Já faz aproximadamente 20 anos que os misteriosos círculos que surgem durante a noite nas plantações de cereais do interior da Inglaterra vêm atormentando a vida dos fazendeiros da região e intrigando pesquisadores e ufólogos do mundo inteiro. Um fenômeno, que aparentemente se supunha passageiro, está se tornando com o passar dos anos cada vez mais extraordinário, complexo e inexplicável. UFO 61, de outubro de 1998, trouxe um relato de seu editor sobre o assunto, apresentando casos pesquisados naquele ano e mostrando como o tema permanece vivo no seio da Comunidade Ufológica Mundial. Este artigo, por sua vez, pretende apresentar mais detalhes para a compreensão de tão espetacular mistério.
Quando o fenômeno começou a se intensificar, principalmente a partir da década de 80, alguns fazendeiros, revoltados com o enorme prejuízo causado em suas colheitas, abriram um processo contra o governo britânico alegando que aqueles círculos que apareciam misteriosamente em suas plantações eram causados pela Força Aérea Inglesa, que estaria realizando manobras noturnas nas regiões atingidas. Isso fez com que o governo britânico fosse a público afirmar que não tinha nada a ver com aqueles acontecimentos e ainda ofereceu um prêmio para quem descobrisse quem ou o quê era o responsável pelos inusitados círculos. Até hoje o prêmio – de cerca de um milhão de libras esterlinas [Perto de 2,8 milhões de reais] – continua engavetado…
A partir daí, o que se viu foi uma avalanche de hipóteses, teorias e autores para tais fenômenos. Um dos primeiros grupos a assumir a autoria dos círculos foi uma equipe de balonistas, que disseram sair em vôos durante a noite e, ao descerem nas plantações, liberavam o ar dos balões e formavam tais desenhos. Evidentemente, tal explicação não foi suficiente para se compreender a natureza dos círculos, sendo imediatamente descartada. Muitos outros grupos e indivíduos, atrás da recompensa e de notoriedade, surgiram em cena reclamando para si a autoria dos círculos ingleses. O mais patente deles foi a dupla de artistas sexagenários Doug Bower e David Chorley. Eles se intitularam criadores dos desenhos e alegaram que iam aos campos à noite, munidos de tábuas suspensas por cordas, as quais giravam para formar as figuras. Fizeram até algumas demonstrações perante curiosos, mas somente conseguiram realizar círculos pequenos, visivelmente toscos e singelos.
Infelizmente, essa afirmação absurda atingiu o mundo inteiro por meio de revistas e jornais conceituados, que consideraram tais alegações como verdadeiras. Assim, os famosos Doug e David são considerados até hoje como responsáveis pelos círculos. No Brasil, a revista Veja publicou uma página sobre o assunto, dando o caso por encerrado e jamais o reabrindo, apesar do gigantesco crescimento do fenômeno até os dias de hoje. Publicações de todo o mundo fizeram o mesmo, dando a impressão à população de que o mistério estaria resolvido. Esforço infinitamente menor teriam se admitissem que os círculos são genuínos e podem ser observados todos os anos, no verão inglês.
Entretanto, com o aumento na quantidade dos círculos nos últimos tempos, comprovou-se que os misteriosos desenhos jamais poderiam ser criados por humanos. Assim, alguns pesquisadores passaram a tentar encontrar uma explicação natural para o fenômeno, que não envolvesse fraudes, mas fenômenos climáticos inusitados, casualidades meteorológicas e outras hipóteses mais complexas. Uma das teses apresentadas pelos cientistas era de que a Terra liberaria de seu interior uma energia incomum em forma espiralada que, em contato com a atmosfera, causaria tal efeito nas plantações. Também foi levantada a hipótese de que os círculos poderiam ser manifestações do fenômeno Poltergeist. E outra teoria supunha que os desenhos eram formados por pequenos redemoinhos causados pelos ventos em condições peculiares.
Especulou-se até que tais formações eram apenas uma conseqüência do buraco na camada de ozônio…É desnecessário dizer, portanto, que nenhuma dessas alegações explicava completamente os círculos, que continuam a desafiar a mente humana. O curioso, no entanto, é que eles se manifestam principalmente numa região próxima a Stonehenge – um monumento de pedras que, segundo arqueólogos, foi erguido 2.000 anos antes de Cristo -, no sudoeste da Inglaterra e a cerca de 160 km de Londres. Expressiva quantidade de círculos surgem em áreas ao redor do monumento e de outros sítios arqueológicos importantes, como Avebury.
