Esta edição da Revista UFO apresenta uma entrevista com um homem controverso, muitas vezes chamado de cético por seus colegas e, em outras, aclamado como um desbravador da Ufologia no meio militar. Alguns pesquisadores, inclusive, o acusam de ser agente de desinformação do governo norte-americano, com a tarefa de plantar controvérsias no meio ufológico. “Como seria um agente de desinformação se eu mesmo trabalho para que os militares possam contar à sociedade suas experiências com o Fenômeno UFO sem serem punidos?”, retruca com veemência. Estamos falando de John B. Alexander, Ph.D., coronel e boina verde condecorado do Exército norte-americano.
Hoje na reserva, ele entrou nas Forças Armadas de seu país em 1956 como primeiro-sargento e alcançou a patente de coronel de infantaria em 1988, quando se aposentou. Durante toda a sua carreira, esteve quase sempre em cargos de comando de operações especiais de inteligência, pesquisa e desenvolvimento. De 1966 a 1969, Alexander comandou os chamados “Grupos A” das Forças Especiais dos Estados Unidos no Vietnã e na Tailândia. Como sua última tarefa, foi diretor no Escritório Avançado de Sistemas, no Laboratório do Comando do Exército. Após deixar o serviço militar, trabalhou ainda no secretíssimo Laboratório Nacional de Los Alamos, onde foi um dos responsáveis pelo desenvolvimento do conceito de defesa não letal, que emprega armas alternativas às convencionais, que derrubam o inimigo sem matá-lo.
Diretor de tal programa em Los Alamos, John B. Alexander realizou reuniões com os mais altos escalões do governo dos Estados Unidos — como a Casa Branca, o Conselho de Segurança Nacional, o Congresso e a própria CIA —, tratando com burocratas civis e generais da implantação de armas não letais nos contingentes militares norte-americanos. Ele também serviu de consultor para vários outros governos na questão, área em que é considerado o homem mais bem informado do mundo.
Armas não letais
O coronel John B. Alexander organizou e presidiu seis das maiores conferências já realizadas no mundo sobre guerra não letal, o que o levou a ser várias vezes convidado para integrar a comitiva oficial dos Estados Unidos sobre o assunto na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Com toda essa experiência e know-how, foi responsável direto pela criação da política de armas não letais do Departamento de Defesa norte-americano. Mestre em Artes pela Universidade de Pepperdine, na Califórnia, e Ph.D. pela Escola de Administração de Anderson, na universidade do mesmo estado, foi ainda professor na Escola de Administração Sloan, no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), e diretor do programa Segurança Nacional e Internacional para Executivos Sêniores da Universidade de Harvard.
Confirmo e atesto que não há um só órgão militar ou do governo dos Estados Unidos envolvido em qualquer conspiração para esconder a verdade sobre o Fenômeno UFO (…) Os ufólogos têm que parar de insistir que existem informações sendo escondidas.
Em 1993, a conceituada revista aeronáutica Aviation Week & Space Technologyo premiou por vários de seus trabalhos e, em 1997, colocou uma foto sua em seu hall da fama no Museu Nacional Aéreo e Espacial, em Washington. Em 1994, Alexander recebeu do Departamento de Energia norte-americano o Prêmio de Excelência pelo programa de armas nucleares e apareceu em prestigiosas listas de celebridades, tais como “Quem é Quem na América”, “Quem é Quem na Ciência e Engenharia” e “Homens e Mulheres Norte-Americanos em Ciência”. Entre 2001 e 2002, foi membro do Comitê Nacional de Pesquisa para Assessoria de Ciência e Tecnologia de Armas Não Letais. Recentemente, em 2012, recebeu o Prêmio Knowlton por sua contribuição à inteligência das Forças Armadas de seu país. Atualmente é conselheiro da Sociedade para Exploração Científica [Society for Scientific Exploration, SEE].
À luz da inteligência militar
John B. Alexander começou a se dedicar aos UFOs muito cedo, mesmo antes de sua carreira no Exército. “Era um fenômeno que me fascinava e não conseguia me abster de examiná-lo, o que o fiz, posteriormente, à luz da inteligência militar”, declara. Vários de seus artigos publicados em revistas e jornais, como Harvard International Review, Jane’s International Defense Review,The Boston Globe,The Futurist eThe Washington Post, tratam da questão ufológica direta e indiretamente. E por ter um senso crítico da realidade ufológica — muitas vezes tendendo ao ceticismo —, não raramente é visto como um debunker [Negador] pelos colegas da Ufologia Norte-Americana. São dele, também, os livros The Warrior’s Edge[A Fronteira do Guerreiro, William Morrow, 1990],Future War[Guerra do Futuro, Saint Martin Press, 1999] e, mais recentemente, UFOs: Myths, Conspiracies and Realities [UFOs: Mitos, Conspirações e Realidades, Thomas Dunne Books, 2011]. Esta é a razão de tanta controvérsia.
