Segundo Duncan Forgan, da Universidade de Edinburgh, “Escutar alienígenas é muio difícil, mesmo com os mais avançados radiotelescópios. Se não tentarmos encontrá-los por outras formas, talvez nunca consigamos“. Forgan e o astrônomo Robert Nichol, do Instituto de Cosmologia e Gravitação da Grã-Bretanha, sugerem que, ao invés de construir caros radiotelescópios exclusivamente para a pesquisa da Busca por Inteligência Extraterrestre [Search for Extraterrestrial Intelligence, SETI], seria melhor fazê-la dentro de outros projetos da radioastronomia.
Alguns defendem que o SETI deveria aproveitar as pesquisas a serem realizadas no Square Kilometer Array (SKA), uma imensa instalação a ser construída na África do Sul ou Austrália, com participação de 19 países. O SKA é um imenso conjunto de radiotelescópios, que terá uma área total de captação de um quilômetro quadrado e irá investigar as origens do universo, quando estiver operacional em 2022.
O arranjo será, inclusive, sensível às mesmas freqüências em que operam telefones celulares, rádios e televisão. Se alienígenas possuem equipamentos nessa faixa, astrônomos dizem que sua detecção será bem mais fácil. Já foram publicados trabalhos apontando que sinais similares aos utilizados em radares militares poderiam ser captados a 650 anos-luz de distância, utilizando-se o SKA.
O problema, salientado por Forgan e Nichol, é que a humanidade tem utilizado rádio por apenas cerca de 100 anos, e está começando a deixá-lo de lado devido ao avanço das comunicações digitais. Os dois cientistas estimam em 500.000 civilizações alienígenas em nossa galáxia, baseando-se nas teorias atuais de formação planetária. Ainda afirmam que cada civilização tecnológia emite sinais de rádio por 100 anos, e podem se ouvir mutuamente de uma distância de 300 anos-luz, até que, passado aquele tempo, as comunicações passíveis de serem captadas desaparecem. Tais resultados foram aceitos para publicação no Jornal Internacional de Astrobiologia.
Forgan sugere que sejam procuradas transmissões deliberadas de civilizações que queiram anunciar sua presença, e não sinais que vazem inadvertidamente, como os que a Terra tem transmitido por décadas. O cientista afirma que outro grande instrumento, o Allen Telescope Array na Califórnia, tem chance de uma em 10.000 de captar um sinal com tais características. Mesmo com tais chances, os cientistas defendem a continuidade das buscas, dizendo que, se não permanecermos ouvindo, não teremos chance de escutar nada. Saiba mais sobre o tema, clicando aquie aqui.