
Mensagem do Editor — Nosso país tem incontáveis ocorrências de abduções praticadas por outras inteligências cósmicas, que vêm sendo registradas e investigadas há mais de seis décadas pelos pioneiros da Ufologia Brasileira e as gerações seguintes. Na literatura ufológica mundial, por exemplo, o primeiro caso de sequestro de um humano por extraterrestres ocorreu em Minas Gerais, no final dos anos 50, quando o então agricultor Antonio Villas Boas foi levado a bordo de uma nave e lá forçado a ter uma relação sexual com uma alien. De lá para cá, os casos abundam em todas as partes do Território Nacional.
O texto que se verá a seguir é uma compilação de partes do livro Sequestros Alienígenas: Investigando Ufologia com e sem Hipnose, cuja segunda edição acaba de ser lançada pela coleção Biblioteca UFO. A obra, de autoria do veterano ufólogo e especialista em abduções Mário Nogueira Rangel, conta com dezenas de casos de brasileiros levados para dentro de discos voadores e até a outros planetas, todos investigados com elevado rigor científico. Alguns episódios são estarrecedores e nunca registrados em outras partes do mundo. Conheça nas páginas a seguir alguns dos acontecimentos mais marcantes constantes de seu trabalho.
Caso Nádia
A manicure que foi levada a um local desconhecido por seres extraterrestres
Na noite de 01 de abril de 1982, Nádia Marzalle, 32 anos na época, esteve no consultório do pioneiro ufólogo brasileiro Max Berezovsky, médico, onde foi hipnotizada por mim. Era naquele local onde realizamos juntos inúmeras investigações ufológicas, muitas com a aplicação de hipnose regressiva para resgatar memórias bloqueadas por abdutores alienígenas, algo chamado missing time ou sensação de tempo perdido. Nascida em 25 de dezembro de 1949, de instrução primária e sangue tipo O positivo, Nádia havia escrito para a locutora Xênia Bier, da Rádio Capital, de São Paulo, contando suas lembranças fragmentadas de uma experiência extraterrestre. Xênia encaminhou a carta à Associação de Pesquisas Exológicas (APEX), dirigida por Berezovsky, e uma semana antes ele, sua esposa Esther, a enfermeira dona Mercedes e eu tínhamos procurado Nádia em sua casa, em um bairro distante, quando nos contou um estranho episódio que lhe ocorreu em julho de 1968 ou 1969 — ela não se lembrava ao certo da data.
Disse Nádia que, em uma noite muito fria, ela dormia em uma casa de fazenda em Três Lagoas (MS), quando seu quarto com telhado sem forro ficou fortemente iluminado e ela ouviu um som estridente, parecido com o zumbido de besouro — depois verificou-se que isso ocorreu em julho de 1969. Nádia teve ímpetos de sair e encontrou sobre a casa um disco voador com luzes de várias cores por todos os lados, que a “aspirou”, fazendo com que levitasse. Nesse momento, ela viu dois ou três seres dentro do mesmo facho de luz, idênticos a humanos, um com barbas brancas e os outros dois morenos. Eles eram somente um pouco mais altos do que ela, tinham os lábios normais e usavam macacões brancos. Gesticulavam e mexiam a boca, mas ela não entendia o que diziam. Sua voz não saía e ela se perguntou se estava morta. Algum tempo depois, o ser de barbas conseguiu se comunicar em português — ela acredita que “por pensamento” ou telepatia. Ele pediu que Nádia não ficasse com medo, pois nada faria que pudesse prejudicá-la e que, a partir daquele encontro, ela sofreria modificações em sua vida. Posteriormente, ela se queimou em uma explosão de gás e ficou com uma sequela física.
O ser disse ainda que ele e os demais eram de paz, que a humanidade estava muito desorganizada e que voltariam. Em seguida, Nádia estava novamente no chão e já não havia nenhum objeto suspenso no ar. Ela não se recorda de ter entrado na nave. “Se entrei, eles apagaram alguma coisa”, disse. A moça ficou uns cinco minutos andando e se beliscou para se certificar de que estava acordada. Ficou muito tempo aérea e distraída, questionando o que teria acontecido. Olhou para o céu e viu somente a noite clara e estrelada, e então voltou para dentro de casa e nunca contou o episódio a ninguém. No dia seguinte, estava tudo normal com ela.
A hipnose regressiva
Quando Nádia foi ao consultório do doutor Max Berezovsky, após os procedimentos iniciais da hipnose, ele ligou um aparelho na esperança de que o ruído fosse semelhante ao que ela ouvira, para que se recordasse. “O barulho não era igual a esse”, afirmou a moça. Insisti na regressão hipnótica para que chegássemos ao momento de sua abdução. Ela então tapou os ouvidos e disse “zumbido”, comparando o som com uma microfonia aguda. E respondeu gritando que não sabia de onde ele vinha. Então respirou fundo e disse, em transe hipnótico, que o local para onde fora levada não tinha teto. “A luz ali era muito forte e dava moleza”. Falou também que sentia frio e que do teto saíam luzes verdes, roxas e amarelas. Ainda hipnotizada, descreveu como decidiu ir ao quintal de sua casa naquela noite, e ofegante informou estar de pijama e descalça, mas que não ia colocar agasalho porque uma voz suave a chamava lá para fora: “Nádia, Nádia, eu preciso falar com você…”
Durante a sessão de hipnose regressiva, a abduzida respondeu a um longo e detalhado questionário a respeito de toda a experiência, sobre estar a bordo de um disco voador e nas mãos de extraterrestres. Algumas de suas manifestações foram reveladoras. “Gozado. Tem um negócio redondo aqui. Tem muita luz. Elas são amarelas, roxas, lilases, verdes, de todas as cores. Nunca vi algo igual. Que bonito. Ah, está vindo gente dessa luz”. Nádia descreveu como uma “pessoa” apareceu no local onde estava. “Veio devagarinho. Era um senhor de barba branca com um macacão muito brilhoso e metálico. Havia mais duas pessoas ali. Mas o que eles querem comigo?” Como é frequente com hipnotizados, foi necessário incentivar Nádia a dar cada uma das informações de que se recordava — feita uma pergunta, muitas vezes o hipnotizado a responde sinteticamente e em seguida fica em silêncio. Nádia se lembrava em vigília, ou seja, em seu relato consciente, parte do ocorrido até este ponto. Depois foi necessário fortalecer a regressão, pois se iniciava a amnésia da abdução, o missing time. Vejamos a seguir.