Quando lançado, a obra causou polêmica ao proclamar, sem meias palavras, que não há acobertamento ufológico em parte alguma dos Estados Unidos, o país que reconhecidamente inventou a política de sigilo aos UFOs. “Confirmo e atesto que não há um só órgão militar ou do governo dos Estados Unidos envolvido em qualquer conspiração para esconder a verdade sobre o Fenômeno UFO”, declarou ao editor da Revista UFO A. J. Gevaerd, em recente passagem pela capital paranaense, onde jantaram, quando Alexander também revelou seu interesse por espiritualidade e até umbanda. “Ele veio a cidade para um evento sobre estes temas e fez questão de visitar um dos maiores terreiros de umbanda de Curitiba. Depois daqui, seguiu para outros lugares místicos”, confirmou um editor estupefato. Tal interesse advém de sua posição na citada SEE, uma entidade que se define como “dedicada aos temas limítrofes à ciência” — entre os quais estão os UFOs, visão remota e medicinas alternativas.
“Ninguém esconde os UFOs”
Mas, com um currículo invejável, tanto como oficial quanto como especialista civil em armas não letais, o que levaria um coronel condecorado do Exército norte-americano voltar sua atenção para um assunto espinhoso e frequentemente evitado por militares do mundo todo, a ponto de dedicar-lhe um livro? “Especialmente por causa da minha profissão, meu interesse quanto aos UFOs sempre foi crescente. Quando estava na ativa, lá pela década de 80, criei um grupo para explorar o assunto, no qual havia participantes do Exército, da Aeronáutica, da Marinha e até da CIA. Às vezes tínhamos em nossas reuniões membros da Agência de Segurança Nacional (NSA) e da indústria aeroespacial. Mas o que descobrimos não foi o esperado”, disse.
E uma das principais constatações de seu grupo, alega o coronel, é justamente a de que não existe nenhuma conspiração para esconder a verdade sobre os discos voadores. “Membros de nosso grupo que pertencem a órgãos de segurança e inteligência, como a CIA e a NSA, confirmam que suas entidades nada escondem do público”. Segundo Alexander, é necessário ainda colocar em ação um projeto de ampla discussão para se entender o tema, com componentes de todas as disciplinas científicas — ele acredita que tal esforço levará a compreender melhor a natureza do Fenômeno UFO. Mas, apesar de todo esse interesse, muitos se enganariam ao pensar que o coronel defende que os UFOs sejam naves extraterrestres. Perguntado diversas vezes durante a entrevista, em nenhum momento admitiu e sequer afirmou tal possibilidade — sua resposta sempre foi um seco “não sei”. Mesmo quando confrontado em suas afirmações — o que o tirou do sério algumas vezes —, continuava sem emitir uma opinião decisiva e positiva.
Caso Roswell e ceticismo
Por exemplo, a respeito do acontecimento mais famoso da Ufologia Mundial, o Caso Roswell, o John B. Alexander declarou que “era apenas um balão secreto do Projeto Mogul”, referindo-se a uma explicação praticada pela Força Aérea Norte-Americana (USAF) há décadas e muito desacreditada. E insiste: “Tenho total confiança na resposta da Aeronáutica e seu relatório final sobre o Caso Roswell é a verdade: ele não tem nada de extraterrestre”. Questionado sobre as testemunhas da ocorrência, inclusive o major da inteligência do Exército Jesse Marcel, que, juntamente com o capitão Sheridan Cavitt, foi a um dos locais do impacto do UFO, tocou e recolheu alguns destroços, levando-os para casa, Alexander disparou: “O major Jesse Marcel se enganou. Aquilo era um projeto secreto que nem mesmo o pessoal da Base Aérea de Roswell sabia”.
Apesar de um ceticismo contundente e que impressiona a muitas pessoas, o boina verde tem grande interesse pela busca da verdade sobre o fenômeno ufológico. “Se um militar avistar o que pensa ser um UFO, mas reluta em relatar ou procurar alguém para tentar entender o que viu, por medo de sanções, eu garanto que as coisas vão mudar. Com a criação do grupo Projeto Físicos Teóricos Avançados [Advanced Theoretical Physics Project, ATP], formado apenas de militares e cientistas, pretendo mudar este cenário”, afirmou garantindo que daria uma substancial contribuição à Ufologia. Ele disse ter se reunido com três dos mais importantes generais da Administração Obama, o secretário de Defesa Leon Panetta, o ex-diretor da CIA David Petraeus e James Clapper, da Diretoria Nacional de Inteligência (DNI), para ajudá-lo em seu objetivo. “Quero oferecer anistia a qualquer militar que algum dia jurou manter segredo às Forças Armadas, caso tenha tido envolvimento com um evento ufológico”. É uma ideia ousada, mas irá vingar?
