Em muitos aspectos podemos considerar a Amazônia surpreendente. No que se refere a discos voadores, então, é possível encontrar na região incríveis histórias nas quais se constatam desde simples avistamentos até casos de abdução. De acordo com o jornalista e escritor Danilo Du Silvan, pioneiro na pesquisa ufológica da Amazônia, em seu livro Mistificadores da Ufologia [Edição particular, 1983], uma das primeiras observações de naves extraterrestres na floresta foi registrada na cidade de Manaus, em 1957, quando várias pessoas avistaram em um fim de tarde, na Ponte Cabral, um brilhante objeto voador não identificado. O fato chamou a atenção da comunidade e da imprensa, que deu ampla cobertura ao acontecido. Desde então, tem sido comum o registro de ocorrências ufológicas naquela cidade, que se intensificaram com o passar dos anos.
Acredita-se que a atuação de naves sobre a floresta remonte há séculos, quando nativos de diversas tribos indígenas viam estranhos seres descendo do céu e os identificavam através de lendas mitológicas que se perpetuariam por inúmeras gerações. Uma das mais conhecidas na região é a do boto, responsável por uma das mais interessantes peculiaridades amazônicas. A história está descrita no livro Os Mistérios da Amazônia, do sertanista e escritor Walcyr Monteiro [Consultor da Revista UFO], que estudou detidamente o assunto. Segundo Monteiro, existem dois tipos de boto, o preto (ou tucuxi) e o cor-de-rosa. O primeiro ajudaria os náufragos, mas somente as mulheres, levando-as para as margens dos rios. Para outras pessoas, no entanto, o tucuxi auxiliaria a todos, independente do sexo do necessitado. Não são poucos os que, ao escaparem da morte por qualquer motivo, atribuem seu salvamento à criatura — já o boto cor-de-rosa é fonte de uma lenda ainda mais exótica, que muitos ufólogos correlacionam à Ufologia.
Dizem os moradores dos redutos e regiões ribeirinhas do interior da Amazônia que o boto cor-de-rosa se transformaria num homem alto, claro, forte e bonito, que seduziria as mulheres em noites de festa. Ao sair dos rios, é visto como alguém elegantemente vestido e portando, segundo a tradição, uma espada na cintura. Ele se aproximaria das vítimas — as mais belas das festas — e as atrairia com um olhar hipnótico. Porém, antes do amanhecer, ele se transformaria novamente em animal e voltaria para a água. Segundo creem moradores de certas regiões amazônicas, ainda hoje, quando uma mulher residente às margens dos rios fica grávida, não sendo casada ou tendo companheiro, o filho certamente é do boto. Mas muito antes dos portugueses chegarem ao Brasil, nossos nativos já haviam criado suas próprias denominações para os avistamentos de sondas e naves extraterrestres, que eram interpretadas como sendo animais e aves.
Fantasmas e assombrações
Em alguns casos, as luzes fortíssimas emitidas por esses objetos teriam provocado sintomas nos índios, como irritação nos olhos e indisposição. Os tripulantes, quando desciam dos objetos voadores, eram vistos em algumas ocasiões como demônios e espíritos do mal, e, noutras, como deuses e espíritos do bem. Pesquisando detalhadamente o folclore brasileiro — e em particular o da Amazônia — podemos constatar que muitos “fantasmas” e “assombrações” descritos por indígenas e caboclos são na realidade avistamentos de naves tripuladas, sondas teleguiadas e seres extraterrestres.
