Como todas as cidades do litoral sul paulista, Mongaguá, à 91 km de São Paulo, também é comumente palco de casos ufológicos e parapsicológicos. A estância balneária, com 13 km de praias, é muito procurada por turistas brasileiros e estrangeiros, que muitas vezes ultrapassam a população local em até seis vezes – passando dos cerca de 50 mil para até 300 mil habitantes em feriados prolongados e na chamada alta temporada. Além das belas praias, e de possuir a segunda maior plataforma de pesca do mundo, e a maior da América Latina, a cidade também é destino certo dos adeptos do turismo de aventura. Possui várias trilhas ecológicas que só recentemente começaram a ser exploradas, como a do Poço das Antas, a de Agenor de Campos, Cialta, Belvedere e a de Rondônia. Um programa imperdível é a visita à aldeia indígena guarani localizada na Reserva Ambiental da Mata Atlântica, em meio ao “mini pantanal” formado pelo complexo dos rios Bichoró, Mineiro e Aguapeú.
É nesse cenário que encontramos Yolanda Ribeiro Fernandes Camargo, 76 anos, uma das mais antigas moradoras de Mongaguá, que conhece como ninguém os detalhes da história e do folclore local. Totalmente lúcida e usufruindo de boa saúde, Yolanda nos relatou, em primeira mão, uma ocorrência ufológica que protagonizou em 1970. Eram cerca de 21h00 quando um blecaute deixou toda a cidade às escuras. Segundo ela, foi naquele momento que avistou no céu um estranho objeto com formato de uma bacia, repleto de luzes vermelhas, azuis e amarelas, piscantes, se deslocando em trajetória ascendente. Yolanda notou ainda que o UFO girava em torno de si mesmo e que tinha a superfície “platinada, semelhante ao alumínio”. Para ela, a nave teria causado o blecaute.
Encontro com estranhos seres — Ernesto, um dos moradores da região, também viu o disco e entrou em pânico, correndo pela rua e gritando apavorado que havia chegado “o fim do mundo”. De tão acovardado, pediu para dormir na casa de Yolanda, já que a esposa dele havia viajado pra São Paulo. O marido de Yolanda, João, tratou logo de acalmá-lo, dizendo: “Já vi coisa pior lá em cima”. E não estava brincando, pois já tinha enfrentado uma situação muito mais perigosa e apavorante no pequeno rancho que possuía no topo do morro localizado ao lado da Pedreira. Era cerca de 01h00 quando João chegou em casa esbaforido e tomado pelo pavor. Conforme seu relato, teve de fugir correndo de “uma coisa feia lá em cima”, que havia tentado capturá-lo. João explicou que estava urinando na mata quando notou a presença de um objeto do tamanho e formato de um ônibus pequeno, “sem asa nem motor. Era totalmente silencioso e cheio de luzes verdes, azuis, amarelas e vermelhas. Aquilo ficou flutuando na minha frente, me rodeando, como que querendo me pegar”, conta.
Ele refugiou-se na precária choça de pau-a-pique e, através das frestas, conseguiu discerniu os vultos de dois seres que estavam dentro do UFO. Eles usavam “capacetes bicudos” e estavam conversando. João lembra que os dois cães que o acompanhavam ficaram alterados. “Eles sentiram que tinha gente na choça, viram a luz. Quando estavam descendo, quase pousando, apaguei a lamparina, larguei todos os apetrechos e a panela de comida. Peguei a espingardinha, chamei os cachorros e fui saindo bem devagar do rancho”, relata. Em seguida, João desceu o morro em “desabalada carreira”. Quando olhava para trás, via que o UFO continuava no mesmo local.
Outra ocorrência ufológica intrigante foi testemunhada pelo filho do lendário pescador Sebastião Florêncio, Samuel Florêncio, um dos mais ativos pescadores de Mongaguá. Ele conta que, já naquela época, eram muito freqüentes os avistamentos de estranhas luzes sobrevoando o Morro dos Macacos – assim chamado pelo grande número desses animais que lá havia. Em uma noite de 1958, quando retornava de bicicleta de Itanhaém, mais precisamente da casa da namorada, Samuel se deparou com uma criatura que definiu como “um enorme cachorro branco, um Lobisomem. Assustado, desci e fui empurrando a bicicleta. Aí pensei em jogar a bicicleta em cima dele, caso me atacasse. Mas assim que me aproximei, ele correu para o mato e desapareceu”, lembra.