Por essa e outras ações, o coronel John B. Alexander, um militar altamente reconhecido pelos seus serviços à nação, está entre a cruz e a espada. Para alguns, é quem vai finalmente possibilitar que a verdade sobre a realidade ufológica seja trazida à tona, mas, para outros, é apenas mais uma marionete do governo com a tarefa de desacreditar ainda mais a Ufologia. Agora os leitores da Revista UFO podem tirar as suas próprias conclusões.
Doutor Alexander, parafraseando o título de seu último livro, os UFOs são mitos, conspirações ou uma realidade?
Os UFOs são reais. Sem nenhuma distorção ou desqualificação do termo, existem objetos físicos de origem desconhecida transitando pelos nossos céus — as evidências que comprovam isso são fortes demais para serem descartadas.
Testemunhos qualificados
Que evidências seriam essas?
São muitas e abundantes. Como as informações vindas de estações de radares, de sensores multiespectrais que detectam objetos na atmosfera e até os testemunhos de pessoas altamente qualificadas — tais como pilotos, militares ou civis — que afirmam terem visto objetos voadores não identificados. Agora, determinar o que são esses artefatos, bem como sua origem, isso é outra coisa.
Mas não sendo da Terra, transitando pelos nossos céus, seriam de onde?
Bem, não há uma resposta simples para isso, uma solução que encaixe todas as peças do quebra-cabeça. Por quase seis décadas eu tenho estudado o Fenômeno UFO ininterruptamente e afirmo que não devemos tomar conclusões apressadas sobre sua natureza e procedência.
As evidências dos UFOs são muitas. Como as informações vindas de estações de radares, de sensores multiespectrais que detectam objetos na atmosfera e até os testemunhos de pessoas altamente qualificadas, como pilotos civis e até mesmo militares.
O que diferencia sua pesquisa da realizada pelos demais ufólogos?
O que é importante e único no que eu faço, e que relato em meu livro UFOs: Myths, Conspiracies and Realities [UFOs: Mitos, Conspirações e Realidades, Thomas Dunne Books, 2011], são os contatos que tive com oficiais e diretores de agências de inteligência, segurança e de defesa. Os detalhes desses encontros, que visaram debater a questão ufológica, são de conhecimento da Comunidade Ufológica Mundial graças à obra. Mas devo ressaltar que nenhum destes homens é o responsável por pesquisar ou mesmo ocultar o fenômeno dentro do governo norte-americano. Esse fato é enormemente significante e vai contra o entendimento oficial que se tem no meio ufológico de como tais agências lidam com o tema.
O Projeto Físicos Teóricos Avançados [Advanced Theoretical Physics Project, ATP], criado pelo senhor e formado por militares e cientistas, tinha como principal missão, segundo seu site, descobrir o que o governo esconde sobre os UFO, não é verdade?
Mais ou menos, pelo menos a princípio. Sempre ouvíamos dizer que existia um programa secreto de pesquisa ufológica em algum lugar dentro das Forças Armadas e do governo dos Estados Unidos. Então eu pensei: “Vamos lá, vamos descobrir se isso é verdade. Se eles têm mesmo isso, então têm a faca e o queijo na mão, mas precisam de alguém para passar suas informações para o público”. Foi com essa premissa que o ATP foi criado.
Em seu livro o senhor alega que suas investigações lhe mostraram que não existia nenhum programa secreto de pesquisa ufológica. Todavia, sendo secreto, não é possível que as pessoas com quem o senhor conversou tenham ocultado informações, ou, então, que realmente não sabiam de nada?
Nas minhas reuniões com pessoas do mais alto nível na hierarquia das Forças Armadas e do governo, conclui que não há nenhuma conspiração ocorrendo para esconder a realidade sobre os discos voadores. Eu sou a única pessoa da Ufologia Norte-Americana que discutiu o fenômeno ufológico com diretores de órgãos de defesa e inteligência, além dos generais que os assessoram — e me pareceu até, quando conversamos, que eles mesmos pensavam que outras agências seriam as responsáveis pelas investigações, não as suas.
Quais são as conclusões a que o seu grupo ATP chegou após suas diligências?
Os pontos principais a que chegamos são quatro. Primeiro, que há evidências suficientes, corroboradas por informações de credibilidade, de que os UFOs são reais e materiais. Segundo, que existem casos em que tais objetos se envolveram com sistemas de armas militares, inclusive nucleares — o que constitui ameaça à segurança nacional —, que devem ser investigados. Terceiro, que há episódios em que há vestígios físicos de UFOs que não podem ser desprezados. Por fim, que o estudo do fenômeno poderia ajudar no desenvolvimento tecnológico de várias áreas da ciência.
Em uma entrevista recente para um site de notícias, o senhor afirmou que 98% de todos os documentos relacionados a avistamentos ufológicos nos Estados Unidos já são de domínio público. Os casos Roswell, Kecksburg e Shag Harbour, por exemplo, estariam entre os 2% ainda sigilosos?
