UFOLOGIA À MINEIRA – Muitas coisas boas vêm de Minas, e até mesmo bons ufólogos… Foi nesta terra que se fundou o primeiro centro brasileiro de pesquisas dos discos voadores, nos idos da década de 50, quando só se falava em UFOs nos EUA e Europa – aqui a “coisa” ainda nem era moda. É de Minas, também, que vêm alguns dos mais espetaculares casos de contatos com ETs – como o caso Si mão Bichara (veja em UFO nº 5 e no box a seguir, nesta entrevista), caso Antonio Villas-Boas (UFO nº 6), entre outros – assim como também é lá que, por alguma razão misteriosa – e isso os mineiros não entregam de jeito nenhum – os UFOs estão mais presentes no folclore: “bois-tatás”, “mulas-sem-cabeças”, “virgens-de-branco”, “mãe-d´água” e “douro”, “minhocões” etc, são crendices ou lendas que tiveram origens em Minas, fenômenos geralmente luminosos, noturnos, que tinham a peculiaridade de voar e perseguir seus observadores, e que hoje são sabidamente UFOs! Descobrimos isso por razões simples (veja UFO nº 4): se um caboclo do interior, há 100 anos (quando não havia luz elétrica ou automóvel, avião ou televisão – principalmente no interior do Brasil e, especialmente, de Minas), visse uma luzinha de meio metro de diâmetro parar sobre sua casa na roça, começar a circundá-la, abaixar e subir de novo e, quando “detecta” a presença o proprietário do barraco, parte para cima dele – que com certeza levará um tremendo susto -, o que diria esse caboclo? Que é um UFO, um “unidentified flying object”! Não! Diria que é unia “luz-fantasma”. Se fosse na estrada, uma “carroça-fantasma”, e assim por diante…
Bom isso de UFOs no folclore, embora ocorra cm todo o Brasil, centraliza-se em Minas. E este estado contribui com muitas outras coisas boas para a Ufologia Brasileira, mas, cm especial, ufólogos. Eis o que vamos explorar de lá nesta edição: destacamos um grande ufólogo paulista para entrevistar um grande ufólogo mineiro, Ubirajara Franco Rodrigues, conhecidíssimo no Brasil por sua posição de maturidade e sensatez na Ufologia, bem do tipo “ver para crer” que é peculiar aos mineiros. Vejamos o que diz Carlos Reis, nosso enviado, sobre este mineiro, cm especial:
“Varginha, sul de Minas Gerais, pode se considerar uma cidade privilegiada: primeiro, porque, geograficamente situa-se num ponto de alta incidência de avistamentos, e, segundo, porque acolhe um dos mais respeitados e completos pesquisadores da atualidade, capaz de percorrer quilômetros sob chuva torrencial ou sol forte para pesquisar casos de provável aterrissagem ou de contato. E para constatar isso, passamos um fim de semana com ele, tirando o sábado para uma pesquisa de campo na cidade próxima de Campanha, onde nasceu, debaixo de chuva.
“Nosso entrevistado desta edição, o advogado e ufólogo (ou seria o contrário?) Dr, Ubirajara Franco Rodrigues é um daqueles raros investigadores que consegue aliar uma soberba qualidade na metodologia da pesquisa de campo c uma ampla visão filosófica e esotérica vinculada ao tema, à uma postura imparcial, justa, rigorosa e não tendenciosa, fruto, naturalmente, de sua formação profissional e cultural
“Exigente consigo mesmo, perfeccionista e disciplinado, é autor de duas obras: “Discos Voadores e Noções de Ufologia”. “Um opúsculo dirigido ao leigo”, no dizer de suas próprias palavras, e “Parapsicologia e Justiça”, um tratado único sobre um tema ainda controverso e que, justamente por essa razão, à luz do direito, adquire relevância e se reveste de tamanha seriedade que se torna um documento indispensável aos interessados em ambas as matérias.
“Além disso, colabora regularmente com revistas especializadas, fazendo publicar suas pesquisas, crônicas e trabalhos, inclusive na área de Astronomia, mais um tema que domina com perfeição. Entretanto, ele mesmo reconhece que é na chamada “pesquisa de campo” que se sente mais à vontade, entrevistando desde o camponês mais simples e humilde a um colega de profissão ou um aviador. Como ele mesmo diz: “A pesquisa de campo é o sustentáculo maior de todo o fenômeno, e somente através do depoimento humano é que podemos sentir a verdadeira importância de sua existência e a dimensão de seus efeitos em uma dada sociedade”.