O pai dele, como todo pescador que se preza, contava histórias fantásticas. Em uma delas, Sebastião Florêncio, dizia que era comum avistar um “homem com chapéu grande” na Praia de São Sebastião, por volta da meia-noite, afugentando as pessoas. Certo dia, Sebastião decidiu enfrentar a criatura. Segundo ele, mal tinha se aproximado do ser quando foi agredido por ele com um estranho instrumento. “Foi uma tremenda surra. Cheguei em casa me arrastando, quase morto”, diz.
Raios luminosos coloridos — A proprietária de uma imobiliária, Maria Nazaré Gomes Martins, também se vê às voltas com o Fenômeno UFO praticamente desde que chegou a Mongaguá, em 1970. Ela se lembra que, em uma noite de 1971, por volta das 19h30, estava fazendo uma oração quando sua mãe, Margarida Sales Gomes, que segurava no colo a filha de Maria, então com apenas um mês de vida, chamou-lhe à atenção para um objeto que emitia um som muito forte e irradiava luzes em todas as direções. “Fui para o vitrô e vi uma coisa impressionante. Mas não deu para identificar a forma do objeto, por causa das luzes em volta. Soube depois que várias pessoas do bairro também o tinham visto naquele curto intervalo de tempo, algo em torno de um minuto”, relata.
Três anos depois, quando se mudaram para o Jardim Praia Grande, Maria vivenciou outra experiência ainda mais marcante. Por volta das 20h00 de uma noite límpida, uma estranha luz passou a baixa altitude gerando um campo eletromagnético que queimou todos os aparelhos elétricos da casa, incluindo a TV, o rádio e a geladeira. A exceção foi uma lâmpada, que ficou bruxuleante [Prestes a se apagar]. “Parece que alguma coisa me chamava: ‘Olha para cá, venha ver’. E eu acabei saindo para ver. O som emitido pela luz me deixava tonta e, às vezes, me tirava do ar. Na hora queimou tudo. Só a lâmpada não chegou a apagar, mas ficou piscando fraquinha. Um padre que morava lá perto tentou correr ao encontro do objeto na praia, mas uma força o carregou para dentro de casa. Outro vizinho, o senhor Ivo, também saiu para ver e perdeu os sentidos. Quando acordou, estava no banheiro de sua casa”, relembra a testemunha.
Já na noite de 26 de janeiro de 1997, Maria e as filhas Marta, Manuela e Magda Rosa, foram perseguidas por uma luz de brilho intenso. Elas notaram a presença do estranho objeto logo ao saírem de uma festa
de aniversário, às 23h00, e entraram em pânico ao constatar que o UFO projetava raios luminosos coloridos, que “riscavam” o céu. De dentro do ônibus, que pegaram para voltar para casa, verificaram, atônitas, que o objeto continuava a acompanhá-las. Por isso, ao descer do veículo, saíram correndo para a residência, de onde puderam observar o objeto rondando o local por mais algum tempo. “Era uma luz muito forte, de várias cores, e que se mexia em todas as direções. Tinha um som parecido com um ronco. Passados alguns dias, no portão de casa, voltei a ver a mesma luz. Pela dimensão e pelos movimentos rápidos que fazia, parecia ser mais de um objeto”, concluiu Maria.
UFO multicolorido — Em dezembro de 1976, Aparecida estava com o marido, Reginaldo Pomelli, com as filhas e com os genros, Luigi Russo e Osvaldo Célio, na casa de praia da família, quando protagonizaram um evento ufológico. Por volta das 23h50, conversavam alegremente em frente à residência, quando foram surpreendidos por um intenso barulho, como se algo muito grande, como um avião, tivesse explodido. Ao olharem na direção da praia, no entanto, viram um disco voador típico e com formato de bacia, girando sobre seu próprio eixo e flutuando no mar. Possuía uma luz central avermelhada e muitas outras coloridas piscantes. Segundo Aparecida, a nave tinha cerca de 15 m de comprimento e 8 m de altura e permaneceu estática por cerca de cinco minutos. Depois disso, se distanciou rapidamente na horizontal, beirando o mar, em sentido à cidade de Santos, onde foi observada por moradores e turistas à 01h00. O avistamento chegou a ser noticiado na imprensa local no dia seguinte. Várias outras pessoas que estavam nos arredores do centro de Mongaguá também testemunharam o UFO, que, para Reginaldo, teria vindo do fundo do mar.