A crescente frequência com que alienígenas têm sido observados na Região Amazônica possibilitou uma classificação dos mesmos quanto ao seu comportamento. Estudiosos afirmam que tais seres teriam se dedicado à pesquisa de pessoas e exploração dos infindáveis recursos naturais, o que estariam fazendo até hoje. Já o pesquisador Antonio Jorge Thor desenvolveu um trabalho e chegou a três categorias. Os alienígenas do primeiro grupo seriam amáveis e evoluídos, tanto científica como espiritualmente, enquanto os do segundo grupo assumiriam comportamento extremamente hostil perante o ser humano. Estes escravizariam pessoas por longo tempo e as deixariam com inúmeros distúrbios físicos ou psíquicos. Já os do terceiro grupo são classificados como seres intermediários, que estariam na Amazônia pelos mais variados motivos, como a realização de pesquisas e até mesmo devido a acidentes inevitáveis [Veja matéria nesta série].
Quando o ATR-200 voltava para mais uma arremetida no Aeroporto Eduardo Gomes, o piloto foi alertado pela torre de controle de que um objeto luminoso com potentes luzes brancas pairava nos céus sobre o centro da cidade
Enquanto os casos históricos de UFOs na floresta continuam servindo de base para estudos de sua manifestação, novas ocorrências continuam sendo registradas. Uma delas aconteceu em 24 de abril de 2004, quando um estranho fenômeno nos céus de Manaus chamou a atenção da população. O que seria apenas um treinamento de rotina de uma tripulação converteu-se numa perseguição intensa a um UFO por mais de 20 minutos. Segundo o relato do estudante de jornalismo amazonense José Carlos Mathias Pina à Revista UFO, tudo aconteceu depois de um temporal com duração aproximada de 40 minutos, com ventos fortes e chuva intensa, típico do inverno amazônico. Mal o fato aconteceu nos céus da capital, testemunhas de diversos pontos da cidade entraram em contato com o site da publicação, enviando relatos sobre o avistamento.
De acordo com o relatório encaminhado por Pina, passava das 19h30 quando o comandante-instrutor da Total Linhas Aéreas, Leonardo Oliveira Freire de Sena, e mais três tripulantes faziam uma reciclagem de rotina a bordo de um avião ATR 42-300, prefixo PP-ATV. Decolaram a aeronave e iniciaram o tráfego, contornando a cidade. Quando voltavam para mais um toque e arremetida na cabeceira 10 do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, no sentido oeste-leste, foram alertados pela torre de controle de que um objeto luminoso que acendia potentes luzes brancas pairava nos céus sobre o centro da cidade e que o operador não sabia identificar se era outro avião ou não. Até então, nem o radar nem o centro de operações do aeroporto haviam tido algum contato com tal objeto. “Fomos orientados a sobrevoar a área e tivemos contato com o UFO, após o que fizemos um relatório para o Serviço Regional de Proteção ao Voo (SERPV) e à Diretoria de Aviação Civil (DAC)”, escreveu o comandante Sena em e-mail datado de 01 de maio daquele ano.
UFO sobre o centro da capital
Vários outros moradores de Manaus fariam o mesmo. Sena arremeteu a aeronave uma segunda vez, quando então pôde avistar o objeto que, do aeroporto ao centro da cidade, estava a uma distância de 12 km em linha reta. A tripulação do ATR passou para a frequência de rádio determinada pelo centro de controle e foi
autorizada a realizar um sobrevoo na área para verificar o ocorrido. Mais de meia dúzia de voltas foram dadas ao redor do objeto com a aeronave voando à baixa altitude, em uma altura utilizada na aproximação para pouso. Após tais manobras, a torre de controle do aeroporto solicitou que se encerrasse a perseguição, pois os controladores já haviam recebido inúmeros telefonemas de pessoas indagando o que seria aquilo — ninguém estava entendendo o que ocorria. Um avião dando repetidas voltas no centro da cidade e um ponto luminoso que ora estava acima, ora abaixo da aeronave.
