Os astronautas americanos Michael Lopez-Alegria e Sunita Williams encerraram neste domingo com sucesso a segunda das três caminhadas que têm que realizar na Estação Espacial Internacional (ISS).
Durante a expedição, que durou mais de sete horas, os astronautas conectaram um novo sistema de provisão energética e de resfriamento à estação.
Lopez-Alegria, comandante da ISS, e Williams, engenheira de bordo, abriram as escotilhas do módulo de despressurização da plataforma orbital às 11h38 (de Brasília), segundo a Nasa, e assim saíram ao espaço aberto.
O principal objetivo dessa saída ao espaço aberto foi continuar os trabalhos da última caminhada, realizada na quarta-feira, para a transição do atual sistema temporário de provisão energética e resfriamento na ISS, para um permanente. A transição começou durante a missão da nave Discovery, em dezembro de 2006.
A última caminhada espacial durou quase oito horas, uma das mais longas na história, e teve que ser interrompida devido a um vazamento de amoníaco no sistema de resfriamento, que não teve maiores conseqüências.
Lopez-Alegria e Williams também tiraram mais fotos de um painel solar, que deverá ser redobrado durante a missão de uma nave americana, prevista para março.
O vazamento de amoníaco impediu que os astronautas terminassem a tarefa no curso na caminhada anterior. Durante a caminhada de hoje, houve um novo vazamento de amoníaco que não apresentou nenhum risco, informou a Nasa. Os astronautas examinaram seus trajes, luvas e capacetes e não encontraram nenhum resíduo.
O centro de controle da missão no Centro Espacial Johnson da Nasa, em Houston (Texas), disse aos astronautas que a exposição dos seus trajes à luz solar teria eliminado qualquer possível resíduo restante. Os astronautas vêem um amanhecer a cada uma hora e meia.
Mesmo assim, foram feitos testes adicionais de descontaminação, quando os astronautas entraram no módulo de despressurização do laboratório internacional.
Trabalhos
Os trabalhos que serão realizados durante as três caminhadas são imprescindíveis para a continuidade da construção da ISS, além de preparar os futuros acoplamentos das naves americanas e dos módulos científicos europeus e japoneses.
O Centro de Controle de Vôos Espaciais da Rússia (CCVE) informou hoje que a modificação do sistema energético que os astronautas realizam permitirá que as naves americanas recebam provisão elétrica da ISS, em vez de utilizar suas próprias fontes, que são limitadas.
Assim, as naves, começando pelo Endeavour, que voará até a ISS em meados de 2007, ficarão na estação por mais tempo, até 14 dias, e suas tripulações poderão realizar mais trabalhos.
Lopez-Alegria e Williams devem efetuar outra caminhada espacial, como parte do programa americano, na próxima quinta-feira, embora fontes da Nasa afirmem que poderiam fazer outras, caso seja necessário.
Em novembro, os tripulantes da ISS realizaram uma caminhada dentro do programa espacial russo, que, de acordo com o previsto, deve ser repetida em 22 de fevereiro.
Ao fim da última caminhada prevista, Lopez-Alegria terá completado sua décima saída ao espaço aberto, um número recorde. Williams também fará seu próprio recorde entre as mulheres, com um total de quatro saídas.
Vazamento
O vazamento foi registrado no domingo, informou um representante da Nasa na Rússia. O incidente não representa riscos, informou Serguei Puzanov, representante da Nasa no entro de Controle de Vôos Espaciais da Rússia.
“Houve um pequeno vazamento de amoníaco, líquido refrigerador, no sistema de esfriamento, mas não há nada terrível nisso”, garantiu Puzanov. O funcionário explicou que uma certa quantidade de amoníaco manchou as luvas dos astronautas Michael López Alegria e Sunita Williams, que realizam trabalhos de reconfiguração do sistema de resfriamento da ISS.
Puzanov indicou que, após o vazamento registrado durante a última caminhada espacial, na quarta-feira, a Nasa elaborou recomendações aos astronautas para tais casos, que incluem o uso de uma toalha especial.
Ele acrescentou que o amoníaco evapora com o impacto da luz solar, e lembrou que, ao voltar à ISS, López Alegria e Williams deixaram a escotilha da câmara de despresurização aberta mais tempo do que o habitual, justamente para esperar a evaporação do gás Tóxico.