“Sentindo o momento de uma mudança de pensamento, de uma reavaliação de conceitos e valores em todos os segmentos de nossa vida diária, o Dr. Ubirajara também vem questionando o atual estágio da pesquisa ufológica brasileira, diante dos conhecimentos adquiridos nestes últimos anos e pela própria intuição interior de rever o quadro. Neste aspecto, suas idéias igualam-se às nossas e foi neste clima de entrosamento e fraterna amizade que o sabatinamos, razão pela qual dirigimos em tratamento informal. Seu envolvimento com a pesquisa ufológica data de longo tempo e seu nome já me era familiar desde o final da década de 70, mas só o vim a conhecer pessoalmente em 1982. Desde então, a amÍ2ade se fortaleceu, crescendo a admiração e o respeito por um ser humano excepcional e por um pesquisador de nível internacional”.
Ubirajara, quando e como você se engajou definitivamente na Ufologia e por que Varginha (MG)? Acho que, através de dois trabalhos, tomei-me mais ativo no cenário ufológico nacional: o primeiro deles, em que fiz publicar um opúsculo sobre esta disciplina, em 1979, e depois, quando publiquei minha primeira pesquisa completa em torno de um caso de 3º Grau, ocorrido na cidade de Baependi (MG), na extinta revista OVNI-Documento. Antes disso, naturalmente, já amealhava alguma prática de público, através de conferências e palestras.
Não existe, em princípio, um “motivo ufológico” para ter escolhido Varginha. Apenas coincidiu que, por ter nascido em Campanha, distante alguns poucos quilômetros de Varginha, decidi instalar-me nesta cidade e iniciei a divulgação de minhas pesquisas. Hoje creio estar situado em boa localização geográfica, no sentido de estudos e pesquisas, principalmente porque a região, como é público e notório, apresenta excelente índice de fenômenos, mormente no meio rural – onde podemos destacar o distrito de Córrego do Ouro e o município de Boa Esperança como fontes inesgotáveis de pesquisa. Como fruto das amizades que cultivamos com várias pessoas nestas e em outras localidades, qualquer ocorrência in-comum que se enquadre dentro de nosso trabalho é imediatamente comunicada, o que nos permite um acesso rápido à investigação “in situ”. Com isso, obtemos dados importantes e ainda quentes, extremamente fundamentais para tentarmos uma aproximação com a realidade dos fatos.
Há mais de 40 anos que efetivamente o mundo se debruça nesta questão, e até hoje não se tem respostas objetivas. Qual a sua visão disso? Deve ser porque o homem adquire conhecimento de forma gradual, pois somente pode conhecer aquilo para que está preparado. E, afinal, porque este desespero pelas respostas? O que são sete mil anos de hist&
oacute;ria conhecida e algumas poucas dezenas de tecnologia? Mas, de qualquer forma, creio que já chegamos a algumas respostas objetivas, e só não as vê quem não quer! A chave é a paciência, a persistência, e o melhor da coisa está justamente ai, pois é nesta falta de respostas que vem a demonstração de que o fenômeno é muito, mas muito mais complexo do que julgam alguns. A resposta, meu caro Reis, virá com o tempo, e se não temos domínio algum sobre e tempo, não podemos exigir respostas prontas ou imediatas.
Então, durante este período “moderno”, quais foram as principais mudanças ocorridas na Ufologia e, no seu ponto-de-vista, quais as perspectivas futuras? No que se refere à Ufologia, penso que a mudança ocorreu em relação aos pesquisadores e em todos aqueles que desenvolvem a matéria. Uma mudança que englobou uma miscigenação de linhas de trabalho, o que em princípio foi altamente benéfico, quando nós começamos a desprezar o radicalismo. A mudança ocorreu com o advento de militantes que se auto-in-titulam “místicos” ou “avançados” que, infelizmente, confundiram as estações como se abertura fosse sinônimo de anarquia, o que acarretou uma total decadência do tratamento científico dispensado ao tema. Penso que, num círculo vicioso, os ufólogos e cientificistas começaram a reagir, para representar a linha mais sóbria, e você e eu fizemos (E fazemos) parte dela; se não for muito tarde (e esperamos que não), podemos voltar a “moralizar” a Ufologia perante os meios da chamada ciência “oficial”. As minhas perspectivas são as de que, se conseguirmos esta retomada de linha para mostrar aos homens de ciência que Ufologia não se dedica a rezar para anjos salvadores, poderemos torná-la uma opção viável para tentar encontrar as chaves dos grandes segredos da humanidade. Todavia, temos que trabalhar rápido, pois isso pode estar bem mais próximo do que possamos imaginar. “Se ainda não for muito tarde (e espero que não), talvez tenhamos tempo para voltar a moralizar a Ufologia”.
