Astrônomos acabam de anunciar mais uma semelhança entre o sistema Trappist-1 e o nosso Sistema Solar. Encontramos um irmão?
O sistema Trappist-1 é o mais tentador em nossa vizinhança galáctica. A apenas 40 anos-luz de distância, muito perto em termos espaciais, tem sete exoplanetas rochosos, três dos quais estão na zona habitável de sua estrela.
Mas isso não basta para tornar um mundo verdadeiramente habitável, então os astrônomos têm buscado características que podem nos contar mais sobre a história do sistema.
Agora, uma nova pesquisa descobriu que, assim como os planetas do Sistema Solar orbitam em um plano mais ou menos regular ao redor do equador do Sol, cujo “desenho” lembra um pouco um disco de vinil, os exoplanetas do TRAPPIST-1 também fazem o mesmo.
Essa descoberta permitirá aos astrônomos investigar a dinâmica da história do sistema, o que pode nos ajudar a refinar modelos do sistema e descartar a habitabilidade em qualquer um de seus exoplanetas.
Planetas regulares
Concepção artística do Sistema Trappist-1 Crédito: NASA
Mas encontrar os planetas ao redor do equador da estrela significa que eles estão basicamente orbitando na mesma inclinação em que se formaram, facilitando o estudo do estado primordial do sistema.
Até hoje, foram descobertos mais de 4.000 exoplanetas na Via Láctea, e uma das coisas muito importantes que eles podem nos mostrar é o quão regular o Sistema Solar realmente é.
Os astrônomos já mediram o alinhamento orbital de muitos exoplanetas até agora, e muitos gigantes gasosos em órbita próxima exibem o que é chamado de obliquidade estelar, quando os exoplanetas de uma estrela estão orbitando em ângulo oblíquo ao eixo de rotação da estrela.
Os sistemas de vários planetas tendem a ser menos oblíquos – mas ninguém o havia medido com mundos rochosos semelhantes à Terra antes. Isso ocorre porque a obliquidade estelar é medida com base em algo chamado efeito Rossiter-McLaughlin, que é difícil de observar com pequenas estrelas fracas.
Anãs vermelhas e além
Planetas orbitando uma anã vermlha. Crédito: NASA
TRAPPIST-1 é uma anã vermelha, o que significa que é muito pequena e fraca, então o efeito Rossiter-McLaughlin era impossível de observar antes.
Mas o telescópio Subaru, localizado no Havaí, foi recentemente equipado com o Doppler infravermelho (IRD), um novo espectrógrafo com resolução alta o suficiente para identificá-lo.
“Apesar das limitações dos dados, nossa observação dos trânsitos de Doppler no sistema TRAPPIST-1 são as primeiras dessas observações, até onde sabemos, para uma estrela de baixa massa”, disseram os pesquisadores em artigo recentemente publicado.
“Nenhum outro resultado foi relatado para estrelas mais frias que 3.200° C. Ao realizar observações adicionais com o IRD e outros novos espectrógrafos infravermelhos de alta resolução, uma nova janela será aberta nas arquiteturas orbitais dos sistemas planetários em torno de estrelas de baixa massa”.
Traduzindo, a partir de agora mais sistemas como esse podem ser encontrados e talvez descubramos que temos muitos sistemas estelares “irmãos” por todo o cosmos.
A pesquisa foi publicada no The Astrophysical Journal Letters.
Fonte: Science Alert
Veja, abaixo, vídeos sobre exoplanetas: