Dentre todos os mistérios que cercam a Ufologia — e convenhamos que eles não são poucos —, os casos de abdução que ocorrem em todas as regiões do planeta e com pessoas de todas as classes sociais são o mistério maior. Como acontece com tudo o que se relaciona ao Fenômeno UFO, sobram perguntas e faltam respostas, e embora muitos pesquisadores venham tentando responder ao menos parte das questões, há tanto conflito entre as possíveis explicações que não temos como apontar uma teoria como sendo a mais segura.
Não bastasse o fato de que pessoas são levadas contra sua vontade por desconhecidos de outros planetas para serem reviradas do avesso por exames que não autorizaram, e dos quais saem, muitas vezes, traumatizadas, a pesquisa descobriu algo ainda mais alarmante: as abduções parecem seguir uma linha de descendência. Em outras palavras, acompanham famílias por várias gerações. Há quem diga que tudo não passa de invencionices ou delírios, mas como explicar que pais que nunca contaram aos filhos sobre suas abduções, os vejam passar pela mesma experiência?
Por mais que tentemos, sabemos praticamente muito pouco sobre as abduções, e classificá-las como loucuras, desvarios e alucinações não nos ajuda a esclarecer a questão, mesmo que em alguns casos a explicação caiba bem. Há milhares de pessoas contando suas histórias e elas não podem ser ignoradas, abandonadas ou discriminadas apenas por que aquilo que relatam não se enquadra no conceito de normalidade que fomos levados a aceitar.
Um ano inesquecível
Nosso entrevistado desta edição faz parte do rol de milhares de pessoas que passaram pela experiência de abdução. Porém, diferentemente de muitos que são abduzidos enquanto dormem ou quando estão trafegando por estradas desertas tarde da noite, Rogério Tadeu Bin, além de estar acordado, permaneceu consciente durante sua experiência e foi levado em plena luz do dia. E não é só isso que torna sua experiência tão relevante — duas décadas antes, seu pai, Voalide Bin, passara pela mesma situação. E antes dele, sua mãe, dona Glória, também fora levada [Ver box].
Depois de três décadas do ocorrido, este autor encontrou Rogério Bin na Livraria Martins Fontes, na Avenida Paulista, na cidade de São Paulo. No dia de nossa conversa, o clima nas ruas da metrópole era o pior possível, com manifestações em várias regiões da capital e black blocs depredando tudo que encontravam pela frente. O clima político no Brasil estava quente, deixando a todos com os nervos à flor da pele. Minha conversa com Rogério Bin, entretanto, não seria sobre política. Estávamos ali para falar de Ufologia, mais especificamente de abduções alienígenas. Confesso que estava muito interessado em ouvir tudo o que Bin tinha para dizer, e logo liguei o gravador. Respirei fundo, pois sabia que, além de ter de saber ouvir meu entrevistado, tinha que ser o mais honesto possível com nossa fonte e com os leitores.
De início, estava extremamente cético em relação à história daquele homem. Já tinha ouvido partes dela, de modo bem disperso, porque Rogério Bin sempre gostou de contá-la conforme a curiosidade dos ouvintes. Mas eu carecia de provas e não as tinha em mãos, a não ser a única testemunha ocular de uma história que se encontrava trancafiada na família Bin. Minha formação como assistente social me ensinou a fazer estudo de casos levando em conta os contextos pessoais, familiares e sociais, mas fazer um estudo de caso levando em consideração o contexto cósmico era um desafio.
A princípio, eu não acreditava na história de Rogério Bin, o que era um péssimo começo, principalmente para quem já entrevistou diversas pessoas em suas conjunturas sociais de conflito — teria que me esforçar ao máximo para criar o contexto da história, possibilitando, assim, ao leitor tirar suas próprias conclusões a respeito do que foi narrado. Somente no final da conversa, quando nosso entrevistado falou sobre a relação de confiança que tinha com a mãe, dona Glória, é que eu me dei finalmente conta da dimensão de sua história. Aquilo tudo estava bem longe de meu alcance, de minha fé e de minha contestação.
Depois de ouvir por diversas vezes a gravação para poder transcrevê-la, comecei a pesar a importância que tem a nossa opinião. Na verdade, nós, os ufólogos, temos apenas que fazer o nosso trabalho, levantando dados e entrevistando as testemunhas, pouco importando se concordamos ou não com elas. Nossa percepção conta, claro, mas no final de tudo o que tem que falar mais alto são os dados que coletamos e aquilo que podemos comprovar.
O tempo só fez clarear ainda mais o que aconteceu, ajudando o meu raciocínio a funcionar como se fosse um processador de memória, trazendo lembranças cada vez mais detalhadas e minuciosas. A experiência que tive com ETs foi extraordinária.
Você estava com 14 anos quando teve sua experiência. Já se vão mais de três décadas dos acontecimentos. Esse grande intervalo de tempo obscureceu sua experiência ou o fez esquecer-se de alguns detalhes do que viu, já que você era tão novo na época?
Não penso assim. O tempo só fez clarear ainda mais o que aconteceu, ajudando o meu raciocínio a funcionar como se fosse um processador de memória, trazendo lembranças cada vez mais detalhadas e minuciosas. A experiência que tive com os seres de fora do nosso planeta me fez ver e pensar de modo diferente de tudo o que aprendi sobre a humanidade. Vejo a história humana e seu contexto no universo de uma maneira bem peculiar.
Nessas três décadas você ouviu e viu muitas coisas sobre o assunto, de Ufologia, filmes, jogos eletrônicos etc. Todo um universo pop certamente deve ter influenciado seu modo de encarar o assunto. Embora, na época de sua experiência, não existisse internet.
Tudo isso não me influenciou, não. Há muitas coisas que são ditas sobre o assunto com as quais não concordo, pois vivi uma abdução bastante consciente e física. Passar todos esses anos, desde minha experiência, só me ajudou a ver que muitas pessoas também tiveram situações como a minha. Só recentemente, quando participei pela primeira vez de um evento de Ufologia — o IV Encontro de Ufologia Avançada em São Paulo —, descobri, inclusive, que uma canadense chamada Miriam Delicado teve uma experiência com os mesmos seres que abduziram a mim e a meu pai. A abdução dela foi diferente, mas os seres que ela descreveu no mesmo evento são muito parecidos, por aquilo que percebi da apresentação dela, com os que mantiveram contato comigo.
Onde você morava na época e onde ocorreu sua experiência?
Eu morava no bairro do Belenzinho, na Zona Leste da cidade de São Paulo. Tinha me mudado do bairro do Grajaú, Zona Sul, entre 1979 e 1980. Minha experiência, no entanto, ocorreu em Grajaú.
Você se lembra do dia em que isso ocorreu? E como estava o tempo naquele dia?
Foi em um sábado. O tempo estava bom, com céu bem aberto, mas com a temperatura fria, pois era de junho para julho. Inverno. Enfim, o céu estava sem nuvens e com um clima bom. Lembro-me de que era um ano festivo, estava acontecendo a Copa do Mundo. Tínhamos a bela seleção de Zico, Sócrates e companhia. E, que eu me lembre, naquela época havia muita vegetação em Grajaú.
Você se recorda do dia anterior à sua ida a Grajaú?
No dia anterior? Sim. Fui para a escola e depois fui jogar bola. Lembro-me de que uma semana antes de ser abduzido, eu sentia que algo iria acontecer ou estava acontecendo comigo — era uma espécie de uma angústia muito grande, um sexto sentido fortíssimo. Não sabia o que era, mas sentia que algo iria acontecer. Naquela sexta-feira, a angústia aumentou. Lembro-me nitidamente de que senti muita saudade dos meus amigos lá do Grajaú.
Quando você chegou ao Grajaú, estava se sentindo bem? Tinha alguma noção do que iria lhe ocorrer?
Fora aquela sensação estranha de que algo poderia acontecer a qualquer momento, eu me sentia ótimo. Hoje, penso que fui induzido intuitivamente, sei lá, a ir para o Grajaú naquele final de semana. Fui levado por uma força estranha e posso afirmar que ela é casada por tecnologia extraterrestre. “Eles” não iriam me abduzir no bairro do Belenzinho, que é muito próximo ao centro de São Paulo. Penso que, em 1965, aconteceu algo parecido com o meu pai. Acredito, hoje, que eles, de algum modo que infelizmente não posso explicar, me induziram a ir ao Grajaú para me contatarem. Assim como têm a tecnologia de um aparelho que usam para a comunicação cerebral, eles também têm alguma tecnologia que usam para induzir as pessoas a irem a certos locais para ocorrer o contato. Enfim, tenho certeza de que fui induzido a ir àquele ponto de São Paulo naquele dia e ano específicos.
E o que aconteceu depois?
Chegando ao Grajaú, meus amigos me recepcionaram com abraços, chamando-me pelo meu apelido na época, Popó, e me convidaram para ir nadar no Lago Azul. Topei na hora, pois adorava mergulhar naquele lugar. Nós pulávamos de um barranco alto que tinha no local, coisa de moleque. Lembro-me de que, para chegar ao lago, tínhamos que passar por um tipo de mata fechada, com trilhas. Quando estávamos caminhando por uma daquelas trilhas, me senti estranho novamente, com uma forte dor de barriga, daquelas de ir ao banheiro — o estranho era que a dor de barriga só surgiu quando eu caminhava pela trilha, pois antes eu estava me sentindo bem. Esperei os moleques se distanciarem um pouco e fui até uma árvore.
E que aconteceu quando você chegou próximo daquela árvore?
Olhei para cima e vi uma nuvem baixa que, pelo que me lembro, não estava lá até então. Daquela nuvem veio uma luz em minha direção, tudo muito rápido. A tal luz me paralisou e eu só conseguia mexer os olhos e um pouco a cabeça. Aquilo me “segurou” como se fosse uma gelatina me apalpando e pesquisando. Tentei olhar para o meu corpo e só vi os meus ossos. Minha pele tinha desaparecido. Pareciam raios-X, sabe? Fiquei confuso, achando que uma aranha, cobra ou algum bicho do mato tinha me picado e eu estava em coma, morto ou algo assim.
E, de repente, me vi flutuando.
Aquilo me “segurou” como se fosse uma gelatina me apalpando e pesquisando. Tentei olhar para o meu corpo e só vi os meus ossos. Minha pele tinha desaparecido. Pareciam raios-X. Fiquei confuso, achando que uma aranha ou algum bicho tinha me picado.
Quais eram as cores e a sensação que a luz produzia em você? Consegue descrever para os leitores?