Coincidência ou não, na mesma semana um dos filhos de Aparecida, Leonardo, então com seis para sete anos, começou a provocar fenômenos paranormais: “Não sei se isso teve alguma relação com o disco voador, mas assim que meu filho passava em frente ao rádio e à televisão, os aparelhos ligavam sozinhos. Se, de brincadeira, pegava uma colher, esta ficava mole e se entortava como fazia o Uri Geller [Auto-intitulado paranormal, famoso por entortar colheres]”, explica. Vale lembrar que, naquela época, os aparelhos de TV não possuíam controle remoto, de modo que não poderiam estar sendo acionados à distância. Leonardo se queixava também que, de vez em quando, ao se deitar, sentia que uma força o impelia a levitar.
Anos depois, em uma madrugada de 1986 ou 1987, Aparecida escutou alguns gritos vindos do mar, que supôs ser de alguém pedindo socorro. Ao sair, percebeu que era uma espécie de canto grosso melódico: “Úhúhúhúh!” Arrepiada, interpretou aquilo como um mau agouro. O canto prosseguiu por vários minutos, acordando quase todos na casa. Pela manhã, ela conversou com os caseiros Aparecida Rodrigues de Almeida e Santo Ribeiro de Almeida. Ele, que também era pescador, alertou que se tratava de uma sereia e que seu canto angustiante indicava que “carregaria” consigo sete pessoas das redondezas. Dando crédito à lenda ou superstição, Aparecida proibiu seus filhos de irem à praia. A decisão, segundo ela, foi acertada, pois exatamente sete pessoas teriam morrido afogadas naquele dia, inclusive um menino que foi carregado pelas ondas ou pela “sereia”.
Estranho objeto opaco — O administrador e técnico em edificações Sérgio Luiz Rostello, descendente de italianos, se lembra de ter testemunhado uma ocorrência ufológica na região. Por volta das 22h00 de uma noite de dezembro de 1980, ele, ainda estudante, estava com o pai, a mãe e a irmã na casa de veraneio da família, no bairro de Agenor de Campos, quando o pai chamou à atenção dos demais para uma luz estranha que se deslocava lentamente no céu. Diferentemente de um avião, ela ziguezagueava no ar. Tinha o tamanho de Vênus, era redonda e opaca, semelhante às lâmpadas de mercúrio dos postes. Da parte inferior do UFO se projetavam vários raios, ora azulados, ora avermelhados, diretamente no chão. Pouco tempo depois, o objeto desapareceu inexplicavelmente. Quem também presenciou o fenômeno foi a senhora Aparecida Vargas, cuja família adquiriu uma casa quase em frente a de Rostello.
No dia de São Pedro, em 29 de junho de 2001, por volta das 22h00, Ana Maria avistou, pairando acima do Hospital Municipal, “uma esfera de luz que clareava e apagava sem parar”. Inicialmente, pensou que fosse um balão. A luz, que ficou “girando” e por fim se apagou, também foi testemunhada pelo marido dela, João Monte, e pela vizinha Daci. Apesar de ter ficado impressionada com a ocorrência, Ana Maria relata que o caso “mais espetacular” que conheceu foi protagonizado por seus filhos Paulo Roberto Monte Gutierrez, Renata Monte Tezoto, Roberta Cristina Monte, Roseli Monte Gutierrez e as colegas Sheila e Fabíola. Eles viram um UFO flutuando no mar. “As crianças viram uma nave descer e, de dentro dela, saírem aqueles homens bem magrinhos, de corpo fininho, cabeçudos e com olhos grandes. A Renata veio aqui correndo pegar a máquina fotográfica, mas quando voltou, eles já tinham ido embora”, conta.
