Parece paradoxal fazer esta pergunta dentro da comunidade ufológica, que vem há quase 60 anos insistindo que alienígenas nos visitam e esperando o tão famoso e comentado dia do contato final — que, na verdade, deveria se chamar dia do contato inicial, já que será o primeiro oficialmente reconhecido e registrado pela humanidade. No entanto, cabe aqui um olhar mais atento para essa questão. Será realmente que a vontade que esse contato ocorra é unânime? Claro que muitas pessoas querem que isso se dê e vêm gastando tempo e dinheiro em pesquisas que, aos olhos de outros, podem parecer inúteis, indo contra a opinião de amigos e familiares e até mesmo tendo problemas profissionais decorrentes de seu posicionamento em relação ao assunto. Porém, a pergunta persiste. Será que realmente todos nós queremos esse tão aludido contato com eles?
A partir do momento em que governos e universidades passem a fazer suas pesquisas e estudos sobre esses povos que nos contatam, o que restará aos ufólogos? O que acontecerá quando o objeto estudado se confirmar e, com isso, fugir ao alcance das mãos? É certo que muitas crenças desabarão, que certezas virarão fumaça e que muita gente que usa a Ufologia como meio de explorar pessoas incautas vai se dar mal. Contudo — ou talvez apesar de tudo —, será que realmente queremos esse contato direto e inegável? E o que dizer das muitas pessoas que fazem da Ufologia uma “muleta”, algo que as distrai de seus próprios problemas pessoais? E as muitas pessoas que assumem a atitude de donos da verdade e sabedores de tudo, que afirmam que tudo sabem e conhecem nesse labiríntico campo? E as outras muitas pessoas que fazem da Ufologia um palco para um constante desfile de ego, disputando um lugar sob os holofotes para se sentirem importantes? O que será delas?