Você já falou muito em científica, mística, avançada, esotérica… afinal, qual delas está com a razão ? Tem razão, sem dúvida, aqueles que se dedicam à comparação da Ufologia com o Esoterismo milenar, bem estruturado, apesar de extremamente complexo; é o que venho tentando fazer muito modestamente, diga-se, e sei que você e o Lúcio Manfredi, em São Paulo, partiram agora para uma linha semelhante, à qual me congratulo. Veja, Reis, a humanidade teve perdido o seu conhecimento em virtude de guerras políticas, religiosas e principalmente filosófico-ideológicas. Faltam-nos as chaves e as assim chamadas “clavículas” de conhecimento. Mas ele nos chegou mesmo assim. Aliás, nós, ufólogos, pelo simples fato de nos dedicarmos à esta matéria, já somos, num certo sentido, místicos. Atualmente, existem pessoas confundindo os termos “mística” com mistificação e misticismo exagerado e até alucinatório. Quanto à Ufologia “avançada”, se isto quer dizer já ter certeza de onde vêem os UFOs, o que são, quem os tripula e principalmente como entrar em contato telepático amiúde com os extraterrestres, então não sou nada avançado. Tenho ainda muita coisa a aprender. Enquanto isso, os “Karrans”, “Sherans” e outros alegados ETs continuam a fazer das suas por aí… Ainda não mereci o seu contato, segundo me dizem alguns desses “avançados”. Ainda não estou preparado. Não sou um “escolhido”, portanto…
Sob quais ângulos o fenômeno encerra mais mistérios, o físico ou o filosófico? Tenha certeza, meu caro amigo, sob ambos. Um puxa o outro, um está fortemente amarrado ao outro. Com relação ao aspecto físico, a grande incógnita que paira sobre nossas cabeças e incomoda nosso atual estágio de conhecimento, diz respeito ao campo gravitacional que os UFOs parecem criar à sua volta, independente de forças do planeta, com vistas à dúvida das impossibilidades de constantes viagens interestelares. Isso, tomando-se como hipótese de trabalho que os UFOs tenham procedência interplanetária, que fique bem claro. No lado filosófico, os UFOs desvinculam o homem de padrões estabelecidos que poderão ser confirmados ou, mais provavelmente, totalmente desmoronados! Este abalo de estrutura, do qual não temos escala Richter para medir, é um dos pontos mais interessantes deste aspecto. Imagine, por exemplo, se for confirmada a existência de civilizações inteligentes em outros planetas, tão evoluídas que conseguem vir até nós com surpreendente facilidade. Seria um absurdo, em termos de Astronomia – e provocaria grande choque no psiquismo humano. Estamos acostumados a ser educados sob a égide de uma criação perfeita, única no universo, por mãos divinas. No entanto, ao se descobrir vida mais espiritualizada, possuidora de saberes com os quais sequer sonhamos, nossa religião sofreria um caos torturante, habituada que é a centralizar o Cosmos aqui na Terra. Vimos há bem pouco tempo atrás o Papa cometer o disparate de “anistiar” Galileu Galilei, como se até então ele estivesse errado!… E o problema de Cristo, figura que respeitamos e admiramos extremamente? Lembro-me que, em um programa de rádio, o apresentador me perguntou se por acaso existiria um Cristo para cada planeta. Respondi que, segundo querem alguns, Cristo, cósmico, simbólico e abstrato, é um só, mas se Deus quisesse mesmo mandar “seu filho” para salvar ou conduzir civilizações, sem dúvida que essa individualidade se multiplicaria a um número talvez infinito, e cada uma delas adaptada às bases de seus respectivos mundos, quer físico e biológico, quer ético. Então, encontraríamos Cristos humanos e Cristos de constituição física absolutamente diferente da nossa.
