É consenso geral entre os pesquisadores do Fenômeno UFO que existem zonas específicas em nosso planeta onde os discos voadores são observados com maior freqüência. São locais especiais para a Ufologia, em que há uma grande diversidade de relatos. Logicamente, quase todas as regiões ricas em avistamentos são estudadas por grupos especializados. Eles procuram nesses locais registros de visitas alienígenas com características idênticas. Como exemplo podemos citar a cidade mineira de Passa Tempo, exaustivamente pesquisada pelo ufólogo Antonio Faleiro. Também podemos notar que, em geral, 90% das ocorrências ufológicas seguem um padrão específico de comportamento. Será que estamos diante de civilizações extraterrestres que realizam estudos em locais pré-determinados? Assim como arqueólogos que mapeiam o solo para escavações, nossos furtivos visitantes também podem realizar estudos centrados em determinadas áreas. Isso facilitaria as coisas.
Grande parte dos ufólogos concorda que os seres alienígenas preferem as zonas rurais, por esse motivo sua presença nas grandes cidades é tão escassa. Contudo, não podemos levar isso ao pé da letra, pois há centenas de casos importantes ocorridos em grandes centros. Na realidade, os avistamentos em cidades são mais significativos do que os das zonas rurais por envolver um número maior de testemunhas. Este fato é valioso para a credibilidade da própria ocorrência ufológica. Em todo o Brasil, existem dezenas de lugares que, pelos constantes relatos de fenômenos ufológicos, são considerados especiais. A maioria deles, no entanto, é meramente fruto da mistificação e de dados pouco confiáveis divulgados pela imprensa sensacionalista. Atrelados a um intenso e lucrativo turismo, criado em torno do mistério e da mística de certos locais, UFOs, duendes, cristais, portais para outras dimensões e canalizações com entidades supostamente extraterrestres são os ingredientes necessários para um point especial. Dentre muitos, podemos destacar o Mirante de Gurutuva, em Iporanga, São Paulo. Ele é conhecido como o Mirante dos UFOs e muitas vezes tem suas cavernas associadas a avistamentos de discos voadores.
Em Goiás, a Chapada dos Veadeiros é considerada pelos místicos como o coração magnético do Brasil. A cidade de Alto Paraíso, por exemplo, é procurada por grupos esotéricos, que crêem que ela seja capaz de abrigar uma nova civilização para o terceiro milênio. Sem sair do estado, na Serra de Galés, há formações geológicas exuberantes que atiçam a imaginação humana, e lá os místicos esperam a chegada dos UFOs em meio às montanhas e vales. Também muito procurado por esotéricos, o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso, é considerado o coração da América do Sul, por se localizar exatamente no centro do continente. Em toda sua área e imediações há 46 sítios arqueológicos, com pinturas rupestres e fósseis de animais pré-históricos.
Cachoeiras cristalinas — Mas, de todas as regiões citadas, a Cordilheira do Espinhaço, que muitos batizaram de Serra do Cipó, é sem dúvida o melhor ponto de partida para os grupos de pesquisa. Ela é formada por uma sólida parede montanhosa que se prolonga até a divisa entre a Bahia e o Piauí. Com seus campos pedregosos cortados por riachos que deságuam em cachoeiras cristalinas, tornou-se um surpreendente laboratório a céu aberto. O filão de pesquisas para cientistas de todo o mundo, e também para os seres extraterrestres, é quase inesgotável. Zoólogos já catalogaram na serra 131 espécies de aves, 56 de mamíferos e 35 de anfíbios, alguns sem similares em outras partes do planeta.
Durante todos esses anos de pesquisa na região, notamos que os relatos de ocorrências ufológicas seguem um padrão definido, bem como são mais propícios em certos locais. Taboleiro, por exemplo, é palco constante de avistamentos de naves. São seus moradores que presenciam o Fenômeno UFO em sua plenitude. Casos antigos e alguns recentes mostram a todos aqueles que encaram a pesquisa de campo como enfadonha e improdutiva o principal elemento para compreensão dos fatos. Eles indicam que não devemos abandonar a zona rural, pois ela fornece dados preciosos com os quais os ufólogos podem elaborar suas estatísticas e padrões. Esse é o procedimento científico e assim devemos trabalhar.
O Centro de Investigações e Pesquisas de Fenômenos Aéreos Não Identificados (Cipfani) foi primeiro ao Taboleiro no dia 02 de abril de 2001, com a meta de percorrer uma grande parte da região para coletar depoimentos de possíveis avistamentos de UFOs, antigos e recentes. Mas para espanto da equipe, foram coletadas informações de fatos ocorridos logo na noite em que chegou ao local. Isso certamente foi um aviso de que muita coisa ainda poderia acontecer. Assim que nosso acampamento ficou pronto, recebemos a notícia de que um senhor teria sido perseguido por uma estranha luz no alto da Serra do Breu. Sem perder tempo, conseguimos localizar a testemunha, Silvestre Siqueira Costa, 33 anos, que nos atendeu e contou sua experiência. Ela é uma das muitas que foram colhidas.