A equipe chefiada por Sena voltou a realizar o treinamento de pouso e decolagem. Segundo o relatório de José Carlos Mathias Pina, a tripulação do ATR, que voava a uma altura de 3.500 m e paralela ao objeto, observou que ele possuía a forma de uma laranja, com diâmetro aproximado de 10 m. Embaixo havia uma luz vermelha intermitente que, ao acender, permitia que se enxergasse o bojo do objeto. A cada aproximação da aeronave, essa luz vermelha se transformava em potentes raios, tais como os strobe lights de aeronaves — brancos e intensos, com mais de 500 watts de potência, como se fossem disparos de flashes em direção à Terra. Pina motivou-se a escrever um relatório por também ter observado o fenômeno. Alertado sobre outras testemunhas, procurou entrevistá-las também.
“Estava em minha residência, que fica situada à Rua Teófilo Matos, na zona oeste de Manaus, quando percebi a aeronave. Imaginei que com o temporal e ventos um tanto incomuns, pudesse ter havido algum problema na pista do Aeroporto Eduardo Gomes e o referido avião tentava pousar no aeroporto militar de Ponta Pelada, ou a própria aeronave estivesse com algum problema”, descreveu o estudante de jornalismo. Pina alega que conhece alguns tipos de aviões e pelo som emitido por aquele pôde pensar que era uma aeronave do tipo Dash, similar às que voam para a base da Petrobrás em Urucu.
Continua sua descrição: “Dentro do conjunto onde resido existe uma torre da Telemar. A torre tem uma luz vermelha de sinalização na ponta, e pude ver, ao lado desta, outra branca, com brilho mais intenso que de uma estrela”. Segundo detalhou, a luz aumentou de intensidade e começou a disparar um flash com uma luz branca forte, tanto que em determinado momento podia ser vista refletida por entre as nuvens. Pina pôde ainda observar sequências de disparos de duração aproximada de 3 a 5 segundos cada. “Conheço luzes de navegação de aeronaves e não era nada igual àquilo que via. O avião que voava no centro da cidade mudou de trajetória, contornando o UFO, em altura ainda mais baixa. A partir desse momento, o objeto deixou de emitir as luzes brancas, subindo no sentido vertical”. O artefato teria então começado uma lenta trajetória, emitindo uma luz vermelha fraca que piscava como a de uma aeronave. Ao passar pelo bairro Santos Dumont, não se ouvia barulho algum vindo de tal aparelho.
Equipamentos não registraram
Pina entrou em contato com a torre de controle do aeroporto, descreveu o fato e pôde ouvir do oficial de serviço que sua percepção batia com o que os controladores de voo tinham observado visualmente. A equipe havia pedido à aeronave que sobrevoava a cidade que acompanhasse o UFO, pois nada aparecia na tela do radar e o contato que tentaram com o mesmo não foi bem sucedido. “Eles me pediram para entrar em contato com o Serviço de Vigilância da Amazônia (SIVAM) para descrever o episódio. O SIVAM informou que mais de meia dúzia de pessoas já haviam ligado reportando que tinham avistado tal objeto. Como pude constatar, na hora do acontecido os equipamentos não registraram a presença de tal objeto nos céus de nossa cidade”.
Em Manaus, a partir de diversos pontos, testemunhas relataram ter visto o fenômeno, indicando claramente o desenvolvimento de uma pequena onda ufológica. As primas Karina D’Oran Virgulino, 31 anos, graduada em química e pesquisadora de Ufologia desde os 9 anos de idade, e Luciane D’Oran Melo, 32 anos, chegavam a uma recepção num bairro conhecido como Parque das Laranjeiras, quando observaram a luz proveniente de um objeto que pairava acima da residência. As pessoas que perceberam o artefato há mais tempo afirmaram que ele vinha à baixa altitude com uma luz vermelha piscando intermitentemente e alternando-a com uma luz branca intensa — era como se fosse uma aeronave com problemas e em pequena velocidade.