De forma alguma! No primeiro caso, porque não acredito que um UFO tenha caído em Roswell, mas sim que um projeto altamente secreto causou tudo aquilo. O que teria caído em Kecksburg também é uma coisa bem terrestre. Mas não sei ao certo o que ocorreu em Shag Harbour, exceto que os militares não têm qualquer registro concreto desse incidente [Veja texto a respeito desta ocorrência na edição UFO 138, agora disponível na íntegra em ufo.com.br]. Esses são rumores que não correspondem à realidade. O melhor exemplo de um caso ufológico é o que descrevo em meu livro, o da interceptação de um UFO por um caça iraniano. Por isso reafirmo que documentos referentes a 98% das ocorrências ufológicas registradas já foram liberados ao público.
Interceptação espetacular
Poderia fazer um resumo deste caso que o senhor considera tão importante, o da interceptação de um disco voador por um caça iraniano?
Sim. Ele ocorreu em 19 de setembro de 1976, quando um UFO foi detectado pelos radares militares ao redor de Teerã e dois caças F-4 Phanton II foram enviados para interceptá-lo. Durante vários minutos houve uma perseguição sobre os céus do país, sendo que os pilotos visualizaram o objeto e um deles teve problemas mecânicos quando tentou disparar contra ele. É um caso impressionante [Veja texto sobre esta ocorrência nesta edição].
Obrigado. Mas, voltando a Roswell, o senhor realmente crê que o que caiu lá não era uma nave extraterrestre?
Isso mesmo, não era.
Porém, há vários documentos sobre o acidente, além da afirmação da própria Força Aérea de que capturou um disco voador, assim como relatos de militares de que aquilo era uma aeronave de outro planeta. Temos até o major Jesse Marcel e o coronel William Blanchard no rol de testemunhas, e este afirmou ter recebido ordens para mentir dizendo que o que resgataram teria sido um balão. O que o faz acreditar que aquilo que se acidentou em Roswell não era uma nave alienígena?
Os ufólogos podem insistir o quanto quiserem na hipótese extraterrestre, mas há falhas nessa conclusão. Sim, Marcel e Blanchard foram ordenados a mentir, mas foi por uma razão diferente da que se pensa e muito boa. Os jornais não têm nenhum documento da Força Aérea afirmando que o que caiu era uma nave extraterrestre e, o mais importante, o memorando escrito pelo general Nathan Twinning após o incidente de Roswell não menciona nada sobre naves alienígenas. O objeto que caiu lá era parte de um programa secreto do qual ninguém em Roswell tinha conhecimento. Quando Marcel e Blanchard foram obrigados a mentir, era para proteger este segredo, e esta é a boa causa.
Esta resposta vai contra tudo o que dedicados investigadores do Caso Roswell concluíram. O senhor sabe que muitos o chamarão de cético após suas afirmações, já que Roswell é o “Santo Graal da Ufologia Mundial”?
Sim, sou um cético e acho que todos deveriam ser. O problema com os entusiastas das grandes ideias conspiracionistas — e aí se inclui a da origem extraterrestre dos UFOs — é que eles acreditam em tudo o que se escreve. Sempre digo em minhas palestras que eles são seus próprios inimigos.
O que caiu em Roswell foi um balão do Projeto Mogul, que era altamente sigiloso. Por isso, nenhuma das testemunhas do Caso Roswell, nem mesmo as militares, sabia de sua existência, nem os próprios militares que apanharam os destroços.
E como explicar as propriedades alienígenas dos destroços encontrados, como sua capacidade de, ao serem dobradas, as folhas semelhantes a alumínio retornarem ao seu estado natural? Até hoje não se tem conhecimento da existência de material como o relatado pelo major Jesse Marcel Júnior, que era filho do militar que apanhou alguns fragmentos e lhe mostrou, quando era ainda criança.
Conheço Jesse Marcel Júnior e acredito que ele e outros realmente tocaram naqueles materiais, mas eles eram apenas raros e desconhecidos da maioria das pessoas em 1947. Eram coisas bem terrestres e disponíveis — nada de extraterrestre. É importante esclarecer que eu acho que ele está falando a verdade em suas palestras e artigos sobre o que viu. Entretanto, tudo o que disse tem uma explicação terrena. O mylar metalizado, que é uma espécie de filme de poliéster, já está no mercado há anos. Ele tem todas as características que Marcel declarou ter visto na ocasião, pois é o material que foi utilizado naquele projeto secreto. Exatamente por isso o material foi posteriormente trocado em Dallas, para onde os destroços foram levados depois de resgatados, porque sabíamos que os soviéticos estavam vendo TV e não queríamos que soubessem que tipo de testes estávamos fazendo.
Projeto secreto do governo
Um momento, essa informação é nova. Trocado em Dallas?
Não é nova não, já que Marcel disse que o material original havia sido trocado por pedaços de pano de balões comuns. É que ninguém atentou para a razão desta troca, todos achando que era para não revelar a fonte supostamente extraterrestre dos fragmentos — e não era.
