A NASA quer colocar seus astronautas de volta na Lua em 2020. E, a depender dos resultados, dos avanços tecnológicos e do seu orçamento, chegar a Marte alguns anos depois. Mas este não é um bom plano, de acordo com cientistas de uma instituição privada, sem fins lucrativos, chamada Instituto Marte.
Segundo os estudos do Instituto Marte, as luas de Marte, Fobos e Deimos, são objetivos muito mais razoáveis e que podem ser alcançados em apenas 10 anos, muito antes do que a NASA se propõe para chegar à nossa Lua.
Pode parecer estranho, já que nossa Lua está a apenas três dias de vôo de uma espaçonave com a tecnologia atual. Para chegar às cercanias de Marte levaria cerca de seis meses. Mas as vantagens estão na gravidade, que poderia simplificar enormemente o projeto e o tamanho das naves.
A gravidade da Lua equivale a um sexto da gravidade da Terra. Isso é forte o suficiente para exigir que as naves acionem retro-foguetes de desaceleração para pousar lá. E, para decolar, precisam novamente dos foguetes.
As duas operações, pouso e decolagem, consomem toneladas de combustível, aumentam o tamanho da nave e do foguete necessário para lançá-la e fazem com que o custo da missão suba milhões de dólares.
Já as duas luas de Marte são diminutas, possuindo uma gravidade equivalente a 1 milésimo da gravidade da Terra. Pousar lá não seria muito diferente do que acontece hoje quando os ônibus espaciais se atracam à Estação Espacial Internacional.
Pascal Lee, do Instituto Marte, afirma que colocar um astronauta em Marte custaria entre 200 e 300 bilhões de dólares. Já uma ida a Fobos ou Deimos não custaria mais do US$30 bilhões.
Parece ser uma proposta difícil de se engolir. Afinal, quem se contentaria em viajar seis meses para não pousar em Marte? Não seria como ir a Paris e não ver a Torre Eiffel? Mas os pesquisadores afirmam que há muito interesse científico nas duas luas marcianas e que podemos aprender muito do próprio planeta estudando-as. Hoje pouco se sabe de Fobos e Deimos, a não ser que elas são negras como asfalto.
Há muitas especulações sobre sua origem, mas nenhuma teoria bem fundamentada. E os cientistas acreditam que sua proximidade do planeta aumenta muito a chance de que meteoritos da superfície de Marte sejam encontrados lá, o que permitiria estudar o planeta por apenas 10% do custo.
A Rússia planeja enviar uma sonda robótica a Fobos em 2009, a Phobos-Grunt. O projeto é fazer com que a sonda desça, recolha amostras e traga-as de volta à Terra.