A luz tinha uma cor que lembrava o laranja e também o ouro, só que transparente. Algo muito diferente, até difícil de descrever direito. Era pegajosa, parecia mole, algo que me apalpava, me pegava, me pesquisava por dentro. Eu sentia a luz em meu corpo. Meu pai também teve a mesma sensação em sua própria abdução.
Em sua experiência, no momento em que você estava flutuando, o que viu e sentiu?
Foi tudo muito rápido, mas tive a curiosa e inédita sensação de que estava levitando e vi as folhas da árvore passando rápido por mim. Mas não desmaiei, e sim continuei lúcido, mas com meus pensamentos confusos sobre se estava vivo ou não. Porém, sabendo que algo diferente estava acontecendo comigo. Não sentia nenhum tipo de dor ou incômodo.
Você sentiu as nuvens que vira antes sobre aquele local?
Não senti a nuvem. Eu estava envolvido na luz da nave que me elevava. Percebi que estava ultrapassando a nuvem com se fosse uma simples fumaça no ar. Tudo muito rápido, mas uma sensação difícil de esquecer.
Quando aquela luz o puxou para cima, você sentiu o peso da gravidade atuar em seu corpo?
Continuei envolvido na luz até mesmo dentro do disco voador, onde continuei paralisado, sem sentir o peso da gravidade. Mas não flutuei dentro da nave — quando lá cheguei, fiquei parado em uma espécie de sala de recepção.
O que você fez?
Na verdade, eu não tinha muito que fazer, não tinha escolha. Então, dois seres muito bonitos e altos, com 2,5 m a 3 m de altura, se aproximaram. Tomei um grande susto, pois ver aqueles seres tipo angelicais, daquele tamanho, me deu a certeza de que eu tinha morrido e ido para o céu, sei lá, para o paraíso com o anjo Gabriel ou Miguel. Juro por Deus que esse foi o meu pensamento na hora que os vi.
Dois seres? Na sua cabeça eram dois seres masculinos?
Não, um casal. Eu percebi isso pelas características femininas mais delicadas de um deles, como vemos aqui na Terra. Eles têm a aparência humana, mas com atributos angelicais. O que os diferencia é a altura e o olhos, que são grandes e azuis por inteiro, mas de um azul bem clarinho. O globo ocular é totalmente azul e eles não têm o branco que nós temos em nossos olhos. O cabelo deles lembrava o loiro, mas também o ouro em certos lugares e, por causa da luz, às vezes até parecia branco.
Todos os seres tinham cabelos grandes? Eles tinham expressões no olhar?
Em outras salas que visitei havia seres com cabelos curtos, mas só notei isso mais adiante, depois de conhecer os dois primeiros — eles também tinham uma expressão angelical, transmitindo bondade e segurança em seus olhares. Eu sentia que estava ao lado de anjos, mas de “anjos” de carne e osso, vindos de um lugar mais evoluído em todos os aspectos.
Havia algum móvel, cadeira ou objeto que você reconheceu ao redor?
Não, não tinha nada onde entrei. Somente uma porta grande que se abria do nada, como se fosse automática.
Os seres comentaram que recolher sêmen é feito para a melhoria da nossa espécie. Assim, muitos seres humanos são mudados geneticamente na Terra e no universo. Tudo para o avanço, tudo para se trabalhar pelo bem da ‘família universal’.
Qual foi a primeira coisa ou palavra que eles lhe disseram?
Não me disseram nada, pelo menos não a princípio. Vieram até mim e puseram um objeto atrás de minha orelha. Eles já estavam usando aquele mesmo artefato, pois o ser que o colocou em mim apontou para um igual em sua orelha, com um gesto, levantando seus longos cabelos. Ele queria me mostrar que a nossa comunicação iria ser por meio daquele aparelho, mas eu só vim a entender isso muitos anos depois. Quase que durante a minha vida inteira acreditei que a conversa com os seres havia se dado por telepatia, mas hoje entendo que foi por meio de uma tecnologia de tradução mental.
Após colocarem o aparelho em seu ouvido, qual foi a primeira coisa que eles lhe disseram? E qual foi sua reação naquele momento?
“Não precisa ter medo. Não vamos fazer mal algum a você. Só queremos conversar e lhe mostrar algumas coisas. Depois, vamos deixá-lo em casa”. Eu continuava confuso, envolvido pela luz que me conduziu para dentro do disco voador, achando que estava morto e não entendendo a razão de aquilo tudo estar acontecendo comigo. Eu estava lúcido, mas o ocorrido ainda me deixava perdido com a situação de ver seres lindos e altos conversando comigo mentalmente. Uma sensação única, difícil de esquecer e difícil de descrever, algo que nunca mais senti em toda minha vida. E, às vezes, choro quando me lembro.
O que eles fizeram com você, o que aconteceu depois?
A luz que me envolvia foi “desligada” e eles colocaram suas mãos sobre minha cabeça, como se estivessem me dando uma espécie de passe ou algo assim. Entendo hoje que eles estavam conectando aquele aparelho em meus neurônios, ou ajustando algo, creio. Lembro-me de que, por costume, tentei falar abrindo a boca, mas o som da minha própria voz saiu diferente, algo como metalizada, artificial. Lembro que eles me orientaram para não forçar as minhas cordas vocais, pois estávamos nos comunicando por meio dos neurônios. Como eu disse antes, de 1982 até mais ou menos o ano 2000, eu ainda achava que minha comunicação com os “anjos” havia sido feita por meio de telepatia, mas hoje entendo que foi por meio de uma tecnologia extraterrestre, com aquele aparelho colocado atrás de minha orelha.