O que era exatamente o Projeto Mogul e por que o senhor crê que o que caiu em Roswell foi parte do material que o compunha?
Era um projeto ultrassecreto do governo norte-americano que utilizava balões gigantescos de grande altitude para detectar possíveis explosões nucleares soviéticas. O Mogul faz sentido para explicar a queda de Roswell por diversas razões. O documento final da Força Aérea sobre o caso, o chamado relatório Case Closed [Caso Encerrado] dá informações conflitantes relacionadas à classificação do sigilo sobre aquela atividade. Entretanto, a maioria dos envolvidos afirmou que o projeto era secreto e compartimentado, para que ninguém pudesse saber de todos os dados — era assim que as coisas eram tratadas naquele tempo, principalmente experimentos ligados a armas nucleares. Mogul era um projeto altamente sigiloso, e por isso nenhuma das testemunhas do Caso Roswell sabia de sua existência, nem os próprios militares que apanharam os destroços.
Ainda falando de Jesse Marcel Júnior, ele escreveu em seu livro The Roswell Legacy [O Legado de Roswell, Big Sky Press, 2007] que teve um encontro com o doutor Charles Moore, responsável pelo Projeto Mogul, e que este lhe teria mostrado o mesmo material utilizado nos balões do experimento. Marcel Júnior então relatou que o tecido, o tamanho e os desenhos no balão apresentado por Moore eram completamente diferentes do que ele havia visto nos destroços que seu pai trouxe para casa, naquela noite, quando ele ainda era criança. O que o senhor acha disso?
Tempos depois, Marcel Júnior e outra pessoa tiveram a chance de ver o material novamente, entregue por outra fonte. Nesta ocasião, ele confirmou que era aquele mesmo material o que vira quando criança. Mas, veja bem, os únicos destroços que ele examinou e tocou foram os que seu pai levou para a sua casa, segundo a história conhecida de todos — ele não esteve no local do impacto. Ele foi tomado de surpresa quando seu pai, o coronel Jesse Marcel, chegou à residência da família com uma caixa de fragmentos e deixou seu filho tocá-los. Daí que vem seu testemunho sobre o que vira Marcel Júnior, que muitos anos depois virou médico do Exército norte-americano.
E os tais pequenos corpos alienígenas que supostamente seriam de seres recolhidos mortos e já parcialmente putrefatos no local do acidente, que foram descritos por tantas pessoas, inclusive militares?
Não houve resgate de corpos.
Então isso é invenção? E quanto à história de que foram solicitados caixões do tamanho de crianças à Glenn Dennis, o agente funerário de Roswell? E a enfermeira que relatou a fisionomia dos alienígenas mortos que ela havia visto? Nada disso é verdade?
Há muita invenção de fatos. Ao que se saiba, não foi solicitado nenhum caixão para nenhuma funerária de Roswell e nunca existiu tal enfermeira. Vou aproveitar sua pergunta e falar sobre o famoso Hangar 18, localizado na Base Aérea de Wright-Patterson, no Ohio, para onde dizem que foram levados os corpos dos alienígenas encontrados em Roswell. Sobre isso eu afirmo que nunca houve cadáveres extraterrestres naquela base, mas sim UFOs! Quem me informou isso foi o coronel Bob Friend, conhecido da Comunidade Ufológica. Segundo ele, havia um UFO em Wright-Patterson, mas não extraterrestre e sim construído pela Força Aérea Norte-Americana (USAF) — e obviamente era um projeto secreto.
Teste com objetos sinistros
Como assim, coronel? O que era este UFO que estava em Wright-Patterson?
O UFO em questão era um veículo utilizado para o treinamento de jovens oficiais da inteligência, que eram levados, sem saber a razão, para um hangar totalmente escuro. Lá, de repente, as luzes do UFO terrestre eram acesas e eles tinham alguns segundos para observar o máximo de detalhes que podiam. Depois eram levados para outro local onde deveriam relatar o que haviam visto. Esse treinamento visava preparar os jovens oficiais para situações inesperadas, como a de encontrar algo à sua frente e ter o mínimo de tempo possível para descrevê-lo com a máxima exatidão.
Isso quer dizer que a Força Aérea sabia da existência desses objetos nos céus e da possibilidade de encontrá-los?
Sim, é certo que se sabia que algo desconhecido voava no espaço aéreo norte-americano. Mas, veja bem, o objetivo do experimento era fazer com que os jovens oficiais atentassem para os detalhes, seja de que aeronave fosse. A maioria das pessoas, quando pegas de surpresa, se concentra apenas em poucos detalhes e logo se esquece de pontos importantes da observação. O teste era para que eles estivessem preparados caso se defrontassem com qualquer tipo de sistema inimigo avançado. A história de existirem UFOs no Hangar 18 surgiu dessa forma — e de tempos em tempos alguém sem autorização entrava no local e via aquele objeto, alardeando que se tratava de uma nave alienígena. É claro que para essas pessoas só poderia ser algo de outro mundo. Já quanto a alienígenas no Hangar 18, bem, isso é pura fantasia.
