É o que afirma o geocientista Nilton Rennó. Essa é uma das evidências encontradas por ele para dizer que a substância existe no planeta em estado líquido, e não só congelada. Com base em fotos tiradas em datas diferentes pela sonda marciana Phoenix, ele diz que as bolsas de água salgada encontradas em uma das pernas da Phoenix deslizaram, escorreram ou se fundiram à medida que os dias ficavam mais quentes. “Isso não ocorreria se fosse gelo“, afirma Rennó. Além disso, foi detectado que essas esferas de água cresceram apenas nos primeiros 44 dias da missão, quando a temperatura estava mais alta.
Durante esse período, praticamente não houve formação de gelo nos locais próximos à sonda. Depois, conforme Marte apresentava dias mais frios, ocorreu o movimento contrário, com diminuição das bolsas de água e aumento na quantidade de gelo. “Isso não é consistente com a idéia de que o que vimos foram partículas de gelo, porque elas deveriam crescer quando fica mais frio, e há formação de gelo em praticamente todos os lugares“, diz Rennó. Outra evidência apontada no estudo é a mudança de cor apresentada pelas gotas que ficam mais escuras no decorrer do tempo, algo que também não acontece com o gelo.