Como eram os lábios deles, já que eles não falavam?
Eram finos e iguais aos nossos, mas com aparência angelical. Eles conversavam entre si em uma língua diferente, mexendo os lábios e gesticulando com as mãos. Para mim, falaram que queriam me mostrar alguns lugares e me contar algumas histórias — foram me acalmando e me pediram para não ficar assustado, que eu voltaria para casa logo. E comentaram sobre o meu pai.
Eles citaram especificamente o nome do seu pai naquela conversa?
Não, na verdade não fizeram isso. Eles falaram somente “pai” e me contaram que foram eles que o abduziram. Eles confirmaram tudo que meu pai contou para a família a vida inteira, que foi abduzido e que extraíram o sêmen dele. Comentaram também que esse procedimento é feito para a melhoria da espécie humana. Assim, muitos seres humanos são mudados geneticamente na Terra e no universo. Tudo para o avanço, tudo para se trabalhar pelo bem da “família universal”.
Em seguida, o que houve?
Então eu e os seres saímos para uma nave maior.
Uma nave maior? Nela você sentiu alguma coisa de diferente quanto à primeira?
Não. Parecia que ela estava parada. Mas sei que estávamos viajando bem acima de uma velocidade que nunca poderíamos medir por qualquer ferramenta feita pelo homem. Não sentia nada dentro daquela nave maior, era algo impressionante, fora do real. Na menor não vi nada, mas, na maior, lembro-me de que quando entramos vi algumas naves pequenas, estacionadas.
As naves, a menor e a maior, eram iguais de algum modo?
Algumas eram bem diferentes umas das outras. As naves menores, estacionadas, deveriam ter uns 7 m ou 8 m de altura. De largura elas deveriam ter uns 50 m, acho — eu tinha pouca idade para notar com precisão detalhes assim, mas me lembro de que era tudo bem confortável.
Eles me falaram que a causa da catástrofe foi o materialismo, a ganância pelo poder na nova Terra descoberta, que lhes traria outros bens materiais. Como vimos acontecer em nosso planeta, por exemplo, com as descobertas feitas na época das grandes navegações.
Como era a nave maior?
Nela, por onde entrei, havia muitos corredores e portas com uma altura gigantesca do chão ao teto. Ali eu vi mais seres trabalhando, interagindo entre si.
As naves menores tinham janelas?
Aparentemente não. Mais tarde, no entanto, para ver o caminho que seguiríamos, eles abriam as “paredes” da nave dando lugar a um tipo de vidro transparente. Via-se tudo em todos os ângulos.
Qual era o formato da nave menor? Poderia descrevê-la para nós?
Redonda, mas havia outras com diferentes formatos. Uma delas parecia ter a forma da letra W, um bumerangue. Outras eram cilíndricas com cores lembrando a prata e o cinza. As naves estavam estacionadas na mesma luz que eles usam para fazer a abdução — acho que ela também servia para a manutenção gravitacional das naves.
Essa luz ficava parada sobre as naves, é isso? Como você entendeu o comportamento que ela tinha?
Ficava. Diante das naves estacionadas a luz estava parada, focalizada, mas mudava de cor algumas vezes. Na minha abdução, ela parece que me pesquisava, me apalpava.
Você viu alguma nave saindo ou entrando depois daquela que o levou até aquele lugar?
Não. Todas elas estavam estacionadas, sendo arrumadas ou algo assim. Não vi nenhuma entrando ou saindo.
Quantas pessoas você acha que caberiam na nave menor?
A nave pequena que me levou eu acredito que poderia transportar de quatro a seis pessoas. Na maior, cabiam muitas mais, mas não dá para precisar. Cabe muita gente ali, como em um transatlântico.
E o que aconteceu dentro da nave maior?
Caminhamos por corredores grandes que, hoje, me lembram labirintos, com larguras grandes também. Tudo ali funcionava por comando de voz ou por toque de mãos. As portas funcionavam como essas que hoje vemos em muitos locais públicos, com sensor automático. Os corredores não tinham objetos, era tudo muito limpo. Eles me levaram para uma sala onde me sentei em uma poltrona. Aí, do nada, as paredes do aparelho se abriram dando lugar a um tipo de vidro transparente e eu pude ver o universo. Luzes passavam rápido através da nave, mas parecia que ela estava parada. Eu não sentia o movimento do objeto, mas sentia que estava voando, como se estivesse dentro de um elevador, sem atritos ou choques. Depois, notei que eles diminuíram a velocidade da nave e pude ver o espaço ao redor de onde estávamos — era uma visão linda, difícil de descrever, mas impossível de esquecer. Eu daria qualquer coisa para ver aquilo de novo, agora que tenho mais consciência das coisas.
Você acha essa visão era uma tela de TV ou uma janela mesmo?
Pode-se dizer que era uma janela camuflada, pois as paredes da nave se abriam e dava para ver tudo em volta, por fora da nave. Não era uma TV.
E qual era o tamanho da janela?
