A idéia de que algumas técnicas de resistência física e psíquica podem repelir a ação de seres extraterrestres – especialmente aqueles considerados indesejáveis, como os chamados “visitantes noturnos” ou grays [Cinzas] – foi aventado pela primeira vez em meus artigos publicados no boletim Mufon UFO Journal, da MUFON, e na revista inglesa Flying Saucer Review, há poucos anos. Desde então, vários dados novos vêm surgindo para formar uma idéia mais completa e aperfeiçoar as técnicas, que podem levar até mesmo à prevenção de abduções ou o impedimento de que elas aconteçam. A reação aos primeiros artigos publicados foi gratificante e cerca de 35 novos casos que comprovam a teoria vieram à luz até agora. Gradualmente, um catálogo com 200 casos do gênero será montado e apresentado à Comunidade Ufológica Mundial. Mas os aspectos prós e contras desta polêmica questão estão sendo debatidos, e pesquisadores e testemunhas continuam oferecendo contribuições importantes.
Alguns estudiosos dizem que é impossível impedir um contato ou uma abdução, argumentando que as entidades ufológicas ou ufonautas são tecnologicamente superiores a nós e dominam recursos físicos e mentais que não temos. Outros dizem que certas testemunhas têm uma espécie de “permissão” dos ufonautas para acreditar que impediram o contato. Há algumas delas que aceitam cautelosamente a possibilidade de uma resistência bem-sucedida e pedem conselhos sobre como conseguir isso. Outras, que compartilham do sentimento de que as ufonautas estão ajudando a raça humana a evoluir espiritualmente, não têm interesse em impedir o contato.
Nesses mais de 20 anos de pesquisas sobre as abduções, sempre trabalhei com o princípio de que cada testemunha sabe melhor do que ninguém o que viveu e o que experimentou nas mãos de seus abdutores, e elas são as melhores pessoas para discutir as razões de as entidades terem-nas contatado e abduzido. Permaneço aberta à possibilidade de que vários grupos de inteligências desconhecidas e muitas raças cósmicas distintas, estejam por trás do Fenômeno UFO. Assim, suas motivações em se aproximar da Terra e nos abduzir podem variar entre os dois pólos opostos, do positivo ao negativo, tal como os efeitos nas testemunhas abduzidas podem variar do terror à euforia. As técnicas de resistência de que tratamos aqui são recomendadas apenas para aquelas testemunhas que sofreram traumas resultantes de um contato ufológico profundo e que se sintam violadas com os assédios recorrentes de seus abdutores. É sabido que os abduzidos passam pela mesma experiência inúmeras vezes, como se os seres extraterrestres tivessem um programa de acompanhamento de seus atos [Veja DVD Seqüestros por ETs: Um Fenômeno Global, código DVD-021 da seção Shopping UFO desta edição].
Contatos com seres benignos — De qualquer forma, sabemos também que nem todo contato ufológico produz traumas ou deixa seqüelas. Vários casos em que UFOs são inesperadamente vistos por testemunhas no ambiente externo parecem ser de natureza benigna. Em tais casos, os ufonautas parecem ansiosos em fugir de nossa presença quando são descobertos. Outros casos, que podem ocorrer tanto dentro quanto fora de casa, sugerem contatos íntimos com seres benignos. É regra geral, porém, que as entidades supostamente benignas sejam descritas como possuindo formas bastante diversas das do tipo baixo e de cabeça grande, conhecido como gray. Mas é inegável, todavia, que várias formas de trauma remanesçam nas testemunhas de contatos imediatos durante o que os ufólogos chamam de “cenários típicos de abdução”. A raça humana tem o direito básico de preservar-se contra interferências indesejadas, especialmente as vindas de seres não identificados. Quanto à idéia geral dos estudiosos do Fenômeno UFO, de que entidades ajudam a raça humana a evoluir, nada é dito nas grandes obras filosóficas ou religiosas sobre outras raças de criaturas serem responsáveis por nós ou nossos atos. A única exceção a isso, possivelmente, é uma classe de seres chamada de anjos, que, segundo grandes obras – como o Alcorão e o Velho e Novo Testamento –, seriam mensageiros de Deus e trariam para nós, especificamente, avisos sobre perigos individuais ou coletivos.