Os tripulantes do disco voador forçam Nádia a tomar um líquido, que ela não gosta, mas ingere por ter medo de desobedecer aos ETs. Os seres, segundo sua descrição, são muito fortes. ‘A mente deles domina a gente. Mas eles são gozados’
Pergunta — Você está no ar?
Resposta — Estou subindo. Mas a luz aqui é muito forte. Ah, eles falaram para eu ter calma. O senhor… Eu não me lembro como ele se chama, não consigo pronunciar. Começa com X. Ah, gozado… Há uma porta, mas como é que eu vim parar aqui? Eu passei pela porta. Ela está fechada.
Pergunta — As três pessoas ainda estão lá? Elas estão com você?
Resposta — Está só o senhor X, não sei falar seu nome. Parece Xisnó ou X 9. Não lembro…
Pergunta — Você estava entrando na nave. Descreva em detalhes.
Resposta — Sim. Aqui dentro faz calor, não tem ar. Estou ficando tonta. O homem me leva para uma sala diferente. Há um painel, um negócio assim cheio de botão, como uma máquina. Estou trêmula aqui dentro
. Ele está mexendo em uns botões e tem uma pequena luz que pisca dentro e fora. Agora outros dois rapazes entraram. Estranho, mas eu não quero mais ir embora daqui. Estou em pé em um canto, perto de um painel. Sentei em uma cadeira gozada, encostada na parede ou grudada. É metálica e fria. Eles conversam, mas não estou entendendo o que estão falando.
Pergunta — Eles mexem a boca?
Resposta — Sim. Minha mente está muito gozada. Ele falou para mim que vai me levar para um lugar longe. Veio a voz dele na minha cabeça, mas é um português bonito. Só tem uma coisa…
Pergunta — O que é?
Resposta — O cérebro faz assim. Não sei por quê. E eles, será que não vão achar ruim? Eles são muito poderosos e podem sumir comigo. Se eles vierem me buscar, vou embora.
Pergunta — Eles não vão sumir com você. Eles já fizeram tudo isso de propósito para a gente acabar sabendo.
Resposta — Mas ninguém nunca vai entender. Só depois que eles vierem. E eles vão vir logo, logo. Ai, que dor de estômago [Respirou fundo]. Quinze, zero, x, dois, zero. Estrela. Volta. Gozado, não entendo…
Pergunta — O homem está falando esses números para você?
Resposta — Não, ele fala com o outro. São números do painel. O outro repete x, zero, estrela, dois. Eu tenho que ter calma, paz, humildade, solidão…
Pergunta — A nave está parada? Está andando? Como está?
Resposta — Acho que sim. Está gozado. Há uma estrela tão perto. A gente olha e o lugar fica transparente. A cadeira fica transparente. Ai, o que eles querem comigo?
Desobedecer aos ET
Os tripulantes do disco voador forçam Nádia a tomar um líquido, que ela não gosta, mas ingere por ter medo de desobedecer aos ETs. Os seres, segundo sua descrição, são muito fortes. “A mente deles domina a gente. Mas eles são gozados”. Quando perguntada por que são gozados, diz que eles mexem a boca, mas não sai som. “A voz vem no cérebro da gente e o corpo treme por dentro. Estou com fome, meu estômago ronca de fome”. Ainda sob profundo transe hipnótico para romper a falta de memórias conscientes do episódio, Nádia diz que continua sentada naquela poltrona e que suas costas já estão doendo. Diz que na sala em que se encontra há uma máquina e uma mesa diferente de madeira, metálica, cor de alumínio. Vamos a mais um trecho da hipnose regressiva.
Pergunta — Eles falam com você? De que maneira?
Resposta — Estão falando para eu ter calma, que nós já vamos chegar. Estão dizendo que eu sou muito corajosa. Eu pergunto se falta muito e o que eu vou fazer lá? Estamos viajando. É gostoso, mas estou ficando com medo.
Pergunta — Onde é que vocês estão agora? Você está vendo a Terra?
Resposta — Está longe. Não sei, não vejo mais nada. Está escuro lá fora. Mas aqui dentro está claro. Eu estou ficando tonta. Gozado, a gente viaja neste “carro” e dá um monte de “barato”…
Pergunta — Que “barato” que dá? O que você está sentindo?
Resposta — Dá fome, dá tontura, dá sono e também dá frio e calor. Eu me sinto leve como uma pluma. Ah, que cidade gozada…
Pergunta — Como assim, gozada? O que é que tem lá?
Resposta — Tem umas casas sem telhado. Está parecendo filme de televisão. Ah, eu acho é que estou ficando louca. Estou em uma cidade.
Pergunta — O que você está vendo? Descreva, por favor.
Resposta — Estrelas e um céu profundo. Mas se passou no céu, entrou no céu… Ainda existe céu? Gozado. Quero ir embora. Por que então eles me levaram lá?
Pergunta — Todos saíram da nave? Onde é que vocês estão agora?
Resposta — Nós estamos em um campo, parados. Há algo metálico. Ah, eu nunca vi uma cor assim. Algo metálico da cor da roupa deles. Parece que tudo aqui é metálico, como prata. É uma cidade de prata.
Planeta desconhecido
Segue-se um diálogo entre Nádia e seus abdutores naquele estranho lugar, um planeta desconhecido. A moça diz que os seres estão falando consigo, dizendo que a mente humana não é desenvolvida. “Eles têm mais contato com a vida espiritual e não morrem. A vida espiritual deles é mais de perto. Eles forçam a minha mente”. Diz que não consegue impedi-los e chora durante a hipnose regressiva. Quando perguntada sobre como eles forçam sua mente, responde que os seres olham para ela e transmitem algo, também pedindo calma e paz. Então, chega a hora de trazerem-na de volta à Terra, como surge neste diálogo apresentado a seguir.
