Em entrevista coletiva, representantes da Agência Espacial Norte-Americana (NASA) tentou colocar em perspectiva a descoberta de perclorato, uma molécula potencialmente tóxica, no solo de Marte, feita pela sonda Phoenix. O achado contrariou dados anteriores sobre as características amigáveis à vida do chão marciano, mas a agência espacial americana diz que seres vivos, em tese, poderiam existir ali mesmo com o perclorato. “O fato não impede a possibilidade de vida em Marte. De fato, trata-se até de uma possível fonte de energia [para os seres vivos]”, declarou Peter Smith, cientista-chefe da Phoenix. “Peço que a mídia seja paciente conosco. Deixemos a equipe científica progredir a um ritmo apropriado”.
No último mês, o laboratório a bordo da Phoenix analisou duas amostras retiradas do solo de Marte que indicam que um dos componentes da superfície poderia ser perclorato, explicou os pesquisadores da NASA em comunicado. A agência espacial ressaltou que os resultados de um teste experimental realizado no domingo, em que foram analisadas amostras tomadas ligeiramente acima da camada de gelo, não encontraram nenhuma evidência deste composto químico. “Isso é surpreendente, dado que análises anteriores da superfície marciana foram consistentes, mas não conclusivas sobre a presença de perclorato”, afirmou Smith. “Estamos comprometidos com um processo científico rigoroso. Não terminamos nosso processo com estas mostras de superfície, mas temos resultados imediatos muito interessantes”, afirmou o cientista. “A análise inicial sugere que o solo se parece com o da Terra, mas mais provas revelaram aspectos na química do solo que não se parecem com os da superfície terrestre”, disse. A Phoenix tem como objetivo estabelecer se existiram nessa região condições favoráveis ao desenvolvimento de algum tipo de vida microbiana.