A luz branca intensa parecia que estava procurando alguma coisa ou fazendo uma espécie de prospecção, um estudo de solo ou algo assim. Entre os que presenciaram o objeto estavam pessoas instruídas e até então céticas, não uma plateia constituída por leigos. Encontrava-se também uma pessoa que teria trabalhado muitos anos em aviação, como mecânico da Varig e profundo conhecedor de aviões e balões meteorológicos. Sem querer se identificar, ele afirmou categoricamente: “Isto é um UFO. Tenho certeza de que não é um avião, um balão ou um satélite. Seria, sim, um artefato sem identificação, cuja forma não se consegue assimilar, só suas luzes”. As cores das luzes observadas eram vermelha, branca e verde, as mesmas utilizadas na sinalização de aeronaves. Porém, o objeto não emitia ruído algum e as luzes provinham de dois pontos, um em cima e outro embaixo de sua estrutura.
Estranho blecaute após temporal
Para alguns, a intensa luz branca dava a impressão de que era utilizada pelo objeto como uma espécie de motor de propulsão, emissor de algum tipo de energia que o fazia se locomover. Ninguém tem dúvida do acontecimento, uma vez que o objeto foi visto por várias pessoas e em diferentes pontos da cidade. Se era realmente um UFO, esse fez questão de não passar despercebido. Para concluir, Karina afirmou que, face ao seu conhecimento do assunto, e considerando-se o formato ovalado do objeto, “seria algo pequeno, talvez uma nave sonda, podendo estar tripulada ou não”. Associado ao aparecimento das luzes em Manaus, antes mesmo que o objeto se deixasse perceber, um fato estranho foi o blecaute que se seguiu após o temporal, atípico e com muitos raios, relâmpagos e vento forte, deixando às escuras grande parte da cidade. “Todos sabem que a aproximação de um UFO causa interferências na rede elétrica, e talvez esta seja a explicação”, teorizou Pina.
O apagão foi normalizado e o objeto voador não identificado já não estava mais sobre a região. No entanto, após desaparecer, entrava em cena o acobertamento dos fatos por parte das autoridades, que ainda relutam em admitir o acontecido. Outra testemunha que transmitiu à Revista UFO informações sobre o avistamento foi um funcionário do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, que se referiu em e-mail à existência de uma manobra de acobertamento dos fatos por parte dos controladores de voo de Manaus. Segundo ele, a equipe de operações gravou todo o episódio e a Aeronáutica teria emitido um memorando informando que se tratava de um satélite teleguiado. “O SIVAM e a torre de controle do aeroporto informaram que em seus radares nada foi detectado, embora ambos tenham visto o objeto a olho nu”, disse nosso informante, que não quis ser identificado sob risco de sofrer alguma punição.
A Aeronáutica tomou conhecimento
Ele ainda garante que o comandante Sena estaria falando a verdade. De acordo com o funcionário, existe o registro da conversa entre Sena e a torre de controle do aeroporto. O ocorrido teria acontecido exatamente sobre a cabeceira 10, a parte esquerda da pista principal do aeroporto. “A Aeronáutica tomou conhecimento do fato na mesma hora. Mas não disponho de nomes, pois sou funcionário da Infraero e não do centro de operações. A fita existe e encontra-se no departamento de segurança do aeroporto”, informou. O funcionário ressaltou ainda que ele mesmo vira o objeto dois dias depois do mesmo ser registrado pela equipe de operações. “O UFO estava tão alto que poderia ser visto por toda cidade. Inclusive poderia estar sobrevoando o aeroporto novamente”.
Era um objeto oval com listras vermelhas, sem luz aparente, somente as vermelhas. “Era por volta das 21h00 quando ele estava parado no céu de Manaus. De repente, uma luz acendeu e não parou mais. Ele subiu um pouco, depois foi para a esquerda e direita, e sumiu. Foi impressionante! Talvez tenha somente apagado as luzes. Nunca saberemos”. A aparição não durou nem três minutos. Diego Cobian Fernandez revela que o fato foi realmente esquisito — ele acredita que o jogo de luzes funcionaria como um código. Os vizinhos e colegas de trabalho de Diego assistiram ao ocorrido e todos afirmam que se trata mesmo de um UFO.