Pergunta —Você vai voltar para a Terra? O que vai acontecer?
Resposta — A gente vai embora para casa. Mas por acaso eu não estou na Terra?
Pergunta — E o que você está vendo? Você está vendo sua casa?
Resposta — Está tudo muito quieto. Tem vacas ali. Gozado, nem as folhas das árvores balançam. Vamos descer. Parece que meu ouvido está estourando. Um dos seres está me falando que foi tudo um sonho, que não é para eu me lembrar de nada.
Pergunta — O que mais ele fala a você? Por favor, conte-nos.
Resposta — Que eu vou ficar com dor de cabeça. Diz que estamos muito alto, que eu não estou acostumada. Mas tudo bem. É para eu ter muita calma e não reclamar de nada. Solidão, meditar muito, pensar em Deus… Se a gente pensa, dá força para eles. Se vacilar nos pensamentos, a onda negativa atinge o cérebro deles. Eles não podem com ondas negativas, só com positivas. Fazem treinamento há muito tempo para virem à Terra. Eu vou dormir.
Pergunta — Onde é que você está agora? Saberia dizer?
Resposta — Eu estou no quintal, um pouco acima do chão. Eles também estão um pouco acima do chão. Eles dão adeus, vão voltar. Dá impressão de que eu estou meio no chão, meio no ar, não sei o que é [Respirou fundo].
Pergunta — Eles falaram que vão voltar? Disseram quando?
Resposta — Sim, qualquer dia. Eles dão adeus, mas é tão gostoso que eu não queria voltar. Queria ver mais coisas lá. Eles estão indo e eu estou olhando para o céu.
Pergunta — Está vendo eles irem embora? O que está vendo?
Resposta — Estou. Eles acenam. Eu vejo através de algo que ficou transparente. As pessoas vão falar que sou louca ou que sonhei quando eu contar estas histórias.
Inesperada explosão
Em junho de 1977, Nádia Marzalle teve uma experiência traumática em sua vida. Ela era manicure em um salão da Avenida Cidade Jardim, em São Paulo, e ao retornar do trabalho para seu apartamento, onde morava sozinha, abriu a porta e acendeu um fósforo para procurar uma vela, pois estava sem luz. Havia um vazamento de gás e ocorreu uma explosão, que provocou sérias queimaduras em seu braço direito e causou uma deformação em sua mão. Ao receber alta após longa internação, hospedou-se em uma pensão próxima ao hospital em que deveria fazer curativos frequentemente.
Certo dia, em outubro do mesmo ano, sem saber a razão, ao sair do hospital ela tomou aleatoriamente um ônibus sem destino. Nádia lembrou-se de que, momentos depois, estava em uma casa humilde com paredes de barro e tranca na porta, no meio de um matagal e nas proximidades de um hospital em Itapecerica da Serra (SP). O doutor Max Berezovsky e eu tínhamos muito interesse em fazer uma nova sessão de hipnose regressiva em Nádia para esclarecer a visita ao casebre em Itapecerica e se ocorreram outros sequestros em sua vida. Com ela morando longe, esse desejo nunca se concretizou. Nádia telefonou algumas vezes para o doutor Berezovsky, que lhe deu orientações de natureza médica e geral.
Caso Dino e Deise
O relato de uma inusitada viagem de um pai com sua filha a outro planeta
Dino tem sangue B positivo e sua filha Deise tem sangue O positivo. Seus sobrenomes estão resguardados a seu pedido. Na noite de 11 de julho de 1982, eles foram à residência do doutor Max Berezovsky, então presidente da Associação de Pesquisas Exológicas (APEX), onde se encontrava um grupo de pessoas e ocorreu então algo muito curioso. Lá, Deise ficou bastante surpresa ao ver um quadro e contou que naquele dia, sem saber a razão, procurou compulsivamente por uma foto em sua casa, revirando papéis antigos até encontrá-la, e colocou-a na bolsa. A fotografia, que todos vimos, continha exatamente a mesma figura do quadro que doutor Berezovsky havia pendurado um dia antes. Já Dino, sargento reformado da Aeronáutica, pai de Deise, nos relatou um evento ufológico. Quinze dias depois nos encontramos e ele confirmou a exatidão do fato, acrescentando uma nova informação.
Dino é casado, tinha cerca de 50 anos de idade na época e é pai de quatro filhos adultos. Ele relata que no passado teve “desdobramentos” e que, em certa ocasião, estava deitado com os olhos abertos quando “viu” sua avó já falecida, de quem era muito amigo. Tinha “visto” também uma criança, que em seguida desapareceu. Algumas vezes foi acordado à noite por uma mão que o sacudia, mas verificava a seguir que não havia mais ninguém no quarto. Não se julgava medroso e, como militar, teve que fazer guardas noturnas em locais solitários, sem sentir medo.
Ele contou que, em dezembro de 1979, chegou tarde à sua residência, na Avenida Dom Pedro I, bairro do Ipiranga, em São Paulo, e recostou-se na cama, ainda vestido, ao lado da esposa para aguardar a chegada dos filhos. Teve então, inexplicavelmente, vontade de ir a uma área externa da casa, o que fez em companhia da filha Deise, na época com 12 anos. Lá fora encontraram um objeto voador em forma de sino pairando a pequena distância do chão. Foi possível ver que havia dentro do objeto, que era transparente, um “casal” que os convidava para entrar — embora, aparentemente, ele não coubesse dentro do objeto.
O casal pediu aos dois que entrassem pela parte de cima e disse que eles iriam fazer um “passeio” a outro planeta. Dino informou que não poderia aceitar o convite, pois teria um compromisso na manhã seguinte, mas o casal insistiu, esclarecendo que o passeio seria rápido. Com bastante dificuldade, ele seguiu as instruções e introduziu sua filha na nave. Depois passou suas próprias mãos, braços e cabeças por um pequeno orifício na parte superior do veículo, quando foi puxado para dentro pelos dois ocupantes.
Salão espaçoso e redondo
Surpreendentemente, ingressou em um salão muito espaçoso e redondo, sem móveis e com teto em forma de abóbada, todo transparente como vidro. Havia apenas um painel de instrumentos com botões que quase não eram mexidos. O objeto subiu em grande velocidade, permitindo uma vista maravilhosa tanto da Terra, que se distanciava, como do céu, bastante azul. Com extrema rapidez chegaram a outro planeta, que foi sobrevoado a baixa altitude e pequena velocidade. “Era um amanhecer muito bonito, com o surgimento de um Sol incrivelmente grande”, descreveu Dino.
Ele viu campos com muitas flores, das mesmas cores que as da Terra, vastas plantações e muitas casas, sempre baixas e com uma área redonda na parte de cima para estacionamento, permitindo que o passageiro da nave ingressasse diretamente na casa — alegou ter estado em uma delas. O diálogo com os tripulantes foi exclusivamente telepático e não foram prestadas informações como seus nomes, o do planeta visitado, nada disso. Os tripulantes prometeram novo passeio em data não determinada. Dino lembra-se com muita nitidez das coisas que viu, tendo a sensação de extrema realidade. Não sentiu pressão nos ouvidos ou qualquer sensação durante a viagem e não se recorda se no caminho passaram por outros planetas. Não comeu nada e pouco falou. O azul do céu era bonito, porém forte e escuro. As atividades no outro planeta limitaram-se às descritas e logo após retornaram à Terra.
Dino e sua filha saíram por cima da nave, também com muita dificuldade — ele sentia que realmente fez essa viagem, com seu corpo físico e a mesma roupa que estava usando. Os tripulantes que descreveu tinham cerca de 1,5 m de altura, usavam macacão branco sem qualquer insígnia e suas fisionomias eram semelhantes à dos habitantes da Terra. Dino e o casal ficaram em pé o tempo todo, mesmo porque não havia móveis na nave. Estranhamente, sua filha não ficou com eles. Diz que saiu e voltou à Terra à noite, em uma viagem de aproximadamente uma hora, enquanto no outro planeta amanhecia. Na manhã seguinte, Deise não tinha qualquer lembrança sobre essa história.
Hipnoses em Deise e Dino
Dei início à uma sessão de hipnose regressiva em Deise e o doutor Berezovsky prosseguiu até grande profundidade, confirmada pelo fato de ela ter ficado com amnésia pós-hipnótica. Regredida ao dia em que teria ocorrido o passeio na nave, ela nada se lembrou do fato. A seguir, o doutor Berezovsky hipnotizou Dino, que repetiu o que já havia dito em estado consciente. Prosseguimos com a regressão sem obter novas informações, apesar de termos chegado também à etapa sonambúlica. É importante notar, no entanto, que Dino teria entrado e colocado sua filha na nave em forma de sino por livre e espontânea vontade — não houve, portanto, uma abdução propriamente dita. Além disso, Deise não se recordou do evento, mesmo sob hipnose regressiva.
Caso Iolanda
A senhora paranaense que passeou em um discos voadores várias vezes
Telefonei para a senhora Iolanda Valdevina Kmiecik, falecida em 2011, em 23 de agosto de 1982. Ela tinha tipo sanguíneo O positivo e era sobre quem o jornal curitibano Gazeta do Povo publicou, em 27 de agosto de 1979, a matéria Mulher Aparece em Paranaguá após Sequestro por UFO em Curitiba e a Folha de S. Paulo, de 28 de agosto de 1979, Mulher Paranaense diz que foi Passear de UFO. Iolanda era casada com um professor, tinha seis filhos e foi abduzida aos 38 anos. Ela contou que, por volta das 18:30 de uma sexta-feira, após ter tomado banho e colocado chinelos e roupa para dormir, foi devolver louças para uma vizinha pela divisa do quintal das casas, quando algo lhe ocorreu. O marido e alguns dos filhos estavam em casa e logo depois iriam assistir a uma novela.
Os tripulantes do disco voador forçam Nádia a tomar um líquido, que ela não gosta, mas ingere por ter medo de desobedecer aos ETs. Os seres, segundo sua descrição, são muito fortes. ‘A mente deles domina a gente. Mas eles são gozados’
Ao sair pela porta dos fundos, Iolanda contou que foi atingida por uma luz forte vinda do céu, que a fez sentir-se “mais leve”. Em seguida já estava no interior de um “compartimento estranho e luxuoso”, em suas palavras, onde foi recebida por um “homem” alto e de cabelos curtos, idêntico aos terráqueos, que disse chamar-se Embaúra e a tratou com amizade. Ela ficou bastante à vontade no local, graças ao tratamento cortês com que foi recebida. Pouco tempo depois chegaram mais três “pessoas”, inclusive uma moça que serviu a eles um líquido viscoso e sem gosto, em um pequeno cálice — servido também na abdução de Nádia. Embaúra fez várias considerações sobre os terráqueos e disse que estamos nos envenenando com cigarros e poluição. Depois, foram a um “aeroporto” onde havia várias naves similares àquela em que estava, além de muita luz e um ar agradável.
Sapato especial
Para desembarcar naquele local, Iolanda precisou calçar um sapato especial, muito pesado. Logo a seguir voltaram para o UFO, com a promessa de que futuramente ela seria convidada para novo passeio. Logo depois, Iolanda ouviu um barulho parecido com o de uma sirene e, meio atordoada, estava no chão, na Terra, vestida com a roupa de dormir e segurando o prato e a jarra que iria devolver à vizinha. Iolanda não reconheceu o local onde estava e pediu informações a alguns rapazes, mas eles correram, sem responder. Perguntou o mesmo a um motorista de táxi, que informou estarem em Paranaguá, cidade litorânea a cerca de 100 km de Curitiba. O motorista deu-lhe uma carona, deixou-a na porta da delegacia e foi embora. Isso ocorreu por volta das 02:30 do sábado. De lá ela telefonou para seu marido, que foi buscá-la.