Tecnologia superior — O conceito popular que todos nós temos de “anjos da guarda”, que nos acompanhariam e nos ajudariam ao longo de nossas vidas, também é bastante comum. Embora livros sobre tais criaturas sejam atualmente bastante populares, sabe-se muito pouco sobre a natureza essencial desses seres espirituais, se é que existem. O processo evolutivo da humanidade – isto é, nossa gradativa transformação em seres espirituais – não está comprovadamente nas mãos de qualquer outra ordem de criaturas conhecidas, exceto de nós mesmos. Alguns autores defendem a idéia de que há milhares de anos seres extraterrestres têm influenciado nossa evolução, mas até o momento as provas concretas acerca disso são discutíveis.
Uma idéia polêmica no campo ufológico diz que as abduções alienígenas têm o propósito de servirem de experiências genéticas ou para cruzamento de raças, sendo portanto parte de um processo evolutivo. Se fosse assim, acredito que duas coisas seriam evidentes. Primeiro, que tal processo estaria mencionado na literatura de nossas maiores obras filosóficas e religiosas e, segundo, que ele aconteceria sem traumas. Embora muitas testemunhas sejam capazes de suportar as abduções e emergir delas como seres humanos mais fortes e conscientes, muitas outras sofrem danos que persistem para o resto de suas vidas.
Os ufólogos favoráveis à hipótese extraterrestre (HET) acreditam que seres de outros mundos, que viajam pelo universo em naves espaciais, devam ser necessariamente superiores a nós tanto em tecnologia quanto em inteligência, e que esses ETs utilizam uma tecnologia superior para fazer com que suas vítimas aceitem suas experiências, entre elas as abduções. Mas embora o processo de abdução geralmente envolva a concordância da testemunha ou sua aceitação do fato durante a ocorrência, normalmente por meio de uma paralisia física ou mental temporária da vítima, não há provas conclusivas de que seja a suposta tecnologia superior dos raptores que esteja provocando esse tipo de situação. Os ufonautas podem também possuir meio
s de afetar as testemunhas de maneira apenas mental, provocando a mesma sensação de paralisia.
Há provas crescentes de que as abduções ufológicas dentro de residências acontecem quando as testemunhas já estão em um estado alterado de consciência, como por exemplo em uma das fases do sono, como a sonolência em frente à televisão etc. Assim, é razoável supor que esses ufonautas possam saber como aprofundar e manipular em seu favor tais estados alterados, o que freqüentemente envolve paralisia temporária em grandes grupos musculares. Mas, novamente, é importante que se diga que o simples fato de terem ciência de certos aspectos da fisiologia humana não constitui prova de superioridade mental.
Embora setores da raça humana sejam de alguma forma ainda primitivos, há vastas regiões na Terra onde grandes civilizações floresceram, desenvolveram e reconhecem que os indivíduos têm direitos inalienáveis. Mesmo assim, a maioria dos ufonautas, em suas abduções, trata todos os seres humanos como se estes não possuíssem qualquer direito e como se o seqüestro não fosse uma violação grave da individualidade humana. Mas, ainda assim, a discussão de que tais entidades nos vêem necessariamente como cobaias de laboratório, por estarem em uma escala evolutiva superior à nossa, não tem fundamento. Se os ufonautas são tão avançados quanto muitos acreditam, então deveriam reconhecer nossa raça como uma forma de vida autônoma, guerreira, mas essencialmente espiritual.
Criaturas intradimensionais — Minha tese de trabalho no presente momento é a de que entidades que realizam as abduções não são meramente extraterrestres. Se fossem, seriam indubitavelmente superiores a nós – ao menos tecnologicamente – e as técnicas de resistência que propomos simplesmente não funcionariam contra elas. Ademais, surgem cada vez mais provas de que a ações desses intrusos noturnos podem ser evitadas. É mais lógico, portanto, aceitar que tais inteligências não identificadas tenham fontes intradimensionais, e são muito possivelmente percebidas pelas testemunhas em estados alterados de consciência [Veja livro Seqüestros Alienígenas, código LIV-007 da seção Shopping UFO desta edição]. Criaturas intradimensionais como as faery folks, as fadas dos celtas, os djins, gênios ou espíritos malignos dos muçulmanos, os íncubos, demônios masculinos da era medieval, as old hags, velhas bruxas de Newfoundland, e outras criaturas supostamente de fora deste mundo ou do mundo da fantasia, assediaram, seqüestraram e impuseram contatos sexuais com membros da raça humana durante milênios.