Não era exatamente uma janela que se abre. A parede é que se abria por inteiro para poder-se ver, de todos os ângulos, o céu ao redor. Algo maravilhoso, inexplicável. Hoje entendo que eles queriam me mostrar que eu estava realmente no espaço, longe da Terra. Eu, aos 14 anos de idade, não tinha nenhuma noção de espaço e tempo, e tudo para mim era novo. Os “anjos” me falaram que nós estávamos fora do Sistema Solar, onde se localiza nosso planeta. Com isso, e com o passar dos anos, fiz alguns desenhos que mostram mais ou menos como funciona o sistema de conexão de galáxias. Algo como o funcionamento das engrenagens de um relógio. E até o motivo de os planetas serem esféricos. Tenho desenhos que explicam isso melhor. Coisas bem básicas que aprendi com eles.
Existem planetas onde se pode viver um, cinco, dez mil anos com um mesmo corpo físico. Seria extraordinário você não precisar se preocupar com a morte. Isso sim é a busca pela eternidade ou por viver no paraíso, pois tudo depende muito de nossos atos.
Voltando à sua experiência, o que aconteceu em seguida?
Eles me pediram para que eu me levantasse da poltrona e fomos até uma antessala. Lá, me solicitaram que me encostasse perto de uma parede, com a luz que eles usam para fazer a abdução, e que abrisse as pernas e braços. Em seguida, fui envolvido por uma roupa que vestiu o meu corpo colando-se nele e se fechando como um tipo de velcro — a roupa parecia ter vida, com oxigênio. Era muito estranha, eu sentia que ela estava interligada a mim, como se estivesse conectada à minha corrente sanguínea. Não sei como isso seria possível, mas a roupa envolveu o meu rosto, como se fosse um capuz colado, deixando a camada dos olhos transparente. O traje era azul, mas em alguns lugares por onde andei ele mudou de cor, meio que se adaptando ao ambiente. Eles me disseram que aquele procedimento era necessário por causa de uma radiação que envolvia o planeta que eles iriam me mostrar em seguida. Sem a roupa, não conseguíamos sequer pisar no local, pois o ar poderia desintegrar a nossa pele.
O que aconteceu logo em seguida, assim que você colocou a tal roupa?
Descemos em um planeta totalmente desértico, com um aspecto de destruição. Eu com a roupa grudada em meu corpo e eles também com a mesma roupa. Nós descemos da nave com aquela mesma luz com que eles fazem suas abduções. Ao caminhar, os “anjos” começaram a me contar o que tinha acontecido naquele planeta.
E o que eles lhe falaram?
Falaram que a raça humana tinha vivido naquele planeta, mas com uma tecnologia mais avançada do que a de nossos dias atuais. E que o planeta Terra havia sido descoberto por um poderoso país daquela antiga morada humana.
Eles descobriram a Terra assim como estamos descobrindo exoplanetas nos últimos anos?
Isso. O oxigênio da Terra, conforme descobriram, era compatível com o do planeta deles. Mas havia uns animais na Terra que incomodavam os nossos antepassados daquele outro planeta, os dinossauros. Como não existia vida inteligente, eles dominavam o local. Assim, foram jogadas muitas bombas biológicas e químicas para destruir os dinossauros que habitavam nosso planeta — segundo me contaram, levou muito tempo para extingui-los, pois eles habitavam o ar, o mar e a terra.
Você está me dizendo que os dinossauros foram exterminados por armas e não por meteoros, como sempre aprendemos na escola?
Bem, eu estou lhe contando aquilo que eles me contaram. Não tenho como provar a tese deles. Após exterminarem os dinossauros, a raça daquele mundo distante fez morada na Terra e, paralelamente, forçou uma guerra nuclear em seu planeta de origem. Ainda segundo o que eles me disseram, houve um momento em que a Terra já estava populosa, com cientistas, engenheiros, autoridades, trabalhadores e muitos familiares de pessoas importantes daquele outro mundo.
Você disse em seu livro Os Anjos São Reais? [Livrus, 2014] que o tal planeta de origem era Marte. Consegue ver a contradição no que diz?
Eu escrevi em meu livro que imaginava que fosse Marte, mas os “anjos” não me falaram o nome do planeta que a raça humana destruiu. Eu citei Marte como referência, apenas por ser parecido com os que eles me mostram. E por que não?
Porque Marte está dentro do nosso Sistema Solar e não fora dele. Mas, enfim, como estava o dia no planeta que você visitou?
Parecia um entardecer, com o céu avermelhado, por isso que também me lembro sempre de Marte. E se via algumas estrelas ao redor. Não me recordo de ter visto um sol naquele planeta, mas em outros que visitei, sim. Acho que a radiação nuclear deixou o céu daquele mundo com um aspecto avermelhado — a atmosfera tinha aparência sombria, o espaço próximo era obscuro, meio cinza, meio avermelhado, algo assim.
O que teria motivado uma guerra nuclear no planeta que você visitou?
Eles me falaram que a causa foi o materialismo, a ganância pelo poder na nova Terra descoberta, que lhes traria outros bens materiais. Como vimos acontecer em nosso planeta, por exemplo, com as descobertas feitas na época das grandes navegações. A destruição daquele mundo de origem fez muitos outros, próximos, serem afetados negativamente. Com isso, a raça humana produziu um grande estrago naquele sistema e até no universo, de certo modo. Hoje, entendo que eles não vão deixar isso acontecer outra vez, pois irão interditar a humanidade antes que aconteça uma grande guerra nuclear parecida com a que houve lá, há muito tempo.
Como aquele suposto e poderoso país ocasionou a guerra nuclear que destruiu o planeta que você diz ter visitado?