Por telefone Iolanda confirmou o que foi publicado pelos referidos jornais. Informou que já tinha sido hipnotizada por outro pesquisador e que gostaria de se submeter a outra sessão de hipnose regressiva para esclarecer uma série de dúvidas sobre aquele sequestro e outros dois que tivera depois. Contou também que não sentia dores, mas que já teve parada cardíaca e lhe implantaram um marca-passo. A abduzida também relatou que, antes da primeira experiência, ela já não tinha mais as trompas — e mesmo assim ficou grávida, dando à luz à Maria Cristina.
Em seu segundo sequestro, Iolanda Valdevina Kmiecik foi levada de Curitiba e deixada em Santos; e no terceiro permaneceu fora de casa por 24 horas. Disse a este autor que estava fazendo cirurgias sob orientação dos extraterrestres, situações em que assume outra personalidade. Contou que o processo resulta em pequenas cicatrizes em seu corpo, mas que em pouco tempo desaparecem. Ela recebeu uma máquina triangular que lhe permitiria contatar seus abdutores. Em 10 de março de 2000, Iolanda contou, em uma conversa telefônica, que durante uma viagem noturna de carro com a filha Maria Cristina, de Curitiba ao litoral paranaense, dias antes, ambas viram as luzes de um UFO que as acompanhava. Seu caso permanece como um dos mais intrigantes da casuística ufológica nacional.
Caso Gonçalo
Uma incrível viagem de um caminhoneiro brasileiro a um planeta desconhecido
É extremamente importante e tranquilizante ter um médico durante as sessões de hipnose regressiva, como sempre fiz com o doutor Max Berezovsky, pois rotineiramente ele fazia anamneses que possibilitam termos um quadro completo da saúde do contatado ou abduzido a ser hipnotizado. Quase sempre o doutor Berezovsky pedia que eu começasse os trabalhos e, após eu obter as informações que desejamos, transferia o comando da hipnose para ele, que continuava abordando aspectos diferentes das experiências para, em seguida, solicitar que eu encerrasse os procedimentos e terminasse a regressão. Isso não quer dizer que concordávamos em tudo, mas sempre debatíamos nossas divergências com enorme franqueza — ele sempre deu sua opinião e ouviu as minhas. Doutor Berezovsky era poeta, tendo escrito Elo Perdido, e médico pela Universidade de São Paulo (USP).
Na noite 12 de novembro de 1986, em sua residência, hipnotizei Gonçalo, com sobrenome resguardado, então com 47 anos e sangue A positivo. Seu caso era complexo e por isso uma semana depois eu o hipnotizei novamente. Estavam presentes nos procedimentos a esposa do doutor Berezovsky, dona Esther, o ex-professor de meteorologia da USP Rubens Junqueira Villela, a jornalista Adelaide Reis, Gonçalo e seu chefe, um executivo de importante empresa multinacional, de quem era motorista, além de minha filha Luciana, hoje advogada especializada em direito autoral, e eu.
Luz em sua direção
Ainda consciente, Gonçalo contou que, em dezembro de 1958, quando tinha 19 anos, dirigia um caminhão Chevrolet ano 1957, no qual tinha saído do Rio de Janeiro às 15:30 em direção à Barbacena (MG), quando algo lhe ocorreu. Logo após passar pela cidade de Santos Dumont, também no interior de Minas Gerais, entre 22:30 e 23:00, a estrada ficou repentinamente muito escura — e ao passar por um viaduto viu uma luz que voava em sua direção. O caminhão, carregando arroz, feijão, óleo, querosene e outras mercadorias, perdeu velocidade e Gonçalo o conduziu para o acostamento, no qual ainda rodou cerca de 50 m na esperança de prosseguir a viagem.
Imediatamente depois, e sem saber como, acordou embaixo do veículo. Já eram 05:00. Jamais um motorista responsável como ele dormiria na beira de uma estrada sob um caminhão carregado, ainda mais por estar em uma ladeira e já próximo de seu destino — o veículo passou toda a noite no acostamento, mas como não foi roubado? Quando abriu a porta, Gonçalo vomitou no estribo e ficou com um gosto ruim na boca, fato esse que se lembrou somente ao chegar em sua casa, em São Paulo, e após a primeira hipnose, quando vomitou novamente com o mesmo sabor — isso 28 anos depois. Há uma enorme curiosidade sobre isso entre os estudiosos das possibilidades da hipnose regressiva.
Gonçalo entrou no caminhão atordoado, seguiu viagem e chegou ao seu destino pela manhã, muito preocupado com o que seu patrão pudesse estar pensando pela demora. Contou o avistamento da luz voadora em rota de colisão e tanto o patrão como seu filho disseram que quem ouvisse tal história iria achá-lo louco ou bêbado. Nos dias seguintes à viagem, Gonçalo continuou a sentir-se meio aturdido. Caracterizava-se a existência de uma amnésia de seis horas, ou mais, em sua mente — o famoso tempo perdido ou missing time.
As hipnoses de Gonçalo
Dei início à primeira sessão de hipnose regressiva, que transcorreu com rapidez. Foram feitas gravações em vídeo e em áudio. Gonçalo falava muito baixo, quase inaudível. Sob hipnose ele fez vários desenhos de grande simplicidade, apesar de ter sido usada a técnica de decalcar “fotos imaginárias”. Ao regredir à data do evento, ele assumiu a posição de um motorista ao volante, sem que isso tivesse sido sugerido. Contou novamente os momentos que antecederam a amnésia com mais riqueza de detalhes e com muita emoção. Gonçalo foi hipnotizado novamente pelo doutor Berezovsky em 04 de fevereiro de 1988, quando eu estava fora do país. A comparação entre os três depoimentos indica pouca diferença entre eles. Foi mantida a amnésia dos fatos, já que entendemos que seria preferível que ele tivesse um prévio atendimento psicológico. O doutor Berezovsky conseguiu que isso fosse feito gratuitamente, mas Gonçalo interrompeu as visitas ao consultório p
rometendo retornar, mas não o fez.