Segundo Jacques Vallée, pode-se provocar o Fenômeno UFO e esperar por uma reação. Você concorda com ele? Sim, com certeza. Podemos provocar o Fenômeno UFO. Basta você usar um pouco de sugestão e fará muita gente ver um disco voador e até “conversar” com extraterrestres. Objetivamente, porém, ainda não vejo como se atrair um UFO, ao menos individualmente. Por outro lado, notamos que o fenômeno (autêntico) se manifesta sobre cidades, instalações rurais, militares ou não. Se você instalar alguma construção muito evidente num local antes absolutamente isolado, ou aglomerar muita gente em períodos longos num local de grande índice de aparições, considero possível que o Fenômeno UFO possa se manifestar mais amiúde. “Temos dois problemas graves: a falta de reconhecimento oficial e o preconceito da ciência ortodoxa”.
Qual o aspecto mais importante a ser pesquisado? Se levarmos em consideração que, ainda, basicamente, a Ufologia conta mais com o depoimento humano, acredito firmemente que é o testemunho o principal aspecto a ser minucio
sa e exaustivamente pesquisado, tantas vezes quantas forem necessárias. Em segundo lugar, devemos usar a imaginação e a assessoria de gente especializada para adaptarmos grada-tivamente as opções laboratoriais e técnicas à pesquisa material do Fenômeno UFO, que é possível, mesmo em pequena escala. Duas disciplinas, penso, são primordiais no momento – a Eletrônica e a Geologia – face aos fenômenos naturais e a possibilidade de propulsão de prováveis naves tripuladas. Quanto ao testemunho em si, temos que lançar mão da Psicologia, Parapsicologia, Psicanálise e Sociologia, só para começar. É a idéia que sempre defendi, e que você mesmo também defende e aplica na prática de suas pesquisas, e que não abro mão, em nenhuma hipótese.
Dos obstáculos que surgem, em qualquer direção, qual é o mais grave? Primeiramente, o não reconhecimento oficial por parte de certas potências mundiais. Depois, o preconceito da ciência ortodoxa, excessivamente acadêmica, sem abertura para novas e arrojadas acepções. Finalmente, a completa desordem e desmoralização da Ufologia em virtude dos “profetas” escatológicos, dos “contatados escolhidos” e dos “Adamskis da vida”…
Mas existem frutos, benefícios, um saldo positivo em tudo isto? Claro, sem dúvida, e o principal deles é poder situar o homem de maneira mais realista com vistas ao seu verdadeiro papel dentro da natureza. Em outras palavras, a grande evolução filosófica que lhe está reservada e também tecnológica, por que não? “Nossa região – Varginha -apresenta índices extremos de observações de UFOs”
Alguma declaração final? Não desejo filosofar, porém sinto que o Fenômeno UFO pode e deve trazer consigo uma mudança seríssima em toda a civilização presente, e modificará, predestinadamente, o rumo das futuras civilizações. Desejo que todos nós compreendamos qual é o nosso verdadeiro papel perante à humanidade. Não há escolhidos. Quando um barco naufraga, todos se afundam com ele. Se nosso planeta tiver sorte de alcançar o auge da evolução técnica sem se auto-destruir, então ninguém segurará o homem. É inevitável que, se isso acontecer abandonaremos os erros tão constantes de atualmente. Utopia? Um velho e vulgar sonho cósmico? Não, meu caro Reis: tais processos são irreversíveis e, diga-se, naturais, A evolução nos é permitida em virtude de nosso livre arbítrio. Se não escaparmos ã hecatombe, evoluímos até ela e evoluímos no instante derradeiro. Se ultrapassarmos esse instante – o ápice de tudo – será impossível decairmos. É uma questão de lógica. Não posso afirmar que atingiremos a perfeição, pois nem mesmo acredito neste termo, mas, indubitavelmente, estaremos conscientes de um universo mais amplo, onde uma grande fraternidade impulsiona o desenvolvimento do espírito, até atingirmos uma evolução tal que sairemos por aí ajudando a Criação a se expandir cada vez mais. Quanto a mim, tudo que quero é continuar pesquisando e – repito – modestamente. Buscando, enfim!