Depois de muitos anos de estudo e exploração da Terra, um governo local começou a pressionar países menores, mas com grandes riquezas. Com moradias e bases montadas aqui, a pressão político-exploratória aumentou. Foi quando o governo forte resolveu jogar bombas nos países rivais. Outras nações também tinham bombas nucleares, e então, sem controle, elas começaram a cair como chuva no planeta dos nossos antepassados — foi o fim da vida em um mundo e o exílio total de uma raça humana para outro. Sem ter como explorar outros planetas, humanidade teve que viver presa à nova Terra.
Quantos seres estavam caminhando com você no planeta que vocês visitaram?
Eram cinco ou seis. O masculino falava mais e a mulher ficava analisando tudo, escutando tudo. De qualquer modo, quem comandava todos ali era uma mulher. Aliás, quem pilota e comanda tudo são elas, não eles. Diferente da Terra, onde a força masculina comanda quase tudo.
E o que mais ele lhe contou?
Disse que o nosso planeta tinha uma crosta única, que não existiam os continentes — eles nasceram mais tarde, por causa do derramamento de bombas para a destruição dos dinossauros. A transformação da Terra foi acontecendo aos poucos, com muita destruição e por causa do desdobramento de atritos na terra e no mar. O planeta então se partiu em continentes e as mudanças estruturais neles são, portanto, fruto da atuação dos seres vindo daquele outro mundo.
Segundo eles, o que aconteceu quando a morada passou a ser a Terra? Vocês trataram disso, não?
Também houve conflitos aqui, pois todos queriam comandar a nova casa. Os colonizadores começaram a fugir e a procurar a sobrevivência em lugares longes uns dos outros. Muitos foram para o que hoje se conhece como Alexandria, Egito, Grécia e outros lugares do Continente Africano, onde a colonização do planeta começou. Isso tudo sem o desdobramento do mar, quando a Terra ainda era banhada por um único e gigantesco oceano. Hoje, se algum país poderoso na Terra descobrisse um planeta habitável e conseguisse chegar até ele com sua tripulação de políticos, a história de destruição iria, com certeza, ocorrer novamente.
Que lição importante você tirou da história que ouviu deles?
Que, se o ser humano fosse voltado para o bem, estaríamos viajando no universo ao lado deles, aprendendo muito, dando um salto evolutivo de muitos anos à nossa frente. Tanto material, quanto espiritualmente.
Quem são eles, esses seres que você chama de “anjos”?
Eles são os seres que protegem tudo, e por isso eu os chamo de “Anjos do Universo”. São eles quem ensina e ajudam outras raças alienígenas a evoluírem no universo. Que nos ensinam e nos preparam para explorar todo o cosmo, mas com sabedoria e compaixão ao próximo. Sei que um dos motivos da raça humana ainda não ter tido um contato mais amplo com eles é por haver o risco de sumir por completo do mapa, graças aos líderes mundiais que insistem em promover a guerra e a destruição ambiental.
Você fez alguma pergunta específica a eles? O que lhe responderam?
Sim: Deus existe? A resposta foi surpreendente: “Deus existe. Estamos em busca de nossa evolução no universo para chegar até ele. Há lugares no universo que ainda não alcançamos por não termos o avanço necessário”. O que eles responderam até hoje não sai de minha mente.
Quanto tempo você acha que ficou com eles?
Difícil saber o tempo exato, mas sei que fiquei com eles do início da abdução até eles me deixarem novamente na Terra, por quatro ou cinco horas. Para eles chegarem a algum planeta é um segundo, coisa de pouquíssimo tempo. Um exemplo: da Terra até Marte creio eu que eles levam apenas alguns minutos. A velocidade de um disco voador é algo inexplicável, incompreensível, impressionante — a nave voa por todos os lados e ângulos possíveis e imagináveis, como se não existisse nenhuma barreira de tempo ou espaço. Não existe gravidade, pressão ou outra força qualquer quando se viaja dentro de um disco voador. Ao lado deles, inclusive, eu não tinha a noção do tempo. Só vim notar o tempo quando já estava em terra firme, quando vi que era fim de tarde, pois fui abduzido mais ou menos na hora do almoço.
Depois de visitar a antiga Terra você foi para outros lugares?
Voltamos ao disco voador e fomos para muitos lugares. Eles me falaram e me mostraram muitas coisas. Por isso que escrevi o livro Os Anjos São Reais? [Livrus, 2014]. Eles me falaram muito em reencarnações, evolução espiritual, sobre cuidar dos nossos próprios atos para não voltarmos a viver em planetas precários existentes no universo, com a luz do espírito reencarnando em algum corpo físico etc.
Mas isso soa muito algo espírita ou kardecista…
Bem, soa universal. Somos luzes em evolução planetária com uma imensidão de moradas para reencarnamos após a morte do corpo físico em alguma morada provisória. O universo funciona como a engrenagem de um relógio mecânico. Existem planetas com evolução superior e inferior, quando comparados ao nosso. Por exemplo, há planetas de nível 0 ou –1 e planetas de nível 1 — eles me falaram que a Terra é nível 0 na evolução universal. Planetas de nível 0 são de sofrimento e muita busca de entendimento espiritual, pois nesse nível se quer muito o ter e não o ser.