Muitas vezes ele foi orientado a continuar o tratamento e permanecia com amnésia dos fatos que nos contou sob hipnose, exceto de um pequenino detalhe — Gonçalo costumava praticar jogo do bicho. Conversando comigo pouco após a primeira hipnose, mencionou que gostaria muito de lembrar-se da placa do caminhão para jogar no número dela, que tentara lembrar-se muitas vezes durante anos, sem êxito. Dei-lhe papel e lápis e, utilizando o signo-sinal, uma técnica da hipnose regressiva, coloquei-o instantaneamente em transe. Ele escreveu o número, o que o deixou muito contente, mas também o fez entender que deveria haver outras informações esquecidas que precisava resgatar.
Durante as sessões de hipnose, Gonçalo contou que, quando estacionou no acostamento, a misteriosa luz parou a cerca de 60 m de onde estava — ela envolvia uma nave metálica em forma de disco voador, semelhante a aparições já vistas em outros casos. Dela saíram três seres pequenos, que se aproximaram do caminhão, abriram a porta, retiraram Gonçalo à força da cabine, o amarraram e arrastaram para a nave, que em seguida levantou voo levando-o para um lugar estranho. Lá chegando, o abduzido viu que havia um “sol azulado”, montanhas, casas bonitas, ruas com calçadas, chão de pedras, e também que era visível uma curiosa fiação aérea sobre o acampamento. Ele não tinha postes e os fios de diversas cores chegavam à nave que o trouxe e que pairava no espaço.
Um ar diferente
No local em que estava não havia edifícios altos e o ar era diferente ao respirar [Iolanda Kmiecik descreveu o mesmo]. “As pessoas eram pequenas, morenas, de cabelos pretos lisos e tinham os rostos iguais aos nossos, com cerca de 1,5 m”, disse. Também relatou que os homens usavam barba e bigode e, as mulheres, pulseiras e enfeites bonitos, que pareciam ser de ouro. “Os relógios de pulso eram diferentes e as roupas fechadas, com mangas compridas, esverdeadas. Além disso, usavam botas estranhas”. Gonçalo foi mantido de pé por pequenos “guardas” armados com espadas, perto de uma barraca parecida com um circo. Lá dentro havia aparelhos semelhantes a uma televisão e um rádio — naquele momento algo estava sendo transmitido.
Seus guardas eram violentos, não lhe permitem pegar nada e se comunicavam com ele por gestos. Também usam roupas muito estranhas. Aproximaram-se dele várias pessoas, algumas parecendo crianças. Os pés de Gonçalo são muito grandes e chamaram atenção de todos ali, mas ele não gostava de estar sendo observado. “Aproximou-se de mim então uma mulher loira e bonita, mais alta que os demais, parecendo ser da Terra. Ela usava um vestido branco e o mesmo capacete cinza com fones de ouvido acoplados”. Ela aplicou em Gonçalo uma injeção de um líquido amarelo e mediu seus pés por baixo, por cima e de lado com uma régua luminosa.
O abduzido viu campos com muitas flores, das mesmas cores que as da Terra, vastas plantações e muitas casas, sempre baixas e com uma área redonda na parte de cima para estacionamento, permitindo que o passageiro da nave ingressasse diretamente na casa
Além dela havia lá muitas crianças, que se vestiam como adultos, e homens. Ele não viu aves e achou que não sobreviveriam ao calor fortíssimo daquele mundo. Foi-lhe servida uma porção pequena de comida, mas ele não aceitou. Tomou água em um copo igual aos nossos e a achou saborosa. Gonçalo foi então levado a uma pedreira muito grande e de lá a outro lugar distante, com muita água e bandeiras retangulares coloridas e presas a mastros, como as existentes aqui na Terra. Sob hipnose, ele as desenhou. A moça loira o acompanhou sem deixá-lo andar com liberdade. Haviam lá veículos parecidos com carros, mas com duas rodas, também desenhados por ele durante a regressão. O homem viu jornais e revistas, julgando que eram feitos de papel, com figuras de pessoas nas capas. Enxergou também indivíduos bebendo e comendo pequenas porções de alimentos e cartazes de propaganda com letras e números que ele desconhecia.
Em sua segunda regressão, na noite de 19 de novembro de 1986, ocorreu um fato curioso: ao descrever o local quentíssimo para onde foi levado, Gonçalo suou abundantemente, deixando sua camisa completamente molhada — fato que deu autenticidade à história descrita por ele. A nave em que viajou girava no ar. Era metálica, redonda e bastante apertada, com janelas e seis cadeiras pequenas. Tinha um painel cheio de botões e havia muitas luzes azuis, verdes, vermelhas e amarelas, que ficavam piscando. Ele esteve amarrado por algum tempo, mas foi levado para outra nave e trazido para a Terra.
Caso Bete e Débora
Primas são abduzidas e uma delas é implantada por ETs
Em 27 de abril de 1991 estiveram em minha residência a senhora Bete Rodrigues, que desejava passar por nova hipnose regressiva, e o falecido ufólogo Claudeir Covo, que foi coeditor da Revista UFO. Bete é desde pequena envolvida em ocorrências ufológicas. Seu tipo sanguíneo é O negativo. Eu a hipnotizei pela primeira vez em 03 de agosto de 1984. Ultimamente, ela vinha tendo alguns flashes de memória sobre extraterrestres, desde que tivera um avistamento de luzes quase cinco anos antes — o que também ocorria com sua prima. A moça contou que em 14 de junho de 1986, quando tinha 22 anos, foi à danceteria Love Story com a prima Débora, então com 16. Elas eram amigas do dono, que costumava levá-las para casa ao final da balada. Naquela noite, no entanto, ele não fora trabalhar e por isso elas saíram mais cedo, a tempo de tomarem o último ônibus, por volta das 23:30.