Escondidos na mata — Costa contou que, na noite de 02 de abril, saiu da casa de seu amigo Toninho e juntos estavam subindo a serra quando observaram uma luz muito intensa no céu. Ela veio na direção das testemunhas, que, sem hesitar, começaram a correr. Esconderam-se na mata, observando o objeto que pairava próximo de uma pedreira. Logo depois, ele começou a se movimentar, descendo pelo leito do rio. Segundo Costa, o artefato era muito grande e emitia uma luminosidade amarelada. Não produzia som e a luz não gerava calor. Ele ainda se recordou que, no início do ano, um rapaz foi jogado no chão por seu cavalo, que se assustou quando se deparou com um imenso UFO. “Não é raro observar luzes estranhas na serra”, comentou a testemunha. Mesmo assim, o avistamento de 02 de abril o assustou muito, pois Costa conhece as histórias contadas na região e os perigos que os UFOs representam. E não é de hoje que ETs visitam o local.
Em uma noite de 1986, Zenita Costa da Silva, 57 anos, também protagonizou uma inusitada experiência. Ela estava deitada quando viu pelas frestas do telhado uma grande luminosidade passar por cima de sua casa, fazendo com que vibrasse. A luz pousou logo adiante. Impedida por seu marido de ir até o local, ela ficou aguardando a partida daquele objeto, que depois de algum tempo emitiu um zumbido e logo alçou vôo. “Até velório já foi interrompido por causa do ‘farolão’”, declarou Zenita, relatando o apelido que os moradores do local dão ao fenômeno. Outro caso ocorreu em junho de 1998, com o senhor Geraldo Santos. Ele estava acompanhado de mais três pessoas voltando da Serra do Ribeirão, por volta das 21h00, quando uma intensa luminosidade pairou sobre eles. A claridade era tão forte que Santos não conseguia ver os out
ros cavalos, a poucos metros. Mesmo após a partida do objeto, as testemunhas ficaram desorientadas por várias horas.
Em nossa pesquisa na região conhecemos também a simpática moradora Neide M. da Silva, 14 anos. No início de 2001, quando estava subindo a Serra do Breu, Neide notou uma pequena estrela se movendo no céu. “Olha, a estrela tá mexendo”, avisou aos seus parentes. Sem dar muita atenção, eles continuaram a caminhar, quando então a pequena luminosidade começou a aumentar e se aproximar cada vez mais. “Ainda bem que a luz não atacou a gente”, declarou aliviada. Casos de ataques naquela área não são poucos. Além dessas ocorrências ufológicas, na imensidão de vales e paredões de Taboleiro e Rio Preto, outra localidade próxima, podemos encontrar um rico folclore associado ao Fenômeno UFO. Ao contrário de lobisomens, mulas-sem-cabeça e outras lendas, o medo dos moradores daquelas localidades é mesmo de discos voadores.
“O capeta em pessoa” — No interior de Minas Gerais, UFOs assustam e provocam graves seqüelas físicas. Uma jovem moradora do mesmo vilarejo nos relatou que, em meados de 1990, seu pai, o senhor José, voltava da roça por volta das 18h00, quando de repente percebeu que do outro lado havia uma estranha criatura. O espanto foi imediato e José caiu da ponte, machucando sua perna. Logo em seguida ele começou a gritar, até que o ser foi embora. Conforme sua descrição, ele era pequeno, negro, com olhos salientes e avermelhados. “Hoje eu vi o capeta em pessoa”, disse. Sem perder tempo, José correu até sua casa e contou sua terrível experiência aos familiares. Em nossas pesquisas na região, também apuramos vários casos de perseguições de UFOs aos moradores. Uma característica em comum entre eles é que os cavalos, que acompanhavam as testemunhas, estranhamente mudavam seu comportamento, como se pressentissem algo anormal.
Em 1993, por exemplo, um morador do Rio da Serra, pequeno vilarejo perto do Taboleiro, estava descendo a estrada de acesso quando seu cavalo “empacou”. Sem entender o motivo, ele tentou inutilmente fazer com que o animal se mexesse. Nesse momento, na curva da estrada, apareceu um objeto luminoso que assustou o cavalo e fez com que ele derrubasse o homem. Em outro caso semelhante, uma família inteira presenciou um fato idêntico: os cavalos ficaram muito agitados e, logo em seguida, um UFO foi avistado. Confrontando os relatos para obter uma estatística sobre a variação das cores das naves observadas na região da Serra do Cipó, constatamos que o amarelo é muito citado. No entanto, o que mais chama a atenção são os freqüentes depoimentos de avistamentos de UFOs multicoloridos. Durante certo período do ano os discos voadores avistados são vermelhos, depois havendo maior incidência de alaranjados e, em seguida, de verdes. Não sabemos se isso faz parte das luzes de identificação das naves ou se há algum processo relacionado com a sua estrutura de funcionamento ou energia.