A impressão que eu tenho é a de que houve uma espécie de sincretismo entre os conhecimentos passados por eles e aquilo que você ouviu de amigos ou leu em algum lugar, durante o intervalo entre a sua abdução e a confecção de seu livro…
E quem nos garante que o ensinamento não é universal? Veja, com apenas um ato insano você condena sua luz ou espírito para sempre no universo. Neste caso, nem Deus nem ninguém vai julgá-lo após a morte de seu corpo físico. Seu julgamento são os seus próprios atos, a cada segundo de sua vida. Deus não brinca de videogame matando ou condenando ninguém — tudo é fruto de cada ser reencarnado na Terra. Lembro-me que eles falaram que existem planetas onde o ser inteligente vive um, cinco, dez mil anos com um mesmo corpo físico. Seria extraordinário você não precisar se preocupar com a morte. Isso sim é a busca pela eternidade ou por viver no paraíso, pois tudo depende muito de nossos atos. Eles me falaram muito em ciclos reencarnatórios, evolução da luz do espírito e da vida em várias moradas no universo. Os seres que me abduziram, eu acho, vivem cerca de dez mil anos, mas com o mesmo corpo físico. Analisando o ciclo de vida deles, a raça humana tem um ciclo de vida curto na Terra, onde alguns chegam a 80, 90 anos. Uma vida de inseto, se comparada à deles.
Quando você teve contato com o Espiritismo? Você é estudioso?
Não tenho uma religião certa, mas gosto do Kardecismo, que ensina a vida após a morte melhor do que qualquer outra doutrina ou filosofia no Ocidente. Os “Anjos do Universo” falaram muito em reencarnações e me asseguraram que existe um ciclo de evolução que faz o espírito voltar a planetas em galáxias melhores — mas isso dependeria somente de seus atos na última reencarnação, seja na Terra ou em outros orbes. Não aprendi ainda tudo o que Kardecismo diz, mas a coisa vai muito, muito além disso tudo. Kardec escreveu o Evangelho Segundo o Espiritismo em 1864. Para aquela época era apropriado, mas de tempos em tempos outros completam a obra. O universo gira em torno do saber e deve-se procurar conhecer mais, assim não se vive só no passado, mas na busca do presente, achando o futuro nas soluções dos enigmas que tanto intrigam a humanidade. Nossa história, a da ciência e a da religião serão retificadas após o contato com os “Anjos do Universo”. Tudo vai precisar ser reescrito.
Há alguma tecnologia que eles explicaram e você compreendeu bem?
O que mais me impressionou foi a explicação deles sobre o funcionamento do universo como se fosse a engrenagem de um relógio. O cosmos funciona com muitas galáxias girando em sentido horário e anti-horário — os planetas e satélites têm o formato naturalmente esférico e o funcionamento de tudo que existe opera em sintonia com as forças invisíveis que sustentam o universo. Existe uma força que age como um cabo de aço e vem de um fluxo que gira entre as galáxias. Ela separa as galáxias com barreiras gravitacionais espaciais, girando em torno delas com um sistema horário e anti-horário, indo e vindo.
O que mais eles lhe explicaram?
Que as galáxias também têm os formatos meio arredondados ou ovais e que variam muito de tamanho. Eles são aglomerados de estrelas, planetas, gases, poeira, tudo ligado pela força invisível que sustenta o universo e forma a gravidade. Nossa galáxia, por exemplo, é conhecida como Via Láctea e tem 100 mil anos-luz de diâmetro. O cálculo exato de seu tamanho e de tudo o mais que existe no universo visível, o homem só vai saber quando viajar e explorar o cosmos ao lado de extraterrestres como os que me abduziram. Saber explorar esses caminhos é encurtar o tempo das viagens cósmicas. Se a tecnologia que eles conhecem e usam fosse colocada à nossa disposição, a humanidade avançaria mais de 100 mil anos.
Eles falaram sobre outras raças inteligentes existindo no universo?
Sim, e falaram também sobre reencarnações em planetas habitáveis em varias galáxias, para o espírito evoluir na busca da luz maior, que é Deus. Eles me apresentaram duas raças diferentes. Uma lembra muito os já bem conhecidos grays [Cinzas] e a outra é a do tipo reptiliano, ambas com o corpo físico, evolução espiritual e evolução tecnológica bem mais avançadas do que a humana. Todos nós tínhamos o aparelho atrás da orelha para nos comunicarmos. Quando eu os encontrei, fiquei com medo e o extraterrestre angelical comentou: “Olha o preconceito humano se manifestando!”
Em algum momento você teve medo dos grays e dos reptilianos?
Sim. Mas o ser angelical me deu uma grande lição de moral, que daria para preencher um livro. Após ficar ao lado de alguns desses seres e conhecê-los um pouco melhor, pude perceber que são sentimentais e bons — mas se alguns fossem encontrados na Terra, seriam exterminados por causa de sua aparência. Alguns parecem monstros por fora, mas são “anjos” por dentro. Hoje entendo que fui apresentado àquelas raças diferentes para que, no futuro, pudesse entender a razão da minha abdução. Existem muitas vidas diferentes, boas e mais evoluídas do que a humana. Essas duas raças chegaram à grande evolução espiritual, pois foram ensinadas pelos seres angelicais a viajar pelo cosmos e ajudar outros planetas menos evoluídos. A intenção deles é aumentar a grande família universal. A raça humana já poderia estar ao seu lado, mas para isso teria que deixar de destruir o planeta e o próximo com violência, fome, guerra etc. Aliás, somente essas duas raças têm autorização para entrar em planetas com vida inteligente, como a Terra. Têm autorização dos “Anjos do Universo”.