Débora sentou-se à janela e ambas viram no céu uma bola de luz que aparentemente as seguia — era época de balões e essa bola se movia em sentido contrário ao vento. Ao descerem do coletivo, no Jardim Fernandes, na Vila Matilde, em São Paulo, a luz estava logo à frente das primas. Assim que as moças chamaram a atenção de pessoas ali residentes, que não viram o artefato, ele desapareceu como se estivesse se escondendo. Instantes depois a luminosidade ressurgiu, como se as esperasse, agora bem próxima e a baixa altura. Haviam se passado poucos minutos do domingo, 15 de junho, quando chegaram à casa da Débora. Normalmente, ao voltar da danceteria, as primas conversavam longamente sobre o que fizeram, pois se separavam na entrada da balada — naquela noite isso não ocorreu e ambas dormiram até tarde.
A hipnose em Bete
Comecei a hipnose regressiva até que Bete vivenciasse novamente os acontecimentos da referida noite. Ela reiterou que antes de chegarem à residência da prima, que era a última da curta Rua Mira, viram uma bola parada a baixa altura sobre um enorme campo próximo — e que algo as atraía para lá. Elas não queriam ir, mas alguma coisa fez com que caminhassem naquela direção. Inexplicavelmente, surgiu um vulto no chão e Bete já não conseguia pensar direito [Nádia Marzalle reportou o mesmo]. Um estranho ser fez um sinal apontando para cima. Ele tinha 1,3 m, era feio e parecia um inseto grande, com enorme cabeça calva, braços finos e longos, cujos dedos chegavam abaixo dos joelhos. Usava uma espécie de roupa colante verde-musgo, que o cobria dos pés até os pulsos e o pescoço. Seus olhos eram muito grandes e escuros.
As mãos daquela entidade, extremamente feias, tinham estranha cor, uma mistura de marrom, cinza e verde, como de um dos tipos de azeitona. Tinha quatro dedos, quase do
mesmo tamanho, faltando o anular. Seu dedão era mais para cima, diferente dos nossos. A abduzida não viu unhas, mas havia uma película como teia de aranha na parte inferior dos dedos. Ajudei Bete, sob hipnose profunda, a sentar-se à frente de uma mesa. Inicialmente ela teve uma “alucinação visual positiva” e imaginou que via uma foto, supostamente tirada do rosto daquele ser. Determinei hipnoticamente que imaginasse que eu tinha colocado um papel de seda sobre a mesma e aí ela decalcou a foto, como estudantes estão acostumados a fazer com mapas. Como Bete é artista, ela fez um ótimo desenho a lápis, que supunha estar copiando. Usando a mesma técnica, produziu em seguida outros desenhos da mão do ser e do UFO redondo, visto de baixo e de lado.
Continuando a narrar o acontecido, Bete informou que, impelidas por alguma força, ela e sua prima se dirigiram a um cilindro de luz, que sugou primeiro Débora para dentro da nave, flutuando, em seguida ela mesma e depois esse ser. Chegaram então a uma sala, de onde Débora foi conduzida por duas entidades a outro local. “Fui levada por três seres para uma sala próxima, onde, mesmo sem querer e sem conseguir reagir, fui deitada em uma cama baixa e curta, presa ao chão por uma haste”, disse. Seus pés ficaram para fora. Um dos seres ficou ao lado de sua cabeça, outros dois permaneceram do outro lado, sendo que um deles operava um aparelho com tela pequena. Foi colocada uma pulseira no pulso de Bete, que supôs estar ligada a esse aparelho. Pegaram seu nariz e ela sentiu a narina direita dilatada.
Fio fino e transparente
Um dos seres tinha na mão um fio fino e transparente, com um ganchinho em uma das pontas que segurava um objeto redondo bem pequeno. Depois, sob hipnose, Bete desenhou esse instrumento. Anos mais tarde, lendo a obra Abduction: Human Encounters with Aliens [Abduções: Encontro de Humanos com Aliens; Bantam Press, 2001, escrito pelo professor de psiquiatria da Universidade de Harvard, doutor John E. Mack, encontrei desenhos feitos independentemente por dois abduzidos hipnotizados por ele — Júlia e Dave —, reproduzindo exatamente o mesmo instrumento. Aquele ser introduziu o tubo na narina direita de Bete, que não queria deixar que isso ocorresse, mas não teve como impedir. O segundo ser a ajudou e o terceiro somente observava.
Bete viu então o “desenho interno” de sua cabeça em uma tela parecida com um monitor de televisão e o percurso do tubinho até sua nuca. Acompanhou aquilo quando o tal tubo ia sendo retirado de seu corpo, provocando sempre uma pressão. Ao sair, Bete observou uma pequenina peça ovalada com um ponta parecendo de cristal, que já não estava presa à garra, concluindo que tinha sido deixada em sua cabeça. Sob hipnose, desenhou o que viu na telinha.
Gonçalo contou que a misteriosa luz parou a cerca de 60 m de onde estava. Ela envolvia uma nave metálica em forma de disco voador e dela saíram três seres pequenos, que se aproximaram do caminhão e retiraram Gonçalo à força da cabine
Em seguida, um dos seres espetou algo no dedão de Bete, que supôs que dali retiraram amostra de sangue — ou fizeram outro implante. Ela não sabe como ficou descalça. Os três conversavam entre si, mas Bete não conseguia entender o que falavam. A pulseira foi removida de seu braço. O ser que estava na cabeceira fez com as mãos um gesto que ela só entendeu quando foi repetido, indicando que se levantasse. Sem que dominasse seus pensamentos, sentou-se na cama e viu seus sapatos no chão. A entidade então fez novo gesto para que ficasse de pé. Ela calçou os sapatos e viu sua prima sendo trazida e levada para perto do cilindro de luz pelo qual subira à nave.
Bete ainda perguntou quem eram eles e o que as duas estavam fazendo ali. Eles não responderam. “Eu tinha a vaga impressão de que naquele momento foi instruída a não me lembrar de algo”, disse. Em nenhum momento os seres conversaram com ela, somente entre si, e nunca demonstraram qualquer emoção, mas a olhavam de maneira que considerou “profunda, como se me penetrassem”. Ao final, um dos seres se aproximou das primas e olhou fixamente em seus olhos sem lhes falar nada. Instantes depois elas já estavam no campo, sem saber como desceram — o UFO já tinha ido embora. Bete acha que recebeu uma “instrução telepática” para irem para casa, na qual entraram correndo. Ela sentiu muita sede e tomou dois copos de água e dois de suco de laranja. Ao final da sessão de hipnose regressiva, em que teve conhecimento do que havia ocorrido, produziu intensos movimentos rápidos dos olhos.