Em 22 de maio de 1986, na pequena fazenda de Joaquim Ferreira de Aguiar, mais conhecido como Joaquim Elói, ocorreu mais um caso ufológico na região. Hoje com 84 anos, ele nos relata sua experiência: “Acordei às 04h00 achando que tinha perdido a hora, dado a um clarão esquisito que entrava pelas frestas da casa. Abri a janela dos fundos e me deparei com o clarão, que iluminava feito dia toda a encosta da serra. Chamei meu filho Quininho para ver o troço, mas ele não quis, estava com medo. Fui então para a janela da frente. Ao abrir, uma forte luz veio no meu rosto. Não era coisa deste mundo”. Segundo Joaquim Elói, a nave estava parada no chão, a menos de 40 m, e emitia uma luz fixa.
Acordei às 04h00 devido a um clarão esquisito que entrava pelas frestas da casa. Abri a janela dos fundos e me deparei com aquilo. Dava até para escutar umas vozes esquisitas lá dentro. Parecia alemão, um som que parecia de rádio
– Joaquim F. Aguiar
“Dava até para escutar umas vozes esquisitas lá dentro. Parecia alemão, um som que parecia de rádio”, disse. Seu outro filho Antônio também percebeu o clarão, mas não teve coragem de se aproximar da janela. Para ele, poderia ser um “lagarto-de-ouro”, como são conhecidas as luzes na região. Antes de a luz ir embora, num movimento brusco, o objeto fez um barulho semelhante a um zunido e mudou sua cor branca para o verde, mais intensa ainda. “A serra ficou toda esverdeada. Depois apagou de uma vez, ficando só um tipo de luz rodando embaixo do objeto”, concluiu. Após partir da fazenda de Joaquim Elói, o objeto voou em direção ao vilarejo de Taboleiro. O lavrador Santos P. da Silva e sua mulher, Geralda Ferreira, estavam saindo de sua casa bem cedo quando viram o disco voador. “Era um troço redondo com o farol grande. Vinha feito louco”, declarou Silva. O casal estava próximo ao posto da Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG), quando o “farol” bateu em um dos fios de alta-tensão, apagando as luzes do lugar.
Ação de morcegos — A nave começou a voar na direção dos dois. Amedrontado, Silva apagou a lanterna, achando que era isso que atraía o objeto, mas de nada adiantou. “Saímos correndo até chegar à casa do Pedro, nosso vizinho”. Na correria, Geralda cortou o rosto na altura do nariz e o braço esquerdo na cerca de arame farpado que delimita sua casa. Mesmo com muito medo, Silva olhou para cima e viu os detalhes do objeto. “Quando ele apagava o farol grande, dava para ver uma roda menor, bem no meio. Tinha algo escrito nela. Parecia número, mas seja o que for, não quero ver nunca mais”. Técnicos da CEMIG de Conceição do Mato Dentro alegaram que o cabo de alta-tensão foi rompido por morcegos, uma explicação estranha e nada convincente para um típico fenômeno ufológico.
Joaquim Elói, após o avistamento, começou a sentir dormência em seu braço esquerdo, usado para proteger os olhos da intensa luz. Além disso, sua visão ficou debilitada. Atualmente está cego e atribui isso ao disco voador. “Minha cegueira é diferente, tem dia que tá tudo claro, no outro está tudo escuro”, comentou em nossa última visita. Partimos do Taboleiro no dia 10 de abril, mas as observações na região continuam acontecendo, como há 20 anos. Várias hipóteses foram levantadas para explicar a alta incidência, até a de que a região é uma espécie de laboratório de seres extraterrestres.
Flávio Lourenço Turra, vice-presidente do Cipfani, considera o local estratégico para os ETs. “Os avistamentos continua
rão por muitos anos, esse estudo ainda não terminou. Acreditamos que a pesquisa do comportamento humano é um dos principais objetivos dos seres que pesquisam a região”, declarou. Mas por que seres tecnologicamente mais avançados perseguem e assustam lavradores? Talvez, a teoria do laboratório extraterrestre não soe tão absurda assim. Afinal, quem age de maneira furtiva e agressiva não pode ter boas intenções. Devemos nos preparar para um contato futuro nada amigável. E a melhor arma para tentar compreender essa dura realidade ainda é a pesquisa de campo. Quem abandonar esse tipo de estudo estará jogando pela janela a peça fundamental desse imenso quebra-cabeças.