Está no folclore de muitos países. Dentro desse contexto, soa bastante lógica a hipótese de que as entidades que realizam as abdução ufológicas no presente sejam aquelas antigas criaturas, simplesmente vestidas com trajes espaciais mais apropriados à nossa atual era tecnológica, a fim de ajustarem-se às nossas expectativas culturais. Assim, a hipótese intradimensional (HIT) não se desvia do fato de que tais contatos são considerados reais pelos contatados. Há ainda vários dados que indicam que os ufonautas são temporariamente físicos, pelo menos durante alguma fase do processo de contato e abdução, e capazes de produzir efeitos físicos concretos. É importante para a hipótese das técnicas de resistência aos seus atos apresentar provas de que as entidades de abdução não são necessariamente extraterrestres.
Batalha mental — As entidades ufológicas associadas a relatos de abdução parecem ser de natureza intradimensional também porque, segundo muitos relatos, podem materializar-se e desmaterializar-se em pleno ar, além de atravessar paredes sólidas e matéria física. Mais que isso, em alguns casos parecem capazes de mudar de forma de acordo com as necessidades do momento, alterando altura e formato. A natureza transitória dos ufonautas parece indicar que eles sejam apenas temporariamente visíveis em nosso espaço-tempo. Se for assim, podemos postular que, quando seu objetivo é concretizado, a energia da qual seus corpos físicos temporários são formados retorna à fonte da qual é originária, deixando-nos sem qualquer pista real sobre sua natureza ou aparência verdadeira. Enfim, temos nas mãos um quebra-cabeças considerável.
Se esses ufonautas são apenas temporariamente físicos, então os veículos para onde levam os abduzidos também são, logicamente, temporariamente físicos. Esta pode ser a razão pela qual poucas naves ou mesmo entidades alienígenas são descritas de forma exatamente igual, mas sempre com variações aqui e ali. É claro que os abduzidos que têm contatos continuados e recorrentes com seus raptores sempre vêem a mesma nave e entidades repetidamente, mas este é um outro aspecto da questão. Aplicando a teoria acima ao nosso principal propósito aqui, de discutir técnicas de rejeição à abdução, reiteramos que caso essas entidades não sejam tecnologicamente superiores a nós e não sejam parte permanente de nosso espaço-tempo, os seres humanos seriam capazes de impedir os contatos se assim desejassem.
Permaneço abertaà possibilidade de que existemvários grupos de inteligências desconhecidas e muitas raças cósmicas distintas que estão por trás do Fenômeno UFO
A mente humana é um instrumento poderoso, uma ponte entre o corpo físico e evoluído, e o espírito humano da essência da vida, algumas vezes chamado de “élan vital” ou, mais simplesmente, de alma. Essa mente é capaz de curar doenças físicas e mentais, e até mesmo de afetar a matéria, conforme demonstrado por experiências psicocinéticas em laboratórios de parapsicologia no mundo todo. Se é assim, por que não poderíamos impedir invasões de outras criaturas intradimensionais? Pesquisas ao longo dos últimos anos têm demonstrado que as técnicas utilizadas com sucesso pelas vítimas de abdução são, na maioria das vezes, capacidades comuns da mente humana.
Em um caso recente, uma testemunha norte-americana, Jan Whitley, uma pessoa com grande força de vontade, descreveu ter usado a técnica de raiva justificada par
a impedir mais uma abdução. Jan passou por uma infância infeliz, tendo que mudar-se para longe de sua casa, até encontrar pais adotivos amorosos. Trabalhou meio período até concluir seus estudos. Quando começaram os ataques de ufonautas, que se tornaram recorrentes, já tinha 23 anos e morava sozinha. Instintivamente, todas as vezes nas quais esteve consciente durante as aproximações, Jan utilizou uma “guerra mental” contra eles, com sucesso. Os ataques, porém, continuaram, e Jan cansou-se da invasão de sua privacidade por aqueles seres. Ela começou então a “gritar mentalmente” contra eles: “Vão embora. Deixem-me em paz”.