O questionamento mais intrigante que perdura sobre esse assunto é quem fez Stonehenge e para quê? Por outro lado, que ligação teria com os círculos? Assim os desenhos nas plantações, o monumento também possui algumas teorias quanto à sua criação. Astrônomos dizem que as pedras lá fincadas funcionam como laboratórios precisos para medição e observação de estrelas.
Alguns sensitivos relataram ter passado por experiências sobrenaturais no interior de Stonehenge e há ainda diversas lendas atribuindo poderes místicos às pedras. Também tentamos especular sobre a real natureza de Stonehenge. Em nosso ponto de vista, seria um monumento erguido por alguma civilização antiga ou ainda extraterrestre para imortalizar as formações circulares, haja visto que as pedras estão dispostas de maneira igualmente circular. Através de gravuras encontradas em obras publicadas nos séculos XV, XVI e XVII, sabemos que os desenhos nas plantações ocorrem há milhares de anos – embora tenham se intensificado nos últimos 20. Existe uma lenda na região de Stonehenge que dá o monumento como autoria de uma civilização de gigantes que foram buscar as pedras para construí-lo no continente africano.
Sinais complexos – O que se sabe ao certo, no entanto, é que os círculos ingleses, que começaram a surgir sob simples formas de rodas nas plantações, se transformaram gradativamente em sinais mais complexos, virando símbolos e posteriormente desenhos gigantes e enigmáticos. A cada formação que surge – elas ainda aparecem em todos os verões – fica mais evidente que existe alguma inteligência por trás deste maravilhoso mistério, pois sua simetria e dimensão são extraordinárias. Alguns desses desenhos chegam a medi
r mais de 500 m de comprimento, de ponta a ponta. E se não é difícil negar a origem inteligente dos sinais, além de ser evidente que não são terrestres, chega-se facilmente à conclusão de que se tratam de mensagens ou códigos com alguma finalidade. Mas qual?
Ultimamente têm sido observados, filmados e até fotografados estranhos objetos voadores não identificados, de tamanho reduzido, formato esférico e são geralmente luminosos – tais como as sondas ufológicas -, sobrevoando as regiões atingidas pelos círculos. Isso reforça a hipótese de que os desenhos são mesmo de origem alienígena. Particularmente, este autor acredita que estejamos recebendo mensagens de uma civilização alienígena ou de alguma que exista numa dimensão paralela à nossa. Mas possuímos uma ignorância tão grande que não estamos preparados para compreender tais sinais. Resta a nós, pesquisadores e pobres mortais, continuarmos tentando achar respostas para o fenômeno. Enquanto isso, a única testemunha dos fatos – Stonehenge – continua imponente e silenciosa. O enigma dos círculos ingleses e o de Stonehenge parece estar longe de um final.
Surgem primeiros círculos de 1999
por Thiago Ticchetti
Na manhã do dia 11 de abril passado, o investigador de círculos Stuart Dike divulgou a notícia do primeiro fenômeno deste tipo encontrado este ano nas plantações da Inglaterra. Portanto, está aberta a temporada, que a exemplo das anteriores não decepcionou os pesquisadores. A formação foi achada num campo de cânola em Newton, em North Sommerset. Dike está convencido de que a figura é da “nova safra” porque o campo é perto de sua casa e ele havia passado por lá no dia anterior, sem ter observado algo anormal. Como as plantas estavam ao lado da estrada, a formação ficou bem visível a todos.
Os desenhos encontrados eram três círculos de diferentes tamanhos e interligados por uma linha horizontal. Estavam numa seqüência crescente, do menor para o maior. A menor parte da formação, que estava inclinada de alguma maneira sobre o lado esquerdo dos outros dois círculos, consistia em uma circunferência menor rodeada por um anel. Na esfera central, assim como na inferior, existiam “braços” apontando para várias direções. Dike descreveu assim as formações: “As bases foram bem feitas, sendo que os pés das plantas estavam inclinados no sentido anti-horário. Enquanto eu caminhava dentro do círculo, percebi que havia um tipo de musgo e plantas no centro, que foram arrancadas desde a raiz”.
O círculo interno também apresentava as plantas amassadas no sentido anti-horário, mas com um padrão extremamente limpo. Além disso, Dike encontrou parte da vegetação que parecera ter sido achatada por algo muito pesado. O círculo do meio tinha cerca de 10 m de diâmetro e três “braços” saindo de seu interior, um deles parecia com um garfo e os outros dois apresentavam a forma de um L. O maior círculo tinha aproximadamente 45 m de diâmetro e, em todos eles, os talos das plantas estavam bem limpos. Agora, é esperar para ver como será a temporada deste ano.