Surge nova comprovação oficial de avistamentos de objetos voadores não identificados por comandantes de aviões, agora na região de Joinville, em Santa Catarina. Cópias das páginas do Livro de Registro de Ocorrências (LRO) da estação de controle de tráfego aéreo do Aeroporto de Joinville, com datas de março e abril do ano passado, evidenciam que o Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta), em Curitiba, registrou na tela de seu radar sinais de UFOs sobrevoando a Serra do Mar. As quatro páginas do LRO e o diário das telecomunicações foram documentados em cartório.
Tive acesso aos originais e os devolvi assim que consegui meu intento: provar que o Cindacta havia tomado conhecimento dos fatos, embora negasse veementemente. Conforme o livro de ocorrências, os pontos detectados pelo radar do Cindacta não são de aeronaves conhecidas e os avistamentos foram testemunhados por três operadores da estação de controle de tráfego aéreo de Joinville, em meados de março e abril de 1996.
O registro mais detalhado foi o de uma aeronave detectada por volta das 20:00 h do dia 15 de março, cujo tráfego era desconhecido pelo Cindacta. Segundo relatórios, o objeto moveu-se sobre uma serra durante 15 minutos. Passados 45 minutos, foram vistos novos pontos de luz alaranjada na tela dos radares. No primeiro contato do operador da estação da Aeronáutica de Join-ville – que prefere não ser identificado –, um deles movia-se bem vagarosamente de um lado para outro sobre a serra local.
A testemunha perguntou ao Cindacta se havia algum tráfego no setor e a resposta foi negativa. Porém, os radares acusavam três alvos estranhos. Na mesma hora o comando de defesa aérea de Curitiba solicitou um contato visual. Quando o primeiro avião se aproximou do aeroporto, seu piloto, o comandante Barros, informou que viu três objetos sobre a Serra do Mar e vários outros próximos dela.
Nessa época, há diversos dias vinha ocorrendo em Joinville uma série de avistamentos de luzes não identificadas por dezenas de pessoas. Coincidentemente, no interior do Estado de Santa Catarina começaram a pipocar depoimentos de testemunhas de UFOs em todos os meios de comunicação. Inicialmente em Joinville, a maior cidade do Estado, com 450.000 habitantes, e depois em Joaçaba, Campinzal, Concórdia, São Miguel d’Oeste, Balneário Camboriú e Blumenau. A população fazia vigílias durante a noite, na tentativa de filmar os objetos. Um cinegrafista da TV Barriga Verde, de Joinville, conseguiu captar imagens de um aparelho e persegui-lo por cerca de 20 km até desaparecer.
Confirmação – Nós também filmamos várias luzes estranhas percorrendo o céu e entramos em contato com os operadores de controle, mas no início não obtivemos êxito na confirmação dos avistamentos. Somente há pouco tempo encontramos o operador de controle que fez o registro das ocorrências, que, prontamente, manifestou seu interesse em nos auxiliar, mostrando os documentos dos avistamentos de março e abril de 1996. O registro no Diário de Telecomunicações número 255.616, de 16 de março de 1996, na Estação de Rádio Joinville, informa que aproximadamente à 01:15 h foram avistadas luzes não identificadas nas direções norte, noroeste e leste.
Quando perguntamos ao Cindacta se havia algum tráfego nesses setores, o órgão informou que não, mas estava recebendo exatamente naquele momento os sinais das referidas luzes na tela do radar. Passados dois minutos, a aeronave da companhia aérea Rio Sul entrou no canal de rádio da estação e confirmou ter observado os objetos sem poder defini-los. Enquanto o centro de controle de Curitiba continuava detectando os sinais. Posteriormente, à 01:40 h, outro avião da Rio Sul avistou várias luzes – a maioria sobre a Serra do Mar –, mas sua tripulação não conseguiu identificá-las. Só pôde perceber que três delas estavam nitidamente paradas.
No livro de ocorrências do aeroporto foi mencionado que em 15 de março de 1996, às 20:00 h, um objeto foi avistado em trajeto desconhecido pelo Cindacta e pelo controle de Joinville. O UFO moveu-se sobre os morros daquele setor durante aproximadamente 15 minutos, até desaparecer. Por volta de 20:45 h, novos pontos de luz alaranjados apareceram na tela. No primeiro contato visual foi identificada somente uma das luzes, que sobrevoava a serra vagarosamente de um lado para outro. O operador da estação entrou em contato com o Cindacta para saber se havia algum tráfego naquele setor. O centro de controle negou, porém três alvos desconhecidos dançavam em frente à tela do radar.
O controlador do Cindacta sugeriu ao piloto do avião da Rio Sul que entrasse em contato com o operador da estação afim de verificar se também avistava os objetos. Não somente houve resposta afirmativa como também este estimou a altitude das luzes alaranjadas. No início da aterrissagem do avião, o piloto informou sobre os objetos e pediu para todos prestarem atenção. No momento em que o controlador confirmava a presença dos objetos, um deles cruzou à sua frente em sentido de leste para oeste.
“À primeira vista imaginei ser o avião RSL 406, mas observei que cruzou a 660 m aproximadamente – bem distante da rota normal”, declarou o operador. Cerca de 30 segundos depois, o piloto do avião informou que o objeto que observava era vermelho, emitia fachos de luz branca, alaranjada e esverdeada em intervalos diferentes. O controlador permaneceu em contato visual com as luzes até encerrar o seu expediente naquele dia.
Pesquisa em Santa Catarina
O Grupo Ufológico de Joinville (GUJ), fundado em abril deste ano, tem 25 integrantes. Todos, sem exceção, dizem ter presenciado objetos voadores não identificados e, a partir daí, vêm buscando respostas para suas dúvidas. O grupo troca informações e experiências através de contatos com outros 350 grupos do Brasil, além da participação em encontros e congressos em sua região. A iniciativa da criação de uma entidade ufológica em Joinville partiu do advogado Vilmar Horlandi, que há 12 anos viu um UFO de cor alaranjada, na presença de mais 30 pessoas.
Segundo o contatado, uma estrela muito luminosa surgiu sobre a estreita faixa de terra que separa a lagoa do mar, em Barra do Itapocu (SC), e começou a se deslocar em ziguezague em baixa altitude. De acordo com o relato de Vilmar, a luz aumentava e diminuía, e repentinamente surgia em outro local. Depois dessa inusitada experiência, Vilmar não deixou mais de pesquisar sobre o assunto, promovendo reuniões mensais para o intercâmbio de informações entre os membros do grupo. Como coordenador do GUJ, tem se dedicado à divulgação da Ufologia e pretende empreender palestras, simpósios, conferências e outros eventos ligados à área.
Para alcançar esse objetivo, o GUJ está realizando filmagens de objetos avistados em Joinville
e região e escrevendo o livro Projetos secretos na Ufologia, a ser concluído no final deste ano. A obra mostra diversas argumentações a respeito do Fenômeno UFO. Se os avistamentos de discos voadores não merecem credibilidade, então por que o Ministério da Aeronáutica precisa tratá-los como ultra-secretos e ditar procedimentos a serem seguidos nesses casos? Atualmente, o GUJ possui um acervo de revistas, livros, documentários e quase 18 horas de gravações de avistamentos de UFOs e se propõe a levantar dados e a cobertura completa de todos os episódios do norte de Santa Catarina.