Capacidades paranormais — Essa técnica de raiva justificada funcionava mais rapidamente do que a batalha mental, método que também foi utilizado por Emily Cronin. Durante vários meses ela foi visitada repetidas vezes no meio da noite por entidades de pele branca com grandes olhos e mãos gigantes. Ela descobriu que, por meio de uma batalha conjunta mental e física, mesmo paralisada por eles, conseguia mexer um dedo da mão ou do pé, com o que fazia aos poucos desaparecer a paralisia e os visitantes. Emily, assim como Jan, é muito consciente de seus direitos enquanto pessoa, com a convicção interior de que sua dignidade individual é inviolável. Outra testemunha, Robert Nolan, foi soldado durante a Guerra do Vietnã. Ele aprendeu a sentir a presença dos vietcongues antes de precisar usar um dos cinco sentidos que indicaria a presença do inimigo. Essa faculdade, como uma capacidade paranormal, salvou-lhe a vida várias vezes. Ao retornar aos Estados Unidos, Nolan começou a ter contatos noturnos com entidades tipicamente ufológicas, sofrendo abduções, exames etc.
Ele começou então a usar uma técnica semelhante a que usava durante a guerra, para sentir quando um contato estava prestes a acontecer. Nolan acha bastante difícil expressar adequadamente em palavras o que sente quando usa tal técnica, mas a associa ao mesmo tipo de intuição que tinha enquanto era soldado no campo de batalha. Até hoje os ufonautas continuam tentando contatá-lo de vez em quando, mas ele descobriu que a resistência, a batalha mental, nos primeiros estágios de aproximação funciona muito mais rápido do que se esperasse até que as entidades se materializassem.
As experiências de Nolan parecem dar mais força à hipótese intradimensional. É lógico supor que, se os visitantes são físicos, assim como nós, o ambiente em que um contato ocorre não seria perturbado por sua presença. Porém, se teorizarmos que as entidades estão invadindo nosso espaço-tempo vindos de uma outra dimensão, parece mais lógico que esse espaço-tempo seja alterado, e as modificações poderiam ser detectadas de forma intuitiva. A técnica de apelar a personagens espirituais, que também foi descrita por outras vítimas de abdução, parece dar bons resultados, qualquer que seja a entidade imaginaria a quem se recorre, como quando se pede proteção de símbolos religiosos.
Estado de paralisia — O processo é comumente utilizado por testemunhas e pode ser considerado eficaz. O personagem espiritual a quem se recorre difere conforme as crenças pessoais de cada pessoa. Se ela acredita ou não em entes espirituais, um fato básico permanece. Se a testemunha envolvida em contatos ufológicos sente dentro de si que tem direitos invioláveis, está protegida por essa idéia, e da mesma forma se as testemunhas sentem que podem proteger-se de uma fonte espiritual de fora de si, também estarão protegidas por esse conhecimento [Veja DVD Aliens: Da Lenda à Realidade, código DVD-016 da seção Shopping UFO desta edição].
Há casos em que as testemunhas utilizam uma variedade de técnicas em conjunto, como o de Morgana van Klausen, cujos vestígios de pouso de um UFO no quintal e contatos com entidades foram descritos na Flying Saucer Review e no Mufon UFO Journal. Esta autora e a ufóloga Georgeanne Cifarelli, investigadora de campo da MUFON, pesquisaram o caso de Morgana juntas. Entre dezembro de 1987 e maio de 1990, Morgana passou mensalmente por ocorrências perturbadoras. Durante algumas delas, criaturas de olhos grandes materializaram-se em sua casa, geralmente à noite. Outras experiências envolviam lapsos de tempo inexplicáveis, um deles associado ao avistamento de uma grande luz que se movia sobre seu quintal. Seu filho de cinco anos também relatou ter visto criaturas em seu quarto, e desenhou o interior e o exterior da nave espacial que ele teria visto.