O marceneiro Antonio Carlos de Carvalho e o irmão Alfredo de Carvalho, donos da Marcenaria Agenor de Campos, também são testemunhas de vários fenômenos ufológicos. Alfredo avistou, por diversas vezes, luzes de cor branca na direção dos morros. No final de dezembro de 1980, por volta das 16h00, viu um charuto cinza com cerca de 30 m de comprimento e 5 m de altura. O objeto, que voava em linha reta, era fosco e não refletia a luz do Sol, seguiu em direção a São Paulo. Já em meados de 1992, Alfredo, seu irmão Antonio e um empregado retornavam do município de São Bernardo do Campo, após a execução de um serviço. Por volta das 22h00, da janela da caminhonete, todos observaram um objeto discóide, com cerca de 20 m de diâmetro e cercado de luzes coloridas. O UFO estava pairando a cerca de um quilômetro de altura. Antonio, que estava ao volante, decidiu prosseguir a viagem, simplesmente ignorando o objeto. Anos mais tarde, em outubro de 1998, por volta das 21h00, Alício Sérgio Teixeira, cunhado de Antonio e Alfredo, avistou junto com a esposa Ângela, vários objetos saindo do interior de uma nave-mãe amarelada, que voava na rota sul-sudoeste, a mesma dos aviões. Os objetos tomaram rumos diferentes e a nave-mãe começou a se deslocar na direção do casal que, tremendamente assustado, se recolheu na casa que fica nos fundos da marcenaria.
Luzes perscrutam casa — Dirce de Almeida Nunes, nascida em 1933 e viúva de Oscar de Almeida Nunes, é proprietária de um belo casarão de arquitetura moderna e arrojada, logo em frente à praia, numa das áreas mais privilegiadas e valorizadas do Jardim Riviera. Numa noite de setembro, no início da década de 90, ela conversava em clima de descontração com Isidro e Vênus, um casal de amigos de Juiz de Fora, que estavam hospedados na casa dela passando férias, e com Marcão e Filomena, um casal de vizinhos, quando por volta das 23h00, surgiu sobre o mar uma luz branca e de brilho intenso. O objeto se deslocava silenciosamente na direção das testemunhas, mas inexplicavelmente desapareceu por entre os morros. Receosos, puderam notar, no momento em que passou bem acima de suas cabeças, várias luzes redondas verdes, vermelhas, amarelas e arroxeadas piscando na parte inferior. Pela disposição das luzes, Dirce calcula que o objeto tinha o dobro do tamanho de um avião de passageiros convencional.
Já em 2001, no final de uma tarde quente, sua filha Ana Cristina passeava pela praia quando avistou, na direção do morro do Jardim Aguapeú, uma luz branca que, em princípio, pensou ser uma estrela. Instantes depois, segundo Ana, o UFO se escondeu atrás do morro. Temendo ser abduzida, ela acelerou os passos até sua casa, onde Cezinha, o seu então namorado, a aguardava. No dia seguinte, ela voltou a avistar a luz na mesma hora e local, que também sumiu alguns minutos depois. Em outra ocasião, em uma noite em que estava sentada no sofá da sala, em companhia de sua mãe, um sobrinho e dois amigos, Ana viu através da janela uma luz branca semelhante a de um helicóptero, que perscrutava silenciosamente as redondezas, à altura dos postes e dos telhados das casas. Ela lembra que chegou a alertar os demais quanto ao risco iminente de uma colisão, o que felizmente não aconteceu.
Pertencente a uma das mais tradicionais famílias de comerciantes e políticos de Mongaguá, Tales Pereira Koukdjian também protagonizou um evento ufológico. Em uma noite fria de agosto de 1984, por volta de 22h00, andava na praia de mobilete com seus amigos Everson Flávio, vulgo Bira, e Marcos Eduardo – todos na faixa dos 12 ou 13 anos. Bira foi quem percebeu um ponto luminoso pairando sobre a água. “Aí paramos as mobiletes e ficamos observando aquele ponto que começou a aumentar de tamanho. Chegamos a ver o reflexo dele no mar. Ficamos assustados e com muito medo e fomos embora acelerando as mobiletes o mais depressa que podíamos. Nos poucos segundos que ali permanecemos, notamos que o seu formato era semelhante ao de um chapéu, mas com as abas para baixo, e sua cor era de um amarelo claro, quase branco, bem brilhante. O UFO também tinha duas luzinhas verdes do lado”, declarou Tales.
