O governo federal anunciou na tarde desta terça-feira (13) que o lançamento do CBERS-2B, Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (tradução da sigla em inglês), está marcado para setembro deste ano. Ele vai captar imagens da superfície terrestre do Brasil e da China. Desde 1988, o país asiático é parceiro dos brasileiros na montagem deste tipo de satélite, que faz parte do programa espacial brasileiro. O anúncio foi feito na tarde desta terça-feira (13) pelo diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Gilberto Câmara, na sede do instituto em São José dos Campos, a 91 km da capital.
O primeiro satélite, CBERS-1, foi lançado em outubro de 1999. O segundo, chamado CBERS-2, réplica do anterior, entrou em órbita em 2003. Para os dois, o investimento foi de US$ 300 milhões – 70% da verba veio do governo chinês. O CBERS-2B, terceiro da série, está sendo montado no Laboratório de Integração e Testes (LIT) do INPE, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esta tarde. Ele custou US$ 15 milhões.
Durante menos de uma hora, Lula conheceu o laboratório e recebeu de presente de Câmara uma réplica do satélite em miniatura. “Precisamos investir mais em ciência e tecnologia”, afirmou o presidente. A produção desses satélites, que captam imagens como um desmatamento na Amazônia, o crescimento de uma área urbana ou até mesmo mapeia uma zona propícia à reforma agrária, colocou o Brasil na dianteira da tecnologia para o fornecimento de dados de sensoriamento remoto.
De acordo com INPE, a parceria com a China fez com que o país se tornasse um dos principais distribuidores de imagens orbitais do mundo. E de graça. O funcionamento do CBERS-1 e do CBERS-2 permitiu a criação de um banco com 300 mil imagens na internet, que pode ser acessado por qualquer pessoa. Cerca de 1500 instituições, entre universidades, escolas e empresas, usam o serviço. O acervo do programa espacial pode ser visto no site www.dgi.inpe.br/cdsr.
Antes de ser lançado no espaço, o CBERS-2B vai receber os ajustes finais na China. Cada satélite do gênero tem vida útil de dois anos, o que revela o momento de “aposentar”o CBERS-2. Em órbita, duas vezes por dia, eles captam imagens do Brasil e da América do Sul, devido à sua capacidade de longo alcance. Para dar a volta em todo o planeta Terra, são necessários 26 dias.