Assustada, Morgana deixava as luzes acesas à noite no corredor e no banheiro de sua casa, e isso parecia evitar que as experiências voltassem a acontecer. Seu marido, um profissional bastante conhecido, achou que suas experiências fossem imaginárias e discutiu com ela quanto a deixar as luzes acesas. Até que ele também viu as entidades em uma determinada noite, enquanto estava em estado de paralisia. Ele mudou de atitude imediatamente e passou a apoiar a esposa, não discutindo mais sobre deixar as luzes acesas durante a noite. Morgana ficou fortalecida com seu apoio, mas quando estava sozinha em casa, o medo dos contatos voltava e ela começava a vociferar em voz alta mensagens de rejeição às entidades, tais como “Vão embora e não voltem mais!” Por meio de uma combinação de técnicas – a rejeição verbal, deixar as luzes acesas à noite e pendurar um terço perto do abajur –, ela finalmente sentiu-se protegida e foi capaz de retomar uma vida normal, livre do terror que sentiu durante vários meses.
Em março de 1995, Morgana passou por um aborto traumático que associou, num primeiro momento, a um possível caso de feto retirado, muito comum no universo ufológico. Em junho do mesmo ano, começou a sentir dores por todo o corpo. Seu médico suspeitou de lúpus, uma doença crônica de causa desconhecida, na qual acontecem alterações fundamentais no sistema imunológico da pessoa, atingindo predominantemente mulheres. Mas os exames não confirmaram tal hipótese. A dor evoluiu até viraram sensações de queimação interna. Vários testes, incluindo escaneamento de seu corpo, não puderam identificar a causa. Um neurologista finalmente diagnosticou como sendo fibromialgia ou fibromiosite [Perturbação caracterizada por dores muito incômodas e rigidez dos tecidos moles como os músculos, os tendões e os ligamentos] e disse à Morgana que aquela condição era resultante de um trauma severo no corpo, como por exemplo um acidente de carro ou um estupro. Mas nenhuma
das coisas tinha acontecido com Morgana, e ela foi forçada a esperar por sete meses, bebendo grandes quantidades de água sob recomendação do médico, a fim de limpar-se das toxinas em seus músculos e terminações nervosas. O médico também disse a Morgana que a seriedade e extensão de seus distúrbios eram excepcionais. Seu último contato com ufonautas – aparentemente isolado – aconteceu em maio de 1991, quando uma das criaturas de pele branca materializou-se ao lado de sua cama.
Morgana pôde se livrar da paralisia a que foi submetida e se lançar num esforço para proteger-se, empurrando a criatura, o que a fez desaparecer. Uma técnica similar de apoio familiar, em lugares onde ocorrem os mesmos contatos com entidades ufológicas, também foi utilizada por uma correspondente minha na Flórida, que chamarei de Jean. Ela teve várias experiências com uma figura assustadora que a assediava enquanto era criança. A entidade, em suas palavras, era “quase como uma força de eletrônica, tentando arrancar-me do meu corpo”. Um dia Jean finalmente se abriu com sua avó, e descobriu que ela também tinha tido o mesmo problema e que costumava se defender dos intrusos com orações. A avó tinha até mesmo dado um nome para a criatura – Medvet, “criatura que vem durante a noite”. Seguindo os conselhos da avó, Jean armou-se com imagens do Sagrado Coração de Jesus, um conceito católico.
Durante os contatos seguintes, em meio aos assédios, a testemunha falava à criatura de que o Sagrado Coração a protegia contra ela. Jean controlou satisfatoriamente seu terror com aquelas situações e chegou a ter coragem de perguntar ao ufonauta coisas como “quem é você?” e “o que você quer?” Mas não recebeu qualquer resposta. Em vez disso, a criatura se aproximava dela, ficando perto de seu rosto e então Jean pulava da cama e corria para fora do quarto. A proteção que Jean acreditava ter contra forças espirituais não impedia que a criatura viesse, mas ela tinha confiança de que sua sintonia com uma força protetora a mantinha segura contra qualquer efeito nocivo [Veja UFO 114 a 117].