UFO ferve água do mar — Centenas de pessoas brincavam na praia naquele tórrido dia de verão do mês de dezembro, no ano de 1986. Claudemir Ribeiro é o que mais se recorda dos detalhes do incidente. Ele ajudava seus pais a cuidar de dois carrinhos de praia, com os quais vendiam comida aos turistas. Segundo ele, no final da tarde, por volta das 17h00, o céu de repente escureceu e surgiu, vindo do oceano, um “cone” ou “canudo” soltando fumaça cinzenta, descrevendo círculos concêntricos e gerando um forte vento, como um tornado. Os banhistas, em pânico, saíram correndo até a mureta, olhando sempre para trás para se certificar de que não seriam atingidos. Os gritos só começaram a ecoar quando o vento aumentou de intensidade e o objeto bateu lateralmente na água, derrapando e expelindo rolos de fumaça pela traseira.
Assim que tocou na água, ouviu-se um “schhhhhhh…”, o que indicava que o objeto estava em brasa e que estava sendo resfriado. Ao chegar na arrebentação, a nave parou e ficou quase que inteiramente coberta pela nuvem de fumaça. Instantes depois, no entanto, recomeçou a “rodar” dentro d’água, que fervia e borbulhava. Novamente, gerou um “vento agitado” que levantava ondas. Aos poucos, aquilo foi se acalmando e afundando. Os que possuíam máquinas fotográficas e filmadoras procuravam registrar o insólito. Outros saíam em busca dos amigos e parentes para que vissem também o estranho objeto. Entre as testemunhas estavam Antônio Pires, funcionário da Prefeitura, e quase todos os membros do grupo Os Incríveis. Foi justamente um deles, o vocalista Domingo Orlando, mais conhecido como Mingo, que, munido de uma filmadora VHS, documentou a parte final do espetáculo. Entretanto, segundo Cida e Claudemir, na maioria das fotos só o que se via era uma indistinguível mancha escura. Em outras, só era possível ver o céu, a areia e o mar, como se nada houvesse ocorrido! Cida indagou a esposa de Mingo a respeito do filme, e esta alegou que “não sabia de nada”. Das duas uma: ou ele obteve uma fantástica prova e quis guardá-la para si, ou também nada registrou de significativo, a não ser “a multidão em pânico olhando para o mar”.
Bolas coloridas — Edna Palomares, balconista da Ótica Mongaguá, defrontou-se com um disco voador multicolorido pairando a poucos metros de distância de sua casa na praia na Vila Oceanópolis, próxima do Balneário Santa Eugênia. Era o ano de 1987 e Edna, então com 28 anos, trabalhava na Sorveteria Vereda. Naquela noite, ela cumpriu o expediente até às 22h00, como de praxe, e, em companhia da filha Jéssica e da irmã Deise, pegou o ônibus para casa. Assim que desceram do veículo, se depararam com um objeto profusamente iluminado no formato de dois pratos fundos emborcados, parado a baixa altitude sobre o mar, como se estivesse “pescando”. As extremidades dos pratos eram escuras e a parte central, na junção do “encaixe”, contornada por várias bolas do tamanho das de futebol, giravam devagar alternando as cores do arco-íris – das quais sobressaíam a azul, a amarela e a vermelha. Esse show de efeitos especiais produzia um resultado quase hipnótico: tinha-se a impressão de que “uma bola entrava dentro da outra”. Ao mesmo tempo, ouvia-se uma espécie de ronco.
Estatelada, Edna perguntou à irmã se ela via o mesmo, ao que respondeu não estar bem certa se aquilo se tratava ou não de um “sonho”, mas que de qualquer maneira deveriam “fugir imediatamente dali por precaução”. Para a filha, Jéssica fez a mesma pergunta e obteve a confirmação de quão “lindas” eram as bolas coloridas. Sem seguir a recomendação da irmã, já que a curiosidade superava o medo, Edna pediu às duas que permanecessem na encosta do barranco e caminhou na direção ao objeto. “Não temia a morte, e sim o que poderia encontrar”, declarou. No momento em que se aproximou do UFO, quase a ponto de tocá-lo, notou que parecia estar diante de um “filme projetado em um telão”, tanto que instintivamente olhou para trás à procura de alguém operando um projetor. Bastou inferir isso para que o objeto, de súbito, desaparecesse. Tonteada, e com as vistas embaralhadas, Edna vo
ltou ao barranco e soube pela irmã que a nave havia partido deixando um risco no céu, não sem antes “dar uma rodada muito forte”. As três se recolheram, mas Edna não conseguiu dormir e passou a noite inteira de vigília na janela do banheiro, de onde podia ver o mar. O objeto, porém, não retornaria nessa nem nas noites seguintes. Quem confirma o tipo de disco voador descrito é o guarda-vidas do Corpo de Bombeiros, Charles Chan do Nascimento, amigo de infância de Edna. Ambos garantem que jamais haviam comentado esses casos, e só recentemente, discutindo o assunto, é que confrontaram as ocorrências.
