O veterano pesquisador Stanton Friedman divulgou uma nota criticando o artigo “A Ciência por trás dos UFOs”, publicado na edição de maio da revista Astronomy. O texto, assinado pelo astrônomo e divulgador científico Phil Plait, busca explicar vários casos ufológicos unicamente pela via da ciência e da astronomia.
Plait afirma que a maioria absoluta dos avistamentos de UFOs pode ter explicações corriqueiras. O astrônomo exemplifica logo no começo de seu artigo descrevendo um avistamento que teve em 1997, pouco antes do lançamento do ônibus espacial Discovery. A nave levava uma nova câmera para o Telescópio Espacial Hubble, na qual Plait havia trabalhado por dois anos. Subitamente, viram uma série de objetos voando em formação e não poderiam ser aviões, pois seu voo sobre o local de lançamento era proibido. Porém, em instantes descobriram que na verdade se tratava de patos sendo iluminados pelas fortes luzes da plataforma de lançamento do ônibus espacial.
O astrônomo, que escreve no site Bad Astronomy, busca elucidar outros casos igualmente por meio de explicações convencionais, sendo o mais famoso deles o das Luzes de Phoenix. Friedman criticou o texto, destacando que a explicação para o imenso objeto avistado durante esse caso não se aplica. Plait afirma terem sido jatos voando em formação e Stanton desmente a versão dizendo que as luzes de posição verde e vermelha, obrigatórias em qualquer aeronave, jamais foram vistas pelas testemunhas. Friedman também comenta que o ex-governador do Arizona, Fife Symington, que fora piloto e oficial da Força Aérea Norte-Americana, jamais cometeria um erro desses.
Friedman cita em sua crítica cinco estudos científicos em larga escala não mencionados por Plait, pelo menos 12 teses de PHD, inúmeros casos envolvendo detecção de radar, mais de 5.000 casos com evidências físicas coletadas, além de bem documentados episódios de abdução que não foram tratados no artigo para a Astronomy. Stanton menciona ainda um simpósio, ocorrido em 29 de julho de 1969 no Comitê de Ciência e Tecnologia da Câmara de Representantes do Congresso Norte-Americano, com depoimentos de 12 cientistas, incluindo do astrônomo e pioneiro da Ufologia Mundial, professor J. Allen Hynek, líder do Departamento de Astronomia da Universidade Northwestern, além de consultor da Força Aérea Norte-Americana por 20 anos, para o Projeto Blue Book.
Stanton comenta ainda a respeito do Relatório Condon, cujo título original era Scientific Report on UFOs (Relatório Científico sobre UFOs), produzido pela Universidade do Colorado, listando que entre 117 casos 30% que não podiam ser explicados. Friedman destaca que esse mesmo livro possui a seguinte afirmação a respeito das famosas fotos de um UFO obtidas por Paul Trent, no que ficou conhecido como Caso McMinnville (ocorrido no estado do Oregon em 1950): “Este é um dos poucos informes sobre UFOs no qual todos os fatores investigados, geométricos, psicológicos e físicos parecem ser consistentes com a afirmação de que um extraordinário objeto voador metálico, em forma de disco, com dezenas de metros de tamanho e evidentemente artificial, voou diante de suas testemunhas”.
O caso evidencia as dificuldades que a Ufologia ainda experimenta em termos de credibilidade e a falta de comunicação que existe entre esta e boa parte do meio científico. Se a Astronomy houvesse buscado melhores fontes a fim de realizar uma análise científica a respeito de casos mais substanciais, seguramente o artigo resultante apresentaria melhor formato e maiores informações para o leitor. Infelizmente estamos diante de um caso em que a revista Astronomy perdeu uma chance de expor fatos surpreendentes a seus leitores e igualmente a Ufologia não conseguiu aproveitar a oportunidade de apresentar seus melhores casos em publicação tão prestigiosa.
Leia a íntegra da crítica de Stanton Friedman, em inglês
Site Bad Astronomy de Phill Plait
Saiba mais:
Livro: UFOs na Rússia