Indução à submissão — Além das técnicas comuns, já apresentadas – como a batalha mental e física, a raiva justificada, o apoio dos adultos da família e apelos a personagens espirituais –, há várias métodos metafísicos válidos para repelir e até impedir abduções, que também são relatados como eficazes pelas testemunhas e podem ser aprendidos por qualquer um. Um deles bem simples parece ser o processo de envolver-se com uma luz branca imaginaria, que, se imaginada com verdadeira intensidade, dá a sensação de proteger a pessoa de ataques externos. Há várias formas de exercitar essa técnica, todas aparentemente eficazes. Algumas pessoas vêem a luz branca como vindo do alto da cabeça, da área conhecida como o chakra [Segundo a filosofia iogue, seria ponto onde as rotas energéticas estão mais próximos da superfície do corpo] da coroa, espalhando-se pelo corpo e estendendo-se por alguns centímetros ao involucrá-lo.
É comumente utilizada durante a meditação e hipnose por médicos de inclinação metafísica, e serve basicamente como um meio de proteger o ser humano de intrusões de forças desconhecidas, que, acredita-se, têm a entrada facilitada na psiquê dos indivíduos enquanto estes estão em estados alterados. Se as entidades de abdução intrusivas são vistas como forças não íntegras, e se a pessoa assediada acredita na eficácia da técnica da luz branca, este pode ser um meio eficaz de resistência ao contato, conforme demonstrado através de vários casos que recolhi. Muitas descrições que as testemunhas dão de seus relatos enfatizam que os olhos das entidades abdutoras são quase hipnóticos e têm a capacidade de paralisá-las e induzi-las à submissão. O caso de Licia Davidson é um exemplo bastante notório disso. Junto com uma colega de quarto, ela passou por várias abduções durante os últimos seis anos. Seu caso foi intimamente acompanhado por John Miller, de San Pedro, Califórnia. Licia tinha tantas lembranças conscientes de muitas de suas experiências quanto inconscientes, e por isso também passou por técnicas de hipnose regressiva aplicada por um terapeuta.
Durante uma sessão de hipnose, Licia entrou em transe profundo e reconheceu com certa surpresa que aquele parecia ser o mesmo tipo de estado alterado do qual se lembrava ter passado em suas experiências de aproximação de ETs. Seu terapeuta deu-lhe sugestões pós-hipnóticas de que deveria ser capaz de “expandir o inconsciente” sempre que se visse em um contato ou abdução iminente, permitindo-se lembrar e controlar os eventos durante o processo, se ele ocorrer. Por seu nível de irritação estar crescendo devido às freqüentes intrusões dos seres, Licia foi também incentivada pelo doutor Miller a tentar espantar qualquer contato que considerasse intrusivo. Ela concordou em levar adiante a experiência e praticou sua técnica de expandir o inconsciente diariamente em períodos de meditação de 15 minutos, utilizando uma máquina de sincronização cerebral que usa luz e som para sincronizar os hemisférios do cérebro. A teoria por trás disso é a de que a atividade química cerebral é estimulada por esses dois canais. Em uma experiência de abdução seguinte, entidades grays de tamanho menor – aos quais muitos ufólogos se referem como “trabalhadores” – colocaram nela um aparelho de audição e disseram que ela ouviria “a voz de Deus”. A voz que ouvia pelo aparelho era uniforme, sem variações e mecânica. Licia entendeu que os pequenos seres estavam mentindo e recusou-se a continuar ouvindo pelo aparelho. Ela deu as costas e evitou o contato nos olhos. Sentiu uma explosão de temperamento dos seres e percebeu uma confusão entre eles. Então, um dos grays, com cerca de um metro e meio, surgiu e restabeleceu a ordem entre eles, levando Licia para outra sala. Olhando para os seres menores, ela os viu parados em filas, “parados como estátuas”. Achando que poderia ser morta por causa de sua resistência, decidiu ceder. Porém, apesar de sua resistência, aquele contato em particular terminou de forma benigna.
Manobra dos ufonautas — Licia não
soube dizer se essa sensação de que seria morta veio de sua própria inconsciência ou de alguma sugestão mental vinda das entidades. Seu caso é bastante complexo, mas o importante aqui é que uma técnica de resistência deliberada por parte da testemunha aparentemente interferiu em uma manobra dos ufonautas. Os contatos de Licia continuam, causando na testemunha muita frustração e preocupação, mas ela diz que não quer interromper os contatos de vez, pois tem profunda curiosidade sobre as entidades e quer ver se pode comunicar-se de forma efetiva e franca com elas, a fim de descobrir o que realmente são e o motivo de a estarem contatando. Ela acredita que o uso criterioso de técnicas de resistência pode ajudá-la a conseguir isso.