Depois de todos os ensinamentos que recebeu, você voltou para a nave. Então, o que aconteceu?
Quando voltávamos para o disco voador, eles me colocavam na luz que usam para abduzir e abrir caminhos. Essa luz servia também para energizar e tirar impurezas.
Quando você foi abduzido, você estava em Grajaú. Onde eles o deixaram quando você voltou?
Na verdade, quando fui abduzido eu estava indo para o Lago Azul. Fui deixado a uns 40 minutos daquele local, próximo da primeira ou da segunda balsa. Nós, quando garotos, andávamos muito pelos matos e rios existentes naqueles lugares, sabíamos ir e voltar, mas hoje fica difícil saber exatamente onde foi o local do pouso, pois tudo mudou. Minha abdução ocorreu em algum ponto da Avenida Carlos Barbosa Santos ou em um bairro próximo, onde estava o lago. Os “Anjos do Universo” me deixaram em um terreno baldio. Usaram a mesma luz que me abduziram para me deixar no chão,
mas em uma mata fechada.
O que eles disseram ao se despedirem de você ali naquele local?
Falaram que eu poderia ir tranquilo e que eles iriam me acompanhar. Ao caminhar, eu já não sentia medo algum, só pensava no que tinha me acontecido. Aquele foi um dia inesquecível para mim, sem sombra de dúvida. Naquele tempo, eu conhecia bem o caminho para chegar à Cohab do Grajaú. Lembro-me que caminhava e sempre olhava para o céu, via nuvens e sabia que atrás de algumas delas estava o disco voador camuflado — até hoje caminho olhando sempre para o céu.
O que houve quando você finalmente chegou à Cohab?
Encontrei com um amigo chamado Biel. Ele disse que eu estava pálido, parecendo um fantasma. Em seguida, perguntou o que tinha me acontecido, pois eu tinha sumido. Eu não falei nada, só queria ver minha mãe. Dei alguma desculpa sobre o meu desaparecimento e fui para casa, na época localizada na Avenida Celso Garcia 1553, Apartamento 4, no bairro Belenzinho. Acredito que a experiência com os extraterrestres começou entre 12h00 e 13h00. Cheguei à Cohab do Grajaú entre 18h00 e 19h00 e devo ter chegado ao Belenzinho entre 20h00 e 21h00. Não olhei para o relógio, pois minha preocupação era outra. No trajeto do ônibus, não dormi, pois meus pensamentos estavam ligados no ocorrido com os extraterrestres.
E quando você chegou em casa?
Eu contei tudo para minha mãe. Ela, de imediato, me pediu para não contar nada para ninguém, pois todos iriam me chamar de louco, mentiroso e outras coisas, como fizeram com meu pai. Ela era muito espiritualizada e, com relação à Ufologia, bem à frente de seu tempo. Ficamos horas conversando. Minha mãe pediu para eu não contar os fatos nem para os meus irmãos. Lembro-me de que, quando alguém entrava no quarto, nós parávamos a conversa — até alguns meses antes de sua morte, em 2006, aos 74 anos de idade, nós ainda conversávamos sobre o ocorrido. Ela dizia que meu pai foi muitas vezes considerado louco e mentiroso até mesmo pelos familiares. Minha mãe sempre acreditou em mim. Ela mesma viu naves em um sítio em que vivia no interior de São Paulo.
Você seguiu os conselhos de sua mãe?
Não tem como não contar um fato desses. Por isso eu revelei minha experiência, mas muitas pessoas não me deram ouvidos. Outras se distanciaram de mim, achando que eu era louco mesmo. E não tem como não ficar maluco com isso. Quando eu era mais novo, discutia com as pessoas que duvidavam de mim. Mas, com o passar dos anos, aprendi a não perder mais o meu tempo com isso. Cada um tem sua maneira de saber o que é verdade ou mentira. Existem autoridades e muitas pessoas que relatam muitas coisas sobre discos voadores e abduções.
Então você não contava para as pessoas sobre sua abdução?
Não assim, logo de cara. Primeiro eu tinha que saber se a pessoa acreditava em vida em outros planetas e seres extraterrestres. Depois que contava sobre a abdução, mas os amigos e familiares não levavam a sério, achavam que eu era maluco. Até hoje muitos acham isso, creio eu…
No final das contas, que lição você tirou dessa experiência?
Hoje eu vejo tudo diferente. Não sou melhor do que ninguém e nem fui escolhido para nada — somente tive uma experiência fora do normal. Acredito que muitos, na história da humanidade, incluindo personagens bíblicos, receberam ensinamentos desses seres angelicais. Depois de conhecer o planeta que a humanidade destruiu no passado, não consigo ver a história humana do mesmo jeito. Minha experiência me fez enxergar que não vale à pena destruir o espírito por ganância, preconceito, ódio, traição e outras forças negativas que andam de braços dados com esse mundo de exílio para o corpo físico. A vida física aqui é curta perante o universo. Temos que nos vigiar e procurar fazer o bem. Todos nós somos luzes no universo e não vai haver ninguém para lhe julgar após a morte do seu corpo físico, somente a sua própria luz que viaja pelo universo criado por Deus.
<!–[if gte mso 9]>