A hipnose em Débora
Inesperadamente, Débora regressou dias depois e em 05 de maio seguinte veio à minha residência com Bete, que não lhe havia contado nada sobre o recordado em sua regressão, para não a influenciar. Claudeir Covo estava presente e fez um completo documentário dos procedimentos. A regressão de Débora, cujo tipo sanguíneo é O positivo, caracterizou-se por um início não convencional, pois enquanto os procedimentos indicavam que estava sendo hipnotizada rapidamente, ela ria em atitude volitiva e no início não conseguia se lembrar com perfeição de alguns pormenores.
Os depoimentos de ambas foram totalmente concordantes, com pequeninas diferenças — Bete descreveu a luz que viram como sendo branca e Débora disse que era de cor alaranjada, coberta por uma névoa. Há pequena diferença também da forma do UFO nos desenhos feitos por elas. Quando estava subindo no cilindro de luz, Débora olhou para cima e viu três cabeças de extraterrestres a observando. Sob hipnose ela fez esse desenho, que depois o consultor da Revista UFO Jamil Vila Nova aperfeiçoou, e que foi publicado em várias revistas [Veja nestas páginas].
Ao chegarem a bordo do disco voador, Débora foi separada da prima e conduzida pelo ser que as recepcionou no solo a uma sala cuja porta se abriu como a objetiva de uma máquina fotográfica — o local estava enevoado e alaranjado, mas foi clareando. Lá havia um segundo ser e depois apareceu um terceiro, todos muito parecidos. Ela foi sentada em uma cadeira com forma de ferradura, presa ao chão por uma haste metálica. Na sala havia muitos botões redondos e aparelhos semelhantes a pequenas televisões. Esses seres tinham olhos muito grandes e pretos, e em cada mão tinham quatro dedos bem finos, enrugados e sem unhas, com películas entre a parte de baixo. Pareciam descalços e seus pés eram muito feios. Havia dois pequenos furos no lugar do nariz e as orelhas eram coladas à cabeça enorme e calva. Os braços, pernas e pescoço eram finos e longos. Eles observaram com grande interesse a roupa de Débora, tocaram em seu rosto, cabelo, boca e dentes. Olharam detidamente as unhas das mãos e do pé direito, que descalçaram.
Algema automática
Logo em seguida, uma garra metálica saiu do braço da poltrona e prendeu seu pulso esquerdo — uma verdadeira algema automática. Um dos seres encostou em seu braço um aparelho em cuja ponta havia duas pequenas bolas transparentes, que se encheram de um lado com um líquido branco e, do outro, com um líquido escuro, que ela supôs ser sangue, sem que tivesse sido perfurada. Próximo dela havia algo similar a uma tela de computador, onde aparecia a cadeira em que estava e o desenho em linhas irregulares e finas do que ela imagina ser a representação de seu corpo. Uma criatura operava esse aparelho, parecendo que escrevia na tela palavras em um alfabeto desconhecido. O ser a examinava, nervoso e bastante falador.
Havia muitos botões e alavancas na nave, fáceis de enganchar com dedos compridos. Os tripulantes conversavam entre si movimentando as bocas sem lábios e sem dentes visíveis, em uma linguagem que parecia um “ti-ti-ti”. Débora perguntou o que queriam e por que ela foi escolhida, sem obter resposta. O encosto da cadeira baixou e Débora ficou deitada, quando os seres e
xaminaram e tocaram em seus olhos com enorme curiosidade. “Depois disso as garras soltaram meu pulso e se embutiram no braço da cadeira. Em certo momento elas subiram na cadeira e depois correram entre a aparelhagem, atrás dos seres”, disse. Ela também afirmou que sentia grande afeto por eles, apesar de serem muito feios.
Uma mulher bonita com Débora, que na época era modelo internacional, sem medo de acariciar seus horríveis sequestradores em um local parecido com uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) fazia com que eles ficassem muito intrigados com tal inusitada atitude. Ela não se lembrava de como terminou a brincadeira, mas foi até uma parede, perto da qual ficou paralisada, de frente para os seres. Ali, um deles apontou-lhe algo parecido com uma arma, da qual saiu uma luz que fez desaparecer sua roupa, como se tivesse sido desintegrada, proporcionando condições para um pormenorizado exame. “Eles tocaram meus seios, umbigo e vagina, que olharam por dentro após separarem os grandes lábios da vulva, além de coxas, pernas e pés. Um dos seres me deu uns tapas”.
Chegando em casa
Observaram também as costas e nádegas de Débora. Anteriormente, eles tinham cortado e guardado um pouco de seu cabelo. Ao voltar para a cadeira, Débora já estava vestida, sem saber como. Após o exame ela não viu mais os seres, que acionaram alguns botões que fizeram uma porta se abrir, por onde ela saiu e não viu a prima. Débora lembrou-se apenas que, em seguida, já caminhava na rua já perto de sua casa e ao lado da Bete. Escorregou em uma valeta perto da Kombi de seu pai e machucou-se um pouco, mas abriu a porta da casa. Então, ambas foram à cozinha, comeram bolo e tomaram café com leite quente; já Bete tomou algo que estava na geladeira.
As primas estranhamente não conversaram sobre os acontecimentos daquela noite, como costumavam fazer, e foram se deitar em uma cama-beliche. Durante a regressão, Débora ficou emocionada várias vezes, chorou abundantemente e riu, saindo da hipnose com total amnésia e pensando ter dormido. Alguns minutos depois ela foi “autorizada” a recuperar a memória de tudo o que narrou sob hipnose, que lhe pareceu ter realmente ocorrido, e lembrou-se dos cinco desenhos que fez. Em fevereiro de 2000 eu soube que Débora supunha ter tido outro evento ufológico iniciado em seu quarto e me ofereci para fazer nova hipnose.