Charles protagonizou um fato ufológico por volta das 20h00 de 31 de dezembro de 1989, quando tinha 17 anos. Ele e um colega, chamado Silvio, caminhavam pela Avenida Um, nos arredores do Jardim Praia Grande, ao lado do Farol da Barra, não muito distante do local onde Edna vivenciou um caso. Ao chegarem em frente a um terreno baldio, de repente, como que saído do nada, um objeto redondo, com formato de um prato ou bacia e do tamanho de um Fusca, repleto de luzes multicoloridas piscando, surgiu e ficou estacionado a apenas uns 2 ou 3 m acima deles: “De repente, apareceu em cima da gente aquele objeto enorme, com um monte de luzes coloridas, e emitindo um som parecido ao do enxame de abelhas. Era como num filme. Olhamos para cima e notamos que havia um negócio preto embaixo, uma bola escura. Parecia que era de lá que saía aquele barulho, não tenho certeza”, diz. Segundo Charles, ficaram abismados e hipnotizados, admirando o UFO que sumiu inesperadamente. “Olhamos um para a cara do outro e o Silvio falou: ‘Meus Deus, será que a gente viu mesmo alguma coisa?’ Então eu disse a ele: ‘Não sei cara, só sei que era muito estranho’”, conta Charles. O ponto-chave dos relatos tanto de Charles como de Edna, que sem dúvida deve merecer a nossa especial atenção, refere-se à observação de que os objetos pareciam “projeções cinematográficas”.
Onda ufológica — Jeferson Valter Silva, proprietário de uma imobiliária, seu pai e irmão presenciaram, às 02h00 de 1989, as evoluções de luzes multicoloridas que adentraram o morro do Jardim Aguapeú, em cujo topo fica o Belvedere Municipal, mirante de onde a cidade pode ser apreciada em toda a sua plenitude. À 1 km do centro, o Belvedere também abriga a torre transmissora de televisão, que à noite fica totalmente iluminada, servindo de ponto de referência aos que trafegam pela rodovia. Postados na entrada da casa que possuíam na avenida Campos Sales, logo em frente ao Belvedere, Valter foi o primeiro a notar uma luz não convencional acender sobre o morro. Na seqüência, todos viram essa luz descendo e parando subitamente. Pouco depois surgiu outra luz, vermelha, que ascendeu e se fez acompanhar por uma verde que, como a primeira, descendeu. Por fim, todas as luzes se apagaram e surgiram várias pequenas luzes, que emitiram um pequeno estrondo, e partiram para o morro, como se o tivessem penetrado. Uma das vizinhas, inclusive, foi despertada por esse barulho.
No início de 1994, uma onda de aparições de UFOs irrompeu em Mongaguá, concentrando-se quase que exclusivamente em Itaguaí, bairro vizinho ao de Agenor de Campos. José Antônio de Menezes foi o primeiro a avistar um ponto de luz brilhante que voou para os lados da serra, retornando pouco depois. Em sua companhia, naquela noite de 17 de fevereiro, estava Francisco Tokuda. Ambos alertaram outros moradores, entre os quais a dona-de-casa Ruth de Oliveira, que sobressaltada e em pânico com o que viu pelo binóculo, telefonou para a polícia pedindo “pelo amor de Deus” que acudissem imediatamente.