Há uma outra técnica que, embora relacionada à raiva justificada, conforme utilizada por Jan Whitley, apresenta diferenças essenciais. Trata-se da “fúria protetora”, que tem sido utilizada com sucesso por várias testemunhas e provoca a fuga rápida das entidades intrusivas. Ela consiste de uma verbalização forte da rejeição, dirigida às entidades, freqüentemente originadas do desejo da testemunha de proteger outras pessoas além de si mesma. Essencialmente, a raiva justificada é de alguma forma uma emoção mais suave e pode ser demonstrada sem palavras. É freqüentemente utilizada durante o próprio contato, e o motivo é quase sempre o de proteger a si mesmo. A fúria protetora, por outro lado, utiliza a verbalização de uma forte linguagem de rejeição, e pretende proteger outros membros da família, podendo ser utilizada não apenas durante o contato, mas também após ele ter se dado ou sido repelido. Quando utilizada dessa última forma, parece estabelecer um escudo de proteção, por assim dizer, em volta da testemunha, sua família e sua casa. Morgana van Klausen utilizou esta técnica de forma eficaz em associação com outros métodos, descritos acima.
Testemunhas que sentem seus direitos violados parecem mais dispostas a experimentar e ter sucesso com as técnicas de resistência
Para que as técnicas de resistência à abdução funcionem, as testemunhas – e os pesquisadores que trabalham com elas – devem oferecer uma possibilidade para que possam ser efetivadas. Testemunhas e pesquisadores que estejam convencidos de que os ufonautas estão associados à nossa evolução espiritual tendem a diminuir as possibilidades de emprego das técnicas de resistência ou não são inclinados a tentá-las, embora o trauma seja um resultado comum nas abduções recorrentes. Testemunhas que sentem seus direitos violados parecem mais dispostas a experimentar e ter sucesso com as técnicas de resistência.
Provas, diálogo e comprovação — A polêmica até agora nos trouxe uma questão básica: uma vez que essas entidades parecem superiores a nós, não estaríamos obrigados a fazer o que mandam? Em minha opinião, se tipos desconhecidos de ufonautas querem algo de nós, deixemos que eles expliquem o que desejam, peçam nossa cooperação e, de alguma forma, ofereçam-nos provas de que estão dizendo a verdade. Isso, por si só, poderia ser um processo bem longo.
Em resumo, embora as entidades ufológicas paralisem física e mentalmente suas vítimas, e rendam facilmente a maioria delas, tornando-as obrigatoriamente complacentes e cooperadoras, isso não indica, necessariamente, que tenham uma superioridade mental ou tecnológica. Os ufonautas provavelmente sabem que os humanos que abordam sem aviso prévio ficam aterrorizados, pois estudam e conhecem nosso comportamento, e sabem que tememos o desconhecido. O medo é parte do nosso processo normal de sobrevivência. É possível que a paralisia, que é parte da maioria dos cenários de abdução, seja ao menos parcialmente autoproduzida. Todos estamos familiarizados com o conceito de terror paralisante que nos é imposto nos seqüestros. Por outro lado, talvez o estado de consciência alterada em que a maioria dessas experiências ocorre cause uma paralisia temporária dos grandes grupos musculares. Tipos semelhantes de paralisação ocorrem em outros estados alterados de consciência, como em algumas fases de hipnose e nos sonhos.
Muitos outros estudos precisam ser conduzidos para se chegar a métodos definitivos de rejeição a abduções alienígenas. O catálogo de 200 casos do gênero que estou montando possibilitará que estudos psicológicos e estatísticos sejam feitos com mais profundidade. O perfil pessoal das testemunhas que tiveram sucesso em repelir contatos indesejados com ufonautas pode ser comparado com os traços de personalidade das testemunhas que alegaram serem incapazes ou não terem vontade de tentar. Pesquisadores, investigadores e testemunhas que conheçam tais casos são convidados a compartilhar relatos desse tipo. A natureza polêmica deste assunto é totalmente reconhecida, e tanto as contribuições positivas quanto as negativas são bem-vindas.