Nenhum político em sã consciência tocaria nesse assunto e todas as informações sobre os UFOs se tornam irrelevantes quando se entra no campo político. Nenhum presidente se embrenharia por esse caminho porque arruinaria sua carreira.
Em outra entrevista, falando das exigências de ufólogos em movimentos que pedem abertura ufológica, o senhor questionou quantas vezes militares e presidentes de nações teriam que vir a público para dizer que o Fenômeno UFO é real. Faço outra pergunta em cima da sua: por que, afinal, estes chefes de governo não falam que estamos sendo visitados por seres inteligentes em avançadas naves extraterrestres?
Por que simplesmente não há evidência suficiente para se fazer essa afirmação. Quando disse anteriormente que “há evidências fortes demais para serem descartadas”, referia-me a UFOs, e o problema está em associar objetos voadores não identificados a naves extraterrestres. É importante entender que a Hipótese Extraterrestre (HET) é apenas uma entre tantas, e nem pode ser aplicada a todos os avistamentos. Lembre-se de que os UFOs vão desde pequenas bolas de luz até gigantes aeronaves com mais de um quilômetro de diâmetro, além de terem diversas formas. É muito difícil chegar a uma conclusão simples sobre algo tão complexo.
Ufologia e política
Em seu livro, já citado, o senhor escreveu que “ao contrário das afirmações dos céticos, existem evidências que corroboram o depoimento de algumas testemunhas com muita credibilidade”. Um dos exemplos citados é o Caso Bentwaters, de 1980. Será que um episódio como este não seria suficiente para que um presidente declarasse ao mundo a existência extraterrestre no planeta?
Nenhum político em sã consciência tocaria nesse assunto, e todas as informações e evidências que existem do Fenômeno UFO se tornam irrelevantes quando se entra no campo político. Nenhum presidente se embrenharia por esse caminho porque arruinaria sua carreira. Repare que em recentes pesquisas se constatou que o assunto UFO é importante para somente 1% da população dos Estados Unidos, mesmo que 70% dela tenham afirmado que já viram objetos voadores não identificados.
Então, baseado no que escreveu em seu livro UFOs: Myths, Conspiracies and Realities, o senhor tem 99% de certeza de que o objeto visto e até tocado por um militar em Bentwaters era extraterrestre, correto?
Sim. Aquilo não era algo feito por seres humanos desta época.
Mas, se não foi feito por seres humanos, quem ou o que o teria construído?
Quem sabe? Mais uma vez, temos que fazer as perguntas certas para encontrar as respostas certas.
O senhor também afirmou em seu livro que “os UFOs são reais e que determinar o que são esses objetos e qual é a sua origem é outra coisa”. Após tantos anos estudando o fenômeno, o senhor encontrou a resposta?
Como escrevi na obra, e repeti agora, nós ainda não fizemos as perguntas certas sobre o Fenômeno UFO — e eu também ainda não sei quais são elas. Será necessário que muitos brilhantes cientistas trabalhem juntos para determinar quais serão os questionamentos que levarão às respostas que procuramos. Hoje temos alguns deles interessados pela fenomenologia ufológica, mas, repito, sem nenhum comprometimento verdadeiro com esta questão.
Talvez a pergunta certa seja: estamos sendo visitados por extraterrestres?
Pode ser, mas, a meu ver, a hipótese extraterrestre para a origem dos UFOs é simplória demais e não explica tudo. Ao mesmo tempo, neste campo, os ufólogos mais radicais só escolhem as informações que possam corroborar suas crenças e afirmações, o que os torna iguais aos céticos.Tampouco acredito na ideia de UFOs serem viajantes do tempo, pois seria algo muito complicado fisicamente.
Hoje há vários países que já liberaram documentos antes secretos sobre ocorrências ufológicas. Entretanto, muitos pesquisadores acreditam que nem todos os arquivos serão divulgados pelas nações. O senhor acredita nisso também?
De tempos em tempos os governos têm aberto muitos de seus arquivos — e creio que muitos já divulgaram tudo o que tinham, como o Reino Unido. Hoje não acho que eles estejam escondendo qualquer coisa da população.
Mas por que, em primeiro lugar, esconder da população fatos de natureza ufológica? Será que os governos temem pela segurança nacional se a verdade vier à tona?
De forma alguma! Os documentos têm sido liberados gradativamente e nada aconteceu até agora — até mesmo o Brasil está liberando muita coisa de seus arquivos antes secretos e não há nenhum sinal de pânico na população.
Coronel, o senhor participou de um debate com o correspondente internacional da Revista UFO Stanton Friedman no International UFO Conference, em 2011, em Phoenix. Na ocasião, afirmou que, após muitas pesquisas, concluiu que os UFOs não são controlados por seres humanos, correto?