Às 03h30, o então capitão da 3ª Companhia da Polícia Militar (PM) e hoje major Alaor José Gasparotto, lotado na Praia Grande, recebeu um chamado via rádio do sargento e supervisor Alexandre, comunicando a presença de uma estranha luz no bairro de Itaguaí. Chegando ao local, Gasparotto encontrou-se com cinco policiais que lhes relataram ter visto um objeto de luzes multicoloridas que se deslocava silenciosamente pelo céu, em velocidade variável. Em dado momento, segundo ele, desapareceu em alta velocidade rumo ao espaço. Pelo fato de gostar do assunto e ser leitor de UFO e da revista Planeta, Gasparotto apanhou sua filmadora, que sempre carregava, e se juntou ao pequeno grupo de policiais e moradores que já realizavam uma espécie de vigília em um terreno. Nessa madrugada, contudo, nada mais foi avistado.
Apareceu em cima da gente aquele objeto enorme, com um monte de luzes coloridas e emitindo um som parecido ao do enxame de abelhas
— Charles Chan do Nascimento, salva-vidas do Corpo de Bombeiros
Deslumbramento e euforia — Como a onda prosseguia, na madrugada seguinte o capitão convocou a tropa para uma nova vigília, ocasião em que nada se observou de significativo, a não ser a passagem de três pequenas luzes, semelhantes a estrelas ou satélites, a uma altitude bastante elevada. Subseqüentemente, na madrugada do terceiro ou quarto dia, avistaram cerca de oito dessas luzes, ora em pares, ora isoladamente, com longos intervalos entre uma e outra. Gasparotto garante que não eram objetos convencionais. Segundo ele, “dava para acompanhar a trajetória desde o momento em que apareciam até quando sumiam em direção ao mar”. As reações tanto dos policiais como dos moradores que engrossavam a vigília eram de deslumbramento e euforia, com gritos de “olha mais uma lá passando!”. Depois de terem despendido dezenas de horas nessa operação de caça aos discos voadores, nem o capitão nem os policiais redigiram relatórios a respeito. O único registro que consta é o do deslocamento da viatura até o local, este por ser um procedimento formal obrigatório.
Indagado sobre como a polícia está orientada a agir em caso de ser requisitada para averiguar uma ocorrência de natureza paranormal, Gasparotto respondeu que “a polícia está aí para atender o cidadão. Se o cidadão informar a presença de um disco voador ou ser extraterrestre, nós saímos para verificar e investigar, sem problema nenhum”. Negando que tenha recebido alguma advertência ou represália por ter desviado os policiais de suas funções convencionais, instando-os a participarem de uma vigília, noticiada inclusive pela imprensa, Gasparotto asseverou que jamais o obrigaram a manter sigilo sobre o tema.
Definindo-se como um universalista, que busca conhecer todas as religiões, Gasparotto disse acreditar que os extraterrestres abduzem seres humanos para experiências genéticas e colocação de implantes. Ao chegar a esse ponto, porém, o major cortou rispidamente a entrevista, concedida no saguão do edifício aonde mora, e alegando que, “como policial não posso emitir opinião”, esboçou um gesto de despedida. Antes de recolher-se definitivamente no apartamento dele, ainda voltou-se uma última vez e, como que procurando justificativas
razoáveis, enunciou resignadamente: “Até gostaria de falar um monte de coisas, se você não usasse a designação de capitão ou major. Mas temos normas que me impedem de emitir opiniões na posição de policial. Como cidadão eu poderia falar um monte de coisas, mas como policial me vejo impedido”.
UFO atira bola de fogo — Eduardo Eliseu Marcos, casado com Maria Magali Marcos, com quem tem dois filhos, é proprietário da Casa do Pedreiro e, desde 2000, da Casa Marcos, depósitos de materiais de construção instalados na avenida Monteiro Lobato, no balneário Itaguaí. Um dos costumes favoritos do empresário é o de observar os céus, à procura de “fenômenos estranhos da natureza”. Por volta das 23h50 de uma noite nublada de dezembro de 1995, em companhia do amigo Anderson Destro, dono de um bar da vizinhança, avistaram uma luz que, em princípio, parecia ser um avião caindo, pois voava em declive, a baixa altitude, vindo dos lados da serra rumo ao mar. Ao atingir o tamanho da metade da lua cheia, puderam discernir claramente que não se tratava de algo convencional, mas de uma luz branca redonda e fluorescente, dotada de um estranho aparato no centro. Subitamente, como que visando um alvo, o objeto atirou para baixo uma bola de fogo avermelhada. Temendo que houvesse atingido alguém, cerca de meia hora depois ambos saíram para tentar localizar o ponto da queda, mas não constataram nada, o que os fez supor que o objeto teria caído no mar, a uns 200 m de distância.
