Após um hiato de quase meio século, a Rússia está prestes a fazer um retorno triunfante à Lua com o lançamento do módulo Luna-25
Definida para começar nas primeiras horas de 11 de agosto, esta missão registra um marco importante, ressoando com as tensões em meio à ofensiva da Rússia na Ucrânia. O próximo lançamento do módulo Luna-25, o primeiro russo desde 1976, sinaliza a determinação de Moscou em revitalizar e expandir um programa lunar da era soviética que já foi pioneiro.
Pesando cerca de 800Kg, a sonda de quatro pés terá como alvo o polo Sul lunar – um destino raro em comparação com os pousos usuais na Lua. De acordo com a Roscosmos, a agência espacial russa, um foguete Soyuz foi montado no cosmódromo de Vostochny, no Extremo Oriente russo. A missão envolve um pouso suave, coleta de amostras de solo e pesquisa científica de longo prazo.
Embora o lançamento seja o primeiro passo no novo programa lunar de Moscou, também é um reflexo da mudança na dinâmica internacional. Em meio a relações tensas com o Ocidente, a Rússia manifestou interesse em fortalecer a cooperação espacial com a China. A retirada da Agência Espacial Europeia da cooperação com o Luna-25 e futuras missões não impediu as pretensões de Moscou.
No ano passado, o presidente Vladimir Putin enfatizou a determinação russa em desenvolver seu programa lunar, apesar das sanções ocidentais. Recordando as conquistas espaciais da União Soviética, apesar das sanções em 1961, Putin reafirmou o compromisso russo, afirmando: “Somos guiados pela ambição de nossos ancestrais de seguir em frente, apesar de quaisquer dificuldades e tentativas de nos impedir neste movimento.”
Enquanto o mundo observa, as missões lunares da Rússia podem abrir caminho para uma nova era de exploração e cooperação – ou aprofundar as divisões existentes.