UFOS DENTRO DE QUARTEL: CASO SIMÃO BICHARA
Confirmações surpreendentes sobre o seqüestro do soldado Simão Bichara de dentro de uma guarnição do Exército, em Três Corações (MG)
APRESENTAÇÃO – A capa de nossa 5ª edição, de agosto/setembro de 1988, foi bem sugestiva. .Nela, uma cena de abdução – termo que designa um verdadeiro seqüestro por ETs – é mostrada como chamada para a matéria “Extraterrestres seqüestram soldado dentro de quartel”, do especialista Ubirajara Franco Rodrigues, nosso entrevistado nesta edição de UFO.
A matéria referiu-se a descrição detalhada e comentada de um dos mais espetaculares casos de abdução ocorridos no Brasil, o de Geraldo Simão Bichara, então soldado prestando serviço na 13ª Circunscrição Militar de Três Corações (MG), em 1962, quando tinha apenas 18 anos (hoje 45). Bichara protagonizou uma experiência horripilante, em que fora submetido a diversos exames “médicos” dentro do UFO, por criaturas estranhíssimas ao seu conhecimento. Pessoa simples, passou a ser perturbado pela ocorrência nos anos seguintes, sem que obtivesse “cura” final até que foi encontrado pelo pesquisador Ubirajara, que o entrevistou e o tratou, usando inclusive técnicas de hipnose regressiva (os interessados na ocorrência são aconselhados a ler sua descrição à pág. 6 de UFO, edição 5),
Após a publicação da matéria, como ocorre com artigos de tal envergadura dentro da Ufologia, recebemos muitas cartas de leitores descrevendo experiências também dentro de instalações militares no Brasil. Algumas verdadeiramente interessantes e merecedoras de maiores atenções por parte de nossa Redação. Entre essas, está a narrativa do leitor Luiz Felipe Campos de Rezende, que versa justamente sobre as ocorrências que envolveram o quartel de Três Corações e onde acrescenta alguns interessantes detalhes ao trabalho de Ubirajara. Assim, aproveitamos esta edição, onde publicamos a entrevista que nosso enviado Carlos Reis fez com Ubirajara, para publicar a carta do leitor Luiz Felipe. Da mesma forma, aproveitamos para lembrar aos nossos leitores em geral que esta publicação é essencialmente aberta a contribuições editoriais e se alguém tem algo a acrescentar (ou mesmo corrigir) a textos que têm sido publicados em UFO, nossa revista está receptiva para publicá-los, bastando que nos enviem em cópias datilografadas. Vamos à narrativa de Luiz Felipe:
Em 1983, fui convidado a colaborar para o Jornal Três, da cidade de Três Corações (MG), como articulista de um suplemento que se pretendia implantar naquele periódico.
Escolhi como tema de uma matéria “Os Discos Voadores no Sul de Minas” e fiz uma entrevista com o ufólogo Ubirajara Franco Rodrigues, da cidade de Varginha (aproximadamente 30 km de Três Corações).
Durante a entrevista, tive uma grande surpresa: Ubirajara me revelou um contato imediato de quinto grau que teria ocorrido r.o meu local de trabalho, já em Três Corações, ou seja, dentro da Escola de Sargentos das Armas, uma guarnição do Exército. Na época eu era funcionário civil, concursado pelo DASP desde 1979, trabalhando na parte administrativa do quartel.
Procurei, então, todos os militares que em 1962 serviram naquela guarnição. Alguns nem se lembravam mais, mas muitos outros foram positivos em seus depoimentos e até acrescentaram outros dados que não eram do conhecimento do ufólogo Ubirajara Rodrigues.
“ALTERADOS” – O subtenente Modesto, por exemplo, se recorda que além do caso Bichara ele soube
de outro ocorrido, que foi com o soldado Moreira, naquele mesmo ano. Certa noite, quando Moreira tirava serviço nas imediações do paiol, ele percebeu uma luzinha que corria no chão, mudando constantemente de lugar. Ele perseguiu a luzinha e a cutucou com a ponta da baioneta, levando de imediato um grande choque. Depois ele foi encontrado desacordado, com a língua enrolada, sendo conduzido para a enfermaria, sem que ninguém explicasse o fato.