Quase três anos depois, por volta das 22h00 de uma noite fria de julho de 1998, o filho caçula de Marcos, Éder Rodrigo, chamou à atenção da família para uma esfera branca fluorescente, pouco maior que Vênus, que cintilava nas cores vermelha, laranja e azul-esverdeada e se locomovia vertical e horizontalmente, girando sobre o próprio eixo. Seu irmão mais velho, Eduardo Leandro, apanhou a filmadora, uma Panasonic Palmcorder VHS, e fez um registro da luz que, como a anterior, veio da serra e sumiu em direção ao mar. Dois anos antes, em 1996, Éder Rodrigo já tinha observado algo intrigante: uma “tigela de metal brilhante” flutuando defronte aos morros, a cerca de 150 m de altura. Numa noite de novembro de 2000, o escultor e presidente da Associação dos Artistas Plásticos de Mongaguá, João Jorge Wodewotzky Jr., avistou uma bola incandescente, que passou em alta velocidade sobre o mar em direção a Santos. Na mesma semana, viu outra bola de fogo compacta, desta vez no sentido de Praia Grande, que se movimentava rapidamente, ora adentrando mais para o oceano, ora vindo mais para perto da praia.
Moradora de Mongaguá é testemunha de UFOs
por Equipe GEUBs
Suzana Sica Bertolucci não esquece as ocorrências ufológicas que testemunhou em Mongaguá, onde mora. “Certo dia, acordei com os raios de Sol entrando pelas frestas da janela. Voltei a dormir, mas quando acordei novamente vi que estava tudo escuro e que ainda era noite. Achei aquilo estranho, mas sonolenta, voltei a deitar”, lembra-se. No dia seguinte, quando de fato já havia amanhecido, Suzana contou o que havia acontecido para mãe dela. Ela disse que também tinha visto a luz entrando pela janela, e que pensou que fossem faróis de algum carro. Para Suzana, no entanto, essa hipótese estava totalmente descartada, já que o muro da casa é muito alto e nem mesmo faróis de caminhão conseguiriam produzir tanta luminosidade como a que constatou.
“Ficou o mistério. Nesse período, ao relatar o fato para a nossa vizinha mais próxima, que é espírita, ela me disse que naquela noite viu um homem todo vestido de branco seguir em direção à nossa casa”, diz Suzana. Após a ocorrência, a testemunha conta que começou a ter “sensações estranhas”. “Um dia, ao voltar do trabalho, estava no ponto de ônibus quando comecei a sentir que algo ou alguém se utilizava dos meus olhos para observar ao redor. Era muito estranho, eu sentia como se estivesse entorpecida e fiquei observando aquele lugar sem que pudesse evitar tal comportamento”, explica. Suzana estava ainda mais confusa porque não tinha idéia do que estava lhe acontecendo. Até os 15 anos havia morado com a avó, que é evangélica, o que fez com que tentasse explicar os fatos à luz da religião.
Posteriormente, já despertada para o estudo do Fenômeno UFO, Suzana começou a cogitar a possibilidade de ter sido abduzida naquela noite. Passou a estudar Ufologia e a protagonizar diversos avistamentos de discos voadores na cidade. Em uma noite de 1997, por exemplo, estava com o marido, que é cético quanto à existência dos UFOs, quando avistou uma esfera rosada logo atrás de um avião. Suzana observava o céu com um potente binóculo. “De repente, percebi que um outro objeto vinha em alta velocidade, pela mesma rota do avião que observávamos. Rapidamente, tirei o binóculo do meu marido e procurei pelo outro avião, quando então percebi que não era uma aeronave, mas uma esfera estática. Era rosada, tinha manchas escuras e parecia translúcida”, conta. Segundo o relato, pouco tempo depois algumas nuvens cobriram o objeto e, quando se afastaram, a nave não estava mais lá. “Meu marido, que não crê nisso, até hoje evita falar nesse assunto, mas admite que aquilo não tem explicação. Continuo sempre olhando o céu, mas não voltei a ver mas nada”, conclui Suzana.