Sim, mas, só para esclarecer uma coisa, aquilo não foi um debate e sim uma tentativa de linchamento — eu fui quase apedrejado de todos os lados devido à minha posição crítica quanto ao Fenômeno UFO. Mesmo sabendo da predisposição dos ufólogos em relacioná-lo a seres alienígenas, fui lá com o intuito de ajudar. Mas o que queriam saber é se eu achava que os UFOs eram controlados por ETs e não aceitavam resposta contrária.
Sua opinião, sendo um militar altamente condecorado e com acesso aos mais altos escalões do governo, poderia ser o ponto de partida para uma mudança geral no pensamento ufológico. Se os UFOs não são controlados por seres humanos, não podemos então concluir que são controlados por alguém ou alguma coisa de origem extraterrestre?
Não tenho ideia…
Pensamentos diversos
Durante a sua pesquisa o senhor conversou com vários militares sobre o assunto, alguns deles de altas patentes. Algum deles lhe disse acreditar que os UFOs sejam controlados por seres extraterrestres?
Sim, alguns deles acreditam na teoria extraterrestre, mas em sua maioria não têm uma opinião definida. Lembre-se de que as forças armadas de todo o mundo são enormes organizações e que, portanto, as opiniões e pensamentos de militares de várias partes do globo podem ser muito diferentes. Muitos deles
nem sequer creem em UFOs.
Se o senhor descobrisse as tais perguntas certas, o que faria com elas?
Bem, para isso é preciso antes juntar as mentes científicas mais brilhantes do planeta para dissecar o fenômeno. Em meu livro eu falo de um projeto que chamo de Passo Atrás e adoraria encontrar alguém para financiá-lo. Seria criar um grupo de participantes altamente renomados, os melhores em seus campos de estudos, para ficarem todos isolados em um dado local e pelo tempo que for necessário, apenas discutindo as ideias e as hipóteses sobre o Fenômeno UFO que hoje temos em mãos. Eles deveriam indicar quais episódios da casuística ufológica mundial seriam inquestionáveis, mas sem rotulá-los como UFOs. Depois suas conclusões deveriam ser apresentadas para todos os cientistas analisarem — no processo, é necessário que este grupo dê um passo atrás em seus posicionamentos originais, para que se pense na questão ufológica a partir de vários ângulos diferentes.
O senhor já viu algo estranho nos céus que, mesmo com tanta experiência, não pôde explicar?
Possivelmente sim, mas não foi algo realmente significante. Prefiro nem entrar nesse assunto…
É preciso antes juntar as mentes científicas mais brilhantes do planeta para dissecar o Fenômeno UFO. Eu chamo isso de Projeto Passo Atrás, cujos participantes deveriam se isolar e discutir profundamente todas as ideias e hipóteses que hoje temos em mão.
Perfeito. Vamos falar de seu pedido de anistia aos militares que revelarem experiências ufológicas. Isto é, militares que juraram segredo durante suas carreiras, que não poderiam divulgar seu envolvimento com o tema, temendo serem repreendidos, seriam dispensados de tal juramento? É isso?
Sim. Meu objetivo com isso se divide em duas partes. A primeira é ter novos casos oficiais vindo a público, partindo de militares de credibilidade. E, a segunda, é que os militares que tenham tido que guardar um segredo relacionado a UFOs possam agora contá-los sem medo de ser repreendidos. Eles produziriam muito mais evidências sobre o Fenômeno UFO e mais casos seriam desmistificados. A minha ideia, no entanto, não pede somente anistia a eles, que eu creio que nem seja realmente necessária. Pede também que os documentos liberados ao público sobre tais casos não tenham mais aquelas partes pintadas de preto, como em tantas situações em que a censura dos órgãos oficiais não permitiu que todos nós soubéssemos seu conteúdo na íntegra.
O presidente e ETs?
Como assim, que casos ufológicos seriam desmistificados?
Eu me refiro a casos ainda não explicados ou que suscitam dúvidas, como os dos arquivos da OTAN sobre UFOs, alguns episódios ocorridos na Base Aérea de Kirtland, certas afirmações do Caso de Bentwaters, as alegações sobre um suposto encontro entre o presidente Dwight Eisenhower e alienígenas na Base Aérea de Holloman etc. Tudo isso cairia por terra quando militares em condições de credibilidade pudessem falar o que sabem.
E se após a anistia algum militar confirmar que casos como o das bases aéreas de Kirtland e Holloman foram verdadeiros?
Já se sabe a verdade sobre estes casos, mas a persistência do mistério sobre eles desafia o senso comum e intriga pessoas. E na falta de provas, os ufólogos afirmam que são ocorrências resguardadas por um suposto sigilo imposto pelo governo. Eu ressalto que nunca houve encontro algum com alienígenas em Holloman.
