A água e o dióxido de carbono (CO2) que formavam a densa atmosfera de Marte se dispersaram em pequenas proporções no espaço e poderiam estar contidos no subsolo do planeta vermelho, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira nos Estados Unidos. Uma equipe de pesquisadores europeus determinou, com base nos dados recolhidos pela sonda européia Mars Express, que uma pequena parte da atmosfera de Marte, desaparecida há cerca de 3,5 bilhões de anos, de fato escapou para o espaço sob o efeito dos ventos solares.
Stas Barabash, do Instituto de Física Espacial da Suécia e Jean-André Sauvaud, do Centro de Estudos Espaciais de Raios em Toulouse, na França, são dois dos autores desta pesquisa, que será publicada na revista Science. Eles estabeleceram que apenas entre 0,2 e 4 milibares (unidade de pressão) de CO2 e alguns centímetros de água foram perdidos no espaço.Ao tentar descobrir para onde foi a atmosfera densa de Marte, os pesquisadores estimam que ela poderia estar no subsolo do planeta. Dois robôs americanos, Opportunity e Spirit, confirmaram que a atmosfera de Marte continha água e CO2.
Vários indícios, como camadas de sedimentos e traços de margens e leitos de rios secos, testemunham uma atividade hidrológica intensa no passado de Marte.A água líquida não está presente hoje na superfície de Marte. A quantidade de vapor d\’água na atmosfera é muito baixa e a água sob forma de gelo existe apenas nas calotas polares e em algumas crateras. Mas essas quantidades de água não são suficientes para explicar os traços geológicos observados, o que leva os cientistas a desconfiar de que poderia haver grandes quantidades de água no subsolo do planeta.