Outro militar, cabo Eugênio, se recorda muito bem quando os soldados chegaram de manhã dizendo que haviam aparecido discos voadores naquela noite. Da maneira como ele falou, “os soldados chegaram de manhã dizendo…”, dá margens que possa ter existido mais testemunhas do contato. Pelo menos, testemunhas visuais. Ele reforça que os cavalos fugiram das baias e eram vistos dispersos pelas ruas do quartel.
Os militares consultados se lembravam dos soldados Moreira e Bichara como “alterados”. Neste ponto existem algumas dúvidas. O termo alterado tem uma grande abrangência no Exército. O soldado é considerado alterado quando ele comete faltas disciplinares. Estas faltas disciplinares são dos mais diversos tipos, como por exemplo: chegar atrasado, não estar com o uniforme devidamente apresentável, não cumprir ordens de seus superiores hierárquicos, má conduta, embriaguez, etc.
Todos os militares que se lembraram do caso, também se lembraram dos dois soldados: Bichara e Moreira, sempre “alterados”. Mas não foram precisos em relação ao motivo que os levavam a considerá-los assim. Isto, com exceção do cabo Eugênio, que se referiu ao alcoolismo de Geraldo Bichara. Existem outros pontos a considerar. Por exemplo, Geraldo Bichara deu baixa em dezembro. Este mês é a época da primeira baixa e na primeira baixa são incluídos apenas soldados não “alterados”, sem punições disciplinares.
PERTURBAÇÕES – Também há de se considerar, e é de conhecimento de toda pessoa que estuda Ufologia, que modificações comportamentais ocorrem em pessoas que tiveram contatos de graus elevados com extraterrestres. Pode ser que os dois contatados (Bichara e Moreira) tenham sofrido modificações deste tipo, fazendo com que tivessem perturbações psíquicas e isto teria refletido a conduta deles, deixando gravado na memória de seus superiores a imagem de alterados . Ubirajara Rodrigues escolheu o depoimento do oficialde dia, que não quis ser citado, e ele afirmou que deve ter ocorrido algum engano, pois segundo lhe consta, Geraldo Bichara não era mais alcoólatra, como ocorreria alguns anos mais tarde.
Estas divergências existem, talvez pelo fator tempo, pois este contato teria sido realizado há 21 anos atrás (em 1962), quando a pesquisa foi realizada 1983. Mas é importante frisar que quase todas as pessoas que serviam ou trabalhavam no quartel em 1962, e que foram argüidas por mim, se lembraram deste acontecimento, mesmo que sem muita precisão.
Dentro dos quartéis existem dois boletins que pautam todas as atividades da caserna. Cm deles é o boletim interno e o outro é o boletim interno reservado. Procurei no boletim interno de 26 de agosto de 1962, e os dois subseqüentes, alguma informação que se relacionasse com o caso de Geraldo Bichara e nada encontrei. No boletim interno reservado eu não procurei, pois o seu acesso só é permitido a militares.
Também é curioso que Geraldo Bichara tenha sentido um cheiro de café dentro do UFO. O café é o produto agrícola mais abundante no sul de Minas, um dos maiores produtores do país. O cultivo desta planta nesta região já é uma prática tradicional. Mas é interessante observar que as plantações vistas do alto chamam a atenção pela sua geometria e simetria. Elas demonstram que existe ali unia atividade inteligente. Qualquer astronauta americano ou soviético que estivesse sobrevoando algum outro planeta, se atentaria a detalhes como estas plantações dispostas geometricamente.
OUTRAS APARIÇÕES EM ÁREAS MILITARES – Também são comuns os avistamentos de UFOs em duas outras áreas que pertencem à Guarnição Militar de Três Corações. Uma delas é a Granja Atalaia (aproximada/pente uns 7 km do quartel), que fica junto ao campo de pouso Atalaia, onde antes funcionava o aeroclube civil da cidade. Lá, há alguns anos, o sargento F. foi acordado de madrugada pelos soldados que afirmavam que alguns carros estavam vindo pela estrada em direção à granja. Eram holofotes fortes. O sargento F. constatou que aquilo não deveria ser carro. E, realmente, a luz se desviou da estrada, levantou vôo e foi para a direção da cidade. Lá, ainda ficou um bom tempo pairando, estacionada. O sargento F. passou o serviço ao seu oficial superior com “alteração”. Ele me pediu sigilo e que seu nome não fosse citado. O seu avistamento também é de conhecimento de muitos companheiros dele.