Na mesma linha, e se algum militar anistiado envolvido com o Caso Roswell declarar à sociedade que o governo de fato encontrou um disco voador acidentado, recolheu seus destroços e corpos de alienígenas, tudo o que o Exército disse sobre o Projeto Mogul terá sido apenas mentira?
É importante lembrar que já foi oferecida anistia a todos estes militares quando a Força Aérea fez a última investigação sobre o caso — mas ninguém veio a público falar qualquer coisa importante. Porém, isso valia apenas para o Caso Roswell, porque o estavam investigando, e meu pedido de imunidade é para todos os militares, para que sejam livres para discutir esse assunto sem temer represálias. Muitos já fizeram isso e nada lhes aconteceu, mas quero que esse perdão seja dado oficialmente.
É verdade que a secretária da Força Aérea, Sheila Widnall, se recusou a dar essa anistia para seu contingente?
Eu emiti uma carta a ela — e a muitas outras autoridades — pedindo que concedesse tal anistia a quem quisesse revelar algo resguardado pelo segredo militar, mas ninguém apareceu para fazer qualquer revelação.
Quando o senhor e seus companheiros de pesquisa tentaram entrevistar generais de altas patentes a respeito de avistamentos ufológicos, eles ainda não tinham essa imunidade, correto?
Sim, mas eles foram orientados a prestar toda a cooperação que pudessem com as investigações, sem problema algum. No entanto, de novo, ninguém acrescentou nada ao que já sabíamos. Assim, a conclusão é de que os ufólogos precisam parar de insistir que algo está sendo escondido. A verdade sobre Roswell, por exemplo, é muito mais simples do que imaginamos — foi um experimento altamente secreto do qual ninguém naquela época tinha conhecimento.
Seu citado grupo ATP emitiu nota dizendo ter concluído, após muita investigação, que nenhuma agência dentro do governo ocultava informações sobre os UFOs. Não é possível que elas tenham simplesmente escondido o que sabiam de seu pessoal?
Sim, mas quantas pessoas teriam que estar meticulosamente coordenadas para contar a mesma mentira? Isso é quase impossível! Reforço mais uma vez que tudo foi checado uma, duas, três vezes, e nada se encontrou que nos desse certeza de que qualquer agência do governo dos Estados Unidos esteja escondendo algo — simplesmente não se está pesquisando o tema oficialmente desde o Projeto Blue Book [Iniciativa conduzida entre 1952 e 1970 pela Força Aérea Norte-Americana (USAF) para investigar os UFOs]. Um processo de acobertamento requer muitas pessoas falando a mesma mentira durante um grande espaço
de tempo — isso é contra a lógica.
Documentos Majestic-12
Devido ao acobertamento, o Caso Roswell levou mais de 40 anos para vir a público. O senhor não crê que o governo tenha métodos para manter as testemunhas em silêncio? Eles não podem simplesmente calá-las?
O governo tem o direito de reservar informações em função do interesse nacional. Em Roswell, simplesmente as pessoas falaram de coisas das quais não tinham conhecimento.
E quanto aos controversos documentos do Majestic-12, o que o faz afirmar que não sejam reais? O citado físico Stanton Friedman provou que 10 deles, pelo menos, eram verdadeiros…
Todos eles são reconhecidamente falsos e vários livros foram escritos sobre o assunto, como, por exemplo, um de Philip Klass [Cético e debunker norte-americano do Fenômeno UFO]. Era The Real Roswell Crashed Saucer Coverup [O Verdadeiro Acobertamento sobre a Queda de Roswell, Prometheus Books, 1997]. Existem, sim, algumas indicações de que os documentos Majestic-12 eram cópias de documentos reais, mas que foram adulteradas para incorporarem características e o carimbo MJ-12. Em meu livro, explico que os papéis podem ser reais, mas que não eram originalmente ligados a UFOs.
O importante é provar
Para finalizar nossa entrevista, gostaria de fazer algumas perguntas mais diretas. O senhor acredita em civilizações alienígenas avançadas?
Sim, a probabilidade de existirem raças extraterrestres inteligentes no universo é extraordinariamente grande.
Acredita que podemos estar sendo visitados por seres de tais civilizações?
É claro que existe essa possibilidade, mas o mais importante é conseguirmos provar isso. Temos que entender que uma coisa é falar, outra é provar.
Após tantos anos de pesquisas, como o senhor resumiria o Fenômeno UFO?
Em relação à sua origem, muito pouco posso falar.Mas posso afirmar que alguns UFOs são objetos físicos registrados de maneira objetiva e avistados por pessoas de credibilidade.
Por fim, qual seria sua mensagem para os leitores da Revista UFO?
A mensagem é simples: alguns UFOs são reais, mas o que são é que torna o fenômeno complexo. O que temos que fazer é juntar a maior quantidade possível de cientistas para estudar os casos. E quem aí no Brasil tiver um bom relato ufológico adoraria conhecê-lo.