Base de Bangui, atual República Centro-Africana. O céu estava limpo e a Lua tinha uma linda presença. De repente, apareceu a sudoeste um objeto não identificado mais luminoso que Vênus, que se aproximava a uma enorme velocidade do quartel. Quando chegou a oeste dele, freou instantaneamente e realizou uma manobra em 90º, logo se afastando para desaparecer ao longe. Tudo durou cinco minutos e nenhum ruído foi registrado. Bangui, local onde era mantido destacamento na década de 50, hoje é a capital da Rep&ua
cute;blica Centro-Africana, um dos países pobres daquele continente – mas com elevadíssima incidência ufológica.
Outro fato interessante revelando detalhes da atividade de UFOs na África deu-se na noite de 03 para 04 de outubro de 1951, com dois oficiais da Força Aérea Francesa e alguns trabalhadores que dormiam ao ar livre, num acampamento situado em Tessalit, um oásis no Deserto do Saara, no limite sudeste de Erg Azour, 400 km ao sul do Trópico de Câncer. Para assombro das testemunhas, entre as estrelas surgiu uma intensa luz que em pouco tempo se aproximou silenciosamente do solo. Era um objeto circular, com diâmetro aparente maior que o da Lua, de cor amarelo escuro, quase laranja. “Seguia aproximando-se e baixando lentamente, à velocidade de aproximação de um avião DC-3 em vôo noturno”, anotou um dos oficiais. “Quando alcançou a vertical do acampamento, o objeto efetuou um giro de mais de 90º para a esquerda e subiu muito rapidamente, até desaparecer por completo”. A revista Forces Aeriènnes Françaises [Forças Armadas Francesas] publicou os dois informes com comentários do capitão A. Cleouin, que não encontrou explicação para os fenômenos.
Zona Quente — Uma das regiões mais ativas quanto a aparições de UFOs em Moçambique é a de Quelimane, no litoral do Estado de Zambézia, uma região de extensos palmares e magníficas plantações de chá. Quelimane é um importante porto de cabotagem, situado às margens do Rio dos Bons Sinais. Ali, Ruy Castel-Branco pesquisou um caso ocorrido antes de 1957, quando o topógrafo Mário de Almeida e várias pessoas observaram, à noite, um UFO em forma de charuto rodeado por várias esferas voadoras – num total de seis de cada lado. O objeto tinha janelas iluminadas por dentro e passou rapidamente próximo ao horizonte, sem emitir nenhum ruído.
Em 1964, o também topógrafo Reynolds Marques e outras testemunhas viram sobre o Aeroporto de Quelimane uma esfera alaranjada estática. O objeto seguiu o automóvel do topógrafo e de mais pessoas por uma estrada, dando ao caso contornos semelhantes aos que têm sido registrados no litoral moçambicano. Em 1955, o piloto das Linhas Aéreas de Moçambique José Luís Burnay, acompanhado de cinco pessoas em seu automóvel, também foi testemunha de um espetacular UFO que apareceu sobre a estrada que liga Quelimane ao aeroporto local. Segundo Burnay, tratava-se de um artefato escuro de uns 2 m de diâmetro, em forma de prato e com uma cúpula luminosa superior que emitia dois poderosos focos. Em maio de 1957, colonos da região também observaram nas proximidades de Inhasunge, ainda em Zambézia, outro objeto voador luminoso de cor laranja, de uns 20 a 30 m de diâmetro, que desapareceu em altíssima velocidade na direção do mar.
E assim se segue uma infinidade de casos. Em 1963, várias testemunhas puderam ver um UFO baixar até 20 m de altura, próximo à pista do Aeroporto de Quelimane, que, pelo visto, parece ser a mais importante zona de avistamentos ufológicos da região. Para completar, é interessante descrever um dos casos mais antigos resgatados por Ruy Castel-Branco, registrado em novembro de 1949, na Vila de Manica, quando um grupo de caçadores viu um objeto voador luminoso em forma de charuto. Sua cor variava entre o vermelho e verde, e desapareceu voando muito lentamente sobre a Serra de Penha Longa, entre a fronteira de Moçambique e Zimbábue. “Naquelas terras africanas, UFOs são um fenômeno comum e a população já se habituou a eles”, declara o